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Ensaio Filosófico
Oo
Índice
O ensaio filosófico no contexto das
Aprendizagens Essenciais – para o professor 5
Introdução 6
1. O que é um ensaio filosófico? 7
2. O que se avalia num ensaio filosófico? 7
3. Que tipo de exercícios pode ajudar à conceção
de um bom ensaio filosófico? Que “treino” há a efetuar? 8
4. Prazos, planificação e critérios de avaliação 11
5. Preparar a redação do ensaio filosófico 12
6. Redigir o ensaio filosófico: sua estrutura e aspetos
a que cada parte atende 13
7. Questões de estilo e apresentação e o que o ensaio não é 15
8. Avaliar o ensaio filosófico: uma proposta de grelha 15
Bibliografia 30
3
O ensaio filosófico
no contexto das
Aprendizagens
Essenciais
Para o professor
Ensaio Filosófico
Introdução
O Perfil dos Alunos à saída da Escolaridade Obrigatória
estabelece, entre outras, as seguintes competências-chave:
1. autonomia;
2. desenvolvimento pessoal;
3. pensamento crítico;
4. pensamento criativo;
5. raciocínio e resolução de problemas.1
Por outro lado, as Aprendizagens Essenciais da Filosofia têm também como um dos seus pro-
pósitos o elenco de um mínimo denominador comum em termos de aquisições a efetuar na disci-
plina, uma espécie de condição necessária a um ensino efetivo de filosofia no ensino secundário.
Ora, numa analogia com o bem conhecido movimento minimalista nas artes, parece estar-se agora,
no ensino da disciplina em análise, diante do Less is More. Por outras palavras, parece atender-se
imperativamente a menos do que o programa estipula para se poder obter mais: aprendendo
menos obrigatoriamente, em termos de quantidade de itens programáticos, pode porventura ob-
ter-se mais autonomia, mais desenvolvimento pessoal, mais pensamento crítico, mais pensamento
criativo, melhor raciocínio e maior capacidade de resolução de problemas.
1 Guilherme d’Oliveira Martins (coord.) (2017), Perfil dos Alunos à saída da Escolaridade Obrigatória, Lisboa, Ministé-
rio da Educação, p. 11.
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O ensaio filosófico no contexto das Aprendizagens Essenciais
Ora, um dos elementos que figura como um bom teste à aquisição destas competências é
precisamente o ensaio filosófico.
mas a forma como se defende o que se defende. O que está sob escrutínio não é a posição em si,
mas os alicerces dessa posição, a sua sustentação. Perante isto, não há que temer não ser “politi-
camente correto”. Pelo contrário, o que é preciso é ser-se “intelectualmente honesto”. Raciocinar
bem é, neste contexto, central.
7
Ensaio Filosófico
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O ensaio filosófico no contexto das Aprendizagens Essenciais
■■ Uma objeção é um argumento de contestação, uma razão que se apresenta para refutar ou
impugnar a tese que não se está a defender.
■■ A anteceder todos estes elementos está o problema, e um problema é uma questão, uma
dúvida que se quer resolver; é a interrogação a que a tese enquanto afirmação responde, a
qual, por seu turno, tem argumentos a sustentá-la, além de objeções a contraditá-la.
Há duas maneiras básicas de fazer uma refutação […]. Pode-se mostrar que o argumento
é inválido: a conclusão não pode ser deduzida das premissas […]. Pode-se mostrar que uma
das premissas (ou mais de uma) é falsa.
J. Baggini, P. S. Fosl (2012), As Ferramentas dos Filósofos, São Paulo, Loyola, p. 41.
Significa isto que atender à forma lógica de um argumento é apenas uma das maneiras possí-
veis de o refutar. Pode (e deve) ter-se também em atenção a verdade das suas premissas (só ela
EQT10EFER © Porto Editora
confere solidez a um argumento válido). Num tempo em que as fake news proliferam, este aspeto
parece ser da maior importância. Há que verificar, por exemplo, em que estudo científico se sus-
tenta uma determinada premissa e qual a sua idoneidade, se o facto histórico invocado e que serve
de premissa num argumento é falso ou verdadeiro, etc.
