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Apresenta aspect bioétic legai

sofrimento, doença incurável ou em estado terminal


dependendo da conduta, podemos classificá-la como
associad a process d mo t (eutanási , homicídio privilegiado , no qual se aplica a diminuição
de pena do parágrafo 1º do artigo 121 do CP; como
mistanasi , distanási , o totanási ) auxílio ao suicídio , desde que o paciente solicite ajuda
para morrer, disposto no art. 122 do mesmo diploma
exercíci d autonomi ligad est moment legal ou ainda a conduta poderá ser atípica

(diretrize antecipada d vontad ) MISTANÁSIA


-A situação mais correta para a conduta no final da vida - Diferentemente da eutanásia, em que uma pessoa gera
está diretamente relacionada com a dignidade da pessoa intencionalmente a morte de outra que se encontra
humana e o respeito às suas decisões sobre o processo de debilitada ou em sofrimento insuportável, a mistanásia
morte e morrer. A abreviação da morte, a aplicação de ocorre em decorrência de má gestão da saúde pública e
esforços terapêuticos desproporcionais, como a de omissão dos responsáveis. O termo pode ser usado
obstinação, a futilidade e o encarniçamento terapêutico, quando pacientes morrem de maneira evitável por falta
de atendimento de qualidade, de insumos ou de leitos,
ou a instituição dos cuidados paliativos, que aliviam o
comprovando uma violação do direito à saúde que é
sofrimento, constituem os extremos de tratamentos que
garantido pela Constituição Federal. Na maioria dos
podem ser oferecidos ao indivíduo em estágio terminal.
casos, a mistanásia atinge indivíduos excluídos da
O que, realmente, deve ser realizado para o paciente é sociedade e que dependem de políticas públicas.
um dilema ético de difícil decisão, porém que
determinará, em última instância, todo o processo de DISTANÁSIA
morte de um ser. - A palavra “distanásia” também é formada por
vocábulos de origem grega (dis = dificuldade, privação
EUTANÁSIA + thanatos = morte), e designa o prolongamento
- A palavra “eutanásia” é de origem grega e significa exagerado da vida quando não há possibilidade de cura
boa morte (eu = boa + thanatos = morte). Na prática, a ou melhora do paciente, condição que gera agonia, dor e
eutanásia equivale à ação médica destinada a abreviar a sofrimento, ao prorrogar o processo de morrer. A
vida de pessoas em estado de grave sofrimento distanásia, cultivada na sociedade ocidental, valoriza a
proveniente de doença incurável e sem perspectivas de salvação da vida a qualquer custo, submetendo pacientes
melhora, estando o paciente condenado à morte a terapias que não prolongam a vida, mas, sim, o
progressiva. processo de morte.

- A eutanásia ativa é planejada entre o paciente ou - Na distanásia pouco importam as condições de


