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Índice
1. Discursos, Argumentos e Lógica 2
1.3. Proposições 4
1.4. Argumentos 5
3.2. Processo C 18
3.3. Processo P 18
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Os discursos persuasivos podem ser do ponto de vista argumentativo ou não, como o utilizado no
marketing, na propaganda, etc.
* Um bom argumento é o que nos oferece boas razões para acreditar ou agir.
• Discursos de Celebração
Utilizados em momentos pontuais, como jantares de final de comício ou funerais. Com uma
audiência puramente convencida, este tipo de discurso é apenas de reforço para um público
que já está mais do que a apoiar. Podem incluir elogios fúnebres e outros.
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Speech Writers
Deve escrever bem, mas é muito importante que tenha capacidade de investigar – isto é, é
fundamental a capacidade de se documentar, dominar o tema, recorrer a experts e técnicos.
Regras do discurso:
• Conseguir a atenção – devemos fazer com que a audiência perceba porque é que nos deve
ouvir. O momento introdutório do discurso deve servir para agarrar a audiência. Os grandes
oradores conseguem imediatamente construir uma ponte entre a audiência.
• Fazer uma apresentação sumária do que vamos dizer – um micro-sumário, que diga o que
se vai fazer e/ou dizer.
• Corpo de discussão que se prenda com pontos principais apresentados por uma ordem
lógica – cada ideia tem de estar sustentada, com base em investigação.
• Conclusão – revisão de alguns pontos principais. No final, o orador deve acabar com uma
frase memorável (exemplos: “I have a dream”, “Yes, we can”)
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1.2. Pensamento Crítico
• O pensamento crítico é aquele que avalia, analisa e constrói. É um pensamento de 2.ª ordem,
que nos permite ter a certeza de que temos boas razões para acreditar ou fazer aquilo que outros
nos tendem a persuadir a fazer ou acreditar.
• Nunca podemos esquecer que estamos a falar para alguém que deverá ter pensamento crítico –
tratar o público como alguém sem opinião não é solução.
• O pensamento crítico permite-nos construir bons argumentos, que nos permitem convencer
outros de forma racional.
* A maioria das formas de persuasão não argumentativa é retórica – tenta motivar uma crença,
desejo ou ação simplesmente através do poder das palavras usadas.
Mas não é isto que acontece na argumentação. A persuasão argumentativa tem de oferecer boas
razões – um bom argumento é aquele que nos oferece boas razões para agir. Quando fazemos
uma afirmação, como “o gato é preto”, estamos a afirmar uma crença. Uma crença é uma atitude
que tomamos em relação a uma proposição, sendo que esta proposição é o conteúdo factual
expresso por um ato de linguagem afirmativo, sendo uma afirmação que expressa a crença.
Uma afirmação é sempre um argumento de verdade. Uma crença é uma atitude de verdade –
quando eu digo “acho que isto é uma mesa”, estou a expressar uma atitude que me diz que acho que
é uma mesa. Dizer que uma proposição é verdade é equivalente a afirmar essa mesma proposição.
1.3. Proposições
As proposições são verdadeiras ou falsas (condição de verdade)
Todas as anunciações anteriores são afirmações, porque contêm um ponto final e são
afirmativas. Também todas elas são proposições. No entanto, podemos fazer uma distinção entre
as duas primeiras e as duas últimas:
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• Nas duas primeiras, o facto expresso tem a ver com o locutor e são relativas ao mesmo.
Podíamos adicionar antes da frase “Para x, o gelado de chocolate sabe melhor que o de baunilha.”
Quando dizemos afirmações do tipo 1), podemos dizer uma afirmação contrária (baunilha
como sendo melhor de chocolate) e não podemos dizer que alguma delas esta errada, porque
são opiniões e, não há opiniões erradas – é unicamente uma expressão de preferências,
discordamos é no valor de verdade.
