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Resumos Físico-química A 10º ano

QUÍMICA
1.1.1 ORDENS DE GRANDEZA E ESCALAS DE COMPRIMENTO
De forma a facilitar a escrita dos números usados em Química recorre-se:
• á notação científica;
• a múltiplos ou submúltiplos do Sistema Internacional de Unidades (SI);
• a outras unidades de medida.
Notação científica
A notação científica corresponde à escrita de um número recorrendo a
potências de base 10

Ordem de grandeza- é, de uma forna simplificada, a potência da base 10 mais


próxima do número considerado.
Para determinar a ordem de grandeza de um número, escreve-se esse
número em notação científica (na forma N x 10n):
- Se N ≥ 5, a ordem de grandeza é 10n+1;
- Se N < 5, a ordem de grandeza é 10n;
A ordem de grandeza é útil para fazer comparações aproximadas. Por
exemplo, se a diferença entre dois valores for de duas ordens de grandeza,
então esses valores diferem, aproximadamente, de um fator de 100, ou seja,
um deles é aproximadamente 100 vezes maior do que o outro.
Quando dois valores apresentam a mesma ordem de grandeza significa que
pertencem à mesma escala de comprimento.

Múltiplos e submúltiplos do SI
Como as ordens de grandeza podem ser muito diferentes e variadas, recorre-
se frequentemente ao uso de múltiplos e submúltiplos.

Outra unidade usual: 1 angström = 1 Å = 1,0 x 10-10 m

O ÁTOMO
Toda a matéria que nos rodeia é constituída por átomos, formados por um
núcleo, onde está concentrada quase toda a matéria, e uma nuvem eletrónica.

Massa do átomo - concentra-se no seu núcleo, pois os protões e os neutrões


têm igual massa e esta é cerca de 1800 vezes superior à massa do eletrão.
Tamanho do átomo - relaciona-se com o tamanho da nuvem eletrónica, pois o
núcleo é muito reduzido quando comparado com a nuvem eletrónica.
Carga nuclear - corresponde à carga do núcleo, é positiva e igual ao número de
protões

Número atómico (Z) - corresponde ao número de protões de um átomo e


permite distinguir átomos dos diferentes elementos químicos. Define o
elemento químico, uma vez que átomos do mesmo elemento químico têm
sempre o mesmo número de protões, logo, têm sempre o mesmo número
atómico.
Número de massa (A) - corresponde ao número de partículas existentes no
núcleo de um átomo, ou seja, é igual à soma do número de protões com o
número de neutrões.

Isótopos - são átomos do mesmo elemento químico, logo, têm o mesmo


número atómico, mas tem diferente número de massa, uma vez que têm
diferente número de neutrões.
IÕES
Quando um. átomo, ou uma molécula, ganha ou perde eletrões, origina um
ião.
• Catião (ião positivo) - o número de protões é superior ao número de
eletrões, uma vez que o átomo, ou a molécula, perdeu eletrões.
• Anião (ião negativo) - o número de protões é inferior ao número de eletrões,
pois o átomo, ou a molécula, ganhou eletrões.

1.1.2 DIMENSÕES À ESCALA ATÓMICA


A escala atómica corresponde a comprimentos da ordem de grandeza de 10-
10 m e a escala molecular corresponde a comprimentos de grandeza entre 10-
10 m e 10-7 m (os átomos e as moléculas apresentam tamanhos destas ordens
de grandeza, respetivamente).
Escala atómica: 10-10 m = 0,10 nm
Escala molecular: 10-10 a 10-7 m = 0,10 a 100 nm
O conhecimento da estrutura da matéria à escala atómica permitiu o
desenvolvimento da nanotecnologia, que se dedica à construção de estruturas
à escala atómica e molecular, através da manipulação de átomos e moléculas.
A nanotecnologia permite o desenvolvimento de novos materiais, os
nanomateriais, em resultado da manipulação de outros materiais já existentes,
alterando as suas características, otimizando-as e melhorando o seu
desempenho.
Algumas das aplicações da nanotecnologia inserem-se em diversas áreas,
como:
- Energia;
- Medicina;
- Biotecnologia;
- Eletrónica;
- Desenvolvimento de novos materiais.
O grafeno é um exemplo de um nanomaterial. É um dos materiais mais
resistentes atualmente conhecidos. É formado por uma camada de átomos de
carbono ligados, formando uma estrutura hexagonal (parecida com favos de
mel) e com a espessura do átomo de carbono.
Nas últimas décadas, os cientistas aprenderam a trabalhar o grafeno e
descobriram substâncias como os fulerenos e os nanotubos de carbono, que
são atualmente utilizados em diversas áreas da bioquímica e da medicina, e
usados como (bons) condutores térmicos e elétricos.

1.1.3 MASSA ISOTÓPICA E MASSA ATÓMICA RELATIVA


MÉDIA
Massa atómica relativa - indica o número de vezes que a massa média do
átomo de um elemento químico é maior do que a massa padrão, ou seja, do
que 1/12 da massa do átomo de carbono-12. Por resultar de uma comparação
entre massas, trata-se de uma grandeza adimensional.
A maioria dos elementos químicos possui vários isótopos, que têm diferente
número de neutrões e diferentes massas relativas. A massa relativa de um
isótopo é denominada por massa isotópica relativa.
Massa atómica relativa média (Ar) - corresponde à média ponderada das
massas isotópicas relativas. A ponderação depende da abundância relativa de
cada um dos isótopos na Natureza.
Para se determinar a massa atómica relativa média, Ar(X), de um elemento
químico que possui isótopos, calcula-se uma média ponderada, tendo em
conta:
- Os isótopos e a sua massa isotópica relativa;
- As abundâncias relativas de cada isótopo.
Exemplo:

A massa atómica relativa média apresenta um valor mais próximo do da massa


isotópica relativa do isótopo mais abundante, pois é o que corresponde à
parcela que tem maior percentagem no cálculo da média ponderada.

1.1.4. QUANTIDADE DE MATÉRIA E MASSA MOLAR


Quantidade de matéria (n) - relaciona-se com o número de entidades presentes
numa dada amostra. A sua unidade no SI é a mole (mol).
Mole – corresponde à quantidade de matéria que contém tantas entidades
quantas as que existem em 12 g de carbono-12, ou seja, 6,022 x 1023. Este
número denomina-se por número de Avogadro e representa-se por NA.

- Em 1 mol de átomos de Fe existem 6,022 x 10 23 átomos de Fe; 


- Em 1 mol de moléculas de H20 existem 6,022 x 10 23
moléculas de H20;
- Em 1 mol de NaCl existem 6,022 x 10 23 iões Na+ 6,022
x 1023 iões Cl-; 

Massa molar (M) - corresponde à massa de uma mole de substância.


Usualmente exprime se em grama por mole (g mol -1). A massa molar é
numericamente igual à massa atómica relativa, no caso dos átomos, ou à
massa molecular relativa, no caso das moléculas. 

O número de partículas (N) é diretamente proporcional à quantidade de


matéria (n), sendo a constante de proporcionalidade o número de Avogadro
(NA). 

N - Número de entidades, átomos, moléculas, … 


n - Quantidade de matéria, mol 
NA - número de Avogadro, mol-1 
A massa de uma amostra de substância é diretamente proporcional à
quantidade de matéria presente nessa amostra. A constante de
proporcionalidade é a massa molar da substância.

m - Massa da amostra, g 
n - Quantidade de matéria, mol 
M - Massa molar, g mol-1

1.1.5. FRAÇÃO MOLAR E FRAÇÃO MÁSSICA 


A fração molar e a fração mássica são duas formas de exprimir a
composição quantitativa de um composto ou de uma mistura. 
Fração molar (x) - é o quociente entre a quantidade de matéria de um
constituinte e a quantidade de matéria total presente na amostra. A soma das
frações molares de todos os constituintes da amostra é sempre igual a 1. 

xA - fração molar do elemento A, adimensional 


nA - quantidade de matéria do elemento A, mol 
ntotal - quantidade de matéria total da amostra, mol 

Fração mássica (w) - é o quociente entre a massa de um constituinte e a


massa total da amostra. A soma das frações mássicas de todos os
constituintes da amostra é sempre igual a 1 e, ao multiplicar por 100, obtém-se
a percentagem em massa. 

wA - fração mássica do elemento A, adimensional 


mA - massa do elemento A, unidade de massa 
mtotal - massa total da amostra, unidade de massa igual a mA 

A fração molar pode ser convertida em fração mássica, sabendo-se a fração


molar e a massa molar de todos os componentes da mistura. Relacionam-se
matematicamente da seguinte forma: 
1.2.1 Espetros contínuos e descontínuos
A luz é uma onda (radiação) eletromagnética que se propaga no espaço a uma
velocidade de, aproximadamente, 3,00 x 10 8 m s-1. No século XX, foi
descoberto que a luz também pode ser detetada na forma de partículas de
energia, denominadas fotões.
Fotão - partícula sem massa que se move à velocidade da luz no vazio, com
um determinado valor de energia.
A relação entre a frequência da radiação eletromagnética e a energia de cada
fotão é traduzida pela expressão:

A energia do fotão é diretamente proporcional à frequência da radiação e


a constante de proporcionalidade é a constante de Planck.Um feixe de luz (ou
radiação) é um conjunto de fotões. A energia de um feixe calcula-se pela
expressão:

A luz visível detetada pelo olho humano é apenas uma pequena parte do
conjunto das radiações eletromagnéticas. O conjunto de todas as formas de luz
(visível e invisível) denomina-se espetro eletromagnético.
Espetro eletromagnético - conjunto de todas as radiações de diferentes
energias (radiações monocromáticas) que constituem uma radiação
policromática.
Espetros de emissão contínuos
Quando se observa num espetroscópio a luz emitida por uma lâmpada de
incandescência ou por um metal ao rubro, pode ver-se um espetro de
emissão contínuo.
Espetro de emissão - resulta da decomposição da luz emitida pelos corpos.
Espetro contínuo - apresenta uma gama contínua de radiações.

