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Introdução

Boa tarde a todos. Hoje, estamos aqui para discutir um tópico muito delicado e importante: a
eutanásia. A eutanásia é, na teoria, o ato de terminar intencionalmente a vida de alguém
para aliviar a dor e o sofrimento. Embora possa parecer uma solução compassiva para
aqueles que estão sofrendo, nós gostaríamos de argumentar que, na prática, a legalização
da eutanásia pode levar a consequências não intencionais e potencialmente prejudiciais.

Primeiro, é importante lembrar que a vida é um dom precioso e inalienável. Cada momento
de nossa existência é único e irrepetível. A legalização da eutanásia poderia desvalorizar
essa verdade fundamental, sugerindo que algumas vidas são menos dignas ou menos
valiosas do que outras.

Além disso, a legalização da eutanásia poderia colocar pressão indevida sobre os


indivíduos vulneráveis. Eles podem sentir que são um fardo para seus entes queridos ou
para a sociedade e, portanto, podem se sentir pressionados a optar pela eutanásia. Nesse
contexto, é importante considerar o papel do governo e do sistema capitalista. Com a
corrupção e as desigualdades inerentes ao nosso sistema, existe o risco de que pessoas
consideradas “socialmente inúteis”, como deficientes e idosos, sejam induzidas a optar pela
eutanásia. Isso seria uma violação grave dos direitos humanos e da dignidade desses
indivíduos.

Finalmente, a legalização da eutanásia poderia abrir a porta para abusos e erros. Mesmo
com regulamentações rigorosas, sempre haverá o risco de decisões tomadas com base em
diagnósticos errados, pressões externas ou até mesmo motivos nefastos.

Além disso, devemos considerar as condições sociais e econômicas do nosso país. A


legalização da eutanásia exigiria uma infraestrutura robusta e sistemas de controle
rigorosos para evitar abusos. No entanto, nosso governo atualmente enfrenta desafios
significativos em termos de recursos financeiros e capacidade institucional. A
implementação de tais medidas poderia sobrecarregar ainda mais nossos sistemas de
saúde já sobrecarregados.

A relação entre médico e paciente também poderia ser prejudicada. A confiança é um


componente fundamental dessa relação. A legalização da eutanásia poderia corroer essa
confiança, pois os pacientes podem começar a questionar as intenções de seus médicos.
Além disso, a função dos médicos é salvar vidas, e essa legalização os faria quebrar o
juramento que fazem ao entrar na profissão. Esse juramento, conhecido como Juramento
de Hipócrates, é um compromisso ético que os médicos fazem para priorizar o bem-estar de
seus pacientes acima de tudo.

No âmbito jurídico, a eutanásia, se utilizada numa possível pena de morte, seria muito
provavelmente injusta, mal utilizada e prejudicial de diversas outras formas. Nosso sistema
jurídico é falho, como evidenciado pelos vários presos injustos ou que estão simplesmente
esperando julgamento. A legalização da eutanásia poderia agravar essas falhas, resultando
em injustiças ainda maiores.
Além disso, a legalização da eutanásia poderia violar os direitos humanos e a constituição.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que “todo ser humano tem o direito
inalienável à vida”. A legalização da eutanásia poderia ser vista como uma violação desse
direito fundamental.

No Brasil, a Constituição Federal estabelece em seu artigo 5º, que todos são iguais perante
a lei e garantindo-lhes a individualidade do direito à vida. A eutanásia é considerada crime,
não sendo permitido ao paciente com doença crônica e irreversível esta prerrogativa de
escolha. Adotar a eutanásia seria ir contra o artigo 1°, inciso III e artigo 5° da Lei, o que não
é permitido.

Em vez de legalizar a eutanásia, que poderia causar mais dor e sofrimento tanto para
aqueles que a escolhem quanto para suas famílias, amigos e conhecidos, acredito que
nosso governo deveria investir em mais pesquisas para encontrar curas e tratamentos
melhores. Devemos nos esforçar para melhorar a qualidade dos cuidados paliativos e a
condição dos nossos hospitais.

Por fim, gostaria de ressaltar que a eutanásia não é uma questão pessoal que afeta apenas
casos isolados. Se legalizada, ela teria um impacto em toda a nossa sociedade. E esses
efeitos seriam, em sua maioria, negativos. Portanto, peço que considerem cuidadosamente
as implicações de longo alcance da legalização da eutanásia antes de formar uma opinião.

Tipos de eutanasia

Eutanásia penal ou punitiva - aquela que surge nos países onde a pena de
morte
ainda é admitida, como, por exemplo, a China, ou em certos estados dos
EUA, para castigo de crimes considerados graves pelas respectivas legislações.

Eutanásia Voluntária - tem como referência o consentimento do paciente,


surgindo quando a morte é provocada atendendo à vontade do paciente

Eutanásia Involuntária - ocorre quando a morte é provocada contra a vontade


do paciente.

Eutanásia não Voluntária - é aquela em que a morte é provocada sem que o


paciente tenha manifestado a sua posição em relação a ela.

