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A eutanásia é um tema bastante debatido na sociedade atual, uma vez que é alvo de

diferentes opiniões. Consiste na conduta de abreviar a vida de um paciente em estado


terminal ou que esteja sujeito a dores e sofrimentos físicos ou psíquicos intoleráveis.

Nos dias de hoje, face ao extraordinário avanço da medicina e das tecnologias de


prolongamento artificial da vida humana, a morte ocorre cada vez mais tarde e muitas vezes
nos hospitais, o que coloca um conjunto de problemas ético-jurídicos de difícil solução.

Este tema, que coloca em causa a vida do ser humano, está em processo de aprovação,
em Portugal. No dia 30 de janeiro de 2023, a prática da eutanásia foi aprovada pela Assembleia
da República a partir do Decreto nº23 / XV com cento e trinta e seis votos a favor, setenta e
oito contra e quatro abstenções. Os votos a favor repartiram-se da seguinte forma: cento e um
deputados do PS, dezanove do Bloco de Esquerda, três do PAN, dois do PEV, um da Iniciativa
Liberal, duas não inscritas e treze do PSD. Com isto, o processo foi enviado ao Presidente da
República, que no dia 3 de fevereiro de 2023 devolveu e pediu que o documento fosse revisto.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa «O que está escrito na lei são três características de
sofrimento com a palavra “e”». Já o Tribunal Constitucional reprovou duas vezes.

Hoje em dia, a sociedade está muito dividida em relação a este tema. Uns são a favor e
outros são contra.

O Código deontológico dos médicos é um dos fatores de oposição à eutanásia. O facto


de a eutanásia depender de terceiros, implica que os médicos sejam obrigados a ser
eticamente imorais ao cometerem homicídio despenalizado. Deste modo, estariam a pôr em
causa os princípios do código deontológico do médico, no artigo 47º. Este código implica que
os médicos devem respeitar a vida humana até ao fim, de forma a terem de lutar sempre pela
vida do doente.

O aspeto religioso é outo dos fatores de oposição à eutanásia, porque «Só Deus tem o
direito de tirar a vida». À semelhança das organizações de saúde, a igreja Católica mostra-se
contra a prática da eutanásia, alegando argumentos como o reconhecimento sagrado da vida e
o esmerar-se do indivíduo sobre a sociedade. A eutanásia é uma atitude humana que se opõe
ao amor de Deus para com o homem e é tão inaceitável como o homicídio. Optar pela
eutanásia é, por parte do homem, recusar a soberania de Deus. Além disto, é a negação da
natural aspiração da vida, uma renúncia ao amor por si próprio e aos deveres de justiça e à
caridade com o próximo. Escolher a morte é uma violação da lei divina.

Os opositores à morte medicamente induzida defendem que uma boa rede de


cuidados paliativos é uma boa alternativa à eutanásia.

Os dois principais argumentos apresentados a favor da legalização e prática da


eutanásia e do suicídio assistido são o alívio da dor e do sofrimento, considerados
insuportáveis pelo paciente, e o respeito pela sua autonomia e liberdade individual. Há um
terceiro, em que se alegam motivos de natureza económica, que apesar de minoritário tem
vindo a assumir maior expressão.

Existem muitos casos de pessoas que estão em sofrimento extremo, como uma doença
incurável e fatal. Ainda que muitos defendam os cuidados paliativos como alternativa, nem
sempre é a opção mais acertada, uma vez que a pessoa em sofrimento torna-se prisioneira do
seu corpo, dependente de outras pessoas para ter as necessidades mais básicas. O medo de
ficar só, de ser um “fardo” e a revolta levam o paciente a pedir, através do testamento vital, o
direito a morrer com dignidade. Também a insuficiência de equipamentos para pacientes com
doenças curáveis descredibiliza o argumento dos cuidados paliativos, pois não faz sentido
dedicar esses equipamentos a pacientes que não têm capacidade de reverter a sua doença.

Os humanos são seres autónomos e individualistas, pelo que possuem o poder de


escolha sobre a sua vida. A morte medicamente induzida faz parte da liberdade individual e
está inerente à autonomia de escolha que deve ser permitida a todas as pessoas numa
sociedade livre. Esta autonomia, para ser real, deve incluir não apenas escolhas sobre
propriedade, profissão, residência, crenças e opções de estilo de vida, mas também a decisão
de como e quando deixar de viver.

Por fim, assumindo que a prática da eutanásia se destina apenas a pessoas com
doenças para as quais não existe cura e que vivem num estado de grande sofrimento, o nosso
grupo é a favor da Eutanásia, pois dadas as circunstâncias todos temos o direito de terminar
com esse sofrimento e somos empáticos perante o padecimento insuportável que pode
provocar uma determinada doença crônica.

Guilherme, Nº13;

Laura Correia, Nº18;

Magda Gonçalves, Nº20;

Tiago Silva, Nº25

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