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II

Racionalidade Argumentativa da Filosofia e a


Dimensão Discursiva do Trabalho Filosófico
ARGUMENTO

Conjunto de proposições
devidamente articuladas

Conclusão
Premissa(s)
(tese)

A(s) premissa(s) procura(m) defender,


sustentar ou justificar a conclusão.
Exemplo
Premissa Os alunos da turma 10A são estudantes de Filosofia.
ANTECEDENTE
Premissa Pedro e Miguel são alunos da turma 10A.
CONSEQUENTE Conclusão Logo, Pedro e Miguel são estudantes de Filosofia.

Indicador de Nexo lógico


conclusão

Um argumento tem subjacente uma inferência ou raciocínio, uma operação


mental através da qual chegamos a uma conclusão partindo de determinadas
razões e efetuando a transição lógica entre proposições.
Quando, num argumento, a transição lógica falha,
percebemos que algo está errado.

Exemplo
Os alunos da turma 10A são estudantes de Filosofia.
Pedro e Miguel são estudantes de Filosofia.
Logo, Pedro e Miguel são alunos da turma 10A.

Neste exemplo, compreendemos facilmente que o facto de Pedro e Miguel


serem estudantes de Filosofia não implica que façam parte da turma 10A. Neste
sentido, estaremos a cometer um erro de raciocínio, tornando o argumento
inválido e, portanto, nada convincente.
No nosso discurso quotidiano, formulamos constantemente argumentos.
Usamos expressões que indicam a presença de premissas e de conclusões.

Alguns indicadores de premissa Alguns indicadores de conclusão


Porque… Logo…
Pois… Então…
Admitindo que… Por conseguinte…
Pressupondo que… Portanto…
Considerando que… Por isso…
Partindo do princípio de que… Consequentemente…
Sabendo que… Segue-se que…
Dado que… Infere-se que…
Uma vez que… Conclui-se que…
Devido a… É por essa razão que…
Como… Daí que…
Ora… Assim…
Em virtude de… Isso prova que…
Indicadores de premissa e de conclusão – exemplos

Uma vez que é uma atividade física, o Proposição 1 – O desporto é atividade física.
desporto é saudável. Como se sabe, a Proposição 2 – O desporto é saudável.
atividade física é saudável. Proposição 3 – A atividade física é saudável.

Indicadores de premissa Toda a atividade física é saudável.


Todo o desporto é atividade física.
Logo, todo o desporto é saudável.

Indicador de conclusão
O Universo não é infinito. Com efeito, se Proposição 1 – O Universo não é infinito.
o Universo fosse infinito, a força da Proposição 2 – Se o Universo fosse infinito, a
gravidade não existiria. Ora, a força da força da gravidade não existiria.
gravidade existe. Proposição 3 – A força da gravidade existe.

Se o Universo fosse infinito, a força da gravidade


Indicadores de premissa não existiria.
A força da gravidade existe.
Logo, o Universo não é infinito.

Indicador de conclusão
PROPOSIÇÕES

VERDADE FALSIDADE

Aplicam-se à matéria ou conteúdo das proposições. Se


estiverem de acordo com a realidade, as proposições são
verdadeiras; se não estiverem, são falsas.
ARGUMENTOS

VALIDADE INVALIDADE

São qualidades próprias dos


argumentos, resultantes do facto de
as premissas apoiarem/garantirem ou
não a conclusão.

A validade traduz uma certa relação entre os valores de


verdade das premissas e o valor de verdade da conclusão.
VALIDADE VALIDADE
DEDUTIVA NÃO DEDUTIVA
ARGUMENTOS
DEDUTIVOS

A sua validade depende apenas da forma lógica do argumento.

Se as premissas
Num argumento dedutivo válido é logicamente impossível que as forem verdadeiras
premissas sejam verdadeiras e, simultaneamente, a conclusão e a conclusão falsa,
falsa. então o argumento
é inválido.

Os argumentos dedutivos válidos são especialmente


apreciados pelos filósofos.

Estes argumentos preservam


a verdade.
Exemplo Exemplo

Todos os alunos são sensatos. Todos os alunos são sensatos.


Todos os jovens de dezasseis anos são alunos. Todos os jovens de dezasseis anos são sensatos.
Logo, todos os jovens de dezasseis anos são sensatos. Logo, todos os jovens de dezasseis anos são alunos.

Argumento dedutivo válido Argumento dedutivo inválido

É logicamente impossível as duas premissas A verdade da conclusão não é garantida pela


serem verdadeiras e a conclusão falsa. verdade das premissas.

Todos os A são B. Todos os A são B.


Todos os C são A. Todos os C são B.
Logo, todos os C são B. Logo, todos os C são A.

Forma válida Forma inválida


Pode haver argumentos dedutivos válidos com premissas e conclusão falsas.

Todos os portugueses são pintores.


Bertrand Russell é português.
Logo, Bertrand Russell é pintor.

Pode haver argumentos dedutivos inválidos com premissas e conclusão verdadeiras.

Todos os naturais de Lisboa são portugueses.


Fernando Pessoa é português.
Logo, Fernando Pessoa é natural de Lisboa.
Argumento dedutivo válido

Argumento que tem uma forma lógica tal


que a verdade das premissas garante
sempre a verdade da conclusão, sendo
Argumentos
impossível que as premissas sejam
dedutivos verdadeiras e a conclusão falsa.

Argumento dedutivo inválido

Argumento que tem uma forma lógica tal


que a verdade das premissas não garante a
verdade da conclusão.
Argumentos sólidos

Argumentos válidos constituídos por


premissas verdadeiras.

A solidez já pressupõe a validade.

Exemplos
Todos os portugueses são europeus.
João Sousa é português.
Logo, João Sousa é europeu.

João Sousa é vimaranense e é português.


Logo, é português.
ARGUMENTOS NÃO
DEDUTIVOS

A sua validade depende de aspetos que vão para lá da


forma lógica do argumento.
Falácia

Argumento incorreto ou inválido,


embora aparente ser válido.

Falácias formais Falácias informais

Resultam de aspetos
que vão para lá da
Decorrem apenas da
forma lógica do
forma lógica do
argumento. São
argumento. São
cometidas ao nível dos
cometidas ao nível dos
argumentos não
argumentos dedutivos.
dedutivos.

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