• No entanto, nas duas últimas, já não é possível negar as proposições. A água é, de facto, H20 e
Paris é, de facto, a capital de França - estas são enunciações de facto.
1.4. Argumento
• Os argumentos são tentativas de sustentar certos pontos de vista com razões. Os argumentos
são essenciais, em primeiro lugar, porque constituem uma forma para tentarmos descobrir
quais são os melhores pontos de vista. Nem todos os pontos de vista são iguais. Algumas
conclusões podem ser defendidas com boas razões e outras com razões menos boas. São também
essenciais por outra razão. Uma vez chegados a uma conclusão baseada em boas razões, os
argumentos são a forma pela qual a explicamos e a defendemos. Um bom argumento não se
limita a repetir as conclusões. Em vez disso, oferece razões e dados su cientes para que as
pessoas possam formar a sua própria opinião. Ter opiniões fortes não é um erro.
• Um argumento é uma forma de investigação
• Um argumento tem um conjunto de premissas e uma conclusão e o objetivo é apoiar uma
conclusão com base nas premissas
Os argumentos dedutivos bem constituídos são argumentos em que a verdade das premissas
garante a verdade das conclusões. Os argumentos dedutivos oferecem, pois, certezas – mas
apenas se as respetivas premissas forem também certas
Condição de validad
A validade é o conceito fundamental da lógica dedutiva.
Por exemplo
Se o conhecimento é possível, os cépticos estão enganados
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O conhecimento é possível
Logo, os cépticos estão enganados
Dada a veracidade das duas premissas, a conclusão é forçosamente verdadeira. Claro que, se as
premissas forem falsas, a conclusão tanto pode ser falsa como verdadeira. A validade dedutiva
dos argumentos só nos garante a verdade da conclusão caso as premissas sejam verdadeiras.
Por outras palavras, um argumento válido garante que nunca podemos ter premissas
verdadeiras e conclusão falsa.
Neste caso, basta saber que as premissas são verdadeiras para saber que a conclusão é
também verdadeira
1) Todos os homens são mortais.
Pedro é homem.
Logo, Pedro é mortal. – PREMISSAS E CONCLUSÃO VERDADEIRAS; ARGUMENTO
VÁLIDO
• Um argumento é válido com premissas e conclusão verdadeiras, mas também com premissas
falsas e conclusão verdadeira. Um argumento também é válido com premissas e conclusão falsas.
Quando tenho premissas verdadeiras e conclusão falsa, tenho argumento inválido.
• Um argumento é válido se o conjunto das suas premissas tiver como consequência a
conclusão – não tendo nada a ver com valores de verdade. Um conjunto de frases tem como
consequência uma outra frase se e só se não é possível que as frases desse conjunto sejam todas
simultaneamente verdadeiras e que a frase em questão seja falsa.
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Em RP, não basta que o argumento seja válido, mas também tem de ser são – o argumento é são se e
só se é válido e as suas premissas forem fidedignas. Todas as premissas devem ser fidedignas, não
podemos argumentar sobre algo ou com algo de que não temos a certeza. Se não conseguirmos
argumentar adequadamente, é preciso desistir desse argumento.
Nos argumentos dedutivos, podemos também recorrer à lógica, que tem como objetivo tornar
a linguagem mais simples e formalizar a linguagem natural.
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A validade de alguns argumentos depende de cinco conectivas:
(Imaginemos as premissas p e q)
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Embora os argumentos possam ser provados e fidedignos, generalizar a partir deles pode gerar
erros. É preciso que a generalização tenha em conta cada parte interveniente do seu
argumento, uma vez que apenas um único exemplo não oferecer qualquer apoio a uma
generalização. O número de exemplos necessários depende da sua representatividade bem como do
tamanho do conjunto que estamos a generalizar e mesmo que o número de exemplos seja elevado,
estes podem continuar a não ser representativos.