Ensaio Filosófico
Deste modo, o aluno familiariza-se com a capacidade de antecipar objeções, sendo este exer-
cício fundamental para começar em si o teste à resistência da sua tese. Evita-se, assim, a impreci-
são ou o contrassenso, que podem ocorrer por precipitação.
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O ensaio filosófico no contexto das Aprendizagens Essenciais
1) há um momento específico do ano letivo para se efetuar o ensaio filosófico, que é
presumivelmente o terceiro período;
2) a extensão do respetivo documento e o seu grau de profundidade devem pautar-se pela
razoabilidade: adequado fundamentalmente ao desenvolvimento dos alunos.
Perante isto, o terceiro período perfila-se como o momento ideal para a realização deste tra-
balho. Face ao exposto, porque há um estudo prévio que deve ser efetuado para alicerçar idonea-
mente a posição a tomar, e porque a precipitação no juízo não é boa conselheira, sugere-se o se-
guinte calendário:
Uma semana/
Início do terceiro
Quinze dias depois:
período:
avaliação
apresentação
da informação
do tema/problema
recolhida
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Ensaio Filosófico
Título
O título deverá, tanto quanto possível, ter a forma de uma questão: assim se percebe clara-
mente tratar-se de um problema, cujo conteúdo, expresso na questão, revelará ser um problema
especificamente filosófico. Ter também em atenção que o título deverá ser o mais claro possível,
para desse modo se perceber mais facilmente o tipo de resposta que se aceitará, que já dissemos
ser preferencialmente do tipo “sim” ou “não”. Assim, entre os títulos “Justiça e liberdade” e “Bastará
a uma sociedade justa que nela haja liberdades iguais?”, é preferível o segundo.
Justiça e liberdade
Introdução
Na introdução, deverá formular-se claramente o problema a que se irá dar uma resposta, mas
não só. É também importante dar conta da sua relevância, e para isso poderá mostrar-se, por exem-
plo, o que pode (ou já está a) acontecer se não o enfrentarmos, designadamente, o que se pode (ou
já se está a) perder e o quanto há a ganhar se o enfrentarmos.
Dizer ainda, por exemplo, “Este ensaio tem como objetivo…”, especificando com precisão que
objetivo se pretende atingir, é também uma forma de o leitor melhor perceber o que vai encontrar
com o texto que tem em mãos, sendo esse, por isso, um aspeto a também contemplar na introdu-
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ção. Deve dizer-se já a conclusão a que se pretende chegar, isto é, a tese que se defenderá, porque
tal evita, por um lado, que o leitor se perca em “adivinhações” e, por outro, que salte para a conclu-
são do ensaio, que, em rigor, aparece no final, devendo, por isso, ser lida em último lugar.
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Ensaio Filosófico
Informar o leitor das partes em que se divide o desenvolvimento que se segue à introdução,
Desenvolvimento
O desenvolvimento é o corpo do texto. Nele apresentam-se as teses em confronto, escla-
rece-se em que se distinguem e expõem-se os argumentos em que cada uma se sustenta. Deve
dar-se particular importância às objeções que se fazem à “nossa” tese e, tanto quanto possível, à
sua refutação. Admitindo que “a melhor defesa é o ataque”, criam-se aqui condições para que a
nossa tese saia reforçada. Precisamente por isso, para que esse esforço não tenha sido em vão,
há então que passar em revista os argumentos que alicerçam a nossa tese e mostrar que são
bons ou, pelo menos, que são válidos ou fortes.
Um aspeto que convém ter em atenção é evitar caricaturar teorias diferentes daquela que
estamos a defender, “escondendo”, por exemplo, argumentos bons que lhes sirvam de fundações.
O mesmo se aplica à nossa tese, ainda que em sentido inverso: devem evitar-se os elogios.
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O ensaio filosófico no contexto das Aprendizagens Essenciais
Conclusão
Chegamos então à conclusão. Reitera-se agora qual é a nossa tese, explica-se porque é que
saiu reforçada com este ensaio, e, se na introdução se esclareceu a importância do problema a
que a nossa tese dá resposta, agora esse procedimento aplica-se à nossa resposta em particular,
designadamente que consequências dela relevam para, por exemplo, um melhor entendimento
do mundo e de nós mesmos.
