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Como falar em público

Celiana Azevedo
Ana Andrade
É docente na Faculdade de Direito do Porto da Universidade
Católica Portuguesa, onde leciona Argumentação e Retórica, é
responsável pelo Laboratório de Escrita e dá formação nas
áreas do Pensamento Crítico, Comunicação e Public Speaking.
Falar em público

Aprender como falar em público é importante para


atividades desenvolvidas em diversos segmentos da vida
profissional e pessoal.
Situações em que falamos
perante um público
• O um-para-um:
Situações em que falamos
perante um público
• O um-para-um: quando temos de
nos dirigir a um só interlocutor.
Situações em que falamos
perante um público
• O um-para-um: quando temos de
nos dirigir a um só interlocutor.
Situações em que falamos
perante um público
• O um-para-um: quando temos de
nos dirigir a um só interlocutor.
Situações em que falamos
perante um público
• O um-para-um: quando temos de
nos dirigir a um só interlocutor.
Situações em que falamos
perante um público
• O um-para-um: quando temos de
nos dirigir a um só interlocutor.

O objetivo é sempre o de passar uma


mensagem;
Impressionar positivamente pelo
conteúdo e pela forma, de modo a
que o que transmitimos seja acatado.
Situações em que falamos
perante um público
• Interpares:
Situações em que falamos
perante um público
• Interpares: quando falamos em um grupo
• Associações
• Assembleia de condóminos
• Reunião de colegas de turma
Situações em que falamos
perante um público
• Interpares: quando falamos em um grupo
• Associações
• Assembleia de condóminos
• Reunião de colegas de turma
• Conversa em um grupo de Whatsapp

Objetivo é resolução de problemas, dar


opinião, tomada de decisão coletiva ou uma
contribuição para uma discussão.
Situações em que
falamos perante
um público
• Papéis sociais:
Situações em que
falamos perante
um público
• Papéis sociais: quando, em
grupos maiores ou menores,
temos de defender os nossos
interesses.
• Reunião de pais na escola
• Quando somos
empregadores
• Quando vamos pedir um
empréstimo ao banco
• Atendimento ao público
Situações em que falamos
perante um público
• Falar para um auditório:
Situações em que falamos
perante um público
• Falar para um auditório: Palestras,
conferências, debates, aulas.
Situações em que falamos
perante um público
• Falar para um auditório: Palestras,
conferências, debates, aulas.

Nós, sozinhos, em frente a um


público que mal vemos!
Situações em que falamos
perante um público
• Falar para um auditório: Palestras,
conferências, debates, aulas.

Nós, sozinhos, em frente a um


público que mal vemos!
Todos os olhos postos em nós!
Situações em que falamos
perante um público
• Falar para um auditório: Palestras,
conferências, debates, aulas.

Nós, sozinhos, em frente a um


público que mal vemos!
Todos os olhos postos em nós!
Prontos a julgar-nos!
Como nos sentimos?
• Sentimo-nos a mais pequena das
criaturas
• Nervosos
• A voz ou as pernas tremem
O que fazer?
• Trabalhar para melhorar

Falar em público é apenas uma


qualidade, capacidade ou
competência que pode ser
melhorada.
N qualidade de
animais sociais, “A natureza não faz nada sem um propósito, e o
homem é o único entre os animais que tem o
os seres dom da fala. Na verdade, a simples voz pode
indicar a dor e o prazer, os outros animais
possuem-na, mas a fala tem a finalidade de
humanos estão indicar o conveniente e o nocivo e, portanto,
também o justo e o injusto” (Aristótelis –
obrigados à Política, I, 1253b, 15).

comunicação
O medo do
olhar do outro
• Medo de errar
• Medo de não corresponder
às expetativas
• Medo de sofrer um
peripaque, de tropeçar

“O olhar do outro” (Aristóteles


em Ética a Nicómaco)
O medo do
olhar do outro
“O olhar do outro” (Aristóteles
em Ética a Nicómaco)

Se refere ao facto de que


estamos sempre em busca da
validação alheia (autoestima).
O medo do
olhar do outro
Não é necessariamente negativo:
- Consciência da responsabilidade

Nem sempre “as borboletas no


estômago” são sinal de alarme.
Alguns números
Resultado de um estudo com 2000 pessoas que
hierarquizaram os seus medos concluiu que:
“Falar em público é pior do que a morte, para a
maioria”

A morte de entes queridos (64%)


Medo de falar em público (56%)
Medo de ser enterrado vivo, problemas financeiros,
doença e morte.