• Argumentos de autoridade: argumentação com fontes credíveis que são citadas, sendo que
devem ser acreditadas para fazer as afirmações e imparciais. Devem-se confrontar diferentes
fontes, consoante a sua credibilidade, a imparcialidade e o reconhecimento público.
o As pessoas ou organizações citadas têm de ser especialistas nos assuntos argumentados
o Quanto maior for o consenso entre especialistas, maior a credibilidade dos argumentos
o Deve-se recorrer a fontes imparciais que não têm nada a ganhar ou a perder com o que
está a ser discutido
o Os dados devem ser corretamente citados e não descontextualizados
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Notas:
• Nos argumentos dedutivos as premissas garantem a conclusão. Nos argumentos não
dedutivos as premissas apoiam / sustentam a conclusão.
• Como é que argumentos não dedutivos são confirmados? Através da refutação com contra-
exemplos.
Tipos de falácias
1) Falácias Formais: O raciocínio apresentado apresenta erros lógicos (argumentos inválidos).
Cada uma destas falácias é sempre um argumento inválido:
a) Afirmação do consequente (Modus Ponens)
Se p, então q
q
Logo, p
“Se as estradas têm gelo, o correio está atrasado. O correio está atrasado. Logo, as estradas têm
gelo”. - É um erro de raciocínio porque o correio atrasou-se mas está um dia de sol, não é por estar
gelo. Podem existir outros motivos.
“Se eu te matar, tu morreste. Tu morreste. Logo, eu matei-te.” - Errado, porque pode haver outra
razão - a forma correta é o Modus Ponens.
O erro de raciocínio é achar que posso afirmar o consequente e o argumento continuar válido.
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O erro de raciocínio é achar que posso negar o antecedente e o argumento continuar válido.
2) Falácias Substantivas: Premissas implícitas são falsas e de uma natureza muito geral (beba
álcool para prevenir o coronavirus)
a) Crença da maioria
Esta é a falácia de se concluir que pelo facto de a maioria acreditar numa dada proposição essa
proposição é verdadeira.
b) Prática comum
Tentativa de persuadir alguém com base na justificação de que “todos fazem”.
c) Ad hominem
Atacar pessoalmente uma autoridade e não as suas qualificações.
d) Falácia da antiguidade
Não é por ser antigo que é verdade.
e) Ad ignorantiam
Argumentar que uma afirmação é verdadeira só porque ainda não se provou que é falsa.
f) Composição
Assumir que o todo tem de ter as mesmas propriedades das partes. Por exemplo: “Uma vez que os
membros da equipa são excelentes atletas, então a equipa é excelente.” Isto é errado, pois apesar de
excelentes individualmente, os atletas podem funcionar mal em equipa.
g) Definição persuasiva
Definir um termo de uma forma que parece correta, mas que é, de fato, sutilmente tendenciosa.
h) Equivocidade
Usar uma única palavra em mais do que um sentido.
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i) Divisão
Supor que as partes do todo têm de ter as propriedades do todo. “Uma vez que a equipa é excelente,
os membros são também excelentes.” Errado. Um grupo de atletas pode funcionar muito bem sem
que nenhum deles seja excelente. O contrário da composição.
j) Falso Dilema
É dado um limitado número de opções, quando de facto existem mais. O falso dilema é um uso
ilegítimo do operador “ou.” Pôr as questões ou opiniões em termos de “ou sim, ou sopas” gera, com
frequência esta falácia.“Ou votas no Marcelo ou será a desgraça nacional”, não tendo em
consideração todos os outros candidatos que podem não ser assim tão maus.
k) Irrelevância
Introduzir um assunto irrelevante ou secundário, desviando assim a atenção do assunto principal.
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2.1. Concealment and Exposure / Encobrimento e Exposição – Thomas Nigel
Atualmente, no mundo em que vivemos assistimos constantemente a mudanças e revoluções
sociais que acabam por alterar ou moldar a forma como vivemos em sociedade. Algumas das
questões que, no século XXI, sofreram mais mudanças comparativamente a tempos passados foram
questões ligadas à vertente sexual.