3 Fernando Savater (2008), A Arte do Ensaio, Lisboa, Temas & Debates, pp. 12-13.
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Ensaio Filosófico
Todas estas questões têm em comum três aspetos: a clarificação de um determinado pro-
blema, a apresentação inequívoca de uma posição pessoal face a essa questão e a argumenta-
ção a favor dessa posição. Ora, observando retrospetivamente o que já se afirmou relativamente
ao ensaio filosófico, verifica-se que nada há de significativamente diferente face ao que nele se
pede.
Como a grelha habitualmente usada para corrigir estas questões do exame tem a vantagem
de estar já sobejamente testada (por professores de todo o país e ao longo de vários anos) e ser
pouco ou nada contestada, sugere-se aqui a sua utilização para avaliar os ensaios filosóficos.
A versão aqui apresentada tem já os valores proporcionalmente traduzidos para uma escala de
200 pontos/20 valores.
Outro ganho (indireto) que se pode retirar da utilização desta grelha é, a manter-se o atual es-
tado de coisas, a familiarização dos alunos com um instrumento com que, entretanto, serão
avaliados, caso venham a realizar exame nacional. De referir ainda, por último, um aspeto a ter
em atenção: esta grelha emana diretamente do órgão máximo da educação a nível nacional, o
Ministério da Educação.
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O ensaio filosófico no contexto das Aprendizagens Essenciais
A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas a cada parâmetro
A − Problematização: ................................................................................................................................. 40 pontos
B − Argumentação a favor de uma posição pessoal: .................................................................... 80 pontos
C − Adequação conceptual e teórica: ................................................................................................. 50 pontos
D − Comunicação: ...................................................................................................................................... 30 pontos
1 25
perspetiva defendida, ou contra a perspetiva rival da
defendida, são fracos ou claramente falaciosos, ou os
exemplos selecionados são inadequados.
4 E
laborado a partir da grelha utilizada no Exame Nacional de Filosofia. Encontra esta proposta de grelha em
formato editável na página do projeto, na Escola Virtual, capítulo “Grelhas de avaliação”.
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Ensaio Filosófico
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Como fazer um
ensaio filosófico?
Para o aluno
Como fazer um ensaio filosófico?
É muito provável que o seu professor lhe venha a pedir para redigir um ensaio filosófico no ter-
ceiro período, podendo até solicitar-lho noutra altura do ano letivo. Para ajudar nesse trabalho, deve
ter em atenção o que se segue.
■■ Um ensaio filosófico é uma defesa sustentada de uma determinada posição, com a forma
de um texto argumentativo. Face a um determinado problema filosófico, nele defende-se
uma determinada tese alicerçada em argumentos.
■■ Um ensaio filosófico não se avalia pelo que se defende, mas pela forma como se defende
o que se defende. O que está sob escrutínio não é a posição em si, mas os alicerces dessa
posição, a sua sustentação.
■■ Comece por “estudar” o problema, fazendo as leituras que se afigurarem
pertinentes. Apesar de o problema em análise ser filosófico, nem todas
as leituras a efetuar terão de ser oriundas do território específico da filo-
sofia, isto é, livros ou artigos filosóficos.
■■ Faça um esboço do ensaio, que é da máxima importância para perceber
o que ainda falta clarificar para melhor informar a posição, preferencial-
mente do tipo “sim” ou “não”, que irá tomar. É um momento de ponderação.
■■ Se concluir que a informação existente não é razão suficiente para inferir uma res-
posta afirmativa ou negativa ao problema a que se refere o ensaio, assuma, sempre
com justificação, essa mesma posição: a da impossibilidade de chegar, “seguramente” ou
sem precipitação, a uma conclusão afirmativa ou negativa. Um erro em que não se deve cair,
seja em que circunstância for, é o da falta de justificação, patente no “sim porque sim” ou no
“não porque não”.
■■ Um ensaio filosófico não é um texto literário, no qual exprima as suas emoções acerca de
um determinado tema. Isto significa que clareza, frases curtas, bons exemplos, indicado-
res de premissa e de conclusão e adjetivos q.b. são aspetos a ter em atenção na redação.
Quando estiver a escrever, pense como se o leitor fosse alguém não especializado no tema.
Simplifique.
■■ O ensaio também não é uma compilação de textos de outros autores. Isto significa que o re-
gisto pessoal é inevitável. O uso de expressões como “Irei defender que...” ou “Considero...” é,
à partida, uma boa opção.
