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CURSOS ONLINE – RESUMÃO DE RACIOCÍNIO LÓGICO P/ ABIN 1

PROFESSOR VÍTOR MENEZES

AULA 1 – Lógica de argumentação e outros problemas

I. OUTROS TIPOS DE PROBLEMAS. ..............................................................................................................2

1. Associação de informações . ....................................................................................................................2

2. Verdade/mentira. ...................................................................................................................................7

II. LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO . .......................................................................................................... 10

1. Análise de argumentos por meio da tabela verdade. . ........................................................................... 10

2. Análise de argumentos usando diagramas lógicos. . .............................................................................. 15

3. Negação de proposições com quantificadores. . .................................................................................... 24

4. Símbolos dos quantificadores . . ................................................................... Erro! Indicador não definido.

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I. OUTROS TIPOS DE PROBLEMAS


Sempre que os editais contemplam proposições, as provas cobram, “no pacote”, alguns tipos
de exercícios diferentes dos que vimos na aula passada. São exercícios em que temos que
associar informações (exemplo: temos um engenheiro, um matemático e um arquiteto, um
baiano, um carioca e um catarinense etc, e temos que saber quem é quem). Outro tipo de
exercício é o “verdade/mentira”. Há uma pessoa que sempre mente, outra que sempre diz a
verdade, e você tem que saber quem é quem.
Em relação a estas questões, não há muito o que comentar sobre teoria. O negócio é irmos
direto para exercícios, para vermos como são as resoluções.

1. Associação de informações
EC 1 INSS 2008 [CESPE]
Roberta, Rejane e Renata são servidoras de um mesmo órgão público do Poder Executivo
Federal. Em um treinamento, ao lidar com certa situação, observou-se que cada uma delas
tomou uma das seguintes atitudes:
A1: deixou de utilizar avanços técnicos e científicos que estavam ao seu alcance;
A2: alterou texto de documento oficial que deveria apenas ser encaminhado para
providências;
A3: buscou evitar situações procrastinatórias.
Cada uma dessas atitudes, que pode ou não estar de acordo com o Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (CEP), foi tomada por
exatamente uma das servidoras. Além disso, sabe-se que a servidora Renata tomou a atitude
A3 e que a servidora Roberta não tomou a atitude A1. Essas informações estão contempladas
na tabela a seguir, em que cada célula, correspondente ao cruzamento de uma linha com uma
coluna, foi preenchida com V (verdadeiro) no caso de a servidora listada na linha ter tomado a
atitude representada na coluna, ou com F (falso), caso contrário.

Com base nessas informações, julgue os itens seguintes.


1 A atitude adotada por Roberta ao lidar com documento oficial fere o CEP.
2 A atitude adotada por Rejane está de acordo com o CEP e é especialmente adequada diante
de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços.
3 Se P for a proposição “Rejane alterou texto de documento oficial que deveria apenas ser
encaminhado para providências” e Q for a proposição “Renata buscou evitar situações
procrastinatórias”, então a proposição P → Q tem valor lógico V.

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Resolução.
Este é um típico exercício de associação de informações. Temos três servidoras e cada uma
delas tomou uma atitude. Temos que saber quem tomou qual atitude (ou seja, temos que
associar cada atitude a uma servidora).
Para tanto, o CESPE fornece uma tabelinha útil para fazemos as associações.
Observem a letra V da tabela:

Ela nos indica que a proposição correspondente é verdadeira. Ou seja, Renata tomou a atitude
A3.
Analogamente, a letra F indica que Roberta não tomou a atitude A1.
Ok, agora voltemos à atitude A3, tomada por Renata.
Como cada atitude só foi tomada por uma única servidora, já podemos concluir que mais
ninguém tomou a atitude A3.

Agora observem a linha correspondente a Roberta. Já sabemos que ela não tomou as atitudes
A1 e A3. Logo, para Roberta só sobrou a atitude A2.

Podemos concluir que a atitude A2 não foi tomada por qualquer outra mulher.

Observem a linha de Rejane. Para ela só sobrou a atitude A1.

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Pronto. Já preenchemos todas as células. Agora podemos julgar os itens.

O primeiro item afirma que a atitude de Roberta fere o CEP.


Já sabemos que Roberta tomou a atitude A2 (alterou texto de documento oficial que deveria
apenas ser encaminhado para providências).
Certamente a questão pretendeu misturar a cobrança de raciocínio lógico com código de ética
do servidor público, matéria na qual este professor é um completo ignorante. Contudo, usando
o bom senso, não parece razoável que tal atitude seja correta. Podemos afirmar que, de fato,
fere o tal do CEP.
De todo modo, para “me garantir”, dei uma pesquisada no site do planalto e achei o tal código
de ética (decreto 171/94). A seção III do capítulo I do Anexo do decreto traz uma série de
vedações ao servidor. Uma delas é alterar ou deturpar o teor de documentos que deva
encaminhar para providências, que foi exatamente o que Roberta fez. Item certo.