No século XXI pôde-se observar a destruição de muitos dos tabus que existiam ligados a esta
vertente, assim como uma maior importância dada à mesma. Isto resultou sobretudo devido à
ocorrência de uma espécie de “revolução sexual” na qual passou a ser aceitável a partilha de
determinadas imagens sexuais explícitas; as relações homossexuais começaram a ser, cada vez
mais, assumidas; é cada vez maior o número de relações extraconjugais; e, na qual existe uma maior
igualdade de géneros.
Como é óbvio, toda esta ação é bastante errada e negativa, pois não é correto assumir que
uma vez que se trata de figuras públicas tenham necessariamente de abdicar de todos os seus
direitos de privacidade.
Todos os indivíduos agem distintamente quando estão num ambiente social ou quando, por
outro lado, estão sozinhos. Esta distinção é perfeitamente normal e faz parte da própria natureza
humana uma vez que, enquanto seres racionais e conscientes, temos perfeita noção de que nem
tudo é conveniente de ser partilhado, nem nós próprios nos sentiríamos bem se isso acontecesse.
Trata-se de um recurso necessário capaz de evitar conflitos e de invadir o espaço do outro. No caso
das figuras públicas, podemos mesmo afirmar que a exposição a que estas figuras estão sujeitas é
incompatível com a preservação da sua face pública.
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Para este problema são apresentadas, pelo autor, algumas soluções que possivelmente
melhorariam todo este panorama atual:
• Através de convenções sociais seria possível estabelecer um certo “ponto de equilíbrio”
onde, por um lado, não existisse uma restrição exagerada, mas, por outro lado, também não
insuficiente ao ponto de expor informações que não devem ser expostas.
• Trata-se de uma questão de manter material perturbador fora da arena pública e
proteger a vida privada do exterior, de forma a que as figuras públicas estejam, de certa
forma, protegidas do olhar e julgamento exterior.
• As normas regulamentadoras da publicidade e da privacidade devem ser revistas e
modificadas para que possa ser imposto um regime de restrição pública e proteção
privada, que limite tudo aquilo que é partilhado e tornado público.
• O autor refere também a necessidade de determinar quais as convenções capazes de obter
aceitação geral da sociedade extremamente diversa em que vivemos, pois só desta forma
haverá a garantia de que determinadas informações quando partilhadas não serão
perturbadoras para os cidadãos, mas sim aceites pelos mesmos.
As reticências têm uma função social, protegendo-nos uns dos outros e de conflitos indesejáveis e
reações hostis; e uma função pessoal, protegendo a vida interior de uma exposição pública.
Por isso, é necessário que cada indivíduo desenvolva uma personalidade capaz de se relacionar com
o meio envolvente, sem que seja condenado pela sociedade por não se expor publicamente.
• Ainda que determinadas informações quando associadas a figuras públicas sejam vistas de
outra perspetiva - geralmente uma perspetiva negativa – há que ter noção que todos nós
somos igualmente humanos e por isso todos nós erramos e temos falhas nos nossos
percursos de vida. Falhas essas que, naturalmente, gostamos de manter em segredo.
• O espaço público deve ser um espaço neutro e tolerante à diversidade.
É inegável o impacto que os media e as grandes instituições do mundo têm quando partilham
determinadas informações acerca de figuras públicas. É também inegável a submissão do Homem
ao que é partilhado, na medida em que este se sente quase que na “obrigação” de assumir uma
posição perante o que é dado a conhecer. Quando isto não acontece e o Homem decide contrariar o
suposto “lado certo”, o que é partilhado publicamente pode gerar batalhas de domínio público e
destabilização social.
Existe um controlo indiscriminado dos media sobre o ambiente cultural e ideológico da
sociedade que, de facto, tem o poder de influenciar todo o comportamento dos indivíduos.
