Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
JHONATAN MOURA
EUTANÁSIA
Jundiaí- SP
2022
JHONATAN MOURA
EUTANÁSIA
Jundiaí- SP
2022
JHONATAN MOURA
EUTANÁSIA
BANCA EXAMINADORA
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................7
2 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE A VIDA...........................................................9
2.1 O ESTADO BRASILEIRO E A INTERVENÇÃO SOBRE A VIDA.....................11
2.1.2 Manifestações no Brasil a Respeito da Eutanásia.........................................13
2.2 EUTANÁSIA..................................................................................................... 16
3 ASPECTOS JURÍDICOS DA EUTANÁSIA.............................................................26
3.1 A EUTANÁSIA NA ESFERA PENAL E CIVIL BRASILEIRA............................26
3.2 O CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.......................................................................30
3.3 DIREITO COMPARADO...................................................................................32
3.3.1 Holanda......................................................................................................... 32
3.3.2 Bélgica...........................................................................................................34
3.3.3 Suíça............................................................................................................. 35
3.3.4 Luxemburgo...................................................................................................36
3.3.5 Colômbia....................................................................................................... 37
3.3.6 Estados unidos..............................................................................................38
3.3.7 Canadá..........................................................................................................39
3.4 PERSPECTIVAS ATUAIS E PROJETOS LEGISLATIVOS..............................39
4 DISCUSSÃO...........................................................................................................42
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................44
REFERENCIAS......................................................................................................... 46
7
1 INTRODUÇÃO
Ainda Contaifer (2016), este fim nem sempre ocorre de forma natural, ou seja,
às vezes no percurso da vida pode acontecer uma luta do indivíduo contra uma
doença incurável, dores insuportáveis e sem alívio. Neste cenário, onde a esperança
foi suprimida, e pensando em aliviar o sofrimento, entra em discussão a eutanásia.
Segundo (GOULART, 2019):
Este trabalho, fará um apanhado sobre a eutanásia de uma forma geral, e por
se tratar de um tema sensível e com bastante opiniões divergentes, nesta pesquisa
se buscará fazer uma revisão em diferentes ordenamentos jurídicos, assim como
buscar respostas de estudiosos, a partir de um ponto de vista mais específico.
O objetivo desta pesquisa não é defender pontos de vista, mas sim sintetizar
informações e pensamentos diversos a respeito da eutanásia, nos mais estritos
debates e opiniões. Salienta-se, que este tema, por ser sensível, é pouco discutido
no Brasil e, para formar se alicerçar de opiniões que fundamentam e contextualizam
a relação entre vida plena garantida pelo artigo 5º da Constituição Federal e, a
situação que nem todo direito é absoluto.
Além desta seção introdutória, esta pesquisa conterá a seção 2, que será a
revisão de literatura, onde serão discorridos conceitos, legislações e opiniões a partir
de óticas diferentes, na seção 3, será apresentado os resultados e as discussões a
respeito do tema, e por fim, seção 4, com as considerações finais.
9
A Constituição Federal de 1988 prevê o direito à vida no artigo 5º, que está
situado no campo dos direitos e garantias fundamentais, e mais especificamente,
nos direitos e deveres individuais e coletivos. O referido direito é garantido a todos
os brasileiros e aos estrangeiros, mesmo que somente estejam transitando no país.
O direito à vida é o direito mais primordial direito humano, e que deve ser se
concedido diante de sua dimensão que abrange o direito de nascer, o direito de
permanecer vivo, o direito de alcançar uma duração de vida comparável com os
demais cidadãos, e o direito de não ser privado da vida por meio de pena de morte.
[...] vida, no texto constitucional (art. 5º, caput), não será considerada
no seu sentido biológico de incessante autoatividade funcional, peculiar à
matéria orgânica, mas a sua acepção biográfica mais compreensiva. Sua
riqueza significativa é de difícil apreensão porque é algo dinâmico, que se
transforma incessantemente sem perder sua própria identidade. É mais um
processo (processo vital), que se instaura com a concepção (ou germinação
vegetal), transforma-se, progride, mantendo sua identidade, até que muda de
qualidade, deixando, então, de ser vida para ser morte. Tudo que interfere
em prejuízo deste fluir espontâneo e incessante contraria a vida.
Segundo o conceito de Silva (2003), a morte é o fim da vida, ou seja, deve ser
encarada como um processo da vida, ou melhor, como sendo o último estágio do ser
humano. A vida termina com a morte, devendo esta ser entendida como uma fase
integrante da vida e não como um evento externo. A morte consiste, na verdade, no
término do processo de viver. É a última etapa do ciclo da vida.