parente e o profissional de saúde. O ato se dá por ação humanização e dignidade do paciente, uma vez que seu
deliberada do médico. Na eutanásia passiva, a morte objetivo é o tratamento com foco nas realidades
acontece por omissão proposital de não iniciar a terapia tecnológicas existentes, o que caracteriza a chamada
médica de suporte vital ao paciente ou pela interrupção obstinação terapêutica (ou “encarniçamento
da terapêutica existente, mesmo quando se constata que terapêutico”), como a prática é conhecida na Europa 54.
há benefícios para o tratamento da doença ou cuidado Nos Estados Unidos é mais comum a utilização do termo
dos sintomas. E a eutanásia de duplo efeito ou ativa futilidade médica.
indireta ocorre quando a morte é acelerada em
decorrência de ação médica que não objetiva o efeito ORTOTANÁSIA
letal, mas sim o alívio do sofrimento. Há, ainda, a - O termo “ortotanásia” também é formado por radicais
eutanásia voluntária, caso em que a vida do paciente é gregos (orthos, certo, correto + thanatos, morte), e
abreviada conforme sua vontade, e a não voluntária, significa o não prolongamento artificial do processo
quando ocorre sem que se conheça o desejo do paciente. natural da morte. Sendo, portanto, considerada como boa
Quanto ao método utilizado ou tipo de ação para sua morte ou morte desejável. Define a morte como parte do
prática, a eutanásia pode ser natural ou provocada. ciclo da vida, assegurando ao paciente o direito de
- No Brasil, de acordo com os Códigos de Ética Médica morrer com dignidade
e de Enfermagem, é proibido esse tipo de ação. Não há,
em nosso ordenamento jurídico previsão legal para a - A ortotanásia é o comportamento médico que, diante
eutanásia, contudo se a pessoa estiver com forte da morte iminente e não evitável, suspende a realização
de ações que prolongam a vida do paciente e que morte. Se apenas fosse exigido o consentimento dos
levariam ao tratamento inútil e ao sofrimento familiares, neste caso as dúvidas ainda seriam maiores
desnecessário. Na ortotanásia passa-se a oferecer ao quando tantos interesses inconfessáveis poderiam fluir
doente os cuidados paliativos adequados para que venha contra o pobre moribundo. E se não existe o
a morrer com dignidade. consentimento, quando das chamadas eutanásias
involuntárias, então, nesses casos, o fato é ainda mais
- Para o Conselho Federal de Medicina (CFM), a grave porque os princípios morais que tentam justificar a
eutanásia tornariam ainda mais precária a sua validade.
ortotanásia é a abordagem apropriada diante de paciente
que está em fase final de vida. A Resolução CFM
- Fala-se que a obrigação de prolongar essa vida
1.805/2006 58 autoriza ao médico limitar ou suspender
dependeria das relações médico-paciente-familiares,
procedimentos ou tratamentos que posterguem a vida de ficando o profissional livre para decidir por sua
paciente em fase terminal de doença incurável, consciência e por delegação dos responsáveis legais.
respeitada a vontade da pessoa e de seu representante Acreditamos que já contamos com uma definição bem
legal, podendo ser facultada aos médicos a sua clara de morte e, assim, já temos como proceder mesmo
realização mediante o consentimento da família. A nas situações mais delicadas. Quando a própria lei
ortotanásia é conduta atípica frente ao Código Penal , remete ao Conselho Federal de Medicina
pois não é causa de morte da pessoa, uma vez que o (RESOLUÇÃO CFM N.º 2.173/2017 ) a oportunidade
processo de morte já está instalado. de definir os critérios para uma conceituação de morte
encefálica, achamos que a partir daí o problema ficou
★ ASPECTOS ÉTICOS mais simples de ser resolvido: se o indivíduo não se
- A eutanásia, mesmo com o eufemismo de sanidicídio apresenta nas circunstâncias determinadas, ele está vivo
ou benemortásia, não pode deixar de merecer a devida e como tal não se pode cogitar a eutanásia. Desta forma,
fica bem claro, desde logo, existir uma fundamental
censura, tenha o médico o consentimento dos familiares
diferença entre a eutanásia – proibida e condenável – e a
do paciente (eutanásia involuntária), ou se agiu a pedido
suspensão de meios artificiais utilizados na manutenção
do próprio paciente induzindo-o ou fornecendo meios
de uma vida vegetativa, para a qual aqueles critérios já a
para o chamado suicídio assistido (eutanásia voluntária). definem como morte.
Assim, fica claro que o médico não pode nem deve, de
forma alguma e em nenhuma circunstância, contribuir - Também deve ser dito que a suspensão de tratamento
ativamente para a morte do paciente, pois isso se de um paciente grave, que vive autonomamente, não é
contrapõe ao seu compromisso profissional e à sua diferente de matá-lo usando outro recurso, pois as
formação moral. O médico, amparado na sua tradição e situações são equivalentes sob o ponto de vista moral. O
no seu Código de Ética, fundamenta tal posição nos gesto eutanásico está demonstrado de forma inequívoca
ditames que lhe vedam “utilizar em qualquer caso meios
destinados a abreviar a vida do paciente, ainda que a - A ortotanásia, constante da supressão de meios
pedido deste ou de seu representante legal”. Orienta-se artificiais para o prolongamento da vida de um indivíduo
no princípio que deve empregar o melhor do seu esforço em “coma dépassé”, já merece a compreensão da
e da sua ciência, no sentido de “promover a vida humana sociedade, tendo em conta que ele se mantém com
e jamais utilizar seus recursos para promover a morte”. respiração assistida, arreflexia e perda irreversível da
É inaceitável qualquer forma de eutanásia, tal qual nós a consciência, associadas a um “silêncio”
entendemos, sempre que se possa ter o mesmo resultado eletroencefalográfico. Para essas pessoas, o
– não sofrimento –, mantendo o prolongamento penoso de uma “vida vegetativa”, por
respeito pela vida do paciente. Não é justo também que, seus aspectos físicos, emocionais e, mesmo,
por razões utilitaristas, alguém venha privar um econômicos, seria de nenhuma utilidade. Gafo, ao
moribundo dos chamados procedimentos primários, defender a ortotanásia, afirma que ela tem o sentido de
ainda que de certa forma paliativos. contribuir para que as pessoas possam morrer
humanamente, sem uso de qualquer processo capaz de
- A autorização de um ato, por si, não legitima sua apressá-la, mas tão só de torná-la uma medida que não
realização. A licitude do ato está na sua legitimidade e prolongue a existência de uma vida vegetativa, cujos
na sua indiscutível necessidade. Mesmo que o critérios diagnósticos atualmente recomendados já
consentimento do paciente estivesse vinculado à consideram o indivíduo morto. Ainda que a ética não
liceidade do ato eutanásico, ainda assim não estariam seja uma ciência exata, ela tem implicações lógicas que
afastadas as dúvidas. Dificilmente alguém em estado nos permitem em cada caso um procedimento que se
gravíssimo e de iminência de morte poderia ajuste ao bem procurado. Se não tivermos bem definida
autodeterminar-se racionalmente para autorizar sua
a questão da morte, através de critérios cada vez mais recomendável o auxílio médico na elaboração do
claros e precisos, a vida se transformará num objeto documento, principalmente para descrição de possíveis
disponível sujeito às imposições subjetivas, e isso não se recusas de tratamento e em quais momentos o paciente
pode constituir numa experiência de atuar moralmente. irá optar por usá-lo. Contudo, a ausência do profissional
médico não invalida, por si, só o negócio jurídico, mas
Diretrize antecipada d vontad (DAV) pode ser vista como um indício de que a vontade não foi
manifestada de forma consciente.