Espetros atómicos de emissão descontínuos ou de riscas


Quando átomos de um elemento químico, na fase gasosa, são submetidos a
descargas elétricas, emitem luz. Essa luz, ao ser observada num espetroscópio
ou ao atravessar um prisma de vidro, separa-se, podendo ver-se um espetro
de emissão descontínuo.
Espetro de emissão - resulta da emissão de luz (radiação) pelos átomos de um
elemento químico, quando são sujeitos a um aumento de temperatura, que
pode dever-se a uma descarga elétrica, a aquecimento ou a exposição a
radiação eletromagnética.
Espetro descontínuo - apresenta-se com um fundo negro onde se sobrepõem
riscas. Estas riscas correspondem a radiações emitidas de energia bem
definida e que podem ser coloridas se pertencerem à região do visível.

Espetros atómicos de absorção descontínuos ou de riscas


Quando a luz branca atravessa átomos de um determinado elemento químico,
na fase gasosa, algumas radiações que compõem essa luz são absorvidas. No
espetro da luz branca observam-se, então, riscas negras correspondentes às
radiações absorvidas pelos átomos. Trata-se de um espetro de absorção
descontínuo.
Espetro de absorção descontínuo - é um espetro de fundo colorido no qual se
sobrepõem riscas negras que correspondem às radiações que foram
absorvidas.
1.2.2 O modelo atómico de Bohr
Os espetros de emissão de riscas estão relacionados com a estrutura atómica
dos átomos dos diferentes elementos químicos, pelo que também são
designados por espetros atómicos.
A existência de riscas coloridas de frequência bem definida no espetro de
emissão de um átomo de um elemento químico está relacionada com a
emissão de quantidades discretas de energia, sugerindo a existência de
estados de energia bem definidos no átomo, entre os quais o eletrão pode
transitar. Assim, absorvendo ou emitindo quantidades bem definidas de
energia, os eletrões podem transitar entre esses estados.
A energia no átomo está quantizada, ou seja, os eletrões só podem ter
valores bem determinados de energia, associados aos estados energéticos de
cada átomo.
O modelo atómico proposto por Bohr, com base no espetro de emissão do
átomo de Hidrogénio, baseia-se em duas ideias fundamentais:
1) a existência de níveis de energia com valores de energia bem definidos,
devido à quantização da energia dos eletrões no átomo (só são permitidos
certos valores de energia para o eletrão no átomo);
2) a existência de transições eletrónicas entre os níveis de energia por
absorção ou emissão de valores discretos de energia.

1.2.3 Espetro do átomo de hidrogénio


Após a excitação, os eletrões regressam ao estado de menor energia, emitindo
radiação - desexcitação. A frequência da radiação emitida depende das
transições eletrónicas. A cada transição eletrónica corresponde um valor de
energia (ou frequência) bem definida, que corresponde a uma risca no espetro
de emissão de um elemento químico.
Por exemplo, um átomo de hidrogénio num processo de desexcitação emite
radiações infravermelha, visível e ultravioleta. Estas radiações agrupam-se em
séries espetrais.
Série espetral - é o conjunto de riscas resultantes de transições eletrónicas de
níveis mais energéticos para o mesmo nível de menor energia.
1.2.4 Transições eletrónicas
A energia dos eletrões no átomo resulta do efeito das atrações entre os
eletrões e o núcleo por estes terem cargas de sinais contrários, e das
repulsões entre os eletrões, por apresentarem cargas do mesmo sinal. Os
eletrões menos energéticos estão, em média, mais próximos do núcleo,
enquanto os eletrões mais energéticos encontram-se, em média, mais
afastados no núcleo.
A energia de um eletrão quando se encontra num átomo assume, por
convenção, um valor negativo.
Quanto menor for o valor do nível (n) em que o eletrão se encontra, mais
negativa será a sua energia.
A partir do valor· de energia do eletrão em cada nível calcula-se a quantidade
de energia envolvida numa transição eletrónica, de acordo com a seguinte
expressão:
∆E = En final – En inicial

O eletrão só transita para .um nível de energia superior se absorver


energia de valor igual à diferença de energia dos níveis entre os quais
ocorre a transição.
Quando o átomo absorve energia suficiente para o eletrão transitar para n = ∞,
deixa, assim, de estar sob ação do núcleo e, por isso, tem energia nula. Diz-se
que foi ionizado, e esse valor de energia denomina-se energia de ionização.
Determinação da energia de ionização para o átomo de hidrogénio:
∆E = E∞ - E1 ⬄ ∆E = 0 - (- 2,18 x 10-18) ⬄ ∆E = 2,18 x 10-18 J
Se a energia absorvida pelo átomo for superior à energia de ionização, o
eletrão transita para n = ∞ (ocorre a ionização) e o excesso de energia é
convertido em energia cinética.
Para os diferentes elementos químicos estas transições eletrónicas vão originar
riscas. Não existem dois elementos com espetros iguais, pois a energia dos
eletrões dos vários elementos químicos é diferente de elemento para elemento.
Por isso, os espetros de absorção e emissão são característicos de cada
elemento, sendo considerados a sua ''impressão digital''.
Analisando os espetros apenas na região visível, as riscas escuras no espetro
de absorção de um elemento correspondem à radiação absorvida e ocupam a
mesma posição (mesma energia e mesma frequência) das riscas coloridas do
seu espetro de emissão.
Aplicações da espetroscopia fotoeletrónica
A espetroscopia atómica é uma técnica analítica que determina a composição
quantitativa e qualitativa de uma amostra com base na análise dos espetros da
amostra.
Esta técnica permite detetar quantidades vestigiais de elementos,
nomeadamente elementos metálicos, o que se revela muito útil em várias áreas
(como investigação criminal, na metalurgia e na qualidade ambiental).
A comparação dos espetros de emissão dos vários elementos químicos com
um espetro de uma estrela permite identificar os elementos químicos que
fazem parte da composição química dessa estrela.

1.2.5 Quantização de energia / 1.2.6 Energia de remoção


eletrónica / 1.2.7 Modelo quântico do átomo.
QUANTIZAÇÃO DE ENERGIA
Como o modelo de Bohr não explicava os espetros de átomos mais complexos,
Heisenberg e Schrödinger desenvolveram, posteriormente, uma nova
abordagem da estrutura atómica da matéria – a mecânica quântica. Com ela
surgiu o modelo quântico, que é o modelo atualmente aceite para o átomo.
De acordo com o modelo quântico, a nuvem eletrónica representa a
distribuição da densidade dos eletrões à volta do núcleo atómico. Assim, em
torno do núcleo existem xonas de maior densidade eletróncia, mais escuras
(em que é maior a probabilidade de encontrar o eletrão). A densidade
eletrónica diminui com o aumento da distância ao núcleo. Este modelo apenas
permite conhecer a probabilidade de encontrar o eletrão numa dada região do
espaço e não a sua localização precisa em cada instante e o conceito de órbita
é substituído pelo conceito de orbital.
Orbital - região do espaço atómico onde há maior probabilidade de encontrar o
eletrão.
ENERGIA DE REMOÇÃO ELETRÓNICA
Energia de remoção eletrónica - é a energia que é necessário fornecer a um
átomo para remover um dos seus eletrões.
A energia de remoção é simétrica à energia do eletrão no átomo. O excesso de
energia do fotão absorvido pelo eletrão removido é transferido sob a forma de
energia cinética.
Eremoção = - Eeletrão no átomo
Quanto menor é o valor da energia de remoção, maior é o valor da energia do
eletrão no átomo, o que significa que ele ocupa um nível mais energético, isto
é, está mais afastado do núcleo.
Num átomo, existirão tantos valores de energia de remoção quantos os
estados de energia para os eletrões no átomo.
A partir da análise do espetro fotoeletrónico de um átomo é possível identificar
o número de eletrões do átomo e os níveis ou subníveis em que se encontram:
-A posição do pico relaciona-se com o valor de energia de remoção dos
eletrões;
-A altura do pico é proporcional ao número de eletrões em cada nível ou
subnível.
Exemplos:
Espetro fotoeletrónico do lítio (Li):
O número de subníveis existentes no átomo corresponde ao número de picos
observados no espetro e, analisando os dois espetros do exemplo, verifica-se
que os picos têm três tamanhos relativos, o que está relacionado com o
número de eletrões em cada nível e subnível. Assim, é possível concluir que:
Li → O 1.º nível tem o dobro dos eletrões do 2.º nível.
Na → O 1.º e 2.º subníveis têm o mesmo número de eletrões.
O 3.º subnível tem o triplo dos eletrões do 1.º e 2.º subníveis. O 4.º subnível tem
metade dos eletrões do 1.º e 2.º subníveis.
ORBITAIS s, p, d
• Cada orbital tem um determinado valor de energia do eletrão associado,
correspondente ao nível e ao subnível em que o eletrão se encontra.
• Cada orbital tem uma determinada forma, associada ao respetivo subnível, e
esta forma distingue-se pela utilização das letras s, p, d…
O tamanho dos três tipos de orbital aumenta com o aumento do nível de
energia preenchido.

SPIN
Spin - é uma propriedade quantizada do eletrão que lhe confere dois estados
magnéticos diferentes. O spin de um eletrão é representado, de um modo
simplificado, por setas verticais.
Na representação cada seta corresponde a um eletrão e estes dois encontram-
se em estados magnéticos diferentes porque as setas têm sentidos diferentes.
1.2.8 Configurações eletrónicas de átomos.
Para escrever a configuração eletrónica dos átomos, no estado fundamental,
deve obedecer-se às seguintes regras e princípios:
• Princípio de Exclusão de Pauli: cada orbital só pode ser ocupada, no
máximo, por dois eletrões com spins opostos.
• Princípio da Construção (ou de Aufbau): os eletrões ocupam
preferencialmente as orbitais de menor energia, de modo que a energia do
átomo seja mínima.
Para a escrita da configuração eletrónica de um átomo, é necessário cumprir
sempre o Princípio de Exclusão de Pauli. Se o átomo estiver num estado
excitado, não se cumpre o Princípio da Construção.
Exemplo:

• Regra de Hund: relaciona-se com a distribuição dos eletrões nas orbitais de


igual energia (orbitais degeneradas). Em termos energéticos, deve começar-se
por semipreencher todas as orbitais degeneradas e só depois completar o seu
preenchimento. Desta forma, consegue-se aumentar a estabilidade do átomo,
ao minimizar a repulsão entre os eletrões.
Orbitais degeneradas - são orbitais que pertencem ao mesmo subnível de
energia, apresentando o mesmo valor de energia. Exemplo: orbitais p e orbitais
d
Representando esquematicamente as orbitais por caixas e os spins dos
eletrões por setas, entende-se facilmente a regra de Hund.