O segundo item afirma que a atitude de Rejane está de acordo com o CEP.
Rejane tomou a atitude A1 (deixou de utilizar avanços técnicos e científicos que estavam ao
seu alcance). Novamente usando o bom senso, parece algo que fere o CEP. O item estaria
errado.
E, consultando o CEP, esta atitude é realmente vedada (anexo, capítulo I, seção III, XV, “e”).

O terceiro item afirma que a proposição P → Q é verdadeira.


O antecedente é:
P: “Rejane alterou texto de documento oficial que deveria apenas ser encaminhado para
providências”.
Isto é falso, pois Rejane, na verdade, deixou de utilizar avanços técnicos e científicos. O
antecedente é falso, o que faz com que o condiconal seja verdadeiro.
O item está certo.
Gabarito: certo, errado, certo

EC 2 BB 2008 [CESPE]
Para preencher a tabela a seguir, considere que os filmes A e B sejam de categorias distintas
— documentário ou ficção —, e, em um festival de cinema, receberam premiações diferentes
— melhor fotografia ou melhor diretor. Tendo como base as células já preenchidas, preencha

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as outras células com V ou F, conforme o cruzamento da informação da linha e da coluna


correspondentes constitua uma proposição verdadeira ou falsa, respectivamente.

A partir do preenchimento das células da tabela e das definições apresentadas no texto, julgue
os itens subseqüentes.
1 A proposição “O filme A é um filme de ficção” é V.
2 A proposição “O documentário recebeu o prêmio de melhor fotografia ou o filme B não
recebeu o prêmio de melhor diretor” é V.
3 A proposição “Se o filme B é um documentário, então o filme de ficção recebeu o prêmio
de melhor fotografia” é V.

Resolução.
Temos várias informações que podem se referir aos filmes A e B. Um dos dois é um
documentário. Outro é uma ficção. Um ganhou prêmio de melhor fotografia. Outro ganhou
prêmio de melhor diretor.
Com base nas informações apresentadas, temos que descobrir qual informação se refere a qual
filme.
Como de costume, o CESPE fornece uma tabelinha útil para fazemos as associações.
A tabela já está parcialmente preenchida. Observem a letra V destacada em vermelho:

Ela nos indica que a proposição correspondente é verdadeira. Ou seja, é verdade que o prêmio
de melhor diretor foi para o filme B (basta ver a linha e a coluna que correspondem a esta
letra V).
O filme B ganhou o prêmio de melhor diretor.
Como cada filme só ganhou um prêmio, concluímos que o filme B não ganhou o prêmio de
melhor fotografia. Vamos preencher a célula correspondente.

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Algum filme ganhou o prêmio de melhor fotografia. Não foi o filme B. Logo, só pode ter sido
A.

Observem a coluna do documentário. Este filme não ganhou o prêmio de melhor diretor (pois
a célula correspondente está preenchida com um falso). Logo, o documentário só pode ter
ganho o prêmio de melhor fotografia.

Sabemos que o documentário ganhou o prêmio de melhor fotografia. Além disso, o filme ‘A’
ganhou o prêmio de melhor fotografia. Conclusão: o filme A é o documentário.
Por exclusão, o filme B é a ficção.

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Pronto. Preenchemos todas as células. Temos que:


Filme A: é o documentário e ganhou o prêmio de melhor fotografia.
Filme B: é a ficção e ganhou o prêmio de melhor diretor.
Agora podemos julgar os itens.

O primeiro item afirma que A é ficção, o que está errado.

O segundo item afirma que a seguinte proposição é verdadeira:


“O documentário recebeu o prêmio de melhor fotografia ou o filme B não recebeu o prêmio
de melhor diretor”.
Temos uma disjunção. A primeira parcela está certa, o que garante que a disjunção seja
verdadeira. Item correto.

O terceiro item afirma que a seguinte proposição é verdadeira:


“Se o filme B é um documentário, então o filme de ficção recebeu o prêmio de melhor
fotografia”
Temos um condicional. O antecedente é falso, o que faz com que o condicional seja
verdadeiro. O item está correto.
Gabarito: errado, certo, certo

2. Verdade/mentira
EC 3 TCE AC 2009 [CESPE]
Leonardo, Caio e Márcio são considerados suspeitos de praticar um crime. Ao serem
interrogados por um delegado, Márcio disse que era inocente e que Leonardo e Caio não
falavam a verdade. Leonardo disse que Caio não falava a verdade, e Caio disse que Márcio
não falava a verdade. A partir das informações dessa situação hipotética, é correto afirmar que
a) os três rapazes mentem.
b) dois rapazes falam a verdade.
c) nenhuma afirmação feita por Márcio é verdadeira.
d) Márcio mente, e Caio fala a verdade.

