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Escola Secundária Dona Maria II

Ensaio Filosófico
“A Eutanásia”

Rodrigo Silva 11º D

Filosofia
(2021/22)

Braga, junho 2022


Ensaio Filosófico - “ A Eutanásia”

Neste ensaio filosófico pretendo desenvolver o tema da eutanásia, que ao longo do tempo
vem vindo a ser debatido, mas que mesmo assim ainda gera algumas controvérsias e/ou
discordias. Este tema, que por si interfere, em parte, com determinados princípios éticos,
religiosos, sociais e ainda jurídicos, confere–lhe algumas desavenças por parte das
pessoas, uma vez que também intromete-se com a concessão criada sobre a dignidade
humana e com o valor da vida.
Antes de mais, é importante para que possamos ter um debate totalmente limpo e claro,
conhecermos bem os assuntos que nele vamos debater. Por este motivo, é de extrema
necessidade que saibamos de modo o que é a eutanásia e que tipos da mesma existem!
A eutanásia, em definição geral, é o ato de deixar morrer intencionalmente, quando um ser
se encontra num estado de saúde dificil/ terminal, e/ou com uma doença incurável.
A palavra deriva do grego, consiste na junção de duas palavras, “eu”e “thanatos” que
significa morte boa, o que vai de encontro à explicação acima.
Foi inventada com a intenção de beneficiar o paciente, permitindo-lhe que, de certo modo, a
sua dor e angústia desapareçam. Com isto podemos concluir que a eutanásia consiste em
produzir ou acelerar a morte de alguem, mas se pensarmos que as palavras produzir e
acelerar, não são sinonimos, ou seja, tem difrentes significados, chegamos á perseção que
talvez possam existir diferentes tipos de eutanásia.
O primeiro tipo diz respeito à produção da morte, ou seja, á eutanásia ativa. Consiste na
morte do paciente com a devida observação e participação de um médico ou alguém
autorizado para tal. Neste método, o protocolo mais seguido é a injeção de uma substância
letal, que acaba por paralisar o paciente e seguidamente acaba por lhe causar a morte.
O segundo tipo diz respeito ao aceleramento da morte, e é facilmente traduzida como a
forma de “deixar morrer”, eutanásia passiva. Existe uma interrupção no tratamento do
paciente, ou uma não inicialização do mesmo, que acaba por levar o paciente à morte.
Porém com isso surgem algumas discórdias e perguntas.
São muitas as pessoas que establecem uma relação causal entre a eutanásia e o
homicidio, por exemplo:
Se atropelarmos uma pessoa propositadamente, existem leis que classificam esse ato como
um crime, um homicídio. E isto leva-nos à ideia de que, se injetarmos uma substância que
causará a morte a uma pessoa, então isso é também em si um homicídio.
Se deixarmos morrer uma pessoa que atropelamos acidentalmente, não prestando-lhe o
mínimo de cuidados à vida, existem leis que nos identificam como assassinos, o que nos
leva a pensar que se não iniciarmos algum tratamento a um dado paciente, somos
assassinos.
Estes exemplos, são exemplos de ideias e perguntas colocadas pelas pessoas, fazendo
deste tema um ponto de vista social e moral, que poderá ser influenciado pela sociedade
em que estamos inseridos, pela nossa educação, pelos meios de comunicação e muitos
outros.
Outro subtema inserido no tema da eutánasia, diz respeito ao consentimento do paciente,
e em que modos deve ser aplicada a mesma.
A eutanásia voluntária, é a ocorrencia de uma eutanásia atendento a vontade do paciente.
O paciente pode desejar pôr fim à sua vida de modo a pôr fim à sua dor. Neste casos o
paciente tem de ter a capacidade de demonstrar aquilo que pretende, ou seja, a razão pela
qual o doente, quer seja doença irreversível ou acidente, não lhe poderá tirar totalmente as
capacidades racionais de modo a que o mesmo consiga exprimir se.
Em exceção, aqueles que já demonstraram anteriormente, o seu desejo, em caso de
ocorrências futuras, e com provas concretas disso, poderam, mesmo que sem capacidades
racionais, como a fala ou os movimentos, recorrer á eutanásia voluntária.
Por sua vez a eutanásia nao voluntária, apesar de poucos os casos, acontece quando o
paciente não escolheu por si a sua morte. Neste caso, quando não existe qualquer registo
de desejo por parte do mesmo, o hospital recorre à família e amigos.
Por fim, a eutanásia involuntária que ocorre quando o paciente é contra a eutanásia no seu
próprio corpo. Muitas vezes esta ideia de eutanásia, o paciente não chega a saber o seu
diagnóstico verdadeiro, para evitar trabalhos juridicos futuros, o médico, quando defrontado
com a realidade da saúde do paciente evita qualquer tratamento.
Com tudo isto que agora já sabemos, surge a grande questão de fins filosóficos.
Deverá ser a eutanásia legalmente aceite?
Como tese, e em minha opinião, acho que a resposta deverá ser sim!
Em primeiro, em relação á eutanásia voluntária, na minha opinião, não haverá qualquer
assunto para descutir, o paciente deve ser ouvido, para que a sua verdade seja
concretizada. Se é da índole do paciente não querer sofrer mais, acho que deveria ser
respeitado.
Em segundo, já em relação á eutanásia involuntária, ou não voluntária, a mais descutida
pela sociedade, apesar de não ser concretamente da vontade do paciente a sua morte,
acho que tambem deverá ser aceite. Como contraexemplo à minha própria resposta poderei
dizer que existem casos em que os médicos não dão qualquer esperança de vida ao
paciente, e mesmo assim o mesmo consegue recuperar. Mas, examinando
matematicamente esses mesmos casos, em comparação aos que o médico, por sua vez
possui razão, são de valor extremamente reduzido. Evitando, a eutanásia a dor desses
pacientes, que em muitos dos casos sobrevivem mais de 10 anos em puro sofrimento.
Muitos outros, são os argumentos a favor como contra a legalização da eutanásia, mas em
sintese, como argumentos a favor mais importantes, são dispostos dois: o argumento da dor
e do sofrimento e o argumento da autonomia pessoal. Estes dois argumentos conferem ao
paciente aquilo que foi acima descrito, a possibilidade de pôr fim ao profundo sentimento,
quer do paciente, quer da família, e que possa ser dada a possibilidade de escolha a si ou a
familiares, por exemplo, a um ser humano acamada, sem possibilidade de se levantar ou
mover, quase considerado como morto.
Com tudo isto, podemos então concluir que este tema consiste num problema
cultural-científico tecnológico. Cultural, porque é um problema que vai de encontra a cultura
de diferentes países e pessoas, científico tecnológico, porque o avanço da ciência e
tecnologia teve um papel fundamental, quanto na ação de fabricação de máquinas que
permitem ao paciente sobreviver, como lhe permite curar os seu sofrimento.
Ao longo deste ensaio ficou claro que a legalização da eutanásia em Portugal e em alguns
paises do mundo, pode ser ainda um assunto longe do fim, mas com a ajuda de todos, tanto
profissionais de saúde, como aqueles que manifestam o seu entre pelo assunto, pode ser
possivel fazer-se um progresso para a sua legalização.

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