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3. Comunicação para a Saúde
De acordo com a OMS, saúde é um conceito holístico e existem inúmeras definições. Contudo,
podemos definir saúde como: o estado de bem-estar físico, mental e social.
Doen a vs Saúde
Ao contrário do que acontece com o conceito de saúde, o de doença está muito bem definido, sendo
o comprometimento do estado normal de um ser vivo que perturba o desempenho das fun es
vitais.
Fatores de risco da saúde: Qualquer fator que comprovadamente provoca a altera o do estado de
sa de. Exemplos: alimentação, atividade física.
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Característica Explicação
A comunica o para a sa de um processo que exige a
Centrada nos p blicos compreens o sobre as necessidades e prefer ncias dos
diferentes p blicos.
Promove o envolvimento e participa o dos p blicos na
Participativa tomada de decis o desde o in cio do processo de concep o
da estrat gia.
uma abordagem baseada em evid ncia e, por isso, exige
Baseada na pesquisa/investiga o dados adequados para definir um problema e identificar uma
solu o.
Estrat gica Desenha um plano de a o para atingir um objetivo.
Orientada para os resultados Procura uma mudan a ao n vel dos conhecimentos, atitudes
e comportamentos que conduzam a um resultado em sa de.
Desenvolve mensagens de acordo com as necessidades dos
Orientada para os benef cios
seus p blicos, refor ando os benef cios da mudan a.
Envolve a colabora o com outras disciplinas incluindo a
Multidisciplinar educa o para a sa de, a sociologia, a psicologia e a
medicina.
Considera m ltiplas op es, formatos e canais de
Multicanal
comunica o para alcan ar e envolver os diferentes
p blicos.
D prioridade s interven es ao n vel da sociedade em
Massificada detrimento das interven es individuais, ao n vel
interpessoal.
Sustent vel um processo a longo prazo que n o procura resultados
imediatos.
Eficaz do ponto de vista dos custos Procura solu es, com o or amento dispon vel, para atingir
os seus objetivos.
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Vigorou numa altura dos países colonizadores e, por isso, havia toda a ideia de que, desde que
houvesse em algum lado algum tipo de tratamento, as pessoas iriam la. Estamos a falar de um pós II
Guerra e segunda metade do século XX.
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A comunicação para a mudança social pode ser definida como: processo de diálogo público e
privado, através do qual as pessoas defendem quem são, o que querem e como o conseguem obter –
Comunicação é Ação.
3.2. Processo C
A FHI 360 desenvolveu um modelo de comunica o para a mudan a social e comportamental
(adaptado de v rias estruturas j existentes, incluindo o Processo P) que compreende cinco passos,
representados graficamente na letra C (C-Change), para auxiliar a elabora o de uma estrat gia:
(1) Compreender a Situa o;
(2) Conceber a Estrat gia;
(3) Criar;
(4) Implementar e Monitorizar;
(5) Avaliar e Replanificar.
Este modelo está assente em tr s estrat gias chave: (1) advocacy para angarir recursos
necess rios; (2) mobiliza o social para uma participa o mais ampla; (3) comunica o para
a mudan a de conhecimento, atitudes e comportamentos entre “p blicos” espec ficos.
3.3. Processo P
O Processo P, desenvolvido em 1982 e aperfeiçoado em 2013, uma ferramenta ou instrumento
para auxiliar o desenvolvimento de programas ou campanhas de comunica o no interesse
p blico.
1. Pesquisa
Nesta etapa realiza-se uma an lise da situa o para compreender as causas do problema e a sua
extens o; para identificar barreiras e fatores mudan a de comportamentos e para perceber
poss veis solu es.
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3. Cria o e Teste
Nesta etapa s o criados os suportes de comunica o como por exemplo, os folhetos ou os
comunicados de imprensa. Todos os suportes devem ser testados junto do p blico a envolver no
programa para assegurar que as mensagens s o claras e conduzir o a uma a o.