- Diz respeito à manifestação de vontade de forma - As diretivas antecipadas de vontade cabem, na maioria
antecipada, em relação aos cuidados e tratamentos para das vezes, nos casos em que o paciente se encontra em
momentos em que a pessoa está incapacitada de se estado terminal, sendo assim considerado quando sua
manifestar. condição clínica é irreversível, independentemente de
tratamentos e, principalmente, havendo grandes chances
- As Diretivas Antecipadas de Vontade – DAV servem de morrer em um tempo relativamente curto.
para que os indivíduos possam documentar
expressamente seus desejos em relação a cuidados de RESOLUÇÃO CFM nº 1.995/2012
saúde em casos de doença grave, degenerativa e sem
possibilidade de cura. As DAV (diretivas antecipadas de Art. 1º Definir diretivas antecipadas de vontade
vontade) se dividem entre o Testamento Vital e o como o conjunto de desejos, prévia e expressamente
mandato duradouro. Quais as diferenças entre os dois? manifestados pelo paciente, sobre cuidados e
tratamentos que quer, ou não, receber no momento
- O Testamento Vital, nada mais é do que um documento em que estiver incapacitado de expressar, livre e
feito por alguém capaz, que ciente das informações, autonomamente, sua vontade.
descreve os tratamentos pelos quais quer ou não se Art. 2º Nas decisões sobre cuidados e tratamentos de
submeter. Já o mandato duradouro, se dá pela nomeação pacientes que se encontram incapazes de
de um procurador, que ficará responsável pelos seus comunicar-se, ou deexpressar de maneira livre e
cuidados de saúde, tendo como base a vontade do independente suas vontades, o médico levará em
outorgante. O mandato duradouro é válido, inclusive, em consideração suas diretivas antecipadas de vontade.
situações de debilidade temporária. § 1º Caso o paciente tenha designado um
representante para tal fim, suas informações
- As diretivas antecipadas de vontade são um negócio serão levadas em consideração pelo médico.
jurídico, visto que se trata de uma declaração de vontade 2º O médico deixará de levar em consideração as
com a finalidade de produzir os efeitos que o declarante diretivas antecipadas de vontade do paciente ou
pretende, para quando não puder se expressar, tendo em representante que, em sua análise, estiverem
vista seu estado terminal. É um ato unilateral, em desacordo com os preceitos ditados pelo
personalíssimo, gratuito e revogável. O documento é Código de Ética Médica.
escrito e recomenda-se que seja feito por escritura § 3º As diretivas antecipadas do paciente
pública, por um sujeito capaz, a fim de manifestar suas prevalecerão sobre qualquer outro parecer não
vontades enquanto ainda é capaz de fazê-lo. médico, inclusive sobre os desejos dos
familiares.
- O intuito por trás deste documento é garantir ao § 4º O médico registrará, no prontuário, as
paciente que seu desejo seja atendido no momento de diretivas antecipadas de vontade que lhes
sua terminalidade de vida, bem como oferecer respaldo foram diretamente comunicadas pelo paciente.
jurídico ao médico responsável pela tomada de decisão § 5º Não sendo conhecidas as diretivas
em situações delicadas. antecipadas de vontade do paciente, nem
havendo representante designado, familiares
- Pode-se dizer que as normas constitucionais que disponíveis ou falta de consenso entre estes,
versam sobre este tema são: a proteção à dignidade da o médico recorrerá ao Comitê de Bioética
pessoa humana, prevista no artigo 1º, III e a proibição de da instituição, caso exista, ou, na falta deste,
tratamento desumano, prevista no artigo 5º, III, ambos à Comissão de Ética Médica do hospital ou
da Constituição Federal; e, principalmente, a proteção da ao Conselho Regional e Federal de Medicina
autonomia da vontade, princípio constitucional para fundamentar sua decisão sobre conflitos
implícito, decorrentes de diversos direitos fundamentais éticos, quando entender esta medida necessária
dispostos no artigo 5º da Constituição Federal. e conveniente.
É necessário que haja muito cuidado e atenção ao se
elaborar as diretivas antecipadas de vontade. É altamente
Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua mais pura e mais diretamente relacionada com a alma
publicação. em sua relação com o divino.
JUSTIFICATIVAS
1) Dificuldade de comunicação do paciente em fim de - A religião pode ser definida como um sistema de
vida - Um aspecto relevante no contexto do final da crenças existente em um grupo de pessoas baseado em
vida do paciente, quando são adotadas decisões rituais, almejando uma relação com o Sagrado, o Divino,
médicas cruciais a seu respeito, consiste na incapacidade Deus (na cultura ocidental). Habitualmente, apoia-se em
de comunicação que afeta 95% dos pacientes. Neste escrituras ou ensinamentos que relatam o sentido e a
contexto, as decisões médicas sobre seu atendimento finalidade do mundo, o local das pessoas nele, assim
são adotadas com a participação de outras pessoas como os deveres das mesmas entre si e a existência da
que podem desconhecer suas vontades e, em vida após a morte. A religião, normalmente, concede
consequência, desrespeitá-las. uma coleção de regras que busca seguir tais normas.

