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FILOSOFIA 10º ANO

2023/2024

I – ABORDAGEM INTRODUTÓRIA À FILOSOFIA E AO FILOSOFAR

- Racionalidade argumentativa da Filosofia e a dimensão discursiva


do trabalho filosófico

I - LÓGICA, CONCEITO, TERMO, TESE, PROPOSIÇÕES, INDICADORES


DE PREMISSA, INDICADORES DE CONCLUSÃO

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LÓGICA

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A reflexão crítica e a racionalidade argumentativa encontram-se na base da

dimensão discursiva do trabalho filosófico.

A resposta a questões e problemas filosóficos implica algumas atividades

fundamentais, como: a análise de conceitos; a formulação e avaliação de

teses e teorias; a formulação e avaliação de argumentos. Para assegurar a


qualidade das suas análises, formulações e avaliações, os filósofos recorrem à lógica.

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A lógica é a disciplina filosófica que estuda a distinção entre argumentos
corretos (válidos, fortes, sólidos, bons) e incorretos (inválidos, fracos, maus), mediante
a identificação e a compreensão dos processos que conduzem da verdade de certas
crenças à verdade de outras.

Ela dedica-se ao estudo das leis, princípios e regras a que devem obedecer o pensamento

e o discurso para que se desenvolva uma correta argumentação. Enquanto a lógica

formal analisa, sobretudo, a validade formal dos argumentos dedutivos, a lógica


informal debruça-se, fundamentalmente, sobre a correção ou força dos argumentos
não-dedutivos, como se verá mais adiante.
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CONCEITO

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O conceito constitui o elemento básico do pensamento. Trata-se da

representação intelectual de determinada realidade.

O conteúdo dessa representação (as propriedades ou características) pode dizer respeito


a uma classe de objetos – por exemplo, "flor", "caderno", "guerra" – ou a uma realidade
singular – por exemplo, "Joana", "Ponte D. Luís", "Lua".

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TERMO

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O termo é geralmente entendido como a expressão verbal do conceito.

O mesmo conceito pode ser expresso por termos diferentes sob o ponto de vista

linguístico – "domicílio" e "residência", por exemplo – e o mesmo vocábulo pode

exprimir diferentes conceitos – "nota" enquanto apontamento e "nota" enquanto


dinheiro, por exemplo.

De um ponto de vista lógico, teremos, neste último caso, de falar em termos distintos.

Convém ainda sublinhar que um termo pode ser constituído por mais do que uma

palavra, exprimindo um único conceito: por exemplo, "livros de poesia".


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Uma importante parte do trabalho filosófico consiste em tentar clarificar os

conceitos.

Essa clarificação dos conceitos faz-se a partir da definição, cujo objetivo é o de esclarecer o
significado e permitir a compreensão do que é definido. A análise de conceitos é uma
tarefa importante da filosofia.

Além de analisarem conceitos e formularem problemas através de questões, os

filósofos apresentam e desenvolvem teses ou teorias.

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TESE

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Uma tese é uma ideia que se quer defender a propósito de um dado problema.

No âmbito da filosofia, uma tese constitui uma resposta a um problema em aberto,

estando, por conseguinte, sujeita a discussão.

As teses ou teorias são expressas em frases.

Todavia, aquilo que efetivamente interessa aos filósofos discutir não são as frases a

partir das quais as teses são formuladas, mas sim as ideias que lhes subjazem. Tais ideias

são as proposições. 11
PROPOSIÇÕES

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Uma proposição é o pensamento ou conteúdo, verdadeiro ou falso (ou seja,

possui valor de verdade), expresso por uma frase declarativa.

Chama-se, por vezes, juízo à operação mental que permite estabelecer uma relação entre
conceitos e que está subjacente à formação de proposições. Iremos usar os termos juízo e
proposição como sinónimos.

Exemplo de uma proposição: “O gelo é a água em estado sólido”.

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Apenas as frases declarativas expressam proposições, dado que somente estas

expressam um determinado conteúdo que pode ser classificado em verdadeiro ou


falso.

As frases nas quais se interroga, ordena, pede, aconselha, chama, deseja ou

promete não expressam proposições, já que nelas nada se afirma ou nega que seja
suscetível de ser considerado verdadeiro ou falso.

A mesma proposição pode ser expressa por diferentes frases declarativas.

Por exemplo, a frase “Kant é o autor da Crítica da Razão Pura” expressa a mesma proposição
que a frase “O autor da Crítica da Razão Pura é Kant”.
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Além disso, há frases que, sendo ambíguas, exprimem mais do que uma

proposição. Por exemplo, a frase “Maria encontrou o dono do terreno com o seu primo”
tanto exprime a ideia de que “Maria encontrou o seu primo com o dono do terreno”, como
a ideia de que “Maria encontrou o dono do terreno com o primo dele”.

Frases declarativas absurdas, como “O quadrado circular acordou com sardas”,


também não expressam proposições, já que não expressam qualquer pensamento
suscetível de ser classificado em verdadeiro ou falso. Para o estudo da lógica, importa
distinguir vários tipos de proposições: as categóricas, as condicionais, as bicondicionais, as
disjuntivas, etc. Por agora, vamos referir-nos apenas às proposições categóricas. Mais
adiante, estudaremos outros tipos de proposições.
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EXERCÍCIO
Considere as frases seguintes:
1. As baleias são peixes.
2. As baleias não são peixes.
3. As baleias são peixes?
4. Ensinar a pescar, em vez de dar o peixe.

Selecione a opção correta.


A. As frases 1, 2 e 4 exprimem proposições; a frase 3 não exprime uma proposição.
B. As frases 1 e 2 exprimem proposições; as frases 3 e 4 não exprimem proposições.
C. As frases 1 e 3 exprimem proposições; as frases 2 e 4 não exprimem proposições.
D. A frase 1 exprime uma proposição; as frases 2, 3 e 4 não exprimem proposições.
SOLUÇÃO: B
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ARGUMENTO

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Argumento – prova, razão, justificação, pressuposto que sustenta a credibilidade de
uma tese. Um conjunto de proposições, em que umas oferecem razões
para aceitar outra. Raciocínio destinado a provar ou refutar uma tese.

Premissas – princípios de um raciocínio.

Raciocínio – qualquer processo de tirar uma conclusão de um conjunto de


premissas pode chamar-se um processo de raciocínio.

Juízo – afirmar um juízo é produzir uma declaração verdadeira ou falsa.

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INDICADORES DE PREMISSAS

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Indicadores de premissas – alguns exemplos:
pois,
dado que,
visto que,
já que,
porque,
entre outros.

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INDICADORES DE CONCLUSÃO

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Indicadores de conclusão – alguns exemplos:
logo,
assim,
deste modo,
portanto,
consequentemente,
por conseguinte,
por isso,
entre outros.
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EXERCÍCIO

«Cada pessoa tem a sua opinião, como se vê nos debates televisivos, em que nunca se
chega a um acordo. Por isso, não podemos negar que a verdade é relativa, pois
haveria consenso entre as pessoas se a verdade fosse absoluta.»

O texto anterior exprime um argumento cujas premissas são:

A. Se a verdade fosse absoluta, haveria consenso entre as pessoas; não há consenso


entre as pessoas.
B. Cada pessoa tem a sua opinião, como se vê nos debates; não podemos negar que a
verdade é relativa.
C. Quando discutem, as pessoas deveriam chegar a um acordo; não devemos procurar
uma verdade absoluta.
D. Os debates televisivos são inúteis, porque não se chega a um consenso; a verdade
não é absoluta.
SOLUÇÃO: A
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