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e) Márcio é inocente e fala a verdade.

Resolução.
Esse tipo de problema é comumente cobrado junto com proposições. Há um conjunto de
pessoas que podem mentir ou dizer a verdade.
Os alunos costumam ter uma certa dificuldade nesse tipo de questão porque, em geral, não há
um único método de resolução. Geralmente é necessário um certo “jogo de cintura” para
achar a resposta. Algumas dicas úteis são:
· Procurar por perguntas chave: são perguntas cujas respostas são facilmente
identificáveis, o que, geralmente, permite tirar conclusões imediatas. Perguntas típicas: “Você
está mentindo?” / “Você está dizendo a verdade?” – esse tipo de questão é muito cobrado
pela ESAF;
· identificar grupos de informações que são, necessariamente, de mesma natureza (ou
são ambas falsas ou ambas verdadeiras); identificar grupos de informações que são,
necessariamente, de natureza contrária (uma é falsa e a outra é verdadeira); é outro tipo de
questão cobrado pela ESAF;
· dar um chute inicial e verificar se isso acarreta em alguma contradição.
O CESPE não cobra muitas questões desse tipo. E, nas poucas questões que encontramos,
verificamos que a técnica do “chute inicial” é mais que suficiente. Portanto, vamos nos deter a
ela.
Nessa questão, vamos então dar nosso “chute” inicial. Se esse chute resultar em uma
contradição, é porque nosso chute foi errado e precisa ser alterado. Do contrário, se o chute
não resultar em uma contradição, é porque ele foi correto e corresponde à resposta procurada.

Aqui, estou usando a palavra contradição com a idéia de contradizer o que foi posto antes, de
contrariar, de estar em desacordo. Não tem o mesmo significado que estudamos antes, quando
vimos que contradição é uma proposição composta que é sempre falsa.

As declarações dos três homens são:


Márcio: eu sou inocente; Leonardo não fala a verdade; Caio não fala a verdade.
Leonardo: Caio não fala a verdade.
Caio: Márcio não fala a verdade.

Chute inicial: Márcio fala a verdade.


Vamos criar uma lista com todas as conclusões a que formos chegando.
Conclusões
1 Márcio fala a verdade
Na verdade, essa não é realmente uma conclusão. É só um chute.
Partindo desse nosso chute e, analisando a declaração de Márcio, podemos concluir que:
· Leonardo mente

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· Caio mente
Conclusões
1 Márcio fala a verdade
2 Leonardo mente
3 Caio mente
Agora vamos analisar a declaração de Leonardo. Como Leonardo mente (ver segunda
conclusão), então a sua declaração é falsa. Logo, Caio fala a verdade.
Conclusões
1 Márcio fala a verdade
2 Leonardo mente
3 Caio mente
4 Caio fala a verdade
E chegamos a uma contradição. As conclusões 3 e 4 são contraditórias. Isso só ocorreu porque
nosso chute inicial foi errado. Portanto, na verdade, Mário mente. Temos que recomeçar a
análise novamente, desde o início.
Conclusões
1 Márcio mente
Analisando a frase de Caio, concluímos que ele fala a verdade ao afirmar que Márcio mente.
Conclusões
1 Márcio mente
2 Caio fala a verdade
Vamos analisar a frase de Leonardo. Ele afirma que Caio mente, o que não é correto. Logo,
Leonardo mente.
Conclusões
1 Márcio mente
2 Caio fala a verdade
3 Leonardo mente
Falta analisar a frase de Márcio. Ele afirma, entre outras coisas, que Caio mente, o que não é
correto. Logo, Márcio mente, o que está de acordo com nossa primeira conclusão. Não
chegamos a uma contradição. Essa é a resposta correta: apenas Caio fala a verdade.