2) Receptividade dos médicos às diretivas - Determinados pacientes podem não considerarem-se


antecipadas de vontade - Pesquisas internacionais religiosos, entretanto, podem estar à procura de algum
apontam que aproximadamente 90% dos médicos significado externo, buscando respostas existenciais.
atenderiam às vontades antecipadas do paciente no Esta busca demonstra a presença da espiritualidade.
momento em que este se encontre incapaz para
participar da decisão. No Brasil, estudo realizado no - A maioria das religiões adota crenças que desenvolvem
Estado de Santa Catarina, mostra este índice não comportamentos em relação à saúde, doença e morte. As
difere muito. Uma pesquisa entre médicos, advogados e doutrinas e ensinamentos de certas religiões apresentam
estudantes apontou que 61% levariam em consideração orientação prática e moral para promover, manter ou
as vontades antecipadas do paciente, mesmo tendo a restabelecer a saúde ou o bem-estar físico e emocional
ortotanásia como. Outra pesquisa, também recente,
apontou que, em uma escala de 0 a 10, o respeito ★ Espiritualidade x Religiosidade
às vontades antecipadas do paciente atingiu média -Religiosidade e espiritualidade estão relacionadas, mas
8,26 (moda 10). Tais resultados, embora bastante não são sinônimos. Religiosidade envolve um sistema de
limitados do ponto de vista da amostra, sinalizam culto e doutrina que é compartilhado por um grupo, e,
para a ampla aceitação das vontades antecipadas do portanto, tem características comportamentais, sociais
paciente por parte dos médicos brasileiros. doutrinárias e valores específicos. Espiritualidade está
relacionada ao transcendente, com questões definitivas
3) Comitês de Bioética - Por diversos motivos sobre o significado e propósito da vida, e com a
relacionados a conflitos morais ou pela falta do concepção de que há mais na vida do que aquilo que
representante ou de conhecimento sobre as diretivas pode ser visto ou plenamente
antecipadas do paciente, o médico pode apelar ao
Comitê de Bioética da instituição. Os Comitês de - A espiritualidade pode ser entendida como uma
Bioética podem ser envolvidos, sem caráter deliberativo, orientação filosófica que gera comportamentos e
em muitas decisões de fim de vida. sentimentos de fé, amor e esperança, que proporciona
um significado à vida e à relação com o transcendente,
Diferencia espiritualidad d religi sidad
estando ou não vinculado a uma determinada religião. A
espiritualidade não limita-se a aspectos dogmáticos e
se impact n saúd / fi d vid doutrinários. De forma diferente a religião, é a crença
em uma forma divina ou sobrenatural e está ligada a
uma doutrina específica, que utiliza práticas, rituais e
- Espírito, do latim spiritus significa sopro e se refere a símbolos designados a facilitar a aproximação com o
algo que dá ao corpo sua força vital e demonstra a transcendental
relação do plano material com a dimensão imaterial,
oculta, divina ou sobrenatural que anima a matéria. O - A espiritualidade e a religiosidade vêm recebendo
espírito conecta o ser humano a sua dimensão divina ou atenção na assistência à saúde, pois se constituem em
transcendente. Espiritualidade denomina uma importantes estratégias de enfrentamento diante de
qualidade do indivíduo cuja vida interior é orientada situações que causam impacto na vida das pessoas. Além
para Deus, o sobrenatural ou o sagrado. disso, autores referem que elas teriam demonstrado
influência positiva sobre a saúde física, atuando na
-A espiritualidade move-se para além da ciência e da prevenção de doenças e redução de óbitos, inclusive
religião instituída. Ela é considerada mais primordial, destacando que pessoas que têm práticas espirituais e
religiosas parecem ter melhor suporte emocional, O Capelão, em seu acompanhamento e apoio, utiliza
tendem a desenvolver hábitos de vida saudáveis, métodos que motivam pessoas enfermas e procura apoiar
menores taxas de estresse a manter a vida de maneira corajosa, lutando pela
esperança e com fé, fortalecendo-as para o
- Autores mostram que reconhecer a espiritualidade ou a enfrentamento de suas enfermidades.
religiosidade como estratégias de enfrentamento e
identificar as lacunas espirituais do indivíduo fazem com - O Ministério de Capelania Hospitalar atua na prestação
