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ARGUMENTOS INDUTIVOS-Um argumento diz-se indutivo quando se pretende que algo que
está para além do conteúdo das premissas seja de alguma maneira apoiado por elas ou se
torne provável devido a elas.
Num argumento indutivo por generalização, extraímos uma conclusão geral (que inclui casos
de que não tivemos experiência), a partir de um conjunto de premissas referentes a alguns
casos de que já tivemos experiência
Ex:
Num argumento indutivo por previsão, baseamo-nos num conjunto de premissas referentes a
alguns acontecimentos observados no passado para inferir uma conclusão acerca de um
acontecimento futuro.
Ex:
Um bom argumento indutivo (quer seja uma generalização ou previsão) deve basear-se numa
amostra ampla, representativa e diversificada bem como não deve insistir contraexemplos
conhecidos. Por exemplo, se tiverem sido observados dez mil girassóis e em regiões diferentes,
os argumentos em consideração serão mais fortes do que no caso de terem sido observados
apenas cem araras numa pequena região. Caso contrário estamos perante maus argumentos
indutivos. Quando estamos perante um mau argumento indutivo isso significa que foi cometida
alguma falácia informal.
Argumentar por analogia pode parecer, à primeira vista, uma forma de raciocínio segura.
Contudo, para que um argumento por analogia possa ser considerado forte, devemos poder
responder certeira às duas primeiras perguntas do conjunto que se segue e negativamente à
terceira.
→ Não haverá diferenças importantes entre o que está a ser comparado? Não
(1) Nos livros e aulas de história ensina-se que Dom Afonso Henriques foi aclamado como
primeiro rei de Portugal em 1139, sendo isso consensual entre os especialistas nessa matéria.
(2) Logo, Dom Afonso Henriques foi aclamado como primeiro rei de Portugal em 1139.
Um bom argumento de autoridade identifica claramente as suas fontes, cita autoridades que,
para além de serem reconhecidamente especialistas no assunto em questão, são igualmente
imparciais e isentas e cuja opinião não é disputada por outros peritos igualmente qualificados.
Consiste em extrair uma conclusão com base num número muito limitado de casos, ou seja,
numa amostra insuficiente.
EX:
Quando a amostra utilizada para fazer a generalização é tendenciosa, ou seja ,quando não é
representativa da diversidade de características do universo em questão
EX:
1. Para ver como os canadianos vão votar na próxima eleição, entrevistámos cem pessoas em
Calgary. Isso mostra, de forma conclusiva, que o Partido da Reforma vai varrer as eleições. (As
pessoas em Calgary tendem a ser mais conservadoras, portanto, mais propensas a votar no
Partido da Reforma, que é conservador, do que as outras pessoas do resto do país.)
Por exemplo:
(1) Tal como os homens as mulheres também têm pulmões, fígado e rins.
EX:
PETIÇÃO DE PRINCÍPIO
EX:
Na primeira premissa deste argumento já está implícito o que é afirmado na conclusão.Ou seja,
pressupõe-se na premissa a conclusão que se visa estabelecer. A petição de princípio também
se designa por “argumento circular” ou “falácia da circularidade”, dado que se parte do ponto a
que se quer chegar, formando uma argumentação em círculo.
FALSO DILEMA
Incorre-se numa falácia do falso dilema quando numa das premissas se consideram apenas
duas possibilidades ou alternativas, quando na realidade existem outras possibilidades que não
estão a ser devidamente consideradas.
EX:
Neste caso estamos perante um falso dilema uma vez que as duas hipóteses em consideração
(vegetariano e carnívoro) não esgotam todos os tipos de regime alimentar disponíveis. Os
falsos dilemas são muito comuns em política: «Ou votam em mim ou será o caos», «Outemos
armas nucleares ou corremos o risco de ser atacados», «Quem não é por César é contra
César», etc. Surgem, por vezes, camuflados sob perguntas retóricas: «Está Vossa Excelência do
nosso lado ou do lado das forças do mal?!». Os políticos usam frequentemente falsos dilemas
quando pretendem fazer-nos aceitar conclusões que não queremos admitir. Quando as duas
opções apresentadas não são de facto mutuamente exclusivas, isto é, quando existem outras
alternativas, devemos rejeitar o argumento por se tratar de um falso dilema.