1.3.1 Evolução histórica da tabela periódica


1.3.2 Organização e estrutura da Tabela Periódica
A Tabela Periódica atual está organizada em grupos (colunas numeradas de 1
a 18), períodos
(linhas numeradas de 1 a 7), blocos (s, p, d e f) e os elementos estão dispostos
por ordem crescente de número atómico.
• Período - associado ao número de níveis de energia dos seus eletrões.
• Grupo - associado ao número de eletrões de valência.
• Bloco - associado à forma das orbitais mais energéticas.
Famílias de elementos químicos na Tabela Periódica
De acordo com as suas propriedades químicas e físicas, os elementos
químicos são agrupados em diferentes famílias, cuja identificação pode ser
feita de acordo com a sua localização na Tabela Periódica.
Divisão de acordo com a configuração eletrónica:
 elementos representativos (blocos s e p)
 elementos de transição (bloco d)
 elementos de transição interna (bloco f)

Propriedades física e químicas:


 metais;
 semimetais;
 não metais.
Famílias ou nomes dos grupos:
 metais alcalinos – elementos do grupo 1 (à exceção do hidrogénio)
 metais alcalinoterrosos – elementos do grupo 2;
 calcogéneos – elementos do grupo 16;
 halogéneos – elementos do grupo 17;
 gases nobres – elementos do grupo 18.
1.3.3 Propriedades periódicas dos elementos representativos.
A tabela periódica também inclui informação sobre algumas propriedades dos
elementos químicos (átomos) e das substâncias elementares (substância
formadas por um só elemento química.

PROPRIEDADES PERIÓDICAS DOS ELEMENTOS


Os fatores que influenciam a forma como estas propriedades variam, por
ordem de importância, são:

Raio atómico 
O raio atómico é a distância média entre o centro do núcleo e os eletrões de
valência.
O raio atómico:
 Aumenta ao longo do grupo porque à medida que se percorre o
grupo, de cima para baixo, há aumento do número de níveis eletrónicos
preenchidos, pelo que a atração núcleo-eletrões diminui e a nuvem
eletrónica aumenta.
 Diminui ao longo do período porque os elementos do mesmo
período têm o mesmo número de níveis preenchidos, mas, à medida
que se percorre o período da esquerda para a direita, há aumento da
carga nuclear, pelo que, a atração núcleo-eletrões aumenta e a nuvem
eletrónica diminui.
Energia de ionização
A energia de ionização é a energia mínima necessária para remover um eletrão
de um átomo no estado gasoso e no estado fundamental.

A energia de ionização:
 Diminui ao longo do grupo porque, à medida que se percorre o grupo,
de cima para baixo, há aumento do número de níveis eletrónicos
preenchidos, pelo que, a atração núcleo-eletrões diminui e a energia
necessária para remover o eletrão é menor.
 Aumenta ao longo do período porque os elementos do mesmo período
têm o mesmo número de níveis preenchidos, mas, à medida que se
percorre o período da esquerda para a direita, há aumento da carga
nuclear, pelo que, a atração núcleo-eletrões aumenta e é necessária
mais energia para remover o eletrão.

Exemplo do aumento do raio atómico / diminuição da energia de


ionização:
     3 Li : 1s 2s
2 1

11 Na : 1s 2s 2p 3s
2 2 6 1

   19K : 1s 2s 2p 3s 3p 4s
2 2 6 2 6 1

O eletrão de valência está cada vez mais afastado do núcleo – raio atómico
maior e menor energia de ionização.
Exemplo da diminuição do raio atómico / aumento da energia de
ionização:

Os eletrões de valência estão sempre no mesmo nível de energia, mas como a


carga nuclear aumenta a nuvem fica mais contraída – menor raio atómico e
maior energia de ionização.

1.3.4 Propriedades dos elementos e das substâncias


elementares.
As substâncias elementares, ou substâncias simples, são formadas por um só
elemento químico, como o hidrogénio, H 2. As substâncias compostas, ou
compostos, são formadas por elementos diferentes, como a água, H 2O.
Cada elemento corresponde a uma ou mais substâncias elementares como o
elemento oxigénio que origina as substâncias elementares: oxigénio (O 2) e
ozono (O3).
 Propriedades de um elemento (átomo): número atómico, raio atómico,
energia de ionização…
 Propriedade de substâncias elementares (substâncias): ponto de fusão,
ponto de ebulição, massa volúmica…
Os metais formam iões positivos e os não metais iões negativos.

Os metais (em particular os dos grupos 1 e 2) apresentam baixa energia de


ionização pelo que perdem facilmente eletrões -> formam iões positivos
estáveis.
 Li 1s 2s   perde um eletrão => Li 1s     => fica como o gás nobre mais
2 1 + 2

perto = [He]
 Mg 1s 2s 2p 3s   perde dois eletrões => Mg 1s 2s 2p     => fica
2 2 6 2 2+ 2 2 6

como o gás nobre mais perto = [Ne]

Os não metais (em particular os dos grupos 16 e 17) têm a tendência em


captar eletrões devido à carga nuclear elevada e raio atómico reduzido ->
formam iões negativos estáveis 
 F 1s 2s 2p   ganha um eletrão => F 1s 2s 2p     => fica como o gás
2 2 5 - 2 2 6

nobre mais perto = [Ne]


 S 1s 2s 2p 3s 3p   ganha dois eletrões => S 1s 2s 2p 3s 3p     =>
2 2 6 2 4 2- 2 2 6 2 6

fica como o gás nobre mais perto = [Ar]

Gases nobres são estáveis, isto é, não formam facilmente iões, positivos
ou negativos, nem se ligam facilmente a outros átomos. As suas substâncias
elementares também são muito estáveis.
A estabilidade dos átomos de gases nobres está relacionada com o facto
de terem o nível de valência completamente preenchido.
2.1.1. Tipos de ligações químicas
A formação de ligações químicas baseia-se no Princípio da Energia Mínima: 
todos os sistemas tendem a adquirir o estado de menor energia possível, por
ser esse o estado mais estável.
Estabelece-se uma ligação química quando, durante a aproximação dos
átomos, as forças atrativas equilibram com as forças repulsivas. O
estabelecimento de ligações químicas confere maior estabilidade a um sistema
de dois ou mais átomos, em comparação com a sua energia quando os átomos
estão separados.
Posição 1: Os dois átomos estão muito afastados e não interagem entre si - a
energia do sistema é zero.

Posição 2: à medida que os átomos se aproximam, a energia do sistema vai


diminuindo até atingir um mínimo – as forças atrativas (núcleo – eletrão) são
mais intensas do que as forças repulsivas (núcleo – núcleo e eletrão-eletrão).
Posição 3: Os núcleos atingem uma distância mínima (a que corresponde uma
energia mínima) à qual está associado um estado de máxima estabilidade
formando-se a ligação química:
- A distância entre os núcleos dos átomos quando a energia é mínima corresponde a
uma distância de equilíbrio denominada por comprimento de ligação.
- Quanto maior for o valor (em módulo) da energia mínima, maior será a estabilidade
da molécula. Denomina-se energia de ligação e o seu valor corresponde à
energia que é necessário fornecer para quebrar a ligação entre os átomos.

Posição 4: Se a distância entre os dois núcleos diminuísse, as forças de


repulsão (núcleo - núcleo e eletrão-eletrão) seriam mais intensas do que as
forças atrativas (núcleo – eletrão), o que levava a um aumento da energia da
molécula. O sistema tornar-se-ia instável.

Tipos de ligação química

2.1.2. Ligação covalente.

Nas ligações covalentes existe partilha significativa de eletrões de valência


entre os átomos que formam a molécula.
Para analisar as ligações covalentes que se estabelecem entre os átomos
recorre-se à notação de Lewis, de acordo com a qual os eletrões de valência
do átomo são representados por pontos (ou cruzes) à volta do símbolo
químico.
Por convenção, os quatro primeiros eletrões são colocados sequencialmente
em torno dos quatro lados do símbolo do elemento e os restantes são
adicionados posteriormente, formando pares.
Regra do octeto - quando um átomo estabelece urna ligação covalente, partilha
eletrões até estar rodeado de oito eletrões de valência. 
Esta regra não se aplica ao átomo de hidrogénio, que apenas pode estabelecer
uma ligação, ou seja, só partilha dois eletrões, uma vez que só possui um
eletrão de valência.
Exemplos: Formação da molécula de H2O e Cl2 com as notações de Lewis dos
átomos. A estabilidade destas moléculas segue a regra do octeto à exceção do
Hidrogénio que segue a regra do dupleto.

Tipos de ligação covalente:


 Ligação covalente simples: Ligação em que há partilha de dois
eletrões (um de cada átomo), ou seja, há partilha de um par de
eletrões.

 Ligação covalente dupla: Ligação em que há partilha de quatro


eletrões (dois de cada átomo), ou seja, há partilha de dois pares de
eletrões.

 Ligação covalente tripla: Ligação em que há partilha de seis eletrões


(três de cada átomo), ou seja, há partilha de três pares de eletrões.

ENERGIA DE LIGAÇÃO E COMPRIMENTO DE LIGAÇÃO

A energia de ligação e o comprimento de ligação são dois parâmetros que


permitem caracterizar a ligação covalente.
Energia de ligação - é a energia necessária para quebrar uma dada ligação
numa mole de moléculas no estado gasoso. Corresponde ao valor absoluto da
energia potencial mínima da molécula na posição de equilíbrio.
A energia de ligação avalia a força de uma ligação covalente:
Maior estabilidade = Maior energia de ligação = Maior número de eletrões
partilhados
Comprimento de ligação - é a distância média entre os núcleos dos átomos
envolvidos na ligação química quando se atinge o máximo de estabilidade.
Depende da ordem de ligação e do tamanho dos átomos ligados.