que o profissional de saúde possa planejar e prover uma da assistência espiritual voluntária aos que assim
assistência integral ao paciente, destacando a desejarem, como: enfermos hospitalizados, seus
importância dos profissionais compreenderem os familiares e profissionais da saúde. Esta assistência
pacientes e o modo como lidam com a doença, suas dá-se através de textos de conforto baseados na Palavra
crenças e valores, e entendam a influência dessas de Deus, sem preconceito de raça, religião ou cor da pele
relações na qualidade de vida desse indivíduo. Outros A Capelania é uma Assistência Religiosa e Social
autores ressaltam que o paciente deve ser compreendido prestada aos serviços Civis e Militares, prevista e
em sua totalidade e ter suas crenças respeitadas, o que garantida pela Constituição Federal de 1988, sob a Lei
poderia contribuir para um melhor relacionamento entre n.º 6923, Art. 5 e Inciso VII: é assegurada nos termos
a equipe e o paciente. da Lei, a prestação de assistência religiosa, na entidade
civil e militar de internação coletiva.
- Estudos demonstram que a maioria dos pacientes
gostaria que seus médicos abordassem sobre sua religião - Lei nº 9.982 de 2000
espiritualidade, e relataram que sentiriam mais empatia e Nas entidades hospitalares públicas e privadas, a Lei nº
confiança no médico que questionasse esses tema, 9.982 de 2000, regulamentou a prestação de assistência
proporcionando o resgate da relação médico-paciente, religiosa, assim dispondo:
com uma visão holística e mais humanizada. "Art. 1º Aos religiosos de todas as confissões
Contraditoriamente, a maioria dos pacientes, disseram assegura-se o acesso aos hospitais da rede
que jamais seus médicos abordaram o tema. Parece que pública ou privada, bem como aos
o envolvimento religioso positivo e espiritual está estabelecimentos prisionais civis ou militares,
associado a uma vida mais longa e saudável e um para dar atendimento religioso aos internados,
sistema imunológico mais eficaz. Outros estudos desde que em comum acordo com estes, ou com
também demonstram que o estresse religioso negativo seus familiares, no caso de doentes que já não
pode piorar o estado de saúde.Torna-se claro na prática mais estejam no gozo de suas faculdades
clínica que, na grande maioria das vezes, não é possível mentais.
fragmentar o paciente em várias partes como social, Art. 2º Os religiosos chamados a prestar
biológica, psíquica e espiritual, afinal todas são assistência nas entidades definidas no art.1º
interligadas e podem ser responsáveis pelas deverão: em suas atividades, acatar as
comorbidades, aderência aos medicamentos, sucesso ou determinações legais e normas internas de cada
fracasso no tratamento. instituição hospitalar ou penal, a fim de não pôr
em risco as condições do paciente ou a
- O clínico deve estar atento à dimensão espiritual do segurança do ambiente hospitalar ou prisional".
paciente, seja ela positiva ou negativa. O conhecimento
científico e prático do assunto pode evitar conflitos na - Dentre esses religiosos, destacam-se os capelães, os
relação médico-paciente, beneficiar os desfechos quais prestam serviço religioso e espiritual aos enfermos
clínicos e facilitar o atendimento médico. O clínico deve em hospitais da rede pública ou privada, caracterizando,
saber o momento certo e a forma correta de se abordar dessa forma, o serviço religioso hospitalar ou capelania.
essa dimensão, sem ofender ou julgar as preferências É notório destacar que a missão da capelania é oferecer
religiosas de cada paciente, de forma a exercer a apoio espiritual, emocional e social aos enfermos, seus
Medicina de forma mais humana e integral possível cuidadores e profissionais da saúde, além de desenvolver
atividades de assistência espiritual e acompanhar a
Explica qu serviç d Capelani
evolução dos pacientes, de forma não proativa e sem
proselitismo. Tal assistência deve ser provida
h spitala independentemente de preferência religiosa,
circunstâncias situacionais, sexo, etnia, condição
socioeconômica ou qualquer outra característica pessoal,
- A Capelania Hospitalar providencia assistência restabelecendo, dessa forma, uma interação entre
espiritual voluntária aos que assim desejarem: enfermos espiritualidade e saúde, promovendo a rápida
hospitalizados, seus familiares e profissionais da saúde.
n
q p no