■■ O ensaio filosófico não é um trabalho como aqueles que se fazem, por exemplo, numa carto-
lina com alguns recortes ou um vídeo com uma entrevista. Um ensaio é um texto, e um texto
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argumentativo. Deve ser escrito em folhas brancas, sem capa, com páginas em número ra-
zoável (nem de mais nem de menos), numeradas, só com imagens quando o tema o exige
(filosofia da arte, por exemplo), e com espaçamento, tipo e tamanho de letra adequados a
um texto (por exemplo, Arial ou Times New Roman, justificado, tamanho 12).
* Estes materiais encontram-se disponíveis para os alunos no Caderno de Atividades, nas páginas 80 e 81.
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Ensaio Filosófico
* Estes materiais encontram-se disponíveis para os alunos no Caderno de Atividades, nas páginas 80 e 81.
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Como fazer um ensaio filosófico?
Texto 1
“Que legitimidade ética tem um Estado de geolocalizar os seus cidadãos
para controlar uma pandemia?”
Clara Martins1
Introdução
Vivemos um período de pandemia, marcado pelo medo e pela insegurança. Com o
aparecimento da COVID-19, governos de todo o mundo tiveram de implementar medi-
das que garantissem a proteção e assegurassem a saúde de toda a população dos seus
países. Agora, depois de um período de quarentena, estes questionam-se sobre as
medidas mais eficazes de modo a realizar um desconfinamento seguro.
Para além das medidas de segurança implementadas pela DGS, surgiu uma nova
ideia para prevenir e combater o coronavírus. Como sabemos, este pode provocar infe-
ções semelhantes a uma gripe comum ou apresentar-se como uma doença mais grave,
como pneumonia. O principal problema é que se alastra muito rapidamente e as pes-
soas que estão infetadas podem demorar até 14 dias para demonstrarem sintomas,
podendo, nesse espaço de tempo, infetar alguém.
Esta nova ideia, o contact tracing, tem sido discutida por grandes empresas, gover-
nos e inclusivamente pela União Europeia. Consiste na criação de aplicações móveis
que ajudem a identificar os cidadãos que podem ou não estar contaminados e aqueles
que, com receio de contraírem o vírus, pretendem ser avisados da hipótese de terem
estado em contacto com o mesmo. Estas aplicações funcionam através do Bluetooth.
Os telemóveis vão registando a proximidade de uns com os outros num intervalo de
vários dias, e assim, quando a um doente é diagnosticada a COVID-19, ele indica essa
informação à aplicação e é “marcado” como infetado. Nesse instante, os utilizadores
que registaram proximidade com o doente são notificados e deverão realizar testes de
despiste e/ou proceder ao isolamento social.
Posto isto, colocam-se inúmeras questões. Afinal, será esta medida eficaz e segura
ou as desvantagens sobrepõem-se às vantagens? Devemos abdicar da nossa privaci-
dade? Da nossa liberdade? E acima de tudo: “Que legitimidade ética tem um Estado de
geolocalizar os seus cidadãos para controlar uma pandemia?”
Neste ensaio vou analisar as vantagens e as desvantagens do uso das aplicações
que pretendem combater o coronavírus através do rastreamento de contactos. Vou
também apresentar a minha opinião sobre o problema, sustentando-a com os devidos
argumentos e refutando possíveis objeções à minha tese.
Não podia deixar de chamar a atenção para a importância deste problema. A imple-
mentação desta medida pode ser fulcral no combate ao coronavírus. Para além disto,
tal como todos os problemas da filosofia, o importante é gerar discussões pertinentes
sobre os temas em questão, mesmo que, por vezes, não exista solução para os mes-
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mos. Deste modo, somos obrigados a refletir e a desenvolver o nosso espírito crítico e
capacidade de argumentação.
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Ensaio Filosófico
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Como fazer um ensaio filosófico?
Conclusão
Para concluir, apesar de não podermos garantir que a privacidade dos utilizadores
destas aplicações será respeitada, até porque se coloca a possibilidade de serem víti-
mas de um ataque informático, a não adesão a estas aplicações poderá ter consequên-
cias bastante piores. Para além disto, não nos podemos esquecer de que qualquer
medida que beneficie o combate ao coronavírus deve ser, simultaneamente, com as
restantes recomendações, adotada. Depois de muita análise e reflexão, considero que
é um risco que devemos correr, uma vez que empresas como a Google e a Apple já têm
acesso aos nossos dados, e esta seria uma maneira de os usar para o bem de todos
nós.