E agora um detalhe importante: sabemos que Márcio mente porque pelo menos uma de suas
informações é falsa. É como se ele tivesse nos informado uma proposição com o conectivo
“e”. Se pelo menos uma das parcelas for falsa, a frase inteira é falsa.
As três informações que ele dá são:
· Mário é inocente – não sabemos se a informação é correta.
· Leonardo mente – esta informação é correta
· Caio mente – esta informação é errada
Sabemos que a última informação é falsa, o que faz com que Márcio seja mentiroso. As
demais informações até podem ser verdadeiras (e a segunda, de fato, é).
Gabarito: D

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II. LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO


Sejam p1, p2, ..., pn proposições, que podem ser simples ou compostas. Essas proposições são
chamadas de premissas. Seja q uma proposição final, chamada de conclusão.
Um argumento é uma afirmação de que uma dada sequência de premissas tem como
consequência lógica uma conclusão.
Exemplo:
Primeira premissa: Quem ganha na loteria fica rico.
Segunda premissa: Daniel Dantas é rico
Conclusão: Daniel Dantas ganhou na loteria.
Acima, temos duas premissas. Estamos dizendo que essas duas premissas acarretam na nossa
conclusão. Por isso, o que temos acima é um argumento.
Os argumentos podem conter proposições que apresentem quantificadores (todo, algum,
nenhum etc). É exatamente o caso do argumento acima (em que ficou implícito que todos
aqueles que ganham na loteria ficam ricos). Geralmente, quando temos quantificadores, as
tabelas-verdade se mostram insuficientes para análise do argumento. Nesse ponto será muito
útil aprendermos os chamados diagramas lógicos.
Quando os argumentos não envolverem os tais quantificadores, aí a análise do argumento é
feita por meio da tabela-verdade (ou por outros métodos dela decorrentes, como a utilização
de regras de inferência, do condicional associado ao argumento válido, entre outros).
Um argumento pode ser classificado em válido e inválido. Por sinal, o argumento dado acima
é inválido.
Para fazer a análise do argumento, nós consideramos que todas as premissas sejam
verdadeiras. Sempre! Não interessa qual seja a premissa!
A tarefa de avaliar se uma premissa é realmente verdadeira é das outras ciências (física,
química, biologia etc). Na lógica, só estamos interessados na forma do argumento. O que nós
analisaremos é se o argumento está bem construído, bem formulado, isto é, se as premissas,
de fato, suportam a conclusão.
Assim, partimos do pressuposto de que as premissas são verdadeiras. Se, considerando as
premissas verdadeiras, a conclusão necessariamente também for verdadeira, então o
argumento é válido. Caso contrário, se existir um caso em que todas as premissas são
verdadeiras e a conclusão for falsa, então o argumento é inválido.
Por fim, se não for possível que todas as premissas sejam simultaneamente verdadeiras, então
o argumento é inconsistente. Um argumento inconsistente é, também, válido. Como no
argumento inconsistente não existe linha da tabela-verdade em que as premissas são
verdadeiras e a conclusão é falsa, então ele é considerado válido.

1. Análise de argumentos por meio da tabela verdade.


Para analisar um argumento com o auxílio da tabela-verdade, nós montamos uma tabela que
inclua todas as premissas e a conclusão. Em seguida, ignoramos as linhas em que pelo menos
uma das premissas seja falsa (pois, para gente, só interessam os casos em que todas as
premissas sejam verdadeiras).

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Por fim, nas linhas em que todas as premissas são verdadeiras, checamos se a conclusão
também é. Caso seja, o argumento é válido. Do contrário, é inválido.
Vejamos alguns exemplos de questões do CESPE:

EC 4 BB 2008 [CESPE]
Se o valor lógico da proposição “Se as operações de crédito no país aumentam, então os
bancos ganham muito dinheiro” é V, então é correto concluir que o valor lógico da proposição
“Se os bancos não ganham muito dinheiro, então as operações de crédito no país não
aumentam” é também V

Resolução.
Temos um argumento com uma única premissa.
Premissa: Se as operações de crédito no país aumentam, então os bancos ganham muito
dinheiro.
Conclusão: Se os bancos não ganham muito dinheiro, então as operações de crédito no país
não aumentam.

Vamos dar nomes às proposições.


c: operações de crédito no país aumentam
b: bancos ganham muito dinheiro.

Ficamos com:
Premissa: c → b
Conclusão: ~ b →~ c
Fazendo a tabela verdade:
premissa conclusão
c B c→b ~ b →~ c
V V V V
V F F F
F V V V
F F V V
Observe que em todas as linhas em que a premissa é verdadeira (destaque em vermelho), a
conclusão também é. Logo, a conclusão decorre da premissa. Ou ainda, dado que a premissa é
verdadeira, é correto afirmar que a conclusão também é.
Pergunta: precisávamos ter feito a tabela verdade para ver que a conclusão decorre da
premissa?

Não, não precisávamos!


Neste caso, observe que a premissa e a conclusão são proposições equivalentes (lembram da
aula passada? num condicional, podemos inverter as parcelas, negando-as).