recuperação dos pacientes internados, o que melhora, trabalhe em dois pólos: verificar que a informação seja
também, a qualidade de vida daqueles que se encontram compreendida corretamente e se necessário corrigi-la
em fase terminal, os quais tendem a mobilizar e (com ênfase na tarefa) e preocupar-se com a reação
expressar sua espiritualidade de forma mais intensa, em afetiva envolvida na passagem da informação.
situações de crise emocional e existencial. Paradoxalmente, mesmo frente a objetivos tão simples, a
comunicação entre equipes de saúde e pacientes nem
- Esse serviço fornece um modelo de cuidado para sempre ocorre de forma satisfatória, com pouca empatia
solucionar as atuais lacunas no atendimento espiritual
e grande controle por parte dos profissionais,
dos pacientes que se encontram na iminência da morte,
dificultando a detecção ou valoração correta da aflição
os quais requerem tratamento e cuidados especiais, além
dos pacientes e seus familiares. As dificuldades e
de alcançar os familiares/cuidadores e a equipe de saúde.
Portanto, observa-se que a espiritualidade está atrelada à impedimentos tornam-se ainda mais evidentes quando
terminalidade, sendo um instrumento de considerável uma equipe deve comunicar más notícias a seus
relevância, visto que auxilia no processo de pacientes e/ou familiares
enfrentamento, de estar em paz e de ter esperança diante
dos acontecimentos. Assim, considerando que a - Comunicar más notícias é, provavelmente, uma das
capelania hospitalar vem se tornando um serviço tarefas mais difíceis que os profissionais de saúde têm
emergente nas instituições de saúde brasileiras, que que enfrentar, pois implica em um forte impacto
necessita da implantação de uma organização ou psicológico do paciente e sua rede de apoio - quem
instituição formal, uma vez que já está instalado em recebe uma má notícia dificilmente esquece onde, como
outros países, e diante da magnitude da capelania, e quando ela foi comunicada .
vinculada ao aspecto da espiritualidade no processo
assistencial ao paciente terminal. - O que são más notícias? Má notícia pode ser
compreendida como aquela que altera drástica e
- Para oportunizar o cuidado espiritual, a capelania pode
negativamente a perspectiva do paciente em relação ao
utilizar várias estratégias como: visitação leito a leito,
seu futuro. Uma outra definição é de que toda
celebrações religiosas, aconselhamento individual ou
coletivo, incentivar e auxiliar quando possível ações que comunicação relacionada com o processo de atenção
promovam a dignidade humana e a espiritualidade em médica, que traz uma ameaça ao estado mental ou físico
parceria com outros profissionais de saúde e/ou projetos do paciente e um risco deste ver superado seu estilo de
que visem: a) despertar a solidariedade e o cuidado vida já estabelecido, pode ser considerada uma má
através da realização de campanhas de doação de notícia. Pode ser um diagnóstico terminal ou de uma
materiais como agasalhos, por exemplo; de doação de doença crônica, ou um diagnóstico dado em uma hora
sangue, órgãos, medula e tecidos, por importuna ( ex: uma angina instável que requer uma
exemplo; b) estimular a contemplação e a reflexão angioplastia durante a semana do casamento da filha)
através do acesso à arte através da música, dança, teatro,
cinema, literatura, oficinas de pintura, escultura, - Dificuldades encontradas:
bordado, leitura, etc. ● Como a má notícia irá afetar o paciente,
sendo esta uma justificativa para o fato de
Discuti mei d favorece comunicaçã médic / escondê-la. O código de ética médica, desde
1847 já declarava: “A vida de uma pessoa
pacient / familiare (ferramenta instrument )
doente pode ser diminuída não apenas pelos
atos, mas também pelas palavras ou maneiras do
Sabe qu sã má notícia n âmbit d saúd com médico. Isto é, portanto, uma obrigação sagrada
a de guardá-lo cuidadosamente a este respeito e
comunic -la adequadament
evitar todas as coisas que tenham a tendência de
desencorajar o paciente e deprimir seu espírito”.
- Apesar dos avanços tecnológicos, a comunicação Essa atitude fez com que, em grande parte das
continua sendo a ferramenta primária e indispensável vezes, médicos e equipes de saúde se
com a qual médico e paciente trocam informações. O utilizassem de eufemismos na hora de conversar
intercâmbio de informações engloba não apenas aquilo com seus pacientes, mesmo desconsiderando a
que o paciente necessita saber como também informá-lo preferência dos mesmos.
apropriadamente e reassegurar de que ele tenha ● Medos do próprio médico, os quais estariam
compreendido a informação. Assim, é necessário que se relacionados ao receio de causar dor ao paciente,
de sentir incômodo no momento de comunicar corredor. Uma outra informação importante é saber se o
uma má notícia, de ser culpado pelo paciente e paciente deseja a presença de outras pessoas durante a
familiares (culpar o mensageiro), de falha entrevista. Por parte da equipe médica, é recomendável a
terapêutica, de problema judicial, do presença de outro membro da equipe (outro médico ou
desconhecido, de dizer “não sei”, de expressar enfermeiro familiarizado com o caso) durante a
as emoções e, por fim, da própria morte comunicação. A pessoa que for comunicar a má notícia
deverá manter contato visual com o paciente e usar o
- Nas últimas décadas, no entanto, o modelo toque apropriadamente.
paternalista do cuidado ao paciente vem sendo
substituído por um que enfatiza a autonomia do - Organizar o tempo: É necessário que se garanta um
paciente e a revelação completa, partindo-se do tempo razoável para preparar o paciente, comunicar a
pressuposto que a mesma permite aos pacientes a informação, permitir um breve espaço para reflexão e
tomada de decisões baseadas em melhores informações, possibilitar um intercâmbio entre perguntas e respostas
consistentes com seus objetivos e valores e a programando, apropriadamente, o seguimento e
manutenção da confiança do paciente na equipe que o abordando os procedimentos terapêuticos por fazer,
está cuidando antes de concluir a entrevista.