Eutanásia Eugénica ou Eutanásia de tipo Económica ou Social - consiste na


eliminação do sofrimento dos doentes incuráveis, dos inválidos e dos velhos,
com o intuito de aliviar a sociedade do peso de pessoas economicamente inúteis,
estendendo-se aos casos de malformações congénitas ou deteriorações
irreversíveis, físicas e mentais; este tipo de eutanásia, foi executada em Esparta e
na Alemanha nazi, com a desculpa de purificação da raça.

Falhas/dados médicos
Segundo um importante estudo publicado no ano passado pelo Institute of Medicine, os
erros diagnósticos são encontrados em 10% a 20% das autópsias, sugerindo que cerca de
40.000 a 80.000 mil pacientes morrem anualmente nos Estados Unidos a partir desses
erros.

O Brasil registrou cerca de 292 mil incidentes e falha a assistente de saúde em 2022.

Cerca de 19,4 milhões de pessoas tratadas no Brasil 1,3 milhões sofre negligência durante
tratamento médico, 55 mil mortes por ano no país equivalente a 6 horas de erro médico. Diz
levantamento do instituto de estudos de saude suplementar da universidade federal de
Minas Gerais.

A prestação de cuidados paliativos no país está muito além dessa necessidade desses
serviços essenciais. Cada ano estima 56,8 milhões, incluindo 25,7 milhões nos últimos
momentos de vida necessitam de cuidados paliativos dos quais 78% vivem em país de
baixa renda (fonte: de acordo com OMS em 2021).

Abandono de idosos cresceu em 885% em 2023 segundo dados do ministério dos direitos
humanos.

Argumentos prontos

O direito à vida é um valor absoluto e inviolável.

Os cuidados continuados permitem o tratamento da dor e do sofrimento humano.

Os cuidados paliativos correspondem à assistência concedida a doentes em


condição de intenso sofrimento resultante de doença incurável em fase avançada e
rapidamente progressiva. Têm como propósito promover, tanto quanto possível
e até ao fim, o bem-estar e a qualidade de vida destes doentes.

A permissão da eutanásia iria abrandar a investigação médica e a procura de cura


para as doenças originadoras de dor.

Um pedido de eutanásia é a procura de atenção e de calor humano, que tão


dificilmente são proporcionados ao doente terminal

O fato de a eutanásia ser admitida legalmente poderia levar a que um doente


classificado como sendo irreversível solicitasse o fim definitivo da vida, sem,
contudo, ser a sua verdadeira vontade – solicitaria a eutanásia para deixar de ser
um incómodo para a sua família.

A ocorrência da eutanásia "discriminatória" permitira que grupos mais frágeis e


menos favorecidos, económica, política e fisicamente (deficientes físicos e
mentais, alcoólicos, viciados em drogas, idosos e crianças) fossem forçados a
solicitar a prática.

A família/herdeiros poderiam actuar de acordo com interesses financeiros e


incentivar a eutanásia
A dificuldade de se prognosticar com exactidão o tempo de vida do paciente e a
possibilidade de o prognóstico médico estar errado conduziria a mortes
prematuras e sem sentido

A eutanásia, em termos religiosos, é considerada como sendo uma usurpação do


direito à vida humana, devendo ser um direito exclusivo reservado a Deus, o
único a poder tirar a vida a alguém

Risco sócio-político, como política de saúde, a eutanásia é inaceitável devido à


probabilidade ou inevitabilidade da eutanásia involuntária, ou seja, à
possibilidade de pessoas serem "eutanizadas" contra o seu consentimento

Risco para a integridade moral da medicina. Para além de ser um risco social, a
eutanásia viola normas básicas da medicina, pondo em questão a própria
essência da profissão médica. Há centenas de anos, médicos em todo o mundo
juram não matar ao recitarem os mandamentos de Hipócrates.

Igreja

O magistério católico apresenta um documento intitulado "Só eu que dou a vida e dou
morte": "Atinge se enfim o cúmulo do arbítrio e da injustiça, quando algum médico ou
legisladores arrogam-se o poder de decidir quem deve morrer. Aparecer assim reproposta a
tentação de Eden: tornar-se como Deus conhecendo o bem e o mal" mas Deus é o único
que tem poder de fazer viver" só eu é que vida e a morte. Ele exerce o seu poder, poder
designado ao amor. Quando o homem usurpa tal poder julgado por uma lógica incerta e
egoísta usa-o eventualmente para a injustiça e a morte assim a vida do mais fraco e dada
nas mãos dos mais fortes e acaba perder o sentido da justiça e fica minado pela raiz a
confiança e qualquer relação autêntica entre as pessoas”

Relatos

Desde a notícia da doença, Dani conta que a família não se faz presente e que muitos
amigos se afastaram também. Ela diz aceitar as razões oferecidas pelas pessoas, mas não
nega o impacto desse abandono. "Sinto até hoje o medo da rejeição" (Relato em universa
uol)

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