4. Mobiliza o e Monitoriza o
Esta etapa envolve a implementa o do programa e a monitoriza o do seu progresso.
5. Avalia o e Evolu o
Na etapa final devem ser conduzidas atividades para determinar se os objetivos foram alcan ados e
identificar alguma consequ ncia n o desejada. As “li es aprendidas” podem influenciar programas
futuros.
Teoria Ênfase
Nível do Indivíduo
Comportamento planificado, processos de
1. Modelo de Crença na Saúde
tomada de decisão racionais (crenças e normas
2. Teoria do Comportamento Planeado
subjetivas).
3. Estágios da Mudança
Nível Interpessoal
Teoria Cognitiva Social (social cognitive theory) Comparação social, aprendizagem dos
modelos, auto-eficácia.
Nível Comunitário
Difusão de Inovações Influência social.
Modelos Ecológicos Comportamento é uma função da pessoa e do
seu meio.
Nível Individual:
1. Modelo de Crença na Saúde (anos 1950)
As pessoas formam comportamentos baseados em perceções:
• Quão severa é a doença?
• Qual é a probabilidade de eu poder contrai-la?
• O que é que ganho prevenindo-a e quão efetivo é o novo comportamento?
• O que é que me impede de tomar esta ação?
Aplicação:
• Aborda a perceção do risco pessoal e crenças na severidade da doença
• Identifica benefícios-chave e barreiras à mudança e estimula o debate
• Demonstra resultados potenciais positivos da mudança
A premissa deste modelo é que certas crenças a propósito de uma doença em particular
influenciam as tomadas de decisões individuais e consequentemente os comportamentos em
saúde. Desta forma, as pessoas que acreditam que podem reduzir os riscos de saúde são as que
tomam mais ações preventivas.
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2. Teoria do comportamento planeado (anos 1960)
As pessoas tomam decisões confrontando as vantagens e desvantagens dos comportamentos
antes de decidir praticar os comportamentos:
• Atitudes (se praticar o comportamento é uma coisa boa ou má)
• Normas subjetivas (se as outras pessoas à sua volta estão a praticar o comportamento, então
também o deveria fazer)
Aplicação:
• Identifica motivadores e benefícios de agir
• Cria mensagens que podem afetar atitudes
De acordo com esta teoria, a intenção para realizar um certo comportamento é influenciada
pelas atitudes, pelas normas subjetivas (crenças) e pelo controlo comportamental percetível.
Esta teoria reconhece que o comportamento individual depende da intenção de cada pessoa.
Este modelo sustenta que, antes de efetuar uma mudança no comportamento, as pessoas
progridem através de uma série de fases/estágios, desde a pré-
contemplação (onde nem sequer é considerada uma mudança)
até à manutenção da mudança.
Aplicação:
• Em que nível se encontra a audiência com respeito à ação
desejada, ex: adoção de lavagem das mãos?
• Que informação, apoio, ou mensagens é que eles precisam
naquele estágio?
Nível Interpessoal:
Teoria Cognitiva Social (anos 1970)
As pessoas aprendem e decidem como agir:
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• Observando as ações dos outros
• Observando as aparentes consequências daquelas ações
• Verificando aquelas consequências para as suas próprias vidas
▪ Tentando (experimentando) por si aquelas ações
Aplicação:
• Identifica modelos-chave na comunidade
• Fornecem oportunidades para eles moldarem ou falar sobre os seus
comportamentos
• Expõe os modelos e as suas ações através de dramas radiofónicos,
testemunhos pessoais, debates comunitários
De acordo com esta teoria, os três fatores principais que afectam a probabilidade de uma
pessoa mudar um comportamento em saúde são:
(1) a auto-eficácia (A crença da pessoa na sua habilidade para alcançar o resultado desejado),
(2) os objectivos ou incentivos,
(3) as expectativas de resultados (Bandura, 1998).