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Ora, se são proposições equivalentes, então o fato de uma delas ser verdadeira garante que a
outra também seja.
Resumindo: sempre que a conclusão for equivalente a uma das premissas, o argumento é
válido.
Gabarito: certo

EC 5 TRE MG 2009 [CESPE]


Um argumento é uma afirmação na qual uma dada seqüência finita – p1, p2, ..., pn - de
proposições tem como conseqüência uma proposição final q. A esse respeito, considere o
seguinte argumento.
· Ou Paulo fica em casa, ou ele vai ao cinema.
· Se Paulo fica em casa, então faz o jantar.
· Se Paulo faz o jantar, ele vai dormir tarde.
· Se Paulo dorme tarde, ele não acorda cedo.
· Se Paulo não acorda cedo, ele chega atrasado ao seu trabalho.
Sabendo-se que Paulo não chegou atrasado ao seu trabalho, de acordo com as regras de
raciocínio lógico, é correto deduzir-se que Paulo:
a) ficou em casa.
b) foi ao cinema.
c) fez o jantar.
d) dormiu tarde.
e) não acordou cedo.

Resolução.
O argumento do enunciado é:
p1: Ou Paulo fica em casa, ou ele vai ao cinema.
p2: Se Paulo fica em casa, então faz o jantar.
p3: Se Paulo faz o jantar, ele vai dormir tarde.
p4: Se Paulo dorme tarde, ele não acorda cedo.
p5: Se Paulo não acorda cedo, ele chega atrasado ao seu trabalho.
p6: Paulo não chegou atrasado ao trabalho
q: ?
São seis premissas e uma conclusão, ainda desconhecida. A pergunta é: qual a conclusão para
que o argumento seja válido?
Vamos dar nomes às proposições simples:
c: Paulo fica em casa
s: Paulo vai ao cinema

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j: Paulo faz o jantar


d: Paulo vai dormir tarde
a: Paulo acorda cedo
t: Paulo chega atrasado ao trabalho
Na letra A, o argumento é:
c∨s
c→ j
j→d
d → (~ a)
(~ a ) → t
~t
c
Utilizamos um traço horizontal para separar as premissas da conclusão. Outra forma de
representar o mesmo argumento seria assim:
c∨s , c → j , j → d , d → (~ a) , (~ a) → t , ~ t |---- c
O símbolo “|----” também é usado para separar as premissas da conclusão.
E, aqui, fazer a tabela-verdade é algo impensável. São inúmeras proposições, a tabela ficaria
gigante.
Bom, então vamos adotar outra tática. Vamos tentar não fazer a tabela-verdade inteira, pois
isso seria muito demorado.
Já vimos que, para a análise do argumento, nos restringimos aos casos em que todas as
premissas são verdadeiras.
Deste modo, nem vamos perder tempo analisando os casos em que pelo menos uma das
premissas é falsa. Certo?
Observem só a última premissa. É uma proposição simples, portanto, mais fácil de ser
analisada. Vamos começar por ela.
~t
Para que ela seja verdadeira, temos que t é falso.
t: falso
Vamos fazer uma lista com nossas conclusões.
proposição valor lógico
t FALSO
Ou seja, nem vamos perder tempo analisando os casos em que t é verdadeiro, pois isso
tornaria falsa a última premissa.
Agora que já sabemos o valor lógico de t, vamos procurar outra premissa que também
contenha t.
(~ a ) → t

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O único caso em que um condicional é falso é quando a primeira parcela é verdadeira e a


segunda é falsa. Sabemos que t é falso (segunda parcela é falsa). Logo, para que essa premissa
seja verdadeira, necessariamente, ~ a deve ser falso.
Se ~ a é falso, então a é verdadeiro.
proposição valor lógico
t FALSO
a VERDADEIRO
Vamos procurar por outra premissa que contenha a.
d → (~ a)
Temos um condicional em que a segunda parcela é falsa. Novamente, para que o condicional
seja verdadeiro, a primeira parcela deve ser falsa.
proposição valor lógico
t FALSO
a VERDADEIRO
d FALSO
Passemos para a seguinte premissa:
j→d
Sabemos que a segunda parcela do condicional é falsa. Conclusão: para que a premissa seja
verdadeira, a primeira parcela deve ser falsa.
proposição valor lógico
t FALSO
a VERDADEIRO
d FALSO
j FALSO
Agora vamos para:
c→ j
Outro condicional. A segunda parcela é falsa. Logo, a primeira parcela deve ser falsa para que
o condicional seja verdadeiro.
proposição valor lógico
t FALSO
a VERDADEIRO
d FALSO
j FALSO
c FALSO
Por fim:
c∨s
Temos um “ou exclusivo”. Para que ele seja verdadeiro, as duas parcelas devem ter valores
lógicos diferentes. Já sabemos que a primeira parcela é falsa. Logo, “s” deve ser verdadeiro.
proposição valor lógico
t FALSO
a VERDADEIRO
d FALSO
j FALSO

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c FALSO
s VERDADEIRO
Pronto. Já achamos o único caso em que todas as premissas são verdadeiras. É o caso em que
t, a, d, j, c, s são, respectivamente, falso, verdadeiro, falso, falso, falso, verdadeiro. Esta é a
única linha da tabela verdade que deve ser analisada.

