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Caso Ramón Sampedro

Suicídio Assistido
José Roberto Goldim.
Ramón Sampedro era um espanhol, tetraplégico desde os 26 anos, que
solicitou à justiça espanhola o direito de morrer, por não mais suportar viver. Ramón
Sampedro permaneceu tetraplégico por 29 anos. A sua luta judicial demorou cinco
anos. O direito à eutanásia ativa voluntária não lhe foi concedido, pois a lei espanhola
caracterizaria este tipo de ação como homicídio. Com o auxílio de amigos planejou a
sua morte de maneira a não incriminar sua família ou seus amigos. Em novembro de
1997, mudou-se de sua cidade, Porto do Son/Galícia-Espanha, para La Coruña, 30 km
distante. Tinha a assistência diária de seus amigos, pois não era capaz de realizar
qualquer atividade devido a tetraplegia. No dia 15 de janeiro de 1998 foi encontrado
morto, de manhã, por uma das amigas que o auxiliava. A necropsia indicou que a sua
morte foi causada por ingestão de cianureto. Ele gravou em vídeo os seus últimos
minutos de vida. Nesta fita fica evidente que os amigos colaboraram colocando o copo
com um canudo ao alcance da sua boca, porém fica igualmente documentado que foi
ele quem fez a ação de colocar o canudo na boca e sugar o conteúdo do copo. A
repercussão do caso foi mundial, tendo tido destaque na imprensa como morte
assistida.

A amiga de Ramón Sampedro foi incriminada pela polícia como sendo a


responsável pelo homicídio. Um movimento internacional de pessoas enviou cartas
"confessando o mesmo crime". A justiça, alegando impossibilidade de levantar todas
as evidências, acabou arquivando o processo. A questão do suicídio em pacientes
com lesões medulares já foi estudada epidemiologicamente, evidenciando um
aumento em relação à população em geral. Inúmeros outros casos, em diferentes
locais do mundo tem trazido este tema à discussão, porém sempre com alguma
confusão ou ambiguidade entre os conceitos de suicídio assistido e eutanásia.Em 2003
foi rodado um filme espanhol sobre este caso, com o diretor espanhol Alejandro
Amenábar. O título do filme é Mar Adentro. O diretor caracterizou o seu filme como
sendo "una visión de la muerte desde la vida, desde lo cotidiano, lo natural, desde un
lado muy luminoso".
O suicídio assistido se caracteriza por uma decisão da pessoa gravemente
enferma que escolhe dar fim à própria vida. Podemos dizer que o suicídio assistido
enfrenta a concepção que viola os valores da sacralidade da vida religiosa que são
inviolável, dignidade da pessoa humana e os princípios da bioética. A vida humana no
sentido religioso sua base familiar suas raízes, está relacionado a coisa sagrada
independente de suas limitações qualidade de vida a criação da vida intrinsecamente
divina e valiosa no sentido sagrado, não importa a quantidade de vidas existentes mas
sim que as vidas existentes que se multiplique e prospera o triunfo de uma obra divina
da reprodução humana deus deu deus tira essa ea regra para a religião.
A dignidade da pessoa humana que está a vivenciar uma dor um trauma sofrido
com frustações, vida vivida sem investimentos para si que a vida não faz mais sentindo,
com o ser humano em processo de morte, cabe a ele a escolha a defesa por uma
melhor decisão, por uma morte deliberada como no caso, mas não e sempre que
nossa vida entrar em frustação devemos extermina las. A dignidade da pessoa humana
se relaciona com a possibilidade do ser humano conduzir sua vida e realizar sua
personalidade conforme sua própria vontade e autonomia. Nesse sentido, no contexto
suicídio assistido, a dignidade humana não foi vivida plenamente quando o enfermo
tem a escolha por uma morte digna respeitada, pois o direito de escolha não foi
concebido, tendo ele por si só planejar seu suicídio a decisão do suicídio não deve ser
arbitrariamente imposta pelo ESTADO DEMOCRATICO.
A dignidade e a autonomia, vontade e a decisão do suicida deve se prevalecer.
A justiça precisa ser juridicamente desafiada a defender uma morte digna, que conduz
com os juízo éticos do indivíduo em processo de morte que resta de sua dignidade
escolher o suicídio assistido, ainda consciente e competente de suas escolhas,
podendo pôr fim ao sofrimento de anos e angústia de sua vida. Não são todas as
pessoas que desejam esse caminho mas para os que aceita e optem por essa versão o
Estado Democrático de direito precisa aceita a última vontade do suicida sem que haja
a criminalização dos demais envolvidos.
No que diz aos valores da bioética se refere a vida e a morte em que se discute
o prolongamento da vida e a morte com dignidade ao suicídio assistido a autonomia
para que ela seja exercida e fundamental que a pessoa receba as informações
necessárias através da equipe medica sobre sua saúde seu bem estar, estrutura
familiar e religiosa a autonomia de poder participar ativamente nas decisões de sua
vida no princípio da autonomia cria se uma relação assimétrica paternal entre o
profissional de saúde ao paciente isso ocorre pelo o fato do profissional da saúde
participa de maneira ativa nas decisões que envolve seu tratamento ou sua
interrupção, lembrando que o caso mencionado trás situações conflitivas que devem
ser consideradas e trata de questões éticas . Se é a vida, como valor absoluto, que
deve ser mantida a todo custo, nada poderá ser feito para a sua abreviação, e deve se
evitar a morte a todo custo.
O princípio da autonomia dá ao ser humano capacitado de deliberarem sobre
suas escolhas pessoais, devam ser tratados com respeito pela sua capacidade de
decisão. As pessoas têm o direito de decidir sobre as questões relacionadas ao seu
corpo e à sua vida. Quaisquer atos médicos devem ser autorizados pelo paciente.
O princípio da beneficência refere-se à obrigação ética de maximizar o
benefício e minimizar o prejuízo. O profissional deve ter a maior convicção e
informação técnica possíveis que assegurem ser o ato médico benéfico ao paciente.
isto porque beneficência e fazer o bem qualquer ação médica que cause prejuízo ao paciente
não deve ser empregada.
É “uma ação feita em benefício alheio que obedece ao dever moral de agir em
benefício dos outros” (MALUF, 2013, p. 11).