Esta teoria reforça a importância da capacitação das pessoas no sentido de acreditarem que
são capazes de exercitar a mudança de comportamento, isto é, o conceito de auto-eficácia
pressupõe que uma pessoa tem a capacidade para mudar ou para ultrapassar as dificuldades.
* Mas até que ponto as pessoas acreditam que elas têm habilidades para alcançar resultados
desejados através das suas próprias ações, ex: uso correto de preservativos?
Nível Comunitário:
Difusão de Inovações (anos 1960)
Inovações são propagadas através de:
• Redes sociais ao longo do tempo
• A velocidade com que uma inovação se propaga depende do que as pessoas pensam sobre as
inovações, bem como sobre as pessoas que as usam;
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Aplicação:
• Identificar o que é que o público-alvo pensa sobre a inovação (novas ideias e novos
comportamentos)
• Identificar o líder da opinião na rede
• Identificar mensagens que abordam constrangimentos sobre a inovação
• Demonstrar o que acontece aos outros quando eles experimentam a inovação
De acordo com esta teoria existem quatro elementos principais para a difusão de uma nova
ideia: (1) a inovação em si, (2) os canais de comunicação, (3) o período de tempo necessário
para a aceitação da inovação e (4) o sistema social.
Modelo socio-ecológico
Os Modelos Ecológicos da mudança ganharam influência quando os profissionais se
aperceberam das limitações dos modelos existentes que incidem exclusivamente no indivíduo
com a presunção de que os indivíduos têm controlo total dos seus comportamentos e condições
de vida: “o estudo de comportamentos sanitários isolando os vastos contextos sociais e ambientais
é incompleto e tem contribuído para resultados frustrantes de experimentos na mudança do
comportamento.”
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Cada nível de análise e atores/instituições dentro de cada anel são influenciados por vários
fatores transversais (o Triângulo da Influência). É nestes fatores que as intervenções CMSC
podem ser capazes de gerar mudanças. Estes fatores podem agir de forma isolada ou combinada.
1. As pessoas precisam de informação que seja atempada, acessível, e relevante.
2. Elas requerem motivação, com frequência determinada pelas atitudes, crenças, ou
perceções de benéfico, risco, ou seriedade das questões que os programas estão a tentar mudar, ex:,
atitudes relativas ao uso de preservativos, crença sobre benefícios do planeamento familiar, ou
perceção do risco de infeção pelo HIV.
3. Porém, mesmo a motivação pode não ser suficiente. Elas necessitam de habilidades para
agir em circunstâncias particulares. Os profissionais deverão olhar para as atuais habilidades,
acesso, auto eficácia, e /ou eficácia coletiva.
4. Normas – refletem os valores do grupo e /ou sociedade no seu todo e expectativas sociais
sobre o comportamento. Normas percebidas são aquelas que o indivíduo acredita que os outros
detêm e portanto são esperados dele ou dela. Normas sócio-culturais são aquelas que a comunidade
como um todo segue por causa do estatuto social ou convenções culturais. Normas do género
moldam as visões sociais de comportamentos esperados dos homens e das mulheres.
Contexto: Em 1980 foi anunciada a erradicação completa da Varíola. Isto resultou do esforço
conjunto de 80 países e 21 anos de campanha.
Apesar do contexto ser adverso (uma vez que a erradicação da malária falhou causando falta de
esperanças, falta de apoio internacional, doença endémica), era preciso comunicar que bastava a
vacinação para prevenir a proliferação da doença.
Foi necessário cativar o interesse político, e conciliar os objetivos da campanha com os objetivos
dos países em posições mais dominantes ou mais fragilizadas (superpotências e recém-
descolonizados).
A Guerra Fria (1945-1991) teve um impacto positivo neste aspeto uma vez que a URSS e os EUA
competiram entre si em relação à influência que cada um tinha no combate à varíola.
