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- Direitos Humanos
Na declaração universal dos Direitos Humanos, emitida a 10 de
Dezembro de 1948 temos presentes diversos artigos que
permitem contra-argumentar a pena de morte de uma forma
clara. Destaco o artigo 3 (Todo o ser humano tem direito à vida, à
liberdade e à segurança pessoal) e o artigo 5 (Ninguém será
submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel,
desumano ou degradante). A partir da leitura destes dois artigos
conseguimos, de forma a não sobrarem dúvidas, perceber que a
pena de morte vai diretamente contra DOIS direitos fundamentais
de todos os humanos.
- Sistemas Penais
É importante ressaltar a importância da existência de sistemas
penais que tenham como objetivo a priorização da reabilitação,
perdão e redenção, uma vez que a pena de morte não possíbilita
atingir nenhum destes 3 pontos. Todo o ser humano é livre de se
redimir da ação tomada no passado, uma vez que é um ser que
erra, e que, muitas das vezes, está disposto a aprender de modo
a não voltar a errar. Além disso, temos que dar possibilidade à
reabilitação social dos indivíduos condenados, uma vez que,
muitos destes acabam por cometer atos ilícitos devido à
precariedade do sistema e contexto social em que se inserem,
como modo de se vingarem e cessarem a sua tristeza e revolta
interna.
- Peso da Discriminação
Por mais que possamos imaginar viver em um mundo que somos
todos vistos por igual, a verdade é que nem sempre e
discriminação é indiferente àqueles que detêm o poder da
justiça. E não digo isto apenas da boca para fora, uma vez que, a
professora Katherine Beckett, da Universidade de Washington,
após a examinação de 285 casos, descobriu que os juizes tinham
4,5 vezes mais probabilidade de decretar uma pena de morte a
um negro, comparativamente com um branco, em circunstâncias
semelhantes. Assim, conclui-se que a pena de morte afeta de
forma diferente os indivíduos de uma mesma sociedade.
Efetivamente, os segmentos mais pobres e as minorias raciais
tendem a ser discriminadas, sendo, consequentemente, julgados
de forma desproporcional e injusta. Em muitos casos, esta
discriminação deve-se também à menor capacidade que estes
grupos têm em suportar os custos de um bom suporte jurídico.
Para comprovar estes fatos, tenho aqui este esquema que
pretende comprovar a disparidade entre penas de morte
atribuídas a negros e a brancos:
- Tese Final
“O Direito Penal (Pena de Morte) é um direito essencialmente
mutável e relativo. Logo, deve ficar fora de seu alcance a
imposição de penas de caráter imutável e absoluto, de total
irreversibilidade e irremediáveis quando se descobre que foram
impostas pela perseguição, pelo capricho ou pelo erro. Deve
ficar de fora de seu alcance a pena que só um juiz onisciente,
incorruptível, absolutamente igual seria competente para
aplicar: a pena cuja imposição só deveria estar na alçada do ser
absoluto, se ele estatuísse e impusesse penas: a pena absoluta, a
pena de morte. Aos seres relativos e falíveis só compete aplicar
penas relativas e modificáveis. E, mantendo-se assim, enquanto
não soubermos substituir as penas por medidas mais humanas e
eficazes de defesa social.” de autoria de LYDIO MACHADO
BANDEIRA DE MELLO em “O criminoso, o crime e a pena”