Uruguai
Colômbia
2.2 EUTANÁSIA
não se efetivar, não se pode afirmar que tenha ocorrido eutanásia. Se a morte
acontece por causas naturais, definitivamente não é considerado eutanásia. Outro
fator a ser considerado é a Intervenção de Terceiro. Neste caso se a morte não é
provocada por outra pessoa, não se configura eutanásia. Se a morte é em
decorrência de ação do próprio indivíduo, não se configura eutanásia, mas suicídio.
O conceito de paciente terminal, outrossim, remonta ao século XX, eis que foi
apenas nesse século, ou seja, bastante recentemente, que a trajetória das doenças
se alterou de modo especial. Antes as enfermidades, no mais das vezes, eram
fulminantes, sem conceder tempo ao indivíduo para que pudesse, ao menos, ser
considerado terminal. As condições tecnológicas de então, outrossim, não permitiam
maior prolongamento artificial do período vital, fosse ou não o alongamento benéfico
ao paciente.
Existem autores que não consideram necessário que a eutanásia tenha que
ser praticada exclusivamente por um médico para que seja caracterizada. Um
desses autores é Vieira (2009, p. 103), que delimita o conceito de eutanásia:
19
Neste sentido também discorre Maria Helena Diniz (2011, p. 438), a qual
afirma que a eutanásia consiste na “deliberação de antecipar a morte de doente
irreversível ou terminal, a pedido seu ou de seus familiares, ante o fato da
incurabilidade de sua moléstia, da insuportabilidade de seu sofrimento e da
inutilidade de seu tratamento”.
20
A autora Maria Helena Diniz (2001), ao versar sobre a distanásia, afirma que
este meio não visa prolongar a vida, mas sim o processo de morte. Em outras
palavras, a distanásia é o procedimento médico pelo qual se busca não a qualidade
da vida remanescente, mas sim o prolongamento ao máximo do tempo de vida
restante do paciente, fazendo uso de todos os recursos e procedimentos
necessários para que isso seja possível, o que, consequentemente, acaba por
prorrogar também o sofrimento do enfermo. Tal ato pode ser entendido também
como “obstinação terapêutica” (SELLI; ALVES, 2009).
A ortotanásia, por sua vez, conforme explica Tereza Rodrigues Vieira (1999),
prioriza a qualidade da vida que ainda resta ao paciente, deixando que a morte
ocorra naturalmente.
A palavra EUTANÁSIA foi criada no séc. XVII pelo filósofo inglês Francis
Bacon, quando prescreveu, na sua obra “Historia vitae et mortis”, como tratamento
mais adequado para as doenças incuráveis (SILVA, 2000). Na sua etimologia estão
duas palavras gregas: EU, que significa bem ou boa, e THANASIA, equivalente a
morte. Em sentido literal, a “eutanásia” significa “Boa Morte”, a morte calma, a morte
piedosa e humanitária.
A palavra EUTANÁSIA foi criada no séc. XVII pelo filósofo inglês Francis
Bacon, quando prescreveu, na sua obra “Historia vitae et mortis”, como tratamento
mais adequado para as doenças incuráveis (SILVA, 2000). Na sua etimologia estão
duas palavras gregas: EU, que significa bem ou boa, e THANASIA, equivalente a
22
morte. Em sentido literal, a “eutanásia” significa “Boa Morte”, a morte calma, a morte
piedosa e humanitária.
o homicídio eutanásico pode ser classificado como homicídio privilegiado, pois foi
ocasionado pelo sentimento de piedade diante do sofrimento do paciente
acometido doença em estágio terminal. O homicídio privilegiado está descrito no
código penal ainda no artigo 121, em seu parágrafo 1º:
No que tange ao nosso Código Civil, é possível localizar alguns artigos que
se relacionam com o tema central do trabalho. Um exemplo é o artigo 15 que
determina: “ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica” (BRASIL, 2002, online).
Seguindo o raciocínio:
1940, online).
Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu
representante legal.
3.3.1 Holanda
De acordo com o n.º 1 do citado artigo 293.º, comete crime quem mata
alguém a seu pedido expresso e sério. O n.º 2 do mesmo preceito
excetua a responsabilidade quando cometido por um médico que cumpra
os requisitos estabelecidos no artigo 2.º da lei avulsa acima citada. A
irresponsabilização criminal do ato do médico ocorre também no caso do
suicídio assistido previsto no n.º 1 do artigo 294.º do Código Penal, por
via do disposto no n.º
Na Holanda, a eutanásia hoje está regulamentada por lei, mas era, como
vimos, tolerada pela justiça se feita a pedido do paciente em estado
terminal, atestado por dois médicos, sob diretrizes especificas
estabelecidas, desde 1984, pela Comissão Governamental Holandesa
para a Eutanásia, disciplinadas pela Royal Dutch Medical Association
(RDMA) e pelo Ministério da Justiça.
