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Resumo Filosofia

Março 2023

• Lógica Informal

Na lógica informal estudamos os argumentos não dedutivos


- Argumentos não dedutivos são argumentos onde a verdade das
premissas não garante a verdade da conclusão. Logo, a verdade das
premissas apenas sugere, com maior ou menor grau de probabilidade, a
verdade da conclusão. A conclusão é apenas provável, não
necessariamente verdadeira.

➢ Um argumento não dedutivo é forte, quando é pouco provável, mas


não impossível, que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão
falsa.
➢ Um argumento não dedutivo é fraco, quando é provável, que as
premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa.

Exemplos:
Argumentos Fortes: Até hoje, todos os cães nasceram com 4 patas.
Logo, o próximo cão a nascer também terá 4 patas.

Argumentos Fracos: Algumas pessoas gostam de camarão.


Logo, todas as pessoas gostam de camarão.
(dependem do conteúdo e não da forma lógica)

Existem 3 tipos de argumentos não dedutivos:


(a cada argumento corresponde uma falácia – resultantes da infração dos
critérios dos argumentos não dedutivos)

1- Argumentos Indutivos >> generalização e previsão


2- Argumentos por analogia
3- Argumentos de autoridade

1. Argumento Indutivo por Generalização

➢ Consiste num argumento onde a conclusão é mais geral que as


premissas. Contudo para ser uma generalização forte temos que
cumprir os seguintes requisitos:

- tem de partir de um elevado numero de casos observados


- não foram encontrados contraexemplos
- se os casos observados forem representativos do universo em
questão.

Ex: Após ter feito um inquérito a 900 jogadores de futebol, constatou-


se que todos concordam que a plateia dava energia para o resto do
jogo.
Logo a plateia, dá energia para o resto do jogo aos jogadores de
futebol.
o Se um argumento não cumprir os requisitos torna-se uma falácia

a. Falácia da generalização precipitada (CONCLUSÃO


EXCESSIVAMENTE GERAL, DE APENAS 1 OU POUCOS CASOS)

Ex: O meu carro é amarelo,


Logo todos os carros são amarelos.

2. Argumento Indutivo por Previsão

➢ Este argumento baseia-se em casos passados, que anteveem casos


não observados, presentes ou futuros. Contudo, para este
argumento ser válido tem que cumprir os seguintes requisitos:

- tem que existir uma forte probabilidade de a conclusão


corresponder à realidade;
- se não existir informação disponível contrária ao argumento

Ex: Todas as aves observadas até hoje têm penas


Logo, a próxima ave que observarmos também terá penas.

o Se estes requisitos não forem cumpridos, estamos perante uma


falácia da previsão inadequada

Ex: Desde que há vida na Terra o Sol sempre brilhou.


Logo, o sol irá sempre brilhar no futuro.

(a conclusão não é verdadeira pois existe informação disponível que diz


que o sol morrerá um dia.)
3. Argumento por analogia (comparação)
» muitas semelhanças= bom argumento
» poucas semelhanças = falácia

➢ Este argumento consiste em relacionar 2 objetos ou realidades a


partir de certas semelhanças. Basei-a na comparação entres estas
duas realidades, apresentando semelhanças novas através das já
conhecidas. Contudo, para este argumento ser forte tem que ter as
seguintes características:

- as semelhanças entre realidades têm de ser relevantes no que diz


respeito à conclusão (concluir que um certo poeta é tão bom como Fernando
pessoa, só porque nasceu na mesma cidade que ele e depois veio viver para lisboa)

- as semelhanças relevantes têm de ser em número significativo em


relação à conclusão (concluir que um certo jogador de basquetebol é tão bom
como o Michael Jordan, pois tem uma altura semelhante à dele)

- não podem existir diferenças relevantes de acordo com a


conclusão. (concluir que, tal como as mulheres – visto que partilham várias
semelhanças físicas e psicológicas, também conseguem engravidar.)

Ex: O aluno A tem boas classificações.


O aluno B é tão aplicado, empenhado, metódico e inteligente
como o aluno A, tendo a mesma situação socioeconómica.
Logo, o aluno B também consegue tirar boas classificações.
o Caso o argumento não cumpra estes critérios, estamos perante uma
falácia da falsa analogia.