Ordem de ligação
Quanto maior for o número de pares de eletrões ligantes, maior será a ordem
de ligação e mais fortes serão as interações electroestáticas atrativas entre os
eletrões e os núcleos dos átomos ligados e menor será o comprimento de
ligação (distância internuclear para a qual se verifica um equilíbrio entre as
interações atrativas e repulsivas)

Tamanho dos átomos ligados


De uma forma geral, o comprimento de ligação aumenta à medida que
aumenta o raio dos átomos envolvidos: quanto maior for o raio atómico, mais
distantes do núcleo estão os eletrões de valência, o que implica uma maior
distância internuclear.

GEOMETRIA MOLECULAR

Geometria molecular - corresponde ao arranjo tridimensional dos átomos


(numa molécula) que confere menor energia, ou seja, maior estabilidade (à
molécula).
Para prever o arranjo tridimensional que o menor valor de energia confere à
molécula usa-se a Teoria das repulsões dos pares eletrónicos de valência
(TRPEV), segundo o qual os eletrões de valência existentes em torno do átomo
central organizam-se de forma que as repulsões eletrónicas sejam
minimizadas.
A intensidade das forças repulsivas entre os pares de eletrões varia da
seguinte forma:
A geometria apresentada por uma molécula depende do número de pares não
ligantes existentes em torno do átomo central e do número de átomos ligados
ao átomo central.

Ângulo de ligação - é o ângulo interno originado pela interseção dos dois


segmentos de reta que passam pelo núcleo do átomo central e pelo núcleo dos
dois átomos a ele ligados. O ângulo de ligação é tanto menor quanto maior for
o número de pares não ligantes existentes em torno do átomo central.

Uma molécula é polar ou apolar dependendo da distribuição global da


carga elétrica, o que se relaciona com os tipos de ligações existentes na
molécula e com a geometria molecular.

POLARIDADE DA LIGAÇÃO

Numa molécula diatómica constituída por átomos iguais (homonucleares), os


eletrões ligantes são igualmente partilhados pelos dois núcleos, o que origina
uma distribuição simétrica da carga elétrica. Estas moléculas denominam-se
por moléculas apolares.
Ligação covalente apolar – ligação covalente entre dois átomos iguais, em
que os eletrões ligantes são igualmente partilhados pelos átomos da molécula. 

Numa molécula diatómica constituída por átomos diferentes


(heteronucleares), os eletrões vão ser mais atraídos para um
dos núcleos envolvidos na ligação, o que vai levar a uma
distribuição desigual da carga elétrica. Estas moléculas
denominam-se por moléculas polares

Ligação covalente polar – ligação covalente entre dos átomos diferentes, em


que um dos átomos atrai mais fortemente os eletrões ligantes.

POLARIDADE DAS MOLÉCULAS

A polaridade das moléculas diatómicas relaciona-se com a polaridade da


ligação covalente estabelecida.

Nas moléculas poliatómicas analisa-se a simetria (ou a assimetria) da


distribuição de carga elétrica em torno do átomo central. Esta análise pode ser
feita a partir de mapas do potencial eletrostático das moléculas.

Um mapa de potencial eletrostático traduz a distribuição tridimensional da


carga elétrica na molécula. As zonas vermelhas representam a região da
molécula com maior densidade de carga negativa (δ ), enquanto as zonas azuis
-

representam a região da molécula com menor densidade de carga negativa


(δ ). A análise destes mapas permite visualizar a distribuição eletrónica numa
+

molécula.

Análise dos mapas de potencial eletrostático das moléculas de CO e CH .


2 4
Nestas duas moléculas, apesar de as ligações entre o C=O e C−H serem
polares, como a geometria é linear, no caso do CO , e tetraédrica, no caso do
2

CH , verifica-se uma distribuição simétrica da carga eletrónica em torno do


4

átomo central (C). Por isso, estas moléculas são apolares.


Análise dos mapas de potencial eletrostático das moléculas H O e NH .
2 3

Nestas duas moléculas existem um ou mais pares de eletrões não ligantes em


torno do átomo central. Este facto faz com que se verifique uma assimetria na
distribuição da carga elétrica. Por isso, as moléculas adquirem uma
geometria em que estas moléculas são polares.

2.1.2. Ligação covalente 


ESTRUTURA DE MOLÉCULAS ORGÂNICAS E BIOLÓGICAS
Hidrocarbonetos - são os compostos orgânicos mais simples, constituídos
apenas por átomos de carbono e hidrogénio.
Classificação de hidrocarbonetos
Quanto à forma da cadeia:
 Acíclicos – cadeia aberta
 Cíclicos – cadeia fechada
Quanto à disposição dos átomos de carbono:
 Lineares – Constituídos apenas por uma única cadeia de átomos de
carbono
 Ramificados – na cadeia principal de átomos de carbono identificam-se
cadeias secundárias (ramificações).
Quanto ao tipo de ligação:
 Saturados – só apresentam ligações covalentes simples entre os
átomos de carbono.
 Insaturados – Podem apresentar ligações covalentes duplas e triplas
para além das simples, entre os átomos de carbono.
Os átomos de carbono podem estabelecer entre si ligações simples, duplas ou
triplas.
Energia e comprimento de ligação das ligações múltiplas carbono-
carbono
Comprimento de
Hidrocarbonetos Energia de ligação (KJ mol-1)
ligação C−C (pm)

345 154

Etano

612 133
Eteno

809 120
Etino

Quanto maior for o número de eletrões partilhados, mais estável será a ligação,
pois a energia de ligação é maior e tem um menor comprimento de ligação.

Nomenclatura de alcanos
O nome dos alcanos resulta de um prefixo relacionado com o número de
carbonos da cadeia principal e um sufixo relacionado com o tipo de ligação
existente entre os átomos de carbono. No caso dos alcanos será ''-ano''.
Na tabela seguinte indica-se o nome e as várias formas de representar os
alcanos de cadeia linear até 10 átomos de carbono.

Nomenclatura de alcanos de cadeia linear


Fórmula
Número de Fórmula
Nome estrutural Estrutura da cadeia
carbonos molecular
condensada
1 Metano CH 4 CH 4

2 Etano CH CH 3 3 CH2 6

3 Propano CH CH CH
3 2 3 CH3 8

4 Butano CH (CH ) CH
3 2 2 3 CH
4 10
ou
5 Pentano CH (CH ) CH
3 2 3 3 CH
5 12

6 Hexano CH (CH ) CH3


3 2 4 CH
6 14

7 Heptano CH (CH ) CH
3 2 5 3 CH
7 16

8 Octano CH (CH ) CH
3 2 6 3 CH
8 18

9 Nonano CH (CH ) CH
3 2 7 3 CH
9 20

10 Decano CH (CH ) CH
3 2 8 3 CH
10 22

Mnemónica: «mel é para bolos»: metano, etano, propano e butano

Nos alcanos de cadeia ramificada, os substituintes dos átomos de hidrogénio


são os grupos alquilo. Os seus nomes obtêm-se substituindo o sufixo -ano por
-ilo. Na tabela seguinte encontram-se registados os grupos alquilo mais
simples.

Metilo −CH 3

Derivam dos alcanos com menos um átomo de hidrogénio.


Etilo −C H
2 5 Nas cadeias ramificadas um átomo de hidrogénio é
Propil
substituído por um grupo alquilo
−C H
o
3 7

Regras da IUPAC para atribuir o nome a um alcano de cadeia ramificada:

1.º: 1º- Escolher a cadeia principal, que


deve conter o maior número de átomos
de carbono ligados entre si.
2.º: 2º- Numerar os átomos de carbono da
cadeia principal, de modo a atribuir a
numeração mais baixa possível aos
átomos de carbono que se ligam às
cadeias laterais.

3.º: 3º- Escrever o nome do composto,


atendendo aos seguintes pontos:
 começa-se pelo nome dos
grupos alquilo, citados por
ordem alfabética;
 o nome do grupo alquilo é
precedido pelo número do
átomo de carbono da cadeia
principal onde se encontra
ligado;
 havendo dois ou mais grupos
alquilo iguais usam-se os
prefixos multiplicativos (di, tri,
tetra,..). Estes prefixos não são
considerados para a ordem
alfabética no estabelecimento
O nome deste composto é:
do nome do alcano;
 os números associados aos 4,4-dietil-2-metil-heptano
átomos de carbono da cadeia
principal são separados entre si
por vírgulas e separados das
letras por hífens;
 O nome da cadeia principal é
colocado no fim do nome do
composto e corresponde, ao
nome da cadeia principal. É o
nome do alcano linear com o
mesmo número de átomos de
carbono.

Haloalcanos - são derivados halogenados dos alcanos. Formam-se quando


átomos de hidrogénio são substituídos por átomos de halogéneos.

Nome do halogénio Nome do radical haleto


Flúor Fluoro
Cloro Cloro
Bromo Bromo
Iodo Iodo
Exemplo: 

Atendendo às regras, o nome deste


composto é: 
2-bromo-2-metilpentano

Nomenclatura dos alcenos e alcinos (hidrocarbonetos insaturados)

O nome dos alcenos ou alcinos resulta de um prefixo relacionado com o


número de carbonos da cadeia principal (como no caso dos alcanos) e um
sufixo relacionado com o tipo de ligação existente entre os átomos de carbono. 
No caso dos alcenos (apresentam uma ligação dupla) o sufixo será ''-eno'' e no
caso dos alcinos (apresentam uma ligação tripla) será ''-ino''

Exemplos de nomenclatura de alcenos:


Exemplos de nomenclatura de alcinos:

GRUPOS FUNCIONAIS

Grupo funcionais – grupo de átomos de outros elementos químicos que se


encontram ligados à molécula orgânica, atribuindo-lhe características e
propriedades específicas.

Grupo funcional Família Sufixo Exemplo

Hidroxilo
Álcool −ol
Etanol
Carbonilo (no fim da cadeia)

Aldeído −al

Etanal
Carbonilo (no meio da
cadeia)
Cetona −ona

Propanona
Carboxilo

Ácido Ácido …
carboxílico −óico

Ácido etanoico
Amina

Amina −amina

Trimetilamina

Compostos aromáticos:

Compostos aromático são compostos que na sua constituição aparece uma molécula
de benzeno. 
O benzeno é o anel de seis carbono com ligação duplas alternadas e é a base
estrutural dos compostos aromáticos a sua representação pode ser:
Note que: nestas moléculas de benzeno as ligações entre C-C e C=C têm o
mesmo comprimento porque trata-se de uma hibridação em que coexiste a
ligação simples e a ligação dupla. Não existe apenas a molécula A ou B, por
isso normalmente o benzeno é representado um anel circular dentro da cadeia.