Na letra A, a conclusão é: Paulo fica em casa ( c ).


Sabemos, do nosso quadro acima, que c é falso. Logo, a conclusão dada na letra A é falsa. Ou
seja, quando todas as premissas são verdadeiras, a conclusão apresentada na letra A é falsa.
Logo, o argumento é inválido.

Letra B.
Conclusão: Paulo foi ao cinema (s).
Do quadro acima, sabemos que s é verdadeira. Logo, o argumento é válido. Ou seja, quando
todas as premissas são verdadeiras, a conclusão também é.
Gabarito: B

2. Análise de argumentos usando diagramas lógicos.


Uma sentença aberta é uma sentença que possui pelo menos uma variável.
Exemplo:
x+3>5
Acima temos uma sentença aberta. Ela possui a variável x. Cada valor de x dá origem a uma
proposição, que pode ser julgada em V ou F. Isso é o que caracteriza uma sentença aberta. É o
fato de ela poder dar origem a diversas proposições, conforme o valor assumido pela variável.
A sentença x + 3 > 5 , por si só, não é uma proposição. Ela não pode, de imediato, ser julgada
em V ou F. Cada valor de x vai dar origem a uma proposição que, aí sim, poderá ser julgada.
Pois bem, é muito comum que a partir de uma sentença aberta sejam formuladas proposições,
por meio de quantificadores. Quando um quantificador incide sobre uma variável, aí temos
uma proposição, que pode ser julgada em V ou F.
A partir do exemplo acima, vamos criar uma outra frase:
Existe valor de x tal que x + 3 > 5 .
Ah, agora mudou tudo. A palavra “existe” é um quantificador. Podemos pensar que ela é
sinônimo de “algum”. Ou seja, afirma-se que algum x obedece a “ x + 3 > 5 ”. Ou seja, afirma-
se que existe pelo menos um valor de x que satisfaz x + 3 > 5 .
Essa segunda sentença é uma proposição. Apesar de apresentar uma variável, ela já pode ser
julgada de imediato. No caso, sabemos que é verdadeira.
Os quantificadores são geralmente indicados por palavras como: todo, algum, nenhum etc.
Argumentos que envolvem proposições deste tipo são mais facilmente estudados por meio de
diagramas, que representam os diversos conjuntos de possibilidades.

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Desenhar os diagramas é bem simples. Vejamos alguns exemplos.

Represente os diagramas para as seguintes proposições:


a) Todo dragão é um animal com mais de 15 metros de altura.
b) Algum brasileiro fala espanhol.
c) Algum brasileiro não fala espanhol.
d) Nenhum dragão é dinossauro.

Resolução.
Existem proposições que apresentam os chamados quantificadores (todo, algum, nenhum).
Quando temos um argumento em que as proposições apresentam quantificadores, a tabela
verdade se mostra insuficiente para a análise do argumento.
Neste caso, é muito útil utilizarmos os diagramas lógicos. Esses tais diagramas são desenhos
esquemáticos que representam as proposições.
Fazer os desenhos é bem simples. Vamos lá!

Letra A: todo dragão é um animal com mais de 15 metros de altura.


Neste caso, dizemos que o conjunto dos dragões está contido no conjunto dos animais com
mais de 15 metros de altura (ou ainda, o conjunto dos dragões está dentro do conjunto dos
animais com mais de 15 metros).
Assim:

Dizendo de forma diferente: o conjunto dos dragões é um subconjunto do conjunto dos


animais com mais de 15 metros de altura.
Reparem que este quantificador nos traz algumas certezas e algumas incertezas. Para ficar
mais claro, vejamos outra forma de representar os mesmos conjuntos:
A frase é:
Todo dragão é um animal com mais de 15 metros de altura.
Isso nos dá certeza de que não há dragões fora do conjunto dos animais com mais de 15
metros de altura.

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É a região cinza da figura acima. Nesta aula, vamos usar a cor cinza para indicar que não há
elementos na região.
Agora, simplesmente dizer que “todo dragão é um animal com mais de 15 metros de altura”
não nos dá certeza de que existem dragões, nem de que há animais com mais de 15 metros de
altura. São as “regiões de incerteza”, destacadas em amarelo na figura acima.
Ou seja, nas regiões em amarelo, não sabemos se há ou não elementos.
Esta proposição em especial foi dada porque, no mundo real, de fato, não há dragões.
Também não há animais com mais de 15 metros de altura.
Apesar disso, é correto dizer que “todo dragão é um animal com mais de 15 metros de altura”.
Ora, se existem zero dragões, então, de fato, todos estes “zero” dragões têm mais de 15
metros de altura.

Letra b:
“Algum brasileiro fala espanhol”
Este quantificador também nos traz algumas incertezas. Vejam como fica o desenho:

Quando dizemos que alguns brasileiros falam espanhol, nós temos a certeza que os dois
conjuntos se tocam. E mais que isso: na intersecção, há pelo menos um elemento.
Ou seja, existe pelo menos uma pessoa que é brasileira e, além disso, fala espanhol.

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Isso nos dá a certeza de que, na região marcada com um (X) na figura abaixo, existe pelo
menos uma pessoa:

Quanto às demais regiões do diagrama, não sabemos se correspondem a algum indivíduo. São
“regiões de incerteza”, representadas em amarelo:

Não sabemos se há brasileiros que não falam espanhol (região 1 da figura). Também não
sabemos se há pessoas que falam espanhol e não são brasileiras (região 2 da figura).

Letra c:
Alguns brasileiros não falam espanhol
A análise é bem semelhante à da letra B.
O diagrama é o mesmo. A única coisa que muda é a “região de incerteza”.
Agora, temos certeza de que existem brasileiros que não falam espanhol. É a região marcada
com um (X) ma figura abaixo:

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Não temos certeza se há pessoas que são brasileiras e falam espanhol (região 1). Também não
sabemos se há pessoas que não são brasileiras e falam espanhol (região 2).

Letra d:
Nenhum dragão é dinossauro.
Neste caso, estamos afirmando que o conjunto dos dragões não apresenta intersecção com o
conjunto dos dinossauros.
Assim:

Novamente: dizemos que não há intersecção entre os dois conjuntos.


Assim como nos casos anteriores, temos algumas incertezas.

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A única certeza que temos é que não há intersecção entre os conjuntos. É a região cinza da
figura acima. Pintamos de cinza par indicar ausência de elementos.
Contudo, simplesmente dizer que “nenhum dragão é dinossauro” não garante qualquer coisa
sobre a existência de elementos dentro do conjunto dos dragões (região 1 da figura), ou dentro
do conjunto dos dinossauros (região 2).
Não temos certeza se existem dragões. Nem se existem dinossauros. Apenas temos certeza de
que não há dragões que também sejam dinossauros.
Esta proposição em especial foi utilizada porque, no mundo real, atualmente, não existem
dinossauros. Também não existem dragões. Deste modo, realmente é correto dizer que
nenhum dragão é dinossauro.
Com isso não estamos afirmando a existência de qualquer um destes dois tipos de criatura.

Nesta primeira explicação, deixei em amarelo as regiões de incerteza, para poder chamar
melhor a atenção para elas.
Muito bem. Nos demais exercícios, para não sobrecarregar muito as imagens (e não gastar
muito a tinta de vossas impressoras), vou deixar as “regiões de incerteza” em branco, em vez
de amarelo.
Só quando eu quiser chamar a atenção para alguma região de incerteza em partícular, aí eu
pinto de amarelo, ok?

EC 6 SEBRAE 2008 [CESPE]


Considere as seguintes proposições:
I - Todos os cidadãos brasileiros têm garantido o direito de herança.
II - Joaquina não tem garantido o direito de herança.
III - Todos aqueles que têm direito de herança são cidadãos de muita sorte.

Supondo que todas essas proposições sejam verdadeiras, é correto concluir logicamente que
1. Joaquina não é cidadã brasileira.

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2. todos os que têm direito de herança são cidadãos brasileiros.


3. se Joaquina não é cidadã brasileira, então Joaquina não é de muita sorte.

Resolução:
Da primeira proposição, temos que o conjunto dos brasileiros está dentro do conjunto das
pessoas com direito de herança:

Da segunda proposição, sabemos que Joaquina não pertence ao conjunto das pessoas que têm
garantido o direito de herança.

Da terceira proposição, temos que o conjunto das pessoas que têm garantido o direito de
herança está dentro do conjunto dos cidadãos de muita sorte. Aqui, temos duas possibilidades:
Joaquina pode estar incluída ou não no conjunto dos cidadãos de muita sorte:
Primeira opção:

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Segunda opção:

Vamos aos itens.