Ex: O advogado A, que estudou numa universidade de prestígio é um


profissional excelente.
O advogado B estudou na mesma universidade.
Logo, o advogado B também é um excelente profissional.

>>> neste caso as semelhanças relevantes no que diz respeito à conclusão,


não são suficientes.

4. Argumento de Autoridade

➢ Este argumento consiste na opinião de uma autoridade ou


especialista para tornar a sua conclusão mais forte. Contudo para o
argumento ser forte tem que ter as seguintes características:

- tem que se referir o nome da autoridade e a fonte onde é expressa


essa ideia (não pode ser anónima)
- a autoridade referida tem de ser um especialista ou perito na área
em questão,
- aquilo que é afirmado tem de ser concordado por todos os
especialista da área
- a autoridade invocada mão pode ter interesses pessoais no âmbito
do assunto em causa (imparcialidade)
-o argumento não pode ser mais fraco do que o argumento
contrário

Ex: Newton, afirmou em “princípios matemáticos da filosofia


natural”, que todo o corpo permanece parado ou em
movimento retilíneo uniforme, a menos que uma força seja
aplicada nele.
Logo, todo o corpo permanece parado ou em movimento
retilíneo uniforme, a menos que uma força seja aplicada nele.

o Caso estes critérios não sejam aplicados, estamos perante uma


falacia do apelo ilegítimo à autoridade

Ex: Um funcionário do setor dos bovinos no continente afirmou que a


carne de vaca não contribui para o aumento do colesterol.
Logo, a carne de vaca não contribui para o aumento do colesterol.

>>>> Além de não ser referido o nome da pessoa invocada, pode não se
tratar de um especialista na área em questão. Podendo ser inclusive
alguém com interesses pessoais no âmbito, para além disso o
argumento talvez seja mais fraco do que o argumento contrário.

Outras Falácias Informais – argumentos inválidos:


(uma falácia é um erro no raciocínio)

1) Falácia da Derrapagem
2) Falácia Ad hominem
3) Falácia Ad populum
4) Falácia da falsa relação causal
5) Falácia do falso dilema
6) Falácia do espantalho
7) Falácia do apelo à ignorância
8) Falácia da petição de princípio
1- Falácia da derrapagem ou “bola de neve”

➢ É a falácia que ocorre sempre que que alguém defende a sua tese,
utilizando uma premissa falsa ou duvidosa e uma série de
consequências progressivamente inaceitáveis.
➢ A partir da 1ª premissa as outras vão surgindo, até se mostrar que
um determinado resultado indesejável e inevitável se irá seguir.

Ex: Se tens pouco tempo para te divertires, ficas triste.


Se ficas triste, ganhas uma depressão.
Se ganhares uma depressão suicidaste.
Logo, se tiveres pouco tempo para te divertires, suicidas-te.

2- Falácia Ad hominem – contra a pessoa

➢ Esta falácia ocorre quando, em vez de se apresentar razões para


rejeitar uma ideia, se tenta descredibilizar a pessoa que a defende,
fugindo assim do assunto que está a ser debatido.

Ex: Sartre afirmou que o ser humano está condenado a ser livre.
Mas Sartre era velho, feio e católico.
Logo, Sartre errou ao dizer que todo o ser humano é condenado a
ser livre.
3- Falácia Ad Populum (refere-se sempre às pessoas)

➢ Esta falácia ocorre quando se apela à opinião da maioria para tonar


o argumento mais forte.

Ex: O Joaquim é elogiado por muitas pessoas do que os outros


candidatos.
Logo, devemos votar no Joaquim.

A maioria das pessoas considera que praticar desporto é uma perda


de tempo.
Logo, praticar desporto é uma perda de tempo.

4- Falácia da falsa relação causal

➢ Esta falácia ocorre quando se conclui que há uma relação de causa e


efeito entre dois acontecimentos que se verificam em simultâneo
ou um após o outro.
➢ Ou seja, considera-se erradamente, pelo o facto de um
determinado acontecimento ocorrer a seguir ao outro, que existe
uma relação de causa e efeitos.
Ex: Sempre que eu faço testes em dia de chuva tenho negativa.
Logo, a chuva é a causa das minhas classificações.

Antes das mulheres conseguirem votar, não existiam armas


nucleares.
Logo, pode dizer-se que há armas nucleares devido ao voto
feminino.