3.3.2 Bélgica
Dessa forma:
37
3.3.3 Suíça
3.3.4 Luxemburgo
No ano de 2009 entrou em vigor no país duas leis, sendo uma delimitando
diretrizes acerca de cuidados paliativos, diretrizes antecipadas de vontade
(testamento vital) e acompanhamento em fim de vida, já a outra lei regulamenta
acerca da eutanásia ativa e o suicídio assistido.
3.3.5 Colômbia
Nesse sentido:
Os Estados Unidos da América, conhecido por ser a “terra dos bravos, e lar
dos livres”, não possui previsão legal acerca da eutanásia e do suicídio assistido,
sendo o ato e punido criminalmente.
3.3.7 Canadá
artigo 122, a tipificação do crime de eutanásia, nos seguintes termos: “art. 122.
Matar, por piedade ou compaixão, paciente em estado terminal, imputável e
maior, a seu pedido, para abreviar-lhe sofrimento físico insuportável em razão de
doença grave: Pena – prisão, de dois a quatro anos” (BRASIL, 1940, online).
4 DISCUSSÃO
É importante destacar que para chegar nas opiniões a favores e contras, foi
importante buscar na literatura diferentes pontos de vista. Segundo Contaifer (2016),
o fim da vida é um assunto espinhoso, pois este momento não chega só para quem
viveu uma vida tranquila.
Neste sentido, o fim, ou melhor, a morte nem sempre ocorre de forma natural,
ou seja, às vezes no percurso da vida pode acontecer uma luta do indivíduo contra
uma doença incurável, dores insuportáveis e sem alívio, o que implicaria em um
possível encurtamento da vida. Neste cenário, onde a esperança foi suprimida, e
pensando em aliviar o sofrimento, entra em discussão a eutanásia.
Então, cabe ressaltar que o tema que é objeto deste estudo, apesar de vir
sendo discutido, ainda esbarra muito na questão dogmática, que são pautadas em
questões religiosas. De um lado, a grande maioria das pessoas (cristãs), entendem
que a vida é um dom de Deus, por isso, a mesma não deve ser abreviada.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
46
Para estes casos, fica a pergunta. Será que o indivíduo não teria o direito de
decidir sobre o destino da própria vida, ou melhor, em optar pela morte. Essas
ponderações são comuns, por isso, merecem ser debatidas, pois ao prolongar o
sofrimento seria a maneira mais correta, ou antecipar a morte seria crime.
REFERENCIAS
ALEXY, R. Teoria dos Direitos Fundamentais. 5. ed. São Paulo: Fraukfurt. 2006.
48
CFM - Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM nº 2.217/2018. [S. l.], 2018.
Disponível em:
https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2018/2217. Acesso em:
20 jun. 2022.
https://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/855/926.
Acesso em: 20 jun. 2022.
DINIZ, M.H. O estado atual do biodireito. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
G1. Juiz autoriza eutanásia de colombiana que não tem doença terminal. G1,
28 out. 2021. Disponível em: < https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/10/28/juiz-
autoriza-eutanasia-de-colombiana-que-nao-tem-doenca-terminal.ghtml> Acesso em:
20 jun. 2022.
MORAES, A. Direito Constitucional. 33. ed. São Paulo: Atlas, 2017 MORAES, A.M.
Direito constitucional. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
51
RAMOS, D.L.P. Bioética, pessoa e vida: uma abordagem personalista. 2.ed. São
Paulo: Editora Difusão, 2018. Disponível em: <
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/179785/epub/0>. Acesso em: 20
jun. 2022.
VIEIRA, T.R. Bioética e direito. 2. ed. São Paulo: Jurídica Brasileira, 2003.
MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 27. Ed. São Paulo: Altas, 2011. P.39.
MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 27. Ed. São Paulo: Altas, 2011.
P.850.BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº 695396/RS
2004/0146850-1 da 1ª Turma. 12 de abril de 2011.
52
MATTOS, Fernanda Caroline Alves de., Bernardi, Reanto. DIREITO À VIDA E AO ABORTO:
UMA ANÁLISE PELA DEMOCRATIZAÇÃO EFETIVA DOS DIREITOS DA MULHER
BRASILEIRA. Revista Direito e Sexualidade, Salvador, v. 2, n. 1, p. 1-20, jan./jun. 2021.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 22. ed. São Paulo:
Malheiros, 2003 p.196.
TAVARES, André Ramos. Curso de direito constitucional. 10. ed. São Paulo:
Saraiva, 2012. p. 575.