2.1.3. Ligações intermoleculares

As ligações intermoleculares resultam das forças de natureza eletrostática


atrativas que existem entre as moléculas fazendo com que estas permaneçam
próximas umas das outras, principalmente no estado sólido e líquido. 
Neste tipo de ligações não existe partilha significativa de eletrões entre as
moléculas.
Existem dois tipos de ligações intermoleculares:
 Forças de Van der Waals
 Ligações de hidrogénio

Forças de Van der Waals

As forças de Van der Waals ocorrem:


 Entre moléculas polares
 Entre moléculas polares e apolares:
 Entre moléculas apolares (forças de London)

Ligações entre moléculas polares: a ligação estabelece-se por atração


eletrostática entre as cargas opostas dos dipolos permanentes de duas
moléculas polares vizinhas. Este tipo de ligação resulta da distribuição
assimétrica de carga elétrica nas moléculas polares e é do tipo dipolo
permanente - dipolo permanente.
Ligação intermolecular dipolo permanente – dipolo permanente

Ligações entre moléculas polares e moléculas apolares: a ligação


estabelece-se por atração eletrostática entre o dipolo permanente de uma
molécula polar e o dipolo induzido de uma molécula apolar. Este tipo de ligação
resulta do facto de uma molécula polar (dipolo permanente) poder induzir uma
distribuição assimétrica de carga numa molécula apolar (dipolo induzido) - são
ligações dipolo permanente-dipolo induzido.

Ligação intermolecular dipolo permanente – dipolo induzido

Ligações entre moléculas apolares (forças de London): verificam-se


ligações dipolo instantâneo-dipolo induzido. Por instantes, a carga elétrica
numa molécula apolar pode estar distribuída assimetricamente, o que cria um
dipolo instantâneo que pode induzir uma distribuição assimétrica da carga
elétrica nas moléculas apolares vizinhas, formando-se um dipolo induzido.
Estabelecem-se, então, atrações eletrostáticas entre os dois dipolos. Estas
interações são as únicas que existem entre moléculas apolares.

Ligações de hidrogénio:

As ligações de hidrogénio são, de entre as ligações intermoleculares, as mais


fortes. Estabelecem-se quando o átomo de hidrogénio, numa ligação
fortemente polar ligado a um elemento apresente muita tendência para atrair
eletrões, se aproxima de um átomo de oxigénio (O), nitrogénio (N) ou flúor (F),
com eletrões não ligantes. Este tipo de ligação
verifica-se, por· exemplo, entre moléculas de água (H 2O).
             
NOTA: As ligações intermoleculares são aditivas, isto é, podem existir
simultaneamente e os seus efeitos somam-se.

Sentido do aumento da intensidade das ligações intermoleculares

MISCIBILIDADE DE LÍQUIDOS

A miscibilidade de dois líquidos depende de vários fatores, sendo um deles o


tipo de ligações intermoleculares que se estabelecem entre as moléculas dos
dois líquidos.

De uma forma geral, pode afirmar-se que uma substância polar tende a
dissolver-se noutra substância polar e uma substância apolar tende a dissolver-
se noutra substância apolar.

“Igual dissolve igual”


Isto acontece porque o tipo de ligação intermolecular que predomina numa
substância é o tipo de ligação intermolecular que tem tendência a predominar
quando se juntam as duas substâncias e estas se misturam.

Nas moléculas polares, em que predominam as ligações de hidrogénio, a


miscibilidade com outras moléculas polares onde não predominem as ligações
de hidrogénio é mais difícil, uma vez que é necessário quebrar as ligações de
hidrogénio (mais fortes) para se estabelecerem ligações de Van der Waals,
mais fracas.
2.2.1. Lei de Avogadro, volume molar e massa volúmica

No estado gasoso as moléculas não estabelecem ligações entre si –


ligações intermoleculares, pelo que as moléculas no estado gasoso ocupam
todo o volume que tem disponível.
Existem duas grandezas físicas que interferem no comportamento dos gases: a
pressão e a temperatura. Por isso, na comparação do comportamento de dois
gases, as condições de pressão e temperatura tem de ser as mesmas.
Lei de Avogadro - volumes iguais de gases diferentes, medidos nas mesmas
condições de pressão e temperatura, contêm a mesma quantidade de matéria
(em átomos ou moléculas).

Volume molar (Vm) - volume ocupado por uma mole de um gás medido a
temperatura T - e a pressão p.
Para várias amostras de uma mole de gases diferentes, que se encontram nas
mesmas condições de pressão e temperatura, o volume que o gás ocupa não
depende do tipo de gás. Todos os gases têm o mesmo volume molar.

Vm=V Vm = volume molar a temperatura T e à pressão p – dm3 mol-1


n V = volume ocupado pelo gás – dm3
n = quantidade de matéria ocupado pelo gás – mol

Nas condições de pressão e temperatura normais (PTN), ou seja, em que p = 1


atm e T = 0 °C, o volume molar de um gás é 22,4 dm3 mol-1.
Graficamente esta relação e traduzida por:

Variação do volume ocupado em função da quantidade de matéria.

Massa volúmica de um gás – para um gás, a densidade, ou a massa


volúmica de um gás, pode ser determinada da mesma forma que é
determinada para outras substâncias.
ρ = densidade ou massa volúmica – g dm-3
ρ=m
m = massa – g
V
V = volume – dm3

Contudo, sabendo o volume molar do gás (Vm), esta razão pode ser feita para
essa quantidade de matéria. Assim:

ρ = densidade ou massa volúmica – g dm-3


ρ=MV M = massa molar do gás (massa de uma mole do gás – g mol-1
m Vm = volume molar do gás (volume de uma mole do gás) – dm3
mol-1

2.2.2. Soluções. Coloides e suspensões.

A camada gasosa que envolve a Terra, a que chamamos atmosfera, tem uma
composição variável com a altitude.
o gráfico seguinte apresenta a composição do ar da troposfera em
percentagem por volume, onde se pode concluir que os componentes
maioritários do ar da troposfera são: o nitrogénio, N 2, e o oxigénio, O2.

Alguns fenómenos naturais ou antropogénicos podem lançar para a atmosfera


gases que provocam a alteração da sua composição e que podem intervir em
fenómenos químicos e térmicos prejudiciais.
Entre os agentes poluidores destacam-se o dióxido de carbono, CO 2, os óxidos
de nitrogénio, NO e NO2, os óxidos de enxofre, SO2 e SO3, os compostos
orgânicos voláteis (COV) e a matéria particulada.

Fontes
Poluente Fontes naturais antropogénicas (ação
do homem)
Dióxido de carbono Respiração; erupções Queima de
(CO2) vulcânicas; combustíveis fósseis;
decomposição da matéria Fogos florestais
orgânica;
Óxidos de nitrogénio Microrganismos no solo; Queima de
(NO e NO2 – NOx) trovoadas. combustíveis fósseis;

Queima de
Óxidos de enxofre
Erupções vulcânicas combustíveis fósseis;
(SO2 e SO3 – SOx)
Atividade industrial
COV (metano,
Atividade agrícola
compostos Decomposição da matéria
(CH4); Transportes;
aromáticos e orgânica
solventes
halogenados, etc.)
Matéria particulada Transportes; fogos
Floração; Erosão
(fumo, poeiras, etc.) florestais.

A mistura gasosa que envolve a Terra apresenta-se, na maioria das vezes,


como uma solução, em que não é possível distinguir, a olho nu, os constituintes
da mistura.
A solução é um dos tipos de dispersões – misturas em que há um meio
dispersante e um meio disperso. O tipo de dispersões distingue-se pelo
tamanho das partículas que constituem o meio disperso.

Os três tipos de dispersões podem também distinguir-se sem recurso a um


microscópio eletrónico, mas através do efeito que provocam quando se faz
incidir sabre uma amostra um feixe de luz.
Numa solução, o feixe de luz atravessa toda a amostra sem sofrer qualquer
fenómeno.
Numa dispersão coloidal, o feixe de luz sofre um espalhamento ao atravessar
a amostra. A este espalhamento dá-se o nome de efeito de Tyndall.
Numa suspensão, o feixe de luz não consegue atravessar a amostra e sofre
espalhamento intenso.

2.2.3. Composição quantitativa de soluções


Para se estabelecer uma relação entre as quantidades existentes de cada um
dos constituintes de uma mistura pode utilizar-se a fração molar e a fração
mássica. Contudo, há formas alternativas para o fazer, relacionando as varias
grandezas da mistura.
Designação Definição Unidade mais comum
A unidade do SI: kg m-
3
Concentração ,
cm=msolutoVsolução
mássica (cm) mas usualmente utiliza-
se g dm-3 ou mg L-1
A unidade do SI: mol
Concentração (c) c=nsolutoVsolução m-3 mas usualmente
utiliza-se mol dm-3

%(V/V)=Volume da
Percentagem em
substânciaVolume total da %(m/m)
volume
amostra100

%(m/m)=massa da
Percentagem em
substânciamassa total da %(V/V)
massa
amostra100

Fração molar xA=nAnA+nB+… Não tem unidades

ppm=massa da
Partes por milhão
substânciamassa total da ppm
em massa
amostra106

ppmV=volume da
Partes por milhão
substânciavolume total da ppmV
em volume
amostra106

2.3.1. Energia de ligação e reações químicas.

Um processo em que as substâncias iniciais (reagentes) se convertem em


novas substâncias (produtos) designa-se por transformação química ou
reação química.
Para que ocorra esta transformação, os átomos existentes nas substancias
iniciais têm de se separar e reorganizar estabelecendo novas ligações.
Durante uma reação química, o número de átomos não se altera dos reagentes
para os produtos da reação (Lei de Lavoisier). Assim, cada elemento químico
surge exatamente na mesma quantidade nos reagentes e nos produtos da
reação.

PROCESSOS ENDOENERGÉTICOS E EXOENERGÉTICOS

A rutura de ligações e um processo endoenergético −> envolve a absorção


de energia.
A formação de ligações e um processo exoenergético −> envolve a
libertação de energia.

A quantidade de energia envolvida numa reação química esta relacionada com


o balanço entre a energia absorvida pelos reagentes para quebrar as ligações
entre os átomos e a energia libertada quando se estabelecem as novas
ligações químicas que originam os produtos da reação.

Variação de entalpia (ΔH) − medida da energia da reação ou da quantidade


de energia envolvida na reação química a pressão constante. A unidade do SI
é o Joule por mole
(J mol-1).

A energia absorvida ou libertada durante a reação química provoca,


geralmente, alterações da temperatura do sistema ou da vizinhança. De acordo
com essa alteração, a reação é classificada em endotérmica (temperatura
diminui) ou exotérmica (temperatura aumenta).

As variações de entalpia da reação direta ou inversa são simétricas. Se


uma reação for exotérmica, a sua inversa será endotérmica.

Sistema isolado Sistema não isolado


Diminuição da temperatura
Diminuição da temperatura da vizinhança; a energia total
Reação
do sistema; a energia total do do sistema aumenta (A
endotérmica
sistema mantém-se constante. energia vai para dentro –
endo)

Aumento da temperatura da
Aumento da temperatura do
Reação vizinhança; a energia total do
sistema; a energia total do
exotérmica sistema diminui
sistema mantem-se.
(A energia vai para fora - exo).

Como se determina a variação da entalpia de uma reação química?


ΔH = ΣEligação(reagentes) - ΣEligação(produtos da reação)

Exemplo:
CH4 + 2 O2 −> CO2 + 2 H2O
(é necessário saber como são as ligações entre os átomos nestas moléculas e
consultar a tabela de entalpias de ligação)

Os reagentes têm 4 lig. C−H e 2 lig. O=O


Os produtos têm 2 lig. C=O e 2 lig. H−O
ΔH = ΣEligação(reagentes) - ΣEligação(produtos da reação)
ΔH = [4 x E(C-H) + 2 x E(O=O)] − [ 2 x E(C=O) + 4 x E(H−O)]
ΔH = (4 x 414 + 2 x 498) – (2 x 799 + 4 x 463) = − 798 KJ mol -1 (reação
exotérmica)

Equação termoquímica – equação química que apresenta o valor da variação


da entalpia, ou seja, fornece informação sobre a quantidade de energia
envolvida na reação química e permite concluir se se trta de uma reação
endoenergético ou exoenergética.

CH4 (g) + 2 O2 (g) −> CO2 (g) + 2 H2O (g)    ΔH = - 798 KJ mol-1
Leitura da equação: Quando uma mole de metano reage com duas moles de
oxigénio originando uma mole de dióxido de carbono e duas moles de água
são libertados 798 kJ de energia.

2.3.2. Reações fotoquímicas na atmosfera.

As reações fotoquímicas são reações endenergéticas em que a fonte de


energia que inicia a reação é a luz. Tem por base dois tipos de processos:
fotodissociação e fotoionização.

Processo de fotodissociação - corresponde a quebra homolítica de uma ligação


química entre átomos, por absorção de um fotão por ação da luz. Origina
partículas instáveis, que se chamam radicais livres (partículas que possuem
um eletrão desemparelhado).

o ponto próximo do símbolo do átomo indica que se trata de uma partícula


instável: radical livre.

Processo de fotoionização - remoção de um eletrão do átomo ou molécula por


absorção de um fotão por ação da luz. Origina catiões.
B    luz    → B+ + 1 eletrão

Na atmosfera, a interação entre a radiação proveniente do Sol e as partículas


existentes nas diferentes camadas é muito significativa. A vida na Terra, tal
como a conhecemos, só e possível porque parte da radiação solar é absorvida
na atmosfera e não atinge a superfície terrestre.
Os dois principais gases constituintes da atmosfera, o nitrogénio (N 2) e o
oxigénio (O2) sofrem fenómenos fotoquímicos de acordo com as seguintes
equações químicas:

N2    luz    → N2+ + 1 eletrão


Fotoionização
O2    luz    → O2+ + 1 eletrão

N2    luz    → N∙+ N∙
Fotodissociação
O2    luz    → O∙+ O∙
A energia necessária para que ocorra cada um destes fenómenos é diferente,
tal como a 
seguir se apresenta:

Molécul Energia ionização /


Energia dissociação / J
a J
N2 2,5 x 10-18 1,6 x 10-18
-18
O2 1,9 x 10 8,3 x 10-19

Em modo de conclusão:
 As reações de fotoionização necessitam de radiação mais energética,
por isso, predominam nas camadas mais altas da atmosfera,
nomeadamente na termosfera. A absorção destas radiações nas
camadas mais alias da atmosfera não permite a sua incidência na
superfície terrestre, atuando assim como filtro de radiação.
 As reações de fotodissociação necessitam de radiação menos
energética quando comparadas com as reações de fotoionização, por
isso, predominam nas camadas inferiores da atmosfera, nomeadamente
na troposfera e estratosfera. São responsáveis pela absorção da

radiação UV−B na estratosfera.


Como resultado destes processos químicos endoenergéticos, a temperatura
nas camadas da atmosfera onde ocorrem aumenta com a altitude (estratosfera
e termosfera).

OZONO
Ozono estratosférico
o ozono e uma molécula de extrema importância no controlo da radiação solar
que atinge a superfície terrestre, pois a formação e a decomposição desta
molécula dá-se por processos de fotodissociação em que é absorvida radiação
UV-B e alguma radiação UV-C.

No intervalo de energia correspondente a radiação ultravioleta (UV), há uma


subdivisão em intervalos mais estreitos que se denominam por UV-C (radiação
UV mais energética), UV-B (radiação UV intermedia) e UV-A (radiação UV
menos energética).

Formação do Decomposição do ozono


ozono
O2    UV    → O∙+ O∙
O3    UV   → O∙+ O2
O2 + O∙        → O3

O ozono e uma molécula que facilmente pode ser destruída por agentes
antropogénicos que atingem a camada de ozono (zona da estratosfera onde a
concentrarão de ozono e superior). A concentração de ozono na estratosfera
permanece praticamente constante, num equilíbrio entre a reação de formação
e a reação de decomposição, mas esse equilíbrio é quebrado pela  presença
de outros radicais livres, nomeadamente do radical Cl ∙ proveniente dos
clorofluorocarbonetos (CFC).
Os CFC são derivados halogenados dos hidrocarbonetos que, para além de
carbono, possuem átomos de cloro e de fluor. Por serem extremamente
estáveis ao nível da troposfera, não interagindo com outras substancias, e por
serem muito voláteis, ascendem até à estratosfera, onde interagem com a
radiação (que só a essa altitude é suficientemente energética) e sofrem uma
reação de fotodissociação.
O radical Cl∙ libertado reage com a molécula de ozono, destruindo-a.
Cl∙ + O3               → ClO∙+ O2
ClO∙ + O∙               → Cl∙+ O2

Neste processo, a destruição do ozono forma uma partícula reativa que reage
com os radicais O∙ do processo de formação do ozono e, no final, o radical é
regenerado. Deste modo, o mesmo radical Cl ∙ intervém novamente na
destruição de outra molécula de O 3 e volta a regenerar-se, podendo um só
átomo de cloro eliminar milhares de moléculas de ozono.

Ozono na troposfera
o ozono também existe na troposfera, formando-se a partir do oxigénio do ar e
de alguns poluentes atmosféricos, mas a esta altitude e um gás prejudicial aos
seres vivos, causando irritação nos olhos e na garganta e problemas
respiratórios. 

FÍSICA
1.1.1. Energia e tipos fundamentais de energia. Energia interna.

Todos os sistemas possuem energia. Existem apenas dois tipos fundamentais


de energia (energia cinética e energia potencial)

Energia cinética (Ec) − energia associada ao estado de movimento de um


corpo ou partícula. Unidade do SI: Joule (J)

Ec=12mv Ec – Energia cinética, J


2 m – massa do corpo, Kg
v – velocidade do corpo, m s-1
Para a mesma massa:
 Maior velocidade −> Maior energia cinética
Para a mesma velocidade:
 Maior massa −> maior energia cinética

Energia potencial (Ep) – energia associada à interação entre os corpos


(partículas) que constituem o sistema e que interagem por ação de forças. 
Unidade do SI: Joule (J)
Energia potencial
Gravítica Elástica Elétrica
Quando existem Quando existem Quando existem forças
forças gravíticas forças elásticas elétricas entre os corpos ou
entre os corpos entre corpos. partículas com carga elétrica.
Ex: Corpo + Terra Ex. corpo + mola Ex: núcleo + eletrão

Energia interna (Ei) – quantidade de energia que um sistema possui a nível


microscópico. Resulta dos dois tipos fundamentais de energia associados aos
seus constituintes, energia cinética interna e energia potencial interna das
partículas que constituem o sistema.

Energi
Energia cinética das Energia potencial associadas às
a = +
partículas do sistema interações entre as partículas
interna

A energia cinética interna varia com a temperatura:


 Maior temperatura −> maior agitação das partículas −> Maior energia
cinética interna
A energia potencial interna varia com o número de partículas
constituintes do sistema:
 Maior quantidade de partículas −> Maior interação entre as partículas −>
maior energia potencial interna

1.1.2. Sistema mecânico redutível a uma partícula.

Tendo em conta as transferências e transformações de energia que podem


ocorrer num sistema, estes podem ser mais ou menos complexos. Quando se
pretende apenas estudar o movimento de um sistema físico, não tendo em
contas as variações da energia interna, o sistema físico em estudo designa-se
por sistema mecânico.
A energia total do sistema (Energia mecânica, E m) depende da sua energia
cinética, Ec, e da sua energia potencial, Ep. Assim:
Em = E c + E p
O modelo do centro de massa (modelo da partícula material) é um modelo
simples que permite estudar o movimento de um sistema mecânico quando:
 As variações da energia interna são desprezáveis;
 O sistema é um sólido indeformável apenas com movimento de
translação (todos os pontos do sistema movem-se com a mesma
velocidade),
No entanto, este modelo apresenta algumas limitações:
 Não tem em conta variações de energia interna;
 Não permite o estudo de deformações do sistema e de movimento de
rotação.