Primeiro item.
Afirma-se que Joaquina não é brasileira. De fato, segundo nossos desenhos acima, isso é
correto. Ou seja, tomando como verdadeiras as proposições dadas no comando da questão,
concluímos que Joaquina não é brasileira. Ou seja, as premissas suportam a conclusão a que
se chegou.
Gabarito: Certo.

Segundo item.
Afirma-se que todos os que têm garantido direito de herança são brasileiros. Isso é falso. O
enunciado não nos permite concluir isso. É perfeitamente possível que existam pessoas dentro
do conjunto vermelho que não estejam dentro do conjunto verde. Nesta situação, todas as
premissas seriam verdadeiras e a conclusão seria falsa.
As premissas não são suficientes para que cheguemos nessa conclusão.
Gabarito: errado.

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Terceiro item.
Conclusão:
Se Joaquina não é cidadã brasileira, então Joaquina não é de muita sorte.
Temos um condicional em que o primeiro termo é verdadeiro. Quanto ao segundo termo, não
temos como saber se ele é verdadeiro ou falso. As premissas não foram suficientes para
concluirmos se Joaquina tem ou não muita sorte (em cada uma das opções de diagrama temos
uma resposta diferente: na primeira, Joaquina não tem muita sorte; na segunda, tem).
As premissas não foram suficientes para sabermos se Joaquina tem muita sorte ou não. Não
temos como afirmar se ela está dentro ou fora do conjunto azul.
Logo, as premissas não nos permitem afirmar que a segunda parcela do condicional seja
verdadeira. Ora, se ela pode ser falsa, fazendo com que o condicional seja falso, então é
porque as premissas não suportam a conclusão.
Gabarito: errado.

EC 7 IPEA 2008 [CESPE]


Tendo como base o texto, julgue os itens seguintes, a respeito de lógica.
1 - Considere que as proposições “Alguns flamenguistas são vascaínos” e “Nenhum
botafoguense é vascaíno” sejam valoradas como V. Nesse caso, também será valorada como
V a seguinte proposição: “Algum flamenguista não é botafoguense”.
2 - Considere o argumento formado pelas proposições A: “Todo número inteiro é par”; B:
“Nenhum número par é primo”; C: “Nenhum número inteiro é primo”, em que A e B são as
premissas e C é a conclusão. Nesse caso, é correto afirmar que o argumento é um argumento
válido.

Resolução.
Por mais absurdo que seja afirmar que um flamenguista é vascaíno, ou que todo número
inteiro é par, para gente, pelo simples fato de tais proposições serem premissas, elas são
verdadeiras. Então desenhamos os diagramas, considerando as premissas, e avaliamos se as
conclusões são verdadeiras.

Primeiro item.
Vou desenhar logo o diagrama completo, representando todas as premissas.

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De fato, é correto concluir que algum flamenguista não é botafoguense. Basta notar a região
assinalada com um (x). Nela, temos flamenguistas que não são botafoguenses.
Gabarito: certo.

No segundo item, temos:

De acordo com o diagrama, realmente concluímos que nenhum inteiro é primo.


Gabarito: certo.

3. Negação de proposições com quantificadores.


Um tipo de questão cobrado em provas pede a negação de proposições que apresentam
quantificadores.
Exemplo:
p: Todo brasileiro fala espanhol.
Como fazemos para negar esta proposição acima?
Basta pensar assim: quando é que esta proposição será falsa?
Para que ela seja falsa, basta que exista um brasileiro que não fale espanhol.
Há duas formas de dizer isso:

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~p: Algum brasileiro não fala espanhol.


ou ainda:
~p: Nem todo brasileiro fala espanhol.
Outro exemplo:
q: Algum brasileiro fala espanhol
Para negar esta proposição, novamente, basta pensar nos casos em que ela é falsa.
Ela será falsa se nenhum brasileiro falar espanhol.
~q: Nenhum brasileiro fala espanhol.
Outra forma de dizer isso é:
~q: Todo brasileiro não fala espanhol.
A tabela abaixo resume tudo:
Proposição original Negação
Nem todo brasileiro fala espanhol.
Todo brasileiro fala espanhol
Algum brasileiro não fala espanhol
Nenhum brasileiro fala espanhol.
Algum brasileiro fala espanhol.
Todo brasileiro não fala espanhol

EC 8 SEBRAE 2008 [CESPE]


Julgue os itens a seguir:
A negação da proposição “Ninguém aqui é brasiliense” é a proposição “Todos aqui são
brasilienses”.

Resolução.
Pretende-se negar a seguinte proposição:
Ninguém aqui é brasiliense.
A negação disso é:
Alguém aqui é brasiliense.
Gabarito: errado.

Encerramos aqui nossa aula 1.


Bons estudos!
Vítor Menezes

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