APELO À IGNORÂNCIA
A falácia do apelo à ignorância consiste em tentar provar que uma proposição é verdadeira
porque ainda não se provou que é falsa, ou que é falsa porque ainda não se provou que é
verdadeira.
EX:
Este tipo de argumento é falacioso, pois pelo facto de não se conseguir determinar o valor de
verdade de uma dada proposição em consideração daí não se segue que tal proposição seja
falsa ou por não se ter conseguido provar que algo é falso, isso não significa que seja
verdadeiro.
ATAQUE À PESSOA
Os argumentos da hominem são geralmente considerados falaciosos, uma vez que uma dada
opinião pode estar correta, ainda que o seu autor seja mentalmente confuso, hipócrita,
indigno de confiança, desonesto, etc. Exemplos de argumentos da hominem são
frequentes ,por exemplo, nas discussões políticas e nos debates jurídicos.
EX:
(1) Defendes que Deus não existe porque apenas estás a seguir a moda.
DERRAPAGEM
Assumir que se dermos um pequeno passo numa dada direção não conseguiremos evitar ser
conduzidos a um passo muito mais substancial na mesma direção. → X defende a posição A. Y
encadeia de forma exagerada consequências que podem resultar se aceitar.A falácia da
derrapagem (bola de neve) consiste em tentar mostrar que uma determinada proposição é
inaceitável, porque a sua aceitação conduziria a uma cadeia de implicações com um desfecho
inaceitável, quando, na realidade, ou um dos elos dessa cadeia de implicações é falso, ou a
cadeia no seu todo é altamente improvável.
EX:
(1) Se permitirmos o casamento entre pessoas do mesmo sexo, não tarda estaremos a permitir
a poligamia, o incesto e até a pedofilia.
(2) Mas isso é claramente intolerável, dado que conduzirá ao fim da civilização.
(3) Logo, não devemos permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Estamos perante uma falácia, uma vez que as premissas sustentam relações causais muito
duvidosas. Ou seja, do casamento homossexual não se segue causalmente coisas como a
pedofilia nem sequer o fim da civilização
Caricaturar uma opinião oposta para que assim seja mais fácil refutá-la. É uma das táticas
falaciosas mais repetidas na comunicação e no debate quotidianos. Consiste em começar por
deturpar o sentido das afirmações adversárias, reconstruindo-as numa perspetiva enganadora
e dificilmente sustentável, claramente mais fraca, a fim de poder refutá-las mais facilmente.
Por exemplo, contra um oponente que se apresenta como defensor da preservação de uma
determinada floresta começa-se por enfraquecer a sua posição apresentando-a como o desejo
de converter todo o planeta num lugar exclusivamente natural onde não há lugar para a
industrialização. Este boneco de palha, anunciado como se fosse de facto a posição defendida
pelo oponente, é seguidamente derrubado sem grande esforço argumentativo.
Assumir precipitadamente uma relação causal com base na mera sucessão temporal. A falácia
da falsa relação causal, também conhecida pela expressão latina como “posthoc ergo propter
hoc” (“depois disso, logo causado por isso”), é um erro indutivo que consiste em concluir que
há uma relação de causa-efeito entre dois acontecimentos A e B que ocorrem sempre em
simultâneo ou em que B ocorre imediatamente após A. Esta falácia é muito característica das
superstições. → Quando o evento A acontece, em seguida o evento B também ocorre.
Portanto, o evento A é causa do evento B.
EX:
(1)Sempre que o José entra com o pé direito na sala de aula tira positiva no teste de filosofia.
(2) Logo, a positiva que o José tira no teste é causada por entrar com o pé-direito
A falácia da populum consiste em apelar à opinião da maioria ou “ao povo” para se sustentar a
verdade de alguma afirmação.
(2) logo, P é verdadeiro. O problema desta inferência é que a maioria das pessoas pode estar
equivocada. Uma ilustração desta falácia pode ter esta forma: