Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Num argumento não dedutivo, a verdade das premissas apenas sugere a plausibilidade
da conclusão ou a probabilidade de ela ser também verdadeira.
A sua validade depende de aspetos que vão para lá da forma lógica do argumento.
Tipos de argumentos
Generalização Previsão
Argumentos indutivos: indução por generalização
Extraímos uma conclusão geral (que inclui casos de que não tivemos experiência) a partir de
um conjunto de premissas referentes a alguns casos de que já tivemos experiência. Assim
sendo, neste tipo de argumento a conclusão é mais geral do que a(s) premissa(s).
Exemplo:
Todos os peixes observados até agora respiram através da absorção do oxigénio presente na água.
Logo, todos os peixes respiram através da absorção do oxigénio presente na água.
Exemplo 1:
Todos os esquilos observados até hoje são mamíferos.
Logo, todos os esquilos são mamíferos.
Exemplo 2:
Com base em inquéritos realizados a quarenta indivíduos de cada uma das profissões
existentes na cidade X, constata-se que todos afirmaram estar satisfeitos com o respetivo
emprego.
Logo, todos os indivíduos da cidade X estão satisfeitos com o respetivo emprego.
EXEMPLOS DE GENERALIZAÇÕES INVÁLIDAS
Exemplo 1:
Fiz um teste de Filosofia e foi difícil.
Logo, todos os testes de Filosofia são difíceis.
Exemplo 2:
Com base em inquéritos realizados ao conjunto dos estudantes portugueses do ensino
superior, constata-se que todos eles valorizam este tipo de ensino.
Logo, todos os portugueses valorizam o ensino superior.
Falácia da amostra não representativa: consiste em concluir de um segmento da população para toda a
população, apesar de a amostra poder incluir um número significativo de casos. Neste exemplo, embora o
número de casos seja significativo, os estudantes portugueses do ensino superior não representam a
população portuguesa. Além disso, existirão certamente contraexemplos que põem em causa a conclusão.
EXEMPLOS DE GENERALIZAÇÕES INVÁLIDAS
Exemplo 4:
Até hoje, massajar o couro cabeludo foi benéfico para
diminuir a ansiedade
Logo, massajar o couro cabeludo será sempre benéfico
para diminuir a ansiedade.
Exemplo:
Todos os cavalos observados até hoje nasceram quadrúpedes.
Logo, o próximo cavalo a nascer também nascerá quadrúpede.
Exemplo 1:
Todas as rãs observados até hoje são batráquios.
Logo, a próxima rã que observarmos também será batráquio.
Exemplo 2:
Até agora o planeta Terra girou sempre em redor do Sol.
Logo, durante o próximo ano, o planeta Terra também irá girar em redor do Sol.
EXEMPLOS DE PREVISÕES INVÁLIDAS
Exemplo 1:
O clube A venceu os sete jogos do campeonato disputados até agora.
Logo, o clube A irá vencer os próximos vinte e sete jogos do campeonato por disputar.
Falácia da previsão inadequada (Neste caso, não é forte a probabilidade de a conclusão corresponder à realidade.)
EXEMPLOS DE PREVISÕES INVÁLIDAS
Exemplo 2:
A temperatura na Terra nunca apresentou variações significativas no passado.
Logo, ela nunca apresentará variações significativas no futuro.
Falácia da previsão inadequada (Neste caso, a conclusão é ilegítima porque existe informação
disponível que dá conta do aquecimento global.)
Argumento por analogia
Argumento que consiste em partir de certas semelhanças ou relações entre dois objetos ou duas
realidades e em encontrar novas semelhanças ou relações. Baseia-se, assim, na comparação que se
estabelece entre as realidades, supondo semelhanças novas a partir das já conhecidas.
Forma lógica:
X tem a propriedade A.
Y é semelhante a X.
Logo, Y tem a propriedade A.
Exemplo:
O cantor X canta bastante bem.
O cantor Y tem um timbre e uma extensão vocal semelhantes aos do
cantor X.
Logo, o cantor Y também canta bastante bem.
REQUISITOS DE VALIDADE DO ARGUMENTO POR ANALOGIA:
Exemplo 1:
O carro da marca X é bastante potente.
O carro da marca Y tem a mesma cor e o mesmo tamanho que o carro da marca X.
Logo o carro da marca Y também é bastante potente.
Falácia da falsa analogia (Neste caso, as semelhanças não são relevantes no que diz respeito à conclusão.)
EXEMPLOS DE ARGUMENTOS POR ANALOGIA INVÁLIDOS
Exemplo 2:
O médico A, que estudou numa Universidade de prestígio, é um profissional excelente.
O médico B estudou na mesma Universidade.
Logo, O médico B também é um profissional excelente.
Exemplo 3:
As máquinas não são conscientes de si.
A mente humana é como uma máquina.
Logo, a mente humana não é consciente de si.
Falácia da falsa analogia (Neste caso, existem diferenças relevantes entre a mente
humana e as máquinas, no que diz respeito àquilo que é afirmado na conclusão.)
Argumento de autoridade
Forma lógica:
Exemplo:
Galileu afirmou que todos os corpos caem com aceleração constante.
Logo, todos os corpos caem com aceleração constante.
REQUISITOS DE VALIDADE DO ARGUMENTO DE AUTORIDADE:
– deve referir-se o nome da autoridade e a fonte em que ela exprimiu essa ideia, ou seja, a autoridade não
deve ser anónima;
– a autoridade invocada deve ser um efetivo especialista ou perito na área em questão, ou seja, uma
autoridade reconhecida;
– não pode existir controvérsia entre os especialistas da área em questão, ou seja, aquilo que é afirmado
deve ser amplamente consensual entre as autoridades dessa área;
– o especialista invocado não pode ter interesses pessoais ou de classe no âmbito do assunto em causa,
ou seja, deve haver imparcialidade;
– o argumento não pode ser mais fraco do que outro argumento contrário.
EXEMPLO DE UM ARGUMENTO DE AUTORIDADE VÁLIDO
Exemplo 1:
Estudos indicam que comer um ovo por dia prejudica a
saúde.
Logo, comer um ovo por dia prejudica a saúde.
Falácia do apelo ilegítimo à autoridade (Será necessário referir quem foram os autores do
estudo; existe controvérsia entre os especialistas relativamente a este assunto; além
disso, o argumento talvez seja mais fraco do que o argumento contrário.)
EXEMPLOS DE ARGUMENTOS DE AUTORIDADE INVÁLIDOS
Exemplo 2:
Um membro do governo afirmou que, desde que o governo iniciou funções, a felicidade dos
cidadãos aumentou bastante.
Logo, desde que o governo iniciou funções, a felicidade dos cidadãos aumentou bastante.
Falácia do apelo ilegítimo à autoridade (Além de não ser referido o nome da pessoa invocada, talvez também
não se trate de uma autoridade efetiva na área em questão, sendo inclusive alguém com interesses pessoais no
âmbito do assunto em causa; além disso, existe certamente controvérsia entre os especialistas relativamente a
este assunto.)