- Os fatores mais importantes para pacientes quando - Aspectos específicos da comunicação: É muito
recebem más notícias são a competência do médico, sua importante compreender o paciente, ter uma expressão
honestidade e atenção, o tempo para permitir as neutra e, em seguida, informar as más notícias de
perguntas, um diagnóstico direto e compreensível e o maneira clara e direta. Usar um tom de voz suave,
uso de um linguajar claro. Já os familiares buscam pausado e usar uma linguagem sincera. O profissional
privacidade, uma atitude positiva do médico, sua deverá assegurar-se que o paciente tenha compreendido
competência, clareza e tempo para perguntas. a mensagem com clareza. A maioria dos autores sugere
o uso de uma linguagem simples, sem muitos termos
★ COMO COMUNICAR MÁS NOTÍCIAS médicos
● Ouvir a má notícia deve ser contrabalançado
- Estabelecer uma relação médico, equipe de saúde e com a evidência de que alguma coisa pode ser
paciente adequada: A construção de uma interação feita. Desta forma, mesmo que uma cura não
apropriada, desde o primeiro contato, implica pôr em seja realista, oferecer esperança e encorajamento
prática a capacidade de empatia, compreensão e desejo sobre quais opções estão disponíveis é
de ajuda. Este tipo de abordagem na comunicação da má necessário. Discutir as opções de tratamento no
notícia pode melhorar o relacionamento do médico início e marcar consultas de seguimento para a
(equipe de saúde) -paciente e reduzir a ansiedade deste tomada de decisão deverá estar no planejamento
último. Desta forma, é importante demonstrar interesse e do médico no momento de comunicar a má
respeito. A conduta e o comportamento profissional são notícia.
essenciais para o paciente sentir-se bem.
- Reconhecer o que e quanto o paciente quer saber:
- Conhecer cuidadosamente a história médica: Isto Perguntar ao paciente o que ele quer saber dará a
dará consistência às decisões clínicas e permitirá uma oportunidade deste colocar sua vontade. Se o paciente
comunicação mais clara e fluida. Neste sentido, quem irá mostrar que não quer falar sobre a informação, devemos
revelar as más notícias deverá ser preferencialmente o deixar a porta aberta para falar em outra hora.
médico responsável pelo caso.
- Encorajar e validar as emoções: Mesmo que se possa
- Ver o paciente como pessoa: É importante que se vá identificar algumas expressões emocionais é importante
além do conhecimento formal e saber quem é a pessoa a que o profissional verifique continuamente com o
quem se oferece os cuidados, entender seus valores e paciente como ele se sente, não antecipando a reação
suas crenças. emocional do mesmo. Oferecer períodos de silêncio
permite que os pacientes processem a má notícia e
- Preparar o setting: Deve-se buscar um lugar com ventilem emoções. É importante também questionar
privacidade e conforto, onde não haja possibilidade de sobre as necessidades emocionais e espirituais do
interrupção - e evitar comunicar uma má notícia no paciente e quais os sistemas de suporte que ele tem. Se
precisar, oferecer referências se utilizando dos serviços ★ PROTOCOLO SPIKES
interdisciplinares para aumentar o cuidado ao paciente. - O processo de transmissão de más notícias pode ser
visto como uma tentativa de alcance de quatro objetivos
- Atenção e cuidado com a família: Face à essenciais.
comunicação de uma má notícia o profissional deverá ● O primeiro é recolher informação do paciente.
ficar atento à situação familiar do paciente e levar em Isto permite ao médico determinar o
conta as necessidades particulares da família em função conhecimento do paciente e suas expectativas e
de seus antecedentes culturais e religiosos. A presença preparo para ouvir a má notícia.
de um membro da família geralmente serve de apoio e ● O segundo objetivo é prover informação
suporte para o paciente. No caso de más notícias inteligível, de acordo com as necessidades e
previstas (antecipadas), pergunte antes quem ele quer desejos do paciente.
que esteja presente e o quanto ele gostaria que os outros ● O terceiro objetivo é apoiar o paciente
fossem envolvidos. utilizando habilidades para reduzir o impacto
emocional e a sensação de isolamento
- Planejar o futuro e o seguimento: O profissional experimentados pelo receptor da má notícia.
pode minimizar a ansiedade do paciente resumindo as ● O último objetivo é o de desenvolver uma
áreas discutidas, verificando se houve a compreensão e estratégia sob a forma de um plano de
formulando um planejamento ou “próximos passos” com tratamento com a contribuição e colaboração
o paciente. Materiais escritos (por exemplo, as notas do paciente.
escritas à mão ou os materiais preparados que listam os
diagnósticos e as opções de tratamento) podem ser úteis. - O alcance desses objetivos é conseguido com a
O paciente deve ser assegurado da possibilidade de se execução de seis tarefas ou etapas, cada uma das quais é
falar sobre os sintomas, responder às perguntas, a associada com habilidades específicas. Nem todo
qualquer momento em que ele perceber outras episódio de transmissão de más notícias irá requerer
necessidades. todas as etapas do SPIKES, mas quando elas são
requeridas deverão seguir-se umas às outras, em
- Trabalhar os próprios sentimentos: Estar consciente sequência. Inicialmente, esse protocolo foi ensinado aos
das próprias reações, preocupações e sentimentos é oncologistas e estudantes de medicina que relataram
extremamente importante para que o profissional possa aumento da sua confiança em sua habilidade para