5- Falácia do falso dilema (problema entre 2 hipoteses)

➢ Esta falácia ocorre quando, num argumento, reduzem todas as


opções possíveis, ficando com apenas 2, ignorando todas as outras
opções.

Ex: Ou és meu amigo ou és meu inimigo.


Não és meu amigo.
Logo és meu inimigo.

>>>>> ignora-se a possibilidade de ser apenas um conhecido, por


exemplo.
6- Falácia do espantalho – deturpa as ideias do outro

➢ Esta falácia ocorre quando alguém em vez de discordar do


argumento do seu opositor, ataca e distorce uma versão
simplificada desse argumento, para que este pareça falso.

Ex: O António defende que não se deve comer carne processada de


animais que foram mal tratados no seu procedimento de
industrialização.
Manuel discorda de António dizendo: “O António quer apenas que
comamos alface”

>>>>> nota-se que o Manuel não diz que devemos ser todos
vegetaríamos – comer alface- a tese e o argumento são assim deturbados
pelo Manuel.

7- Falácia de apelo à ignorância

➢ Esta falácia ocorre quando uma posição é tida como verdadeiro só


porque não se provou a sua falsidade, ou vice versa.

Ex: Nunca se provou que não há reencarnação.


Logo, há reencarnação.

As pessoas religiosas ainda não provaram que deus existe.


Logo, deus não existe.
8- Falácia da petição de principio

➢ Esta falácia ocorre quando se assume como verdadeiro aquilo que


se pretende provar. Nesta falácia a conclusão e a premissa dizem
exatamente a mesma coisa, estão apenas escritas por outras
palavras.

Ex: Comer legumes é saudável.


Logo, comer legumes faz bem à saúde.
(aqui, nós já sabemos que se é saudável, faz bem à saúde)

Ajudar pessoas necessitadas é correto.


Logo, ajudar pessoas necessitadas é moralmente correto.

Determinismo e liberdade na ação humana

O livre arbítrio corresponde ao poder de decisão e de escolha entre várias


opções, sem que o agente seja submetido a qualquer tipo de coação ou
constrangimento. A liberdade é condicionada, ou seja, não é absoluta,
logo não podemos fazer tudo o que quisermos. Surge assim o problema
do livre arbítrio: “Será que o ser humano é livre de fazer as suas escolhas
ou é obrigado a agir de uma determinada maneira?”, “Será o ser humano
realmente livre ou as suas escolhas são determinadas por causas
anteriores?”. Para responder a este problema utilizamos 3 teorias:
libertismo, determinismo radical e determinismo moderado.
a. Libertismo
- O libertismo defende o livre arbítrio, defende que algumas ações são livre e não
determinadas por causas anteriores.
- O determinismo radical e o libertismo são teorias incompatibilistas.
- Se o determinismo radical fosse verdade, as nossas ações eram determinadas por
causas anteriores. Se as nossas ações fossem determinadas por causas anteriores,
então as nossas ações eram determinadas pelas leis da natureza. Se as nossas ações
fossem determinadas pelas leis da natureza então nós não tínhamos poder de escolha
nem de decisão. E se nós não tivéssemos poder de escolha nem de decisão, não
seriamos livres. E não fossemos livres, o livre arbítrio não existiria. Logo se o
determinismo radical fosse verdadeiro, nós não seriamos livres.

O libertismo também diz que, fizemos aquela ação, mas poderíamos ter feito outra.

- Responsabilidade: O libertismo defende que nós somos responsáveis pelas nossas


escolhas e respetivamente pelas nossas ações. Quer tenha a pessoa culpa ou mérito,
esta é considerada responsável pelas suas ações.
Ao agir livremente o agente autodetermina-se, ou seja, age independentemente de
causas anteriores e a única causa que levou à sua ação foi a sua própria decisão.
> Por outro lado caso não exista livre arbítrio, a pessoa não pode ser consideranda
culpada (determinismo)

b. Determinismo Radical

- O determinismo radical defende que nenhuma ação é livre e que todas as ações são
determinadas por causas anteriores. (estas causas podem ser, biológicas, psicológicas,
socias e culturais)
- O facto de as ações serem determinadas, impede que sejam livres.
- Qualquer ação é o efeito inevitável das causas anteriores e por isso o agente só
poderia ter feito o que ele fez – não há possibilidades alternativas.
- Este defende que todas as nossas ações são determinadas pelas leis da natureza, e
que o livre arbítrio é apenas uma ilusão, pelo facto de as pessoas não se aperceberem
das causas que estão por detrás dos seus desejos e ações.
-Responsabilidade: Sendo assim, os deterministas radicais defendem que o agente não
pode ser responsabilizado pelo que fez, sendo por mérito ou por culpa, visto que as
ações são todas determinadas por causas anteriores, logo não há possibilidade
alternativa de ação. Como não há livre arbítrio as pessoas não podem ser
responsabilizadas.
Contudo, deve-se responsabilizar o agente de forma a promover as boas ações e a
dissuadir-se as más ações. Os deterministas radicais defendem que os castigos e as
recompensas fazem parte da lista de ações que determinam o comportamento
humano.

c. Determinismo moderado

-O determinismo moderado defende que algumas ações são livres que existe livre
arbítrio.
- Esta teoria é compatibilista, uma vez que considera compatível o determinismo e o
libertismo – todas as ações são determinadas por causas anteriores, mas algumas são
livres.
- O conceito de livre arbítrio é redefinido: ou seja, todas as ações são determinadas por
causas anteriores, contudo, podemos escolher fazer aquela ação em vez de outra –
fazer o que queremos e não fazer o que não queremos.
- Uma ação é livre se esta não for compelida. Desde que o agente não tenha sido
compelido, as crenças e desejos têm causas anteriores que o agente não controla, mas
isso não tira a liberdade à ação.
-Responsabilidade: se as nossas ações dependem das leis da natureza, então existem
forças e impulsos que não conseguimos controlar e são as causas do nosso
comportamento, ainda que achemos que são atos voluntários. Deterministas
moderados defendem que nós não temos consciência destas causas, logo, se calhar
não somos realmente livres.
A dimensão social e pessoal da ética

o Valores

- Polaridade

- Hierarquia

o Juízos de valor e Juízos de Facto

1. Juízos de valor
- Os juízos de valor são subjetivos e relativos. Para além disso são normativos,
valorativos e apreciativos, isto é, dependem da opinião e cultura de cada pessoa e
sociedade onde está inserida.
- São normalmente formulados de modo normativo: dizem como é que pessoa pensa
que as coisas deviam ser.
- Os juízos de valor são avaliativos, ou seja, fazem uma apreciação positiva ou negativa.
Sendo assim, ao fazer uma juízo de valor, posicionamo-nos a favor ou contra algo,
formulando a nossa opinião de acordo com a nossa cultura, religião, educação, etc.

Ex: A mutilação genital feminina não devia ser permitida.


Aquela casa é horrível.

2. Juízos de Facto

- os juízos de facto são descritivos, podendo ser ou verdadeiros ou falsos. Para além
disso são objetivos e não subjetivos.
- estes são descritivos, visam descrever a realidade/como as coisas são. Se o juízo de
facto estiver incorreto é falso, e se o juízo de facto estiver correto é verdadeiro.

➢ Comparar juízos de Facto com os juízos de Valor

Os juízos de facto são objetivos e descritivos, ou seja, pretendem descrever como é


que as coisas são. Estes podem ser verdadeiros ou falso, se forem errados são falsos e
se forem corretos são verdadeiros.
Ao contrário dos juízos de facto, os juízos de valor são subjetivos, avaliativos e
normativos, pretendem assim fazer uma apreciação positiva ou negativa. Estes são
subjetivos pois dependem da opinião de cada pessoa respetivamente à cultura onde
está inserida. Ao realizar um juízo de valor, posicionamo-nos contra ou a favor de algo.
Para além disso, os juízos de valor são normalmente normativos, visto que dizem
muitas vezes como é que a pessoa se sente e pensa perante aquela situação.
Concluindo, os juízos de facto querem que os juízos se adequem à realidade; enquanto
que os juízos de valor querem que a realidade se adeque aos juízos.

A. O problema da natureza dos juízos de valor morais


• “Será que os juízos de valor morais são subjetivos, culturalmente relativos ou
objetivos?”
• “Será a verdade e a falsidade dos juízos de valor moral subjetiva, culturalmente
relativa ou objetiva?”
• “Podemos considerar alguns juízos morais objetivamente falsos e outros
verdadeiros?”
• “Há verdades objetivas na ética?”

o Será que os juízos de valor morais dependem do sujeito que aprecia e são por
isso subjetivos ?”
o Será que os juízos de valor morais dependem de uma sociedade/culturas e são
por isso relativos à sociedade onde estamos inseridos?
o Ou será que há valores objetivamente verdadeiros que deviam ser partilhados
por todos?