 O princípio da não-maleficência. Esse, estabelece que a ação do médico sempre deve


causar o menor prejuízo ou agravos à saúde do paciente, cuja finalidade é reduzir os
efeitos adversos ou indesejáveis das ações diagnósticas e terapêuticas no ser humano.
O princípio da justiça estabelece como condição fundamental a equidade:
obrigação ética de tratar cada indivíduo conforme o que é moralmente correto e
adequado, de dar a cada um o que lhe é devido. O médico deve atuar com
imparcialidade, evitando ao máximo que aspectos sociais, culturais, religiosos,
financeiros ou outros interfiram na relação médico-paciente.
No Brasil, não existe lei específica sobre o suicídio assistido, em análise do artigo 122
do CP o suicídio assistido no brasil se enquadra como fato típico, ilícito e culpável, com normas
incriminadora para quem der auxilio material para um suicídio a condenação e uma pena de
reclusão que pode variar de 6 meses a 6 anos de com o fato concreto. Nosso ordenamento
jurídico brasileiro não reconhece em sua constituição federal de 88 e em seu código penal de
1940 o direito a morte digna muito menos lei específica. O estado não se preocupou com a
vontade de uma morte humanizada assistida de doentes terminais, portadores de doenças
degenerativas e que causa dor física e psíquica. Nota se que o artigo 122 do CP de 1940 o
auxilio, instigação ou induzimento ao suicídio não trata de uma forma concreta ao suicídio
clinicamente assistido de pessoa portadoras de enfermidades irreversível mas sim de um todo
envolvendo pessoas saudáveis sem patologia.
Nota se a omissão do legislador quanto ao auxilio medico ao suicídio de pessoas em
estado terminal gravemente doente e impossibilidade de sua dignidade demonstra a
negligencia do estado em tratar dessas vontades assistidas que não se enquadra no artigo 122
CP devendo ser abordados e especificamente em outro ponto de vista e entendimento
jurídico.
No suicídio assistido, a morte não depende diretamente da ação de terceiro. Ela é
consequência de uma ação do próprio paciente, que pode ter sido orientado, auxiliado ou
apenas observado por esse terceiro. (FREIRE DE SÁ, 2005, p. 40)
Para se configurar suicídio, deve ser ato voluntário e solitário. Sendo assim o suicídio
assistido é criminalizado, por aquele que auxilia ou instiga o suicida a dar cabo da própria vida,
a participação em suicídio pode ser moral, por somente influenciar o sujeito sem oferecer os
meios materiais, nos núcleos induzir e instigar. A participação pode ainda ser material, quando
o auxiliador oferece meios corpóreos para que o sujeito concretize o ato. Nesse sentido,
induzir é fazer surgir uma vontade que era inexistente. Instigar, por sua vez, é estimular uma
vontade de suicídio já existente. Saliente-se que o auxílio caracteriza-se em termos de
responsabilidade penal, como o suporte material conferido ao suicida.
Destaque-se que o verbo auxiliar é que criminaliza o suicídio assistido, afinal este se
caracteriza pelo auxílio de terceiro ao sujeito que deseja pôr termo em sua vida. Assim, o
auxílio deve ser acessório, secundário, ou seja, o auxiliador não pode, de forma de alguma,
eliminar a vida do auxiliado, pois caso isso ocorra o crime e configurado.
O meu objetivo é elucidar e defender a inaplicabilidade do artigo 122 do Código Penal
caso o suicida assistido esteja ativo em auxílio de uma pessoa em processo de morte
orientado e solicitado por ela não falo de descriminalizar o suicídio assistido, mas para meu ver
o exercício e defender o direito de morrer com dignidade que reúne seus valores com sua
convicção ética e religiosa que melhor representa o valor de sua vida ,deixo claro que a
legislação veda o direito ao auxílio do suicídio assistido negando a dignidade a quem não quer
passar por determinados sofrimentos, angustia e se sente humilhado sentindo
constrangimentos com invasão de sua privacidade intima durante tratamentos e cuidados para
se manter vivo enquanto isso não e sua vontade e desejo.

Técnica de enfermagem é presa em São Gonçalo com restos de vacina da


Covid-19 na bolsa

No depoimento, ela afirmou à polícia que guardou o resto das doses que
sobraram do fundo de vários frascos de CoronaVac e estava levando para casa para
vacinar o marido.
Uma técnica de enfermagem foi presa em São Gonçalo, na Região Metropolitana do
Rio de Janeiro, saindo de um posto de saúde com restos de doses de vacina da Covid-19
guardados dentro de uma garrafa com gelo na bolsa. A informação é do portal G1

Agentes do programa São Gonçalo Presente desconfiaram do nervosismo da mulher quando


foi questionada.
Em depoimento, ela afirmou à polícia que guardou o resto das doses que sobraram do
fundo de vários frascos de CoronaVac e estava levando para casa para vacinar o
marido.

Neste referido caso a técnica de enfermagem cometeu o crime de peculato esse crime
pune o funcionário público, que em função do seu cargo tem a posse de bem público, e se
apropria do bem ou desvia o bem, em beneficio próprio ou de terceiros.

Artigo 312 do Código penal prevê a prisão de 2 a 12 anos e multa. Código penal –
Decreto Lei Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940

Peculato

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio
ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Peculato mediante erro de outrem

Por outro ver Infringiu o código de ética dos profissionais da saúde.


Art. 9 - Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção penal ou qualquer
outro ato, que infrinja postulados éticos e legais.

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