1.1.3. Transferências de energia por ação de forças. Trabalho


de uma força constante.
Trabalho de uma força (W) – grandeza que mede a energia transferida por
ação de forças. A unidade do SI é o Joule (J)
Quando se empurra um bloco da posição inicial (x i) para a posição final (x f), ao
longo de uma superfície horizontal, por ação de uma força F, de intensidade
constante, o bloco adquire energia cinética.

Nesta situação, existe transferência de energia como trabalho (W), para o


bloco, por uma força constante, F, que pode ser calculada pela expressão:

F – Intensidade da força F, N
W=  ∆r – Deslocamento do ponto de aplicação da força, m
F∆rcosα – Ângulo entre as direções da força e do deslocamento,
grau

O trabalho realizado por uma força depende da intensidade da força aplicada,


do deslocamento efetuado e do ângulo existente entre a força e o
deslocamento.
Existem situações em que uma força não realiza trabalho. Isto verifica-se
quando:
 O corpo não se move;
 A força aplicada é perpendicular ao deslocamento do corpo.
Situação 1:

Situação 2: 

Situação 3:
Situação 4:

Nas situações 1 e 2, como a força aplicada tem a direção do movimento, a


transferência de energia sob a forma de trabalho é máxima.
Na situação 3, como a força aplicada faz um ângulo de 90º com a direção do
deslocamento, não ocorre transferência de energia sob a forma de
trabalho.
Na situação 4, a transferência de energia não será máxima pois a força
aplicada no corpo não tem a direção do movimento. Esta transferência será
tanto maior quanto maior for a componente de força na direção do
deslocamento.

FORÇA EFICAZ

Força eficaz (Fef) – componente da força na direção do deslocamento.

Fx = F cos α           Fx= F cos α


Fy = F sen α           Fy= F sen
α

Se a direção do eixo dos xx coincidir com a direção do deslocamento:


 a força Fx terá direção do deslocamento (Fef)
 a força Fy ser-lhe-á perpendicular. 
A força F=Fx+Fy
Assim,
WF=WFx+WFy
Como WFy=0 J ,então:
WF=WFx
O trabalho de uma força é igual ao trabalho da sua componente eficaz.
Quando várias forças atuam num corpo em movimento de translação, o
trabalho realizado é igual à soma dos trabalhos realizado por todas as forças
que atuam no corpo, ou seja, é igual ao trabalho da força resultante desse
sistema de forças (WFR).

1.1.4. Trabalho do peso

A força gravítica ou peso, P, é exercida pela Terra sobre todos os corpos em


seu redor. Vamos determinar o trabalho desta força em trajetórias retilíneas
relembrando que o valor do peso de um corpo se calcula a partir do produto da
massa, m, pela aceleração gravítica, g:
P – Intensidade do vetor peso, N
P=m g     
m – massa do corpo, Kg
  em módulo: P = m
g – Aceleração gravítica, m s-2 com g = 9,8 m s-2 ≈ 10
g
m s-2

Calcular o trabalho do peso quando o corpo desce ou sobe uma rampa (plano
inclinado).
Trabalho do peso
 É sempre potente quando o corpo desce: WP=mgh
 É sempre resistente quando o corpo sobe: WP=-mgh
Estas expressões são válidas quer o corpo se mova verticalmente ou sobre
uma rampa sendo h o desnível entre a posição mais alta e a mais baixa.

Significado de uma inclinação de 6%


Significa que, para subirmos (ou descermos) 6 m em altura, teremos de
percorrer 100 m sobre a estrada.
Este valor não é mais do que o seno do ângulo da inclinação da rampa
expresso em percentagem: 

1.1.5. Teorema da Energia Cinética (ou Lei do Trabalho-


Energia)

Teorema da energia cinética – o trabalho realizado pela resultante das forças


que atuam, durante um certo intervalo de tempo, num sistema, é igual à
variação da energia cinética da partícula, nesse intervalo de tempo:
WFr=∆EC
WFr=12 m vf2-12 m vi2
Pela análise do teorema, verifica-se que:
 WFr>0=>∆EC>0=>ECf>ECi
O sistema recebe energia => a velocidade aumenta
 WFr<0=>∆EC<0=>ECf<ECi
O sistema cede energia => a velocidade diminui
 WFr=0=>∆EC=0=>ECf=ECi
A energia do sistema não varia => a velocidade mantém-se constante.

1.1.6. Forças conservativas e não conservativas.

Força conservativa – o trabalho realizado por este tipo de força numa


partícula que se move entre duas posições é independente da trajetória
efetuada entre essas posições e nula quando a partícula se move numa
qualquer trajetória fechada, voltando à posição inicial. Exemplos: Peso e força
elétrica.
Força não conservativa – o trabalho realizado por este tipo de força depende
da trajetória efetuada pela partícula onde está a ser aplicada a força.
Exemplos: força de atrito.
Peso ou força gravítica – a força gravítica ou peso (P) é a força que a Terra
exerce em todos os corpos, atraindo-os para a sua superfície. 
A intensidade do peso pode ser calculada pela expressão:  P = m x g

1.1.7. Trabalho do peso, variação da energia potencial gravítica


e energia potencial gravítica.

A energia potencial gravítica de um sistema corpo + Terra em qualquer ponto


é determinado pela expressão:

m – Massa do corpo, Kg
Epg=m g
g – Aceleração gravítica, m s-2
h
h – Altura a que o corpo se encontra em relação a um nível de
referência, m

De acordo com esta expressão, a energia potencial gravítica de um sistema


corpo + Terra:
 Será tanto maior quanto maior for a massa do corpo;
 Será tanto maior quanto maior for a altura, h, a que se encontra o centro
de mssa do corpo;
 Depende da aceleração gravítica.

Teorema da energia potencial – o trabalho realizado pela força gravítica é


simétrico da variação da energia potencial gravítica do sistema corpo + Terra.
WP=-∆Epg

Esta relação verifica-se qualquer que seja o tipo de movimento ou trajetória de


um corpo. Permite concluir que:
 Num movimento ascendente:
hf > hi → Epg aumenta → ∆Epg > 0 → WP < 0
 Num movimento descendente:
hf < hi → Epg diminui → ∆Epg < 0 → WP > 0

Sendo o peso uma força conservativa, e uma vez que o trabalho realizado por
este tipo de forças depende apenas das posições inicial e final, pode-se
generalizar e afirmar que:
WFconservativas=-∆Epg

1.1.8. Energia mecânica, forças conservativas e conservação


da energia mecânica.

Quando um corpo possui energia associada ao seu movimento de translação


(Ec) e energia associada às interações do sistema corpo + Terra (E pg), a
energia mecânica (Em) do sistema determina-se como:
Em = E c + E p = ½ m v 2 + m g h
Num sistema em que atuam apenas forças conservativas ou sistemas em que,
para além destas, atuam também forças não conservativas que não realizam
trabalho, segundo o teorema da energia cinética:
WFconservativas=WFR=∆Ec
Como WFconservativas=-∆Epg, então ∆Ec=-∆Epg
∆Ec+∆Epg=0=> ∆Em=0
Lei da conservação da energia mecânica
Se num sistema só atuarem forças conservativas ou se atuarem forças não
conservativas cujo trabalho seja nulo:
Em=constante<=> Ec+Epg=constante
A aplicação desta lei permite relacionar a altura e a velocidade de um corpo em
várias posições quando se despreza o efeito do atrito e da resistência do ar.

1.1.9. Forças não conservativas, variação da energia mecânica


e dissipação de energia.

Se atuarem forças conservativas e forças não conservativas, o trabalho total


será a soma dos trabalhos destes dois tipos de forças:
WFR=WFconservativas+ WFnão conservativas
Pelo teorema da energia cinética:
∆Ec=WFR=WFconservativas+ WFnão conservativas
E pelo teorema da energia potencial gravítica: WFconservativas=-∆Epg
∆Ec+∆Epg=WFnão conservativas
∆Em=WFnão conservativas

Se existirem forças não conservativas a realizar trabalho, a energia mecânica


variará, ou seja, deixa de ser constante.
 Quando WFnão conservativas<0J→ ∆Em<0→Em diminui
 Quando WFnão conservativas>0J→ ∆Em>0→Em aumenta

Quando a energia mecânica diminui, diz-se que há dissipação de energia. As


forças não conservativas que provocam essa diminuição, ou seja, que realizam
um trabalho negativo, denominam-se forças dissipativas.
Quanto maior for o trabalho das forças dissipativas, em módulo, maior será a
diminuição da energia mecânica e, consequentemente, maior será a energia
dissipada
Edissipada=∆Em
No entanto, a existência de forças dissipativas nem sempre é prejudicial. Por
exemplo, na prática de paraquedismo, a resistência do ar (Rar) tem sempre
sentido oposto ao movimento, realiza um trabalho negativo, e provoca a
diminuição da energia mecânica.
É por esta razão que os paraquedistas chegam ao solo com uma velocidade
relativamente baixa, torando assim, possível a prática do paraquedismo na
Terra.

1.1.10. Potência, energia dissipada e rendimento.

Potencia (P) – corresponde à energia transferia por unidade de tempo. Mede a


rapidez que a energia é transferia. A sua unidade do SI é o watt (W)

E – Energia transferia, J
P=E∆
∆t – intervalo de tempo no qual ocorreu a transferência de energia,
t
s
P – Potência, W

Quando num sistema atuam forças dissipativas, parte da energia transferida vai
ser dissipada.
A dissipação de energia é um processo que não se consegue evitar, pois não
existem sistemas mecânicos ideias, um vez que é praticamente impossível
eliminar as forças dissipativas.
Etotal = Eútil +Edissipada
O rendimento (η) mede a eficiência de um processo de transformação ou
transferência de energia. Pode ser calculado pelas expressões:

(%)=EútilEtotal×10
e (%)=PútilPtotal×100
0
         
Num sistema mecânico real, η < 100%, porque há sempre dissipação de
energia. 
Quanto maior for o rendimento de um sistema, maior é a quantidade de energia
útil que ele produz e, consequentemente menor será a energia dissipada →
processo mais eficiente.