Ética
- discute a diferença entre o certo e o errado, e que devemos ou não fazer.

➢ Os juízos de valor morais são geralmente normativos, isto é, o agente que o


utiliza, expressa o que sente e como as coisas deviam ser na opinião deste,
sendo por isso avaliativos e subjetivos.
➢ Para responder a este problema, problema da natureza dos juízos de valor
morais, utilizamos 3 teorias: SUBJETIVISMO, RELATIVISMO E OBJETIVISMO.
Nota: os juízos de valor morais fazem uma apreciação positiva ou negativa sobre algo,
podendo posicionarmo-nos contra ou a favor do tema em questão. São por isso
subjetivos, avaliativos, normativos, relativos e valorativos, visto que têm em conta os
nossos valores, os nossos ideais ou princípios e inspiram aquilo que as pessoas pensam
e fazem.

1. Subjetivismo

O subjetivismo defende que todos os juízos de valor morais são subjetivos.


• Dizer isto significa que:
- a verdade ou falsidade dos juízos, depende dos sentimentos e preferências
(valores) individuais. – preferências pessoais de cada individuo, dependem do
sujeito.
- logo os juízos de valor morais não são objetivamente verdadeiros ou falsos,
mas sim verdadeiros para quem os defende e falsos para quem os
rejeitam/opõem a eles.

• A verdade ou a falsidade dos juízos de valor morais é subjetiva, uma vez


que estes não se referem ao mundo, mas sim aos sentimentos das
pessoas que os proferem.

No âmbito do subjetivismo moral os juízos morais como são considerados


subjetivos, implicam discordâncias entre pessoas.

Por exemplo: “o aborto é inaceitável!” este juízo de valor é apenas o resultado


das preferências, sentimentos e valores que a pessoa apresenta em relação ao
assunto. Assim, se dois indivíduos discordarem de um tema. O juízo de um não
tem mais valor do que o do outro, sendo estes juízos de valor, apenas duas
perspetivas/opiniões igualmente válidas para um subjetivista.

Um juízo de valor moral é verdadeiro se este estiver de acordo com os


sentimentos de uma pessoa .

➢ Para um subjetivista não existe uma verdade objetiva universal, com que toda e
qualquer pessoa concordasse ou que pudesse dizer que o juízo contrário é falso.

Concluindo, os subjetivistas defendem que o subjetivismo favorece a liberdade individual e


promove a tolerância entre pessoas com opiniões diferentes, dizem por isso que esta teoria
dá uma resposta adequada aos desafios multiculturais e aos problemas que possam surgir
entre pessoas com valores e opiniões diferentes.

Objeções ao subjetivismo

1. Impede a censura de ações claramente erradas


• Há comportamentos considerados errados, independentemente de qualquer
teoria defendida – ex: assassinato de uma pessoa
• Contudo, se o subjetivismo fosse verdadeiro, não poderíamos criticar tal
comportamento, visto que o assassino poderia proferir os seus sentimentos e
emoções e referir que como a ética é subjetiva, o que ele fez foi correto.
• Como é implausível que não se possa criticar e castigar o assassino, pois estes
prejudicam outras pessoas, o subjetivismo não é verdadeiro, logo o assassino
deveria ser censurado.

2. Não explica a existência de desacordos morais e esvazia de sentido os debates.

Outra boa razão para rejeitar o subjetivismo é o facto de as pessoas que discutem problemas
morais, como o aborto e a eutanásia, estariam ma fazer algo estupido e absurdo; mas se é
certamente falso que debater temas morais é estupido e absurdo, então o subjetivismo não é
uma teoria correta.

Para além disso, o subjetivismo diz que esta teoria apresenta uma resposta adequada ao
multiculturalismo, mas de acordo com esta objeção, fazer debates sobre temas morais é
absurdo; contudo para lidar com as diferenças culturais é necessário existirem esses debates;
logo é muito duvidoso que o subjetivismo apresente uma resposta adequada para o
multiculturalismo.

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