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TRABALHO BIODIREITO

Alunos:
João Vitor Andreis - 32046261
Mariana Coelho - 32015186
João Gabriel Almeida - 32024304
João Joma - 32056214
Bruno Camarero - 32088558
Gabriel Alcantara – 32004400

O direito à morte digna é reconhecidamente um direito fundamental?


Explique. “Morte digna para quem? O direito fundamental de escolha do próprio fim”

Embora não explicitado na Constituição, o direito a uma morte com dignidade


pode ser inferido como fundamental através da análise do princípio da dignidade da
pessoa humana, um alicerce da Constituição Federal de 1988 no Brasil. Esse princípio
sugere que cada indivíduo deve ter respeito e a garantia de condições para uma vida com
qualidade, além de proteção contra tratamentos desumanos. Nesse viés, o direito à morte
digna pode ser compreendido como a liberdade de decidir sobre as circunstâncias da
própria morte, sem intervenções indesejadas ou extensão artificial da vida.
Ao examinar o direito à morte digna como um direito fundamental, considera-se
que as proteções à vida digna em legislações nacionais e internacionais poderiam ser
estendidas para abarcar a morte digna, por meio de interpretação sistemática e teleológica
da Constituição e de documentos internacionais, como a Declaração Universal dos
Direitos Humanos.
No entanto, a fundamentalidade da vida não é absoluta, e nenhum direito o é. Isso
significa que a vida, e por consequência a morte digna, pode ser ponderada em relação a
outros princípios e direitos fundamentais.
Portanto, o reconhecimento do direito à morte digna como um direito fundamental
é uma questão intrincada e sujeita a interpretações legais. Deve-se considerar o princípio
da dignidade humana e a legislação vigente, tanto nacional quanto internacional, na sua
apreciação.
A questão do direito à morte digna é multifacetada e envolve aspectos éticos,
legais e médicos. O artigo discute várias nuances dessa discussão, abordando desde a
eutanásia até cuidados paliativos, enfatizando a importância da autonomia do paciente e
o respeito à sua dignidade.
Eutanásia, em sua evolução histórica, passou de um ato de compaixão a uma
prática controversa, enfrentando resistências significativas, especialmente após abusos
durante a Segunda Guerra Mundial. Contudo, o conceito de eutanásia autônoma ressurge
com a ascensão da autonomia do paciente e o avanço da tecnologia médica, colocando o
paciente no centro da decisão sobre a sua morte.
Ademais, O artigo também menciona exemplos internacionais onde a eutanásia e
o suicídio assistido são permitidos, destacando o papel da autonomia do paciente e da
dignidade na morte. A Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Colômbia e Canadá são exemplos
de países que legalizaram a eutanásia sob diretrizes específicas. Em contraste, o Brasil
atualmente considera a eutanásia como homicídio, com um projeto de lei em discussão
que poderia diferenciar a eutanásia de outros crimes contra a vida.
Já o suicídio assistido, outra forma de morte digna, é discutido em relação à sua
legalidade em diversos países. A Suíça é destacada por sua abordagem menos restritiva
ao suicídio assistido, não exigindo o envolvimento médico e permitindo organizações não
governamentais facilitarem o processo.
A ortotanásia, ou a morte em seu curso natural sem intervenções médicas para
prolongar a vida, é reconhecida como uma prática legítima no Brasil. Resoluções do
Conselho Federal de Medicina permitem que os médicos limitem ou suspendam
tratamentos que prolonguem a vida de pacientes em fase terminal, respeitando a vontade
do paciente ou seu representante legal.
Distanásia, o oposto da ortotanásia, é discutida como uma prática que prolonga a
vida artificialmente, muitas vezes sem considerar a qualidade de vida do paciente. A
discussão evidencia uma cultura brasileira que tende a valorizar o prolongamento da vida
em detrimento do alívio da dor, apontando para a necessidade de mais educação e
discussão sobre a obstinação terapêutica no país.
Finalmente, o artigo argumenta que, embora não haja legislação específica sobre
eutanásia e suicídio assistido no Brasil, a morte digna é um direito fundamental que deve
ser protegido. Diante disso, o grupo concorda que a dignidade humana, um fundamento
da Constituição brasileira, deve permear todas as discussões sobre o direito à vida e à
morte, garantindo que as escolhas individuais sejam respeitadas em um contexto de
direitos coletivos e individuais, inclusive frente ao suicídio assistido.

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