Glossofobia: 73% da população (National Social


Anxiety Center). Temem sobretudo o julgamento dos https://www.thetimes.co.uk/article/speaking-in-
outros. public-is-worse-than-death-for-most-5l2bvqlmbnt
Famosos com dificuldades na oratória

• Rei George VI
• Cícero (106-43 a.c.)
• Isaac Newton
(1643-1727)
• Thomas Jefferson
(1743-1826)
• Abrahan Lincoln
(1809-1865)
O que têm os
bons oradores Serem capazes de acrescentar ao mundo, por
força das palavras, coadjuvadas pelos gestos,
pela voz, pela imagem, pelo carisma e por tudo
que nós não aquilo que um indivíduo transporta.

temos?
• Porque quero enveredar pelo caminho A e não o B?
• Que estratégias serão as melhores para abordar o
Pensar, assunto?

argumentar, • Saberei o suficiente sobre o tema em causa ou sinto


que deveria informar-me melhor?
comunicar: • Estarei capaz de responder a eventuais questões do
público ou dos meus pares?
a tríade de ouro • Qual é a mensagem que eu quero que as pessoas
recebam, afinal?
Pensar
Saber o que queremos dizer, no
tempo que temos disponível
para o fazer.
É aqui que a maioria das pessoas falha

• Discursos não finalizados


• Mensagem desestruturada
• Pensar em aspetos que deveríamos ter acrescentado
Componentes fundamentas de um discurso -
Cícero (106-43 a.C.)
• Inventio: depois de uma tempestade de ideia, reduzir a
mensagem ao essencial que pretendemos passar. Pontos-
chave fundamentados e ilustrados adequadamente.
Componentes fundamentas de um discurso -
Cícero (106-43 a.C.)
• Inventio: depois de uma tempestade de ideia, reduzir a
mensagem ao essencial que pretendemos passar. Pontos-
chave fundamentados e ilustrados adequadamente.
• Dispositio: organizar os argumentos para ter um impacto
persuasivo máximo (convencer/cativar o auditório).
Componentes fundamentas de um discurso -
Cícero (106-43 a.C.)
• Inventio: depois de uma tempestade de ideia, reduzir a
mensagem ao essencial que pretendemos passar. Pontos-
chave fundamentados e ilustrados adequadamente.
• Dispositio: organizar os argumentos para ter um impacto
persuasivo máximo (convencer/cativar o auditório).
• Elocutio: O modo como vamos apresentar (storytelling,
citações, multimídia, estatísticas, etc.)
Componentes fundamentas de um discurso -
Cícero (106-43 a.C.)
• Inventio: depois de uma tempestade de ideia, reduzir a
mensagem ao essencial que pretendemos passar. Pontos-
chave fundamentados e ilustrados adequadamente.
• Dispositio: organizar os argumentos para ter um impacto
persuasivo máximo (convencer/cativar o auditório).
• Elocutio: O modo como vamos apresentar (storytelling,
citações, multimídia, estatísticas, etc.)
• Memoria: Memorizar a apresentação (não é fixar palavras
por palavras). Usar notas.
Componentes fundamentas de um discurso -
Cícero (106-43 a.C.)
• Inventio: depois de uma tempestade de ideia, reduzir a
mensagem ao essencial que pretendemos passar. Pontos-
chave fundamentados e ilustrados adequadamente.
• Dispositio: organizar os argumentos para ter um impacto
persuasivo máximo (convencer/cativar o auditório).
• Elocutio: O modo como vamos apresentar (storytelling,
citações, multimídia, estatísticas, etc.)
• Memoria: Memorizar a apresentação (não é fixar palavras
por palavras). Usar notas.
• Actio: A prática faz a perfeição (treino, identificar vícios de
linguagem, ensaiar o tom e as pausas, onde colocar ênfase
Argumentar

Encadeamento de argumentos intimamente ligados de forma a dar sentido à


fala (convencer e persuadir).
• Clareza (palavras apropriadas)
• Correção (gramatical)
• Pureza (linguagem respeitadora)
• Ethos (credibilidade)
• Pathos (despertar emoções – crenças, valores, etc.)
• Logos (estruturação lógica)
Comunicar
Comunicar, ou seja, “colocar a
mão na massa”.
Comunicar: o que fazer?
Comunicar: o que fazer?

• Conhecimento do assunto
• Preparação
• Clareza
• Criatividade
• Inspiração
• Versatilidade
• Criação de ligação com a plateia
Comunicar: o que fazer?

• Conhecimento do assunto • Determinação


• Preparação • Simpatia
• Clareza • Voz ritmada
• Criatividade • Vocabulário simples
• Inspiração • Ausência de vícios
• Versatilidade • Postura
• Criação de ligação com a plateia • Teatralização
• Entusiasmo
Comunicar: o que não fazer?

• Pedir desculpas ao auditório


• Contar piadas desinteressantes
• Fazer muitas perguntas ao auditório
(atenção ao preparar uma
apresentação com base na
participação do auditório)
Comunicar: o que não fazer?

• Pedir desculpas ao auditório • Usar palavras vazias


• Contar piadas desinteressantes • Firmar posição sobre um assunto
polêmico, se não for o tema em causa
• Fazer muitas perguntas ao auditório
(atenção ao preparar uma • Usar chavões (clichés) ou frases
apresentação com base na vulgares
participação do auditório)
Comunicar: como finalizar?

• Provocar uma reflexão • Contar um facto histórico interessante


• Utilizar uma citação • Agradecer às questões do auditório
• Apelar à ação • Convidar a prosseguir a sessão num
• Fomentar o entusiasmo contexto diferente (agora que
finalizamos, um cafezinho)
• Elogiar o auditório
https://pt-
pt.facebook.com/provaoral/videos/ana-
andrade/337687867547179/

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