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Táticas de sucesso:
• Usar a linguagem do público-alvo;
• Resposta rápida e personalizada em momentos de crise;
• Mensagens simples;
• Comunicação interpessoal com líderes de opinião.
Problemas:
• Foi desafiante a conjugação dos diferentes planos de governo, culturas organizacionais, e
a implementação de diretrizes externas em governos soberanos.
• Em países mais desenvolvidos foi mais fácil implementar a campanha do que em países
menos desenvolvido, como os países africanos, onde a influência tribal era superior à
influência do estado.
• Religião como barreira – em alguns países acreditava-se que a cura só provinha da fé e em
terras muçulmanas os homens não podiam tocar nas mulheres, por isso instruíram-se
mulheres para vacinarem umas às outras.
• Não existia nenhum pessoal de RP muito menos de relações governamentais, nem
experiência em angariação de fundos (sendo este um problema contínuo).
• Objetivos a curto prazo devem ter pensadas consequências a longo prazo. Em alguns
casos, foi utilizada uma abordagem mais coerciva, o que não foi sempre bem recebido.
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• Relações externas com públicos afetados
Foram dadas indicações para reportar casos de infeção, e oferecidas recompensas, via comunicação
interpessoal e mass media. Isto trouxe problemas como falsos alarmes e subornos.
• Relações com os media
Narrativa de guerra contra a varíola. Envio de informação frequente, até a cobertura mediática se
tornar prática corrente. Os governos anunciavam os seus avanços no combate à doença através dos
meios de comunicação, sendo dedicados recursos da OMS para media relations, sempre que
possível.
Também consideramos interessante a forma como a questão do HIV/ AIDS foi abordada na época
através das campanhas que foram realizadas. Algumas destas campanhas foram bastante bem
conseguidas, como o “Macho”, a “Chance” e a “Ocean”, devido ao facto de terem conseguido
chamar à atenção da população, através do apelo emocional ao perigo da doença, numa época
em que a população se encontrava fortemente desinformada. A “Select Rumors Television
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PSAs” foi também uma das campanhas mais bem conseguidas pois apelou ao fim dos mitos
relacionados com a doença para acabar com a desinformação que se vivia - aspeto que teria de
ser suprimido.
Também é possível verificar que os meios de comunicação utilizavam muitas das vezes o apelo
emocional à população para conseguir que a mesma ficasse sensibilizada e recetiva de forma a
permitir a consciencizalização do problema e das suas consequências. Ao longo do texto, também é
possível perceber que as campanhas tiveram o impacto desejado na população pois verificou-se um
aumento na visualização das mesmas, assim como o aumento de chamadas realizadas para as linhas
de apoio para terem acesso a uma maior informação e para saberem mais sobre a doença.
Atualidade das mensagens: Os meios de comunicação usados, como a televisão, rádio, outdoors,
panfletos e projetos locais, para a divulgação do problema na altura foram adequados, visto que
eram os meios de comunicação mais consumidos pela população.
Hoje em dia, os meios de comunicação referidos continuam atuais, no entanto, existem outros que
facilitam a divulgação da informação, como é o caso das redes sociais, cada vez mais consumidas e
de fácil acesso a um elevado número de pessoas.
Atualmente, a comunicação do HIV/ AIDS poderia ser conjugada entre os diferentes meios de
comunicação que eram utilizados na altura com os meios de comunicação que têm vindo a ganhar
destaque nos dias de hoje, como as social media.
O conteúdo das campanhas realizadas na altura foi bem conseguido pelas razões anteriormente
referidas, no entanto, trazendo-o para a atualidade não faria tanto sentido pois já existem muitos
avanços na ciência e tecnologia orientada para a saúde, que permitiram ao longo dos anos
desenvolver tratamentos relativos à doença tornando este conteúdo desadequado. Na atualidade, o
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conteúdo deve focar-se no alerta e em formas de prevenir o contágio da doença e não, ao contrário
do passado, em divulgar toda a informação da doença pois a população já tem esse conhecimento.
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