manter uma boa relação com o paciente, quando se transmitir as informações médicas desfavoráveis.
comunica más notícias. Por essa razão é recomendável
que depois da comunicação de uma má notícia, o
Etapa 1 – Planejando a Entrevista (S – Setting Up the
profissional reserve um tempo para revisar as próprias
Interview): Planejar/ensaiar a conversa mentalmente já
reações - reconhecê-las permitirá uma sensibilidade que é uma situação de estresse. Escolha um local que
maior e melhor habilidade clínica de comunicação. possibilite alguma privacidade; envolva pessoas
importantes para o paciente, se for da sua escolha, como
- O eficiente treinamento de habilidades de por exemplo os familiares; procure sentar-se (isso relaxa
comunicação pode evitar a construção de uma um pouco o paciente e demonstra que você não está com
barreira que evita uma comunicação subseqüente. pressa) e mantenha contato com o paciente caso seja
Assim, a comunicação deve permitir a passagem de confortável para ele (contado visual, pegar no braço no
mensagens de maneira firme, porém com prudência e paciente, como forma de acolhimento)
esperança. As evidências mostram que a atitude do
profissional e a capacidade de comunicação Etapa 2 – Avaliando a Percepção do Paciente (P –
desempenham um papel fundamental e decisivo no Perception) : Antes de falar sobre a doença, pergunte ao
modo que o paciente enfrentará seu problema. Para paciente o que já foi dito para ele sobre sua condição e
tanto, o uso de técnicas psicológicas (como o quais as suas expectativas. Assim, você consegue
entender o que se passa na cabeça do seu paciente,
role-playing, por exemplo) ou a supervisão de um
corrigir possíveis ideias incorretas e moldar a notícia
profissional de saúde mental, podem proporcionar o
para a compreensão do mesmo. Pode também
desenvolvimento dessas habilidades e melhor desempenhar a tarefa importante de determinar se o
conhecimento sobre as próprias dificuldades relacionais. paciente está comprometido com alguma variante de
negação da doença; pensamento mágico, omissão de
detalhes médicos essenciais mas desfavoráveis sobre a acessível. Demonstrar compaixão não é dar falsas
doença, ou expectativas não realistas do tratamento esperanças ao paciente! Caso ele queira, seja claro ao
falar do prognóstico, mas tenha em mente que sempre
Etapa 3 – Obtendo o Convite do Paciente (I– temos algo para fazer por ele, mesmo que não seja a
Invitation): Quando o paciente explicita a vontade de cura.
saber sobre tudo, o médico recebe o cartão verde para - Em situações onde não há tratamento curativo,
falar sobre a verdadeira condição do paciente. devemos oferecer conforto ao paciente e deixar isso
Entretanto, quando o paciente não deixa clara a sua claro para ele. O cuidado de fim de vida é uma situação
vontade de saber toda a informação ou não quer saber, é de estresse para o médico, mas deve ser dada a mesma
válido que o médico questione ao paciente o que ele importância que o tratamento curativo de uma doença.
quer saber sobre a sua doença e sobre o resultado dos
seus exames. REFERÊNCIAS
Se o paciente não quer saber dos detalhes, se ofereça - Paiva, F.C.L., Ética em cuidados paliativos:
para responder a qualquer pergunta no futuro ou para concepções sobre o fim da vida. Rev. Bioét. 2014;
falar com um parente ou amigo. - RESOLUÇÃO CFM nº 1.995/2012
- Código de Ética Médica; 2019
Etapa 4 – Dando Conhecimento e Informação ao - Direito médico, de Genival Veloso de França, 2021
Paciente (K – Knowledge): - Contribuições do serviço de capelania ao cuidado de
Avisar ao paciente que você tem más notícias pode pacientes terminais; Daniel Pereira Francisco, Isabelle
diminuir o choque da transmissão dessas notícias e pode Cristinne Pinto Costa; Texto Contexto Enferm;2015
facilitar o processamento da informação. - Como comunicar más noticias: revisão bibliográfica;
Informe ao paciente sua condição usando um Victorino AB, Nisenbaum EB, Gibello J; Rev. SBPH;
vocabulário que facilite sua compressão e demonstre 2007
compaixão. - Artigo de revisão: Espiritualidade na prática clínica: o
- Passe as informações aos poucos e vá avaliando o grau que o clínico deve saber?; Giancarlo Lucchetti e
de entendimento do paciente. Alessandra Lamas Granero; Rev Bras Clin Med; 2010
-Tente não usar termos técnicos.
-Evite dureza excessiva.
- Quando o prognóstico é ruim, evite usar frases como
“Não há mais nada que possamos fazer por você”, uma
vez que os pacientes podem se beneficiar de terapêuticas
como o bom controle da dor e o alívio de sintomas
Exemplos de frases que podem ser usadas incluem,
“Infelizmente eu tenho más notícias a lhe dar” ou “Sinto
ter que lhe dizer que...” .

Etapa 5 –Abordar as Emoções dos Pacientes com


Respostas Afetivas (E – Emotions): Demonstre
compaixão e responda as emoções do paciente. Quando
os pacientes ouvem más notícias a reação emocional
mais frequente é uma expressão de choque, isolamento e
dor. Nesta situação o médico pode oferecer apoio e
solidariedade com uma resposta afetiva. Ex: “Posso ver
como isso lhe entristece”. “Percebo que você não
esperava por isso”. “Sei que esta não é uma boa notícia
para você”. “Sinto ter que lhe dizer isso”

Etapa 6 –Estratégia e Resumo (S – Strategy and


Summary): Caso o paciente queira e esteja preparado,
apresente as opções de tratamento e compartilhe a
responsabilidade das tomadas de decisões.

- Mais uma vez, não há fórmula mágica! Para dar más


notícias, devemos sempre entender o paciente,
demonstrar compaixão e usar uma comunicação

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