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Texto 2A1-I
O carrinho de compras do sítio eletrônico está lotado, e o preço total agrada. Animado,
você digita todas as informações referentes ao cartão de crédito e, sem entender, observa a transação ser negada.
Mais tarde, descobre que o banco tinha considerado suspeito aquele seu procedimento virtual, uma vez que tinha
características semelhantes às de uma fraude. Decepcionante, não? E muito comum.
A fim de melhorar a experiência dos consumidores em compras pela Internet, cientistas do Instituto de
Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos da América, desenvolveram um sistema baseado em princípios
de aprendizagem de máquina.
A aprendizagem de máquina para a detecção de fraude é baseada em equações matemáticas e algoritmos e
funciona em duas etapas. Na primeira, o sistema recebe exemplificações de compras legítimas e ilegítimas. Em
seguida, a máquina avalia compras reais, levando em consideração os padrões observados. O sistema funciona
mais ou menos como nossos neurônios. A partir de números e fórmulas, une ponto a ponto informações sobre
características de transações já feitas pelo usuário — como valores médios gastos, horários de compra, uso de
celular, pontos usados, principais estabelecimentos —, até chegar a uma probabilidade de fraude final. Com cada
constatação, o programa consegue melhorar os padrões aprendidos.
Segundo um arquiteto de software de uma empresa não participante do estudo, o modo como a máquina
aprende os padrões antes de começar a analisar compras interfere diretamente no registro de falsos positivos e
fraudes reais. “Se a prepararmos apenas para detectar casos de não fraude, podemos aumentar os riscos de
fraudes que passam. Sendo assim, precisamos aumentar ao máximo o balanço de situações apresentadas à
máquina para não pesar um lado mais do que o outro”, detalha.
É preciso compreender que o preso conserva os demais direitos (educação, integridade física, segurança,
saúde, assistência jurídica, trabalho e outros) adquiridos como cidadão, uma vez que a perda temporária do direito de
liberdade em decorrência dos efeitos de sentença penal refere-se tão somente à liberdade de ir e vir. Isso, geralmente,
não é o que ocorre.
O que se constata é que, na prática, o cidadão preso perde muito mais do que sua liberdade. Perde sua
dignidade, é submetido a humilhação e acaba se sentindo um nada.
DAVIS, Angela Y. Uma autobiografia. Heci Regina Candiani (Trad.). 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2019 (com adaptações).
Questão 38
(CESPE/CEBRASPE – 2021 – DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL)
Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item.
A descrição do espaço é um recurso utilizado pela autora para criticar o ambiente prisional em que se encontra.
( ) Certo ( ) Errado
É fácil inferir essa informação do texto, uma vez que a descrição do ambiente feita pela autora se faz por meio de
adjetivos como “[...] antiquada, embolorada, lúgubre e sombria [...]”, além de “imundo”, “amarelados descorados”,
“velhas”. Assim, fica clara a opinião negativa da autora em relação ao ambiente da prisão.
GABARITO: CERTO.
Questão 39
(CESPE/CEBRASPE – 2021 – DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL)
Infere-se do texto que a autora se sentiu desarmada e, portanto, menos desconfiada, devido ao fato de a agente
prisional referida no quarto parágrafo ser negra.
( ) Certo ( ) Errado
A autora relata que se sentiu, em determinado momento, desarmada, no entanto, deixa claro que o que a desarmou foi
a maneira como a agente a tratou, e não o fato de ela ser negra, como se comprova em: “[...] Ela era negra, [...] ao se
aproximar, não demonstrou nenhum tipo de arrogância. Foi uma experiência que me desarmou. No entanto, não foi o
fato de ela ser negra que me surpreendeu, foi seu comportamento: sem agressividade e aparentemente solidário [...]”.
Questão 40
(CESPE/CEBRASPE – 2021 – DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL)
Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item.
Sem prejuízo da correção gramatical do texto, a primeira ocorrência da preposição “de”, no trecho “com a sujeira dos
sapatos de milhares de prisioneiras”, poderia ser substituída por “dos”, da seguinte forma: com a sujeira dos sapatos
dos milhares de prisioneiras.
