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Seminário Bioética.

MINHA PERGUNTA PARA O GRUPO CONTRA

Pergunta 2:
Geralmente, a pratica contra a eutanásia está ligada a questões religiosas,
porém o doente não só tem o direito a vida, como também o direito a
morte, em termos religiosos, não basta so dizer que deus deu a vida e por
isso so ele pode escolher o momento e a forma de morrer, seria
necessário referir que deus criou o homem como um ser inteligente e
livre, levando em consideração que nem todas as pessoas seguem essa
crença, você sendo contra não acha que a falta de qualidade de vida e o
sofrimento prolongado principalmente em pacientes terminais, refletem
uma vida totalmente indigna?
Resposta: Sim, concordo com você! Salieno aqui, que tanto a eutanásia
quanto a distanásia são práticas proibidas pelo Código de Ética Médica,
não somos a favor da distanásia. Sobre estar ligada a questões religiosas
ou não, isso vai de caso para caso mas, é certo que a dignidade é um
ponto em comum para essas pessoas, sendo religiosas ou não, elas
acreditam que suas vidas foram significativas e por isso querem ter um
fim significativo também. Passar pelo processo da morte é doloroso e
requer cuidados paliativos não prolongação de vida (distanásia). Tendo
consciência de que dignidade não tem nada a ver com morte antecipada,
essas pessoas poderão optar para que essa vida se desfaça quando
chegar realmente ao seu fim, o que não significa que sofrerão por tempo
indeterminado.

Réplica: Acredito que nem todas as pessoas acham significado em suas


vidas quando se veem diante dessa situação, principalmente por estar
sofrendo e não vivendo. Então, a depender do estado de uma pessoa ela
pode sim estar tendo uma vida indigna e sem valor, ou seja com essa
condição já é praticamente o seu fim. E é importante deixar claro que
ninguém quer impor que todas as pessoas queiram a eutanásia ou devem
ter as suas mortes antecipadas, e sim que seja respeitada a sua
autonomia e o seu direito como pessoa. Em relação ao ‘’ requer
cuidados’’, o indivíduo que deseja morrer é pelo simples fato de não
haver mais nada que se possa ser feito, por isso a escolha de dar fim ao
seu sofrimento.

PERGUNTA DO GRUPO PARA MIM

Pergunta 2: Um relatório anglicano observa que se houver uma licença


legal para a eutanásia, isso reduziria o zelo médico para melhorar a sorte
dos pacientes mais graves e pressionaria indevidamente doentes em fase
terminal para que aceitassem uma antecipação letal. Isso com certeza é
preocupante já que fere os princípios de não maleficência e do direito à
vida. Como seria possível controlar esses abusos médicos, com uma lei
que regulamenta o pedido pela morte do paciente abusado?
Resposta:  Acredito que não haverá redução do zelo médico pelo simples
fato de que os mesmos possuem os seus princípios ao praticar a
medicina, ou seja, garantindo que todas as formas possíveis para o
cuidado e o alivio da dor do paciente foram testadas, sendo assim, Se a
Lei mudar então quer dizer que os seus princípios médicos seriam
mudados? Até porque a eutanásia principalmente em pacientes terminais
é realizada quando não se existe nenhum meio para a melhora da dor e a
redução do sofrimento, já que foram tomadas todas as medidas e já não
há mais nenhum método, sendo assim uma escolha totalmente dele. Fora
ainda que qualquer ato ilícito da parte dos médicos de não cumprirem
com o seu papel serão punidos pela Lei. É importante ressaltar que tem
havido casos interessantes em que pacientes falam do alívio que sentem
quando a eutanásia é autorizada e como isso lhes permite continuar
vivendo, porque eles sabem que quando decidirem morrer, eles já
possuem essa ajuda. E também é fato que os pacientes que tem a
eutanásia negada muitas vezes encontram outra forma mais violenta de
se suicidar.

Réplica: Você acredita que não, mas saiba que este é um dos principais
motivos pelo qual a eutanásia não foi legalizada. O risco de abuso médico
é um fato e não precisamos ir longe para enxergarmos essa fatalidade.
Esconder um homicídio é muito mais fácil quando o paciente não tem
condições de tomar decisões sozinho, quando a família não está presente
ou não tem pleno conhecimento dos fatos. Além disso, qual médico daria
preferência a cuidar de um paciente terminal quando ele pode
simplesmente conduzi-lo a praticar a eutanásia? E pior, qual paciente
escolhe querer viver os cuidados paliativos se está sendo induzido e
praticamente obrigado a pedir pela morte? A eutanásia não é alívio de dor
é fim de vida. Alívio de dor é tratar o paciente e cuidar dele até que sua
vida se finde. Cuidar do psíquico dele para que os processos sejam
ressignificados. Não existe isso de: NÃO TEM TRATAMENTO PARA ELE.
Enquanto houver vida, há processos terapêuticos para um fim digno

Tréplica: Isso é totalmente incoerente, porque isso não é uma decisão do


médico. A eutanásia se trata exatamente da autonomia do paciente, do
querer dele e, obviamente esse querer pode estar relacionado a vários
questões. Além de que sua família também é informada e preparada sobre
o procedimento, podendo estar ou não com o paciente no momento.
Quando estamos falando de pessoas querendo eutanásia ou da eutanásia
ser a melhor opção pra um indivíduo, precisamos lembrar sempre que
esse indivíduo está em uma situação de sofrimento EXTREMA, onde Já
não há nada a ser feito. Se a preocupação seja de esperar a morte natural
por estar vinculado, por exemplo, a ele "cumprir seu papel na terra",
quem tem o poder de falar que papel de alguém foi cumprido? 
O procedimento, nos países que são legalizados, são totalmente
fiscalizados. Não vamos ficar usando de parâmetro o Brasil, até porque
muita coisa aqui não funciona, infelizmente. E também, os conceitos de
vida boa e morte digna são construídos individualmente, mesmo aqui
sendo proibido, existem outros meios de autodeterminação no fim da vida
indo de acordo com valores, crenças e sentimentos.

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