Você está na página 1de 6

CENTRO UNIVERSITÁRIO ALFREDO NASSER

CURSO DE MEDICINA

ANA CAROLINA MOREIRA PIMENTA

EUTANÁSIA

Aparecida de Goiânia
2023
Ana Carolina Moreira Pimenta

Eutanásia

Trabalho de Habilidades Profissionais de


Comunicação do curso de Medicina acerca da
eutanásia.

Tutor: Leonel Cardoso

Aparecida de Goiânia
2023
1 DEFINIÇÃO DE EUTANÁSIA

Em grego, a palavra eutanásia corresponde à junção das palavras "eu" (bom) e


"thanatos" (morte), significando "boa morte". A eutanásia é a morte provocada para livrar de
sofrimento os doentes terminais de mal incurável.

2 CONTEXTO HISTÓRICO

Historiadores apontam que a eutanásia é um tema muito antigo, que já foi discutido
entre os filósofos gregos Platão e Sócrates, por isso povos primitivos já praticavam a
eutanásia em casos de doenças incuráveis, como celtas, índios, etc. Atualmente, este é um
tema polêmico que voltou à tona, e está na pauta de muitos congressos religiosos, médicos
onde se discute a ética deste procedimento.

3. CLASSIFICAÇÕES DA EUTANÁSIA

Atualmente, a eutanásia pode ser classificada de várias formas, dependendo dos


critérios considerados. Quanto aos tipos de ação:

• Eutanásia ativa: A eutanásia deliberada de um paciente para fins benevolentes.

• Eutanásia passiva ou ortotanásia: A morte de um paciente em estado terminal, seja


por falta de ação médica ou pela interrupção de medidas extraordinárias destinadas a
aliviar o sofrimento.

• Eutanásia de duplo efeito: Medidas médicas tomadas para aliviar o sofrimento de


pacientes terminais levam indiretamente à morte acelerada.

• Quanto ao consentimento do paciente:

• Eutanásia voluntária: Causar a morte de acordo com a vontade do paciente.

• Eutanásia involuntária: Iniciar a morte sem que o paciente expresse sua posição
relevante.

Esta categorização do consentimento visa, em última análise, determinar a


responsabilidade do substituto, neste caso o médico. Essa discussão foi iniciada por Neukamp
em 1937. (UFRGS, s.d.)

1
4 CASOS IMPORTANTES

Um caso famoso de eutanásia é da jovem holandesa Aurelia Brouwers de 29 anos, que


recebeu veneno do seu médico e se deitou para morrer. Aurélia foi autorizada a acabar com a
própria vida devido diversas doenças psiquiátricas que ela foi diagnosticada, são elas:
depressão, transtorno de personalidade Borderline, ansiedade e psicose. A jovem não tinha
uma doença terminal, como ocorre normalmente, mas não tinha esperança alguma de ser
curada dos seus transtornos psicológicos. Uma frase dita pela Aurélia que justifica sua escolha
é: " Eu tenho 29 anos e escolhi ser voluntariamente submetida à eutanásia. Escolhi isso
porque tenho muitos problemas de saúde mental. Sofro de maneira insuportável e sem
esperança. Cada suspiro que eu dou é uma tortura ..."

Uma mulher de 80 anos com câncer de mama se tornou a primeira pessoa na história
dos Estados Unidos a morrer com eutanásia legalmente permitida. A mulher, que tinha apenas
dois meses de vida, morreu após tomar o barbitúrico misturado com xarope, a dose fatal foi
ingerida com a ajuda de um copo de conhaque. A família não divulgou o nome dela. Oregon,
estado onde ela mora, é o único estado dos Estados Unidos que permite a eutanásia. A mulher
morreu cercada por sua família e médicos após cair em sono profundo cinco minutos após
tomar o barbitúrico. (FOLHA DE SÃO PAULO, 1998)

5 ASPECTOS LEGAIS

No Brasil, a eutanásia é um crime previsto em lei como assassinato segundo o Art.121,


“matar alguém, pena ou reclusão de 6 a 20 anos”. No entanto, o parágrafo 3 cita que “Se o
autor do crime agiu por compaixão, a pedido da vítima, imputável e maior, para abreviar-lhe o
sofrimento físico insuportável, em razão de doença grave: pena – reclusão de 3 a 6 anos”.
No mundo, a eutanásia é permitida atualmente em quatro países da Europa: Holanda,
Bélgica, Luxemburgo e Suíça; em dois países norte-americanos: Canadá e Estados Unidos,
nos estados de Oregon, Washington, Montana, Vermont e Califórnia; e na Colômbia, único
representante da América do Sul. E recentemente foi legalizada na Espanha.
(BRASIL, 1940, art. 211)

6 DISCUSSÕES RELATIVAS AO TEMA

Apesar da intensa discussão atual sobre a eutanásia, ainda existem muitas questões
aparentemente sem solução, aguardando o desenvolvimento de melhores tratamentos
conceituais. Nesse caso, pode-se incluir "preconceito e fundamentalismo" no assunto, a
eutanásia ainda é considerada tabu em grande parte da sociedade, principalmente no Brasil.
Um dos argumentos principais contra a eutanásia está relacionado com a ideia de que a
vida humana é a fonte de todo o sentido ou valor e, por isso, a verdadeira autonomia não pode
escolher a morte.

2
A prática da eutanásia é polêmica pela incapacidade de nossa sociedade brasileira em
lidar com a morte, problema arraigado na cultura ocidental, é também por isso que milhares
de pessoas cujas vidas não podem ser sustentadas e cujas doenças não podem ser curadas
sofrem em macas de hospitais porque suas famílias não consideram a morte um evento
inevitável, preferindo prolongar o sofrimento da pessoa por preconceito e fundamentalismo.

7 CONCLUSÃO

A eutanásia em relação à psicologia médica é um assunto a ser discutido, visto que na


maioria das vezes o médico é o profissional responsável por disponibilizar a substância letal
ao paciente que buscou morrer. Diante disso, pode gerar no profissional empecilhos
psicológicos, como culpa ou arrependimento de ter facilitado a morte de alguém,
principalmente se o médico tiver princípios religiosos, sociais e culturais marcantes, dado que
esse tema é um tabu para a maioria desses grupos.

3
REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 31 dez. 1940. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm. Acesso em: 13 mar.
2023.

FOLHA DE SÃO PAULO. Mulher de 80 anos, doente de câncer, utiliza lei aprovada no ano
passado no Estado de Oregon. São Paulo, 27 mar. 1998. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft27039806.htm. Acesso em: 13 mar. 2023.

SIQUEIRA-BATISTA, Rodrigo; SCHRAMM, Fermin Roland. Conversations on the “good


death”: the bioethical debate on euthanasia. Cadernos de saúde pública / Ministério da
Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública, [S. l.], v. 21, n. 1,
2005. DOI: 10.1590/s0102-311x2005000100013.

UFRGS. Eutanásia. [S.l.], [s.d.]. Disponível em: https://www.ufrgs.br/bioetica/eutanasi.htm.


Acesso em: 13 mar. 2023.

Você também pode gostar