1.2.1. Energia e correntes elétricas.

Nos condutores, a força elétrica faz deslocar as cargas que se encontram


livres, do polo onde há maior número de cargas para o polo onde há deficiência
de cargas (sentido real). Contudo, antes de se conhecer o que originava a
corrente elétrica foi atribuído outro sentido para a corrente elétrica (sentido
convencional) que ainda hoje é utilizado.
1.2.2. Grandezas elétricas: diferença de potencial e corrente
elétrica. Corrente contínua e corrente alternada.

Para se conseguir transferir e transformar a energia elétrica são usados


circuitos elétricos, constituídos por conjuntos de componentes elétricos.
Quando se representa um circuito elétrico, os seus componentes (condutores
de corrente elétrica) são identificados através de símbolos convencionados. Na
tabela seguinte apresenta-se os símbolos mais comuns.
Corrente elétrica (I) – é a medida da carga que atravessa uma secção reta do
condutor por unidade de tempo. A unidade do SI é o ampere (A) e mede-se
com um amperímetro.

Diferença de potencial elétrico ou tensão elétrica (U) – é a medida do trabalho


realizado pela força elétrica para deslocar uma carga (eletrão ou ião) entre dois
ponts do circuito elétrico. A unidade do SI é o volt (V) e mede-se com um
voltímetro.
Potência elétrica (P) – é a media da quantidade de energia transferida por
unidade de tempo, ou seja, da rapidez com que a transferência de energia se
processa num circuito elétrico. A unidade do SI é o watt (W).

1.2.3. Grandezas elétricas: resistência elétrica de um condutor

Nos fios metálicos, a corrente elétrica resulta do movimento orientado de


eletrões. Durante esse movimento existem choques entre os eletrões e os
restantes constituintes dos átomos do metal que dificultam a passagem da
corrente elétrica. A esta oposição chama-se resistência elétrica (R). Mede-se
diretamente com um ohmímetro e a sua unidade no SI é o ohm (Ω).
Para alguns condutores, o valor da resistência elétrica do condutor e o valor da
corrente elétrica que o atravessa, quando este está sujeito a uma tensão
elétrica constante, são inversamente proporcionais. São os condutores
óhmicos.
A resistência elétrica de um condutor é:
 Diretamente proporcional à sua resistividade;
 Diretamente proporcional ao comprimento do condutor;
 Inversamente proporcional à área da secção reta do condutor.

Resistividade elétrica (ρ) ‒ grandeza física que mede a propriedade dos


materiais que permite o transporte de carga elétrica com maior ou menor
facilidade e que está relacionada com o tipo de ligações existentes nos
materiais. A unidade do SI é o ohm metro (Ω m).
A resistividade elétrica varia, para o mesmo material, com a temperatura mas
não da mesma forma para todos os materiais.

O facto de a resistividade de cada material variar de forma diferente com a


temperatura, permite utilizá-los para diferentes fins em circuitos eletrónicos.
1.2.4. Energia transferida para um componente de um circuito
elétrico. Efeito Joule

Sempre que um condutor recebe energia para que as suas cargas se


movimentem, parte dessa energia provoca aquecimento do material (aumento
da agitação das partículas) e, na ausência de isolamento térmico, parte dessa
energia é transferida para a vizinhança sob a forma de calor (energia térmica).
A este aquecimento do condutor chama-se efeito joule.

Como determinar a energia perdida pelo condutor por efeito Joule?


Nos condutores de elevada resistência, utilizados para libertar calor por efeito
de Joule, toda a energia transferida para o condutor é convertida em calor
(condutores puramente resistivos), pelo que a potência dissipada é dada
por:
Pdissipada Joule = U I
Sendo a potência a energia transferida por unidade de tempo, então a energia
dissipada é dada por:
Edissipada Joule = U I Δt
Num condutor óhmico (a valor da sua resistência é sempre constante) é
possível ainda relacionar esta energia dissipada com a resistência uma vez
que:
R=UI<=>U=R I
Então:
Edissipada = U I Δt
Edissipada = (R I) I Δt 
Edissipada = R I2 Δt

Aplicações do efeito Joule:


 Aquecimento – Torradeira, forno elétrico, resistência de imersão, ferro
de engomar, etc.
 Lâmpada incandescente – Um filamento metálico de elevado ponto de
fusão é atravessado por corrente elétrico, aquece e emite luz.
 Fusível – Dispositivo colocado nos aparelhos para proteção contra
aumentos da corrente elétrica (I) que podem danificar o aparelho e que
contem um filamento metálico de baixo ponto de fusão. Se I aumentar, o
filamento aquece demasiado e parte, interrompendo o circuito.

As lâmpadas de incandescência foram usadas durante muitos anos, mas têm


vindo a ser substituídas por lâmpadas de elevada eficiência e, mais
recentemente, pela tecnologia LED (díodo emissor de luz), devido à elevada
quantidade de energia perdida por efeito de Joule que, no caso da iluminação,
é energia não útil. Esta perda é muito menor nas lâmpadas de elevada
eficiência e nas lâmpadas LED.
A tecnologia LED, já conhecida e usada há vários anos, tem contribuído para a
diminuição dos gastos energéticos, não só no que diz respeito à iluminação,
mas também em eletrodomésticos, como as televisões.
1.2.5. Caraterísticas de um gerador de tensão contínua.
Balanço energético num circuito.

Na compra de uma pilha (por exemplo para o funcionamento da calculadora),


para além do tamanho, é necessário verificar outras características,
nomeadamente, a tensão da pilha.
A tensão indicada num gerador de tensão contínua (como a pilha) não
corresponde à energia que este fornece ao circuito, porque o próprio gerador
oferece resistência à passagem das cargas elétricas.
Esta resistência interna do gerador (r) é responsável pela dissipação de
energia como calor por este componente, o que provoca o seu aquecimento e
a diminuição da energia elétrica que este disponibiliza ao circuito.
Egerador = Eútil + Edissipada pelo gerador
Como Eútil = U I Δt        e     Edissipada pelo gerador = r I2 Δ t   (Efeito Joule)
Então:
Egerador = U I Δt  +  r I2 Δt

Potencia do gerador
Pgerador = ε I    (Potência total que o gerador poderia dar)
 Potência fornecida pelo gerador ao circuito (potência útil): P útil = U I
 Potência dissipada no gerador: Pdissipada = r I2
Pgerador = U I + r I2

Mesmo quando o gerador não está ligado a um circuito, existe tensão entre os
seus terminais sendo a tensão designada, nesta situação, por força
eletromotriz (ε). Esta é uma grandeza qua carateriza o gerador e, sendo uma
tensão, a sua unidade no SI é o volt (v).
=EQ<=>E=  Q

Dedução da expressão que permite determinar a tensão que é fornecida


pelo gerador ao circuito.
=EgeradorQ<=>Egerador=  Q<=>U I t+r I2t=  Q
Como I=Qt , podemos dividir todas as parcelas por Δt e obter:
U I tt+r I2tt= Qt
U I +r I2=  I
Desenvolvendo em ordem a U, obtém-se:
U I =  I-r I2
Dividindo por I fica finalmente:
U  =  -r I                    → Equação da curva característica de um gerador

U – Tensão elétrica, V
ε – Força eletromotriz da pilha (quando a pilha não está ligada ao
U  =  -r
circuito), V
I
r – Resistência interna do gerador, Ω
I – Corrente elétrica que passa pelo circuito, A
A tensão fornecida por um gerador de tensão contínua ao circuito depende:
 Das caraterísticas do gerador (ε e r);
 Da corrente elétrica (I).
Tratamento gráfico da relação entre a tensão fornecida ao circuito pelo gerador
e a corrente elétrica verifica-se que as duas grandezas têm uma relação linear,
uma vez que a expressão matemática descreve a equação reduzida de uma
reta.

Então a partir da representação gráfica de U = f(I) (Tensão, U, em função de


corrente, I), obtém-se:

1.2.6. Associações de componentes elétricos em série e em


paralelo.

Num circuito elétrico onde existem vários recetores, a tensão elétrica e a


corrente elétrica variam, dependendo do tipo de associação estabelecida entre
os diferentes recetores.
As duas formas básicas de associar componente elétricos são a associação
em série e associação em paralelo.

ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE.
Para se obter uma associação em série, os vários componentes do circuito
devem estar intercalados no mesmo ramo do circuito.
Na associação em série, se um dos componentes não permitir a passagem da
elétrica (por avaria ou simplesmente por estar desligado), nenhum dos outros
componentes funciona, uma vez que o circuito fica aberto.

ASSOCIAÇÃO EM PARALELO
Este tipo de associação consiste em colocar os vários componentes em ramos
diferentes do circuito, que têm os seus terminais unidos aos mesmos pontos do
circuito principal.
Na associação em paralelo, se um dos componentes não permitir a
passagem da corrente elétrica (por avaria ou simplesmente por estar
desligado) todos os outros componentes continuam a funcionar normalmente,
desde que não estejam no mesmo ramo onde se encontra esse componente.

R e I são inversamente proporcionais, quanto maior a resistência, menor


a corrente elétrica.

Resumo:

Associação em série Associação em paralelo


 A corrente elétrica, I, é a  A corrente elétrica, I, divide-
mesma; se: a corrente no ramo
I = I1 = I2 = I3 principal do circuito é igual à
soma das correntes nos vários
ramos:
I = I1 + I2 + I3
 A tensão ou diferença de
potencial, U, divide-se: a
diferença de potencial nos  Como as resistências têm os
terminais da associação é mesmos terminais a tensão ou
igual à soma das diferenças de diferença de potencial, U, é a
potencial nos terminais de mesma nos terminais de cada
cada resistência: uma resistência
U = U1 + U2 + U3 U = U1 = U2 = U3
Em que U1 = R1 I
 U2 = R2 I
 U3 = R3 I

Associação de resistências: Associação de resistências:


Cálculo da resistência equivalente Cálculo da resistência equivalente
(Req): (Req) em paralelo
Req = R1 + R2 + R3 1Req=1R1+1R2+1R3

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