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Ensaio Filosófico
https://observador.pt/opiniao/covid-19-e-o-nosso-direito-a-privacidade/
https://24.sapo.pt/tecnologia/artigos/sera-a-privacidade-a-ultima-vitima-da-covid-19
https://www.publico.pt/2020/04/23/tecnologia/noticia/covid19-mundo-segue-infecta-
dos-bluetooth-pulseiras-gps-1913633
https://www.noticiasaominuto.com/tech/1498410/costa-afasta-imposicao-de-qual-
quer- mecanismo-de-contact-tracing
https://www.cuf.pt/mais-saude/coronavirus-o-que-e-sintomas-e-como-prevenir
https://eco.sapo.pt/2020/05/08/o-que-e-o-contact-tracing-perguntou-ao-goo-
gle-nos-respondemos/
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Como fazer um ensaio filosófico?
Texto 2
“Privacidade ou segurança? Devem ter acesso aos nossos dados para
nos protegerem da pandemia?”
Marta Matos2
Nos dias de hoje, muitos afirmam que a tecnologia é a solução para tudo. É verdade
que a tecnologia é uma das coisas mais confortáveis que a Humanidade já inventou,
porém, é este excesso de acessibilidade e facilidade que lentamente nos está a prender
numa bolha gigante de informação e muito pouco privada, sem sequer darmos conta
disso. Com o crescente avanço tecnológico, as nossas vidas estão cada vez mais
expostas e “registadas”; um simples aparelho eletrónico regista todos os aspetos da
nossa vida, desde simples chamadas telefónicas até à conversa que tivemos no café
com amigos, enquanto o dispositivo estava ligado. Por isso, registar mais outro dado
das nossas vidas, por mais inofensivo que nos pareça, é, a meu ver, o fim da privaci-
dade. Com este ensaio, pretendo mostrar que, ao registar a nossa vida desta maneira,
mais tarde ou mais cedo, vão usar esta tecnologia contra nós. Pode não ser da mesma
maneira que vemos nos livros, como em 1984, de George Orwell, ou nos episódios de
Black Mirror, mas perderemos a nossa liberdade. Ao termos necessidade de usar a tec-
nologia constantemente, quer seja por trabalho ou lazer, será muito mais difícil des-
prendermo-nos dela, de modo que acabaremos sempre por aceitar os “Termos e as
Condições” sem os lermos.
Então, deveremos deixar que, mais uma vez, nos invadam a privacidade e rastreiem
os nossos dados, de modo a conter a pandemia, ou não, e deixar que a responsabili-
dade e consciência de cada um tome uma decisão? Como é possível perceber, sou con-
tra a utilização e recolha de dados pessoais, para prevenir a pandemia.
Primeiramente, um sistema de rastreamento de dados seria um meio muito lento e
pouco eficaz para parar a pandemia, e, por conseguinte, não necessário. Até uma pes-
soa perceber que está infetada, já poderá ter contaminado outras tantas, e, embora
pareça eficaz, não o é, pois, com tantos infetados, é extremamente difícil ter o tempo e
o equipamento para prosseguir este sistema. Portanto, seria uma gravação de dados
totalmente desnecessária, pois acabariam por desistir desse sistema, devido à enorme
quantidade de números de dados para serem analisados, de tantas pessoas que o tele-
móvel detetaria. Para fundamentar este argumento, dou o exemplo da fábrica onde a
minha mãe trabalha: se uma rapariga está infetada, infeta outros tantos na fábrica, que
consequentemente infetam as suas famílias, cujos maridos trabalham em outras fábri-
cas e estabelecimentos, acabando por também infetar mais pessoas, e por aí fora. Tam-
bém não faria sentido ter uma aplicação à qual nem todos teriam acesso, como a
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população infantil ou idosa. Portanto, a melhor maneira de prevenir este vírus é a lava-
gem frequente das mãos e o cumprimento das outras regras estabelecidas.
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Ensaio Filosófico
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Como fazer um ensaio filosófico?