( ) Certo ( ) Errado
“Milhar” é substantivo masculino e o artigo precisa concordar com ele. Portanto, o trecho “dos milhares de prisioneiras”
está correto gramaticalmente.
GABARITO: CERTO.
Questão 41
(CESPE/CEBRASPE – 2021 – DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL)
Em suas duas ocorrências no terceiro parágrafo do texto, o vocábulo lá faz referência à parede da sala em que estava
afixado um cartaz com a fotografia da autora do texto.
( ) Certo ( ) Errado
A primeira ocorrência do vocábulo “lá” refere-se à sala para a qual foi encaminhada a personagem da narrativa, já o
segundo “lá” remete à parede em que estava fixada a fotografia da autora do texto.
GABARITO: ERRADO.
Questão 42
(CESPE/CEBRASPE – 2021 – DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL)
Sem alteração dos sentidos originais do texto, o vocábulo “Enquanto”, que introduz o terceiro parágrafo, poderia ser
substituído por À medida que.
( ) Certo ( ) Errado
O vocábulo “enquanto” classifica-se como conjunção subordinativa adverbial de tempo. Assim, indica uma ideia
temporal de simultaneidade. Já “à medida que” é conjunção proporcional, equivalendo a “quanto mais...mais”.
GABARITO: ERRADO.
Questão 43
(CESPE/CEBRASPE – 2021 – DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL)
Os últimos parágrafos do texto evidenciam que a agente prisional enviada para vigiar a autora do texto tinha detalhes
acerca da área da prisão para onde esta seria levada, mas preferiu não os revelar.
( ) Certo ( ) Errado
Com base no texto, não é possível afirmar que a agente prisional preferiu não revelar detalhes da prisão. A inferência
possível é, inclusive, de que a agente foi sincera quando disse que não sabia detalhes. A informação que pode causar
confusão: “[...] Olhei para ela com incredulidade [...]” refere-se à opinião da autora quanto à possibilidade de distinção
entre os espaços da prisão.
GABARITO: ERRADO.
Questão 44
(CESPE/CEBRASPE – 2021 – DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL)
Sem alteração dos sentidos do texto, a palavra “lúgubre”, no primeiro parágrafo do texto, poderia ser substituída por
fúnebre.
( ) Certo ( ) Errado
A palavra “lúgubre” tem relação de sinonímia com os vocábulos “fúnebre, funesto”. Dessa forma, mesmo substituindo
uma palavra pela outra, não há alteração do sentido do texto.
GABARITO: CERTO.
Texto para as próximas 6 questões.
Texto CB2A1AAA
O Brasil, durante a maior parte da sua história, manteve uma cultura familista e pró-natalista. Por cerca de 450
anos, o incentivo à fecundidade elevada era justificado em função da prevalência de altas taxas de mortalidade, dos
interesses da colonização portuguesa, da expansão da ocupação territorial e do crescimento do mercado interno.
Durante o período do Estado Novo (1937-1945), no governo de Getúlio Vargas, foram adotados dispositivos
legais para fortalecer a família numerosa, por meio de diversas medidas: desestímulo ao trabalho feminino; facilidades
para a aquisição de casa própria pelos indivíduos que pretendessem se casar; complemento de renda dos casados
com filhos e regras que privilegiavam os homens casados e com filhos quanto ao acesso e à promoção no serviço
público.
O artigo 124 da Constituição Brasileira de 1937 afirmava: “A família, constituída pelo casamento indissolúvel,
está sob a proteção especial do Estado. Às famílias numerosas serão atribuídas compensações na proporção de seus
encargos”. Naquele período, além dos incentivos ao casamento e à reprodução, vigia uma legislação que proibia o uso
de métodos contraceptivos e o aborto: o Decreto Federal n.º 20.291, de 1932, que vedava a prática médica que tivesse
por fim impedir a concepção ou interromper a gestação, e a Lei das Contravenções Penais, sancionada em 1941, que
proibia “anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar o aborto ou evitar a gravidez”.