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Capítulo I - Exórdio – Parte-se do conceito predicável (intemporal) “Vós estis sal terrae”
– é o ponto de partida das ideias a desenvolver pelo orador; apresenta um valor
metafórico que consiste em associar as seguintes ideias:
Sal pregadores
Estrutura do discurso:
"E desta maneira satisfaremos às obrigações do sal, que melhor vos está ouvi-las vivos,
que experimentá-las depois de mortos".
Nestas palavras está presente a ironia, na medida em que António Vieira tenta alertar
os homens para o facto de ser melhor escutar a doutrina agora do que chamar por
ela depois de mortos. Ou seja, acabou por se referir ao Céu e ao Inferno, mas de forma
subentendida.
Neste capítulo, Vieira refere que irá apresentar as qualidades e as virtudes dos peixes,
em geral. Assim sendo,
As qualidades dos peixes são:
- ouvem e não falam;
- a obediência, quando chamados pela honra do Criador;
- “ordem, quietação e atenção" com que ouviram as palavras de santo António.
- sensatez;
- afastamento dos homens, não querendo qualquer tipo de familiaridade com eles.
EM CONTRASTE
Os homens:
"Aos homens deu Deus a razão, e não aos peixes; mas neste caso os homens tinham a
razão sem o uso, e os peixes o uso sem a razão." Através do quiasmo, Vieira revela que
os homens são dotados de inteligência, racionalidade mas não a utilizam, enquanto os
peixes, que não possuem essa capacidade, revelam-se mais perspicazes que os próprios
homens.
➢ O discurso de Vieira segue com a apresentação de uma comparação que justifica
a escolha dos peixes para seu auditório: contraste entre os peixes e os outros
animais (rouxinol, papagaio, açor, bugio, cão, boi, cavalo, tigre e leão).
CONCLUSÃO: todos estes animais servem e são domesticados pelo homem. Os peixes,
por sua vez, são autónomos e vivem felizes. Não confiam nos homens e fogem deles. Na
opinião do autor, os peixes devem afastar-se dos homens por prudência. (exemplo do
Dilúvio).