Ensaio
Filosófico
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Bibliografia
Bibliografia
BAGGINI, J.; FOSL, P. S. (2012), As Ferramentas dos Filósofos, São Paulo, Edições Loyola.
MARTINICH, A. P. (2002), Ensaio Filosófico: o que é, como se faz, São Paulo, Edições Loyola.
MARTINS, Guilherme d’Oliveira (coord.) (2017), Perfil dos Alunos à saída da Escolaridade Obrigatória, Lisboa, Ministério
da Educação.
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EQT10EFER-3
Escape room
Tema/Módulo: A ação humana e os valores
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A sala tem visíveis – não particularmente evidentes – os objetos (elementos interativos) que
fazem parte dos desafios. O cenário é ainda composto pelo inventário e pelo temporizador .
A resolução dos enigmas é sequencial.
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Escape room
Tema/Módulo: Abordagem introdutória à filosofia e ao filosofar
Subtemas:
■■ A filosofia e os seus instrumentos.
■■ Lógica proposicional clássica.
■■ O discurso argumentativo e os principais tipos de argumentos e falácias informais.
Objetivo: Apreender conceitos básicos da filosofia e alguns conceitos da lógica formal
e informal.
Onde encontra a Escape room 1? No Manual Digital Em Questão 10, na página 103.
Objetos da Escape room
Lanterna UV
Tablet Impressão digital
Smartphone
QR code
Cofre Letras Comando
de Pintura de O Pensador,
Livros Óculos de realida escultura de Rodin. Pens
virtual
Letras
Chave Computador Porta de saída
e à lógica
Manual, páginas 102-103.
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Escape room 1:
Introdução à filosofia
e à lógica
Escape room
Integração das escape rooms
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na aprendizagem da filosofia
O raciocínio lógico é bastante requerido na resolução de cada um dos enigmas das
escape rooms. Elas podem ser usadas no sentido de desenvolver esse raciocínio lógico e
como parte de experiências de aprendizagem e/ou avaliação:
■■ Avaliação diagnóstica, a fim de testar as competências prévias dos alunos, antes de
começarem um novo tópico, para que o professor possa avaliar e identificar eventuais
lacunas que necessitem de uma abordagem mais centrada.
■■ Apresentação de novos conteúdos, conceitos ou ideias aos alunos de uma forma original
e desafiante como estratégia para a estimulação da curiosidade.
■■ Consolidação de conhecimentos e aplicação de competências já aprendidas naquela
unidade.
■■ Avaliação formativa, tanto para o professor como para os alunos, para avaliar o progresso
e áreas que precisam de atenção adicional.
■■ Avaliação sumativa no final de uma unidade de estudo, para verificar se os resultados da
aprendizagem pretendidos foram, ou não, alcançados.1
1 Adaptado de Using escape rooms in teaching, School Break Handbook 1, Co-funded by the Erasmus + Pro-
grammes of the European Union. Retirado de http://www.school-break.eu/wp-content/uploads/2020/03/
SB_Handbook_1_eER_use_in_teaching.pdf [Consult. 13 fev 2020]
8
Escape room
■■ Resolução de problemas: as escape rooms apresentam uma variedade de diferentes tipos
de enigmas com códigos, para permitir aos alunos encontrar e manipular objetos e
quebra-cabeças digitais complexos. Os alunos confrontam-se com uma série de enigmas,
desenvolvendo competências como as de pensar a partir de problemas e as de aplicar
abordagens alternativas para a sua resolução.
■■ Resiliência: os alunos fazem, persistentemente, várias tentativas para resolver os enigmas de
maneiras distintas e procuram ativamente soluções diferentes.
■■ Pensamento criativo: muitos dos problemas e quebra-cabeças que os alunos enfrentam nas
escape rooms exigem que eles pensem de forma flexível e combinem objetos e ideias de um
modo original. Este tipo de pensamento é, pois, um alicerce importante para a criatividade e
para a inovação.
■■ Gestão do tempo: está em jogo um desafio com tempo controlado. A par da colaboração,
o tempo limitado promove a gestão geral de recursos.
■■ Motivação: a natureza digital do jogo oferece uma experiência envolvente que é motivadora
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para muitos alunos.
7
Escape room
Escape rooms – o que são?
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