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Os Dez Mandamentos da Lógica

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1°- Ad hominem: Não ataque o caráter do oponente ou alguma característica pessoal, em vez de enfrentar o
seu argumento.

Ataques ad hominem podem assumir a forma de golpes pessoais e diretos contra alguém, ou mais sutilmente jogar
dúvida no seu caráter ou atributos pessoais. O resultado desejado de um ataque ad hominem é prejudicar o
oponente de alguém sem precisar de fato se engajar no argumento dele ou apresentar um próprio.

Exemplo: Depois de Selma apresentar de maneira eloquente e convincente uma possível reforma do sistema de
cobrança do condomínio, Samuel pergunta aos presentes se eles deveriam mesmo acreditar em qualquer coisa dita
por uma mulher que não é casada, já foi presa e, pra ser sincero, tem um cheiro meio estranho.

2° - Espantalho: Não desvirtue um argumento para torná-lo mais fácil de atacar.

Ao exagerar, desvirtuar ou simplesmente inventar um argumento de alguém, fica bem mais fácil apresentar a sua
posição como razoável ou válida. Este tipo de desonestidade não apenas prejudica o discurso racional, como
também prejudica a própria posição de alguém que o usa, por colocar em questão a sua credibilidade – se você
está disposto a desvirtuar negativamente o argumento do seu oponente, será que você também não desvirtuaria os
seus positivamente?
Exemplo: Depois de Felipe dizer que o governo deveria investir mais em saúde e educação, Jader respondeu
dizendo estar surpreso que Felipe odeie tanto o Brasil, a ponto de querer deixar o nosso país completamente
indefeso, sem verba militar.

3°- Generalização apressada: Não use pequenos números para representar um todo.

Você implica que uma parte de algo deve ser aplicada a todas, ou outras, partes daquilo.
Muitas vezes, quando algo é verdadeiro em parte, isso também se aplica ao todo, mas é crucial saber se este é
mesmo o caso.

Já que observamos consistência nas coisas, o nosso pensamento pode se tornar enviesado de modo que
presumimos consistência e padrões onde eles não existem. Exemplo: "Zé Dirceu, Genoíno e Delúbio, foram
condenados, logo todo petista é bandido".

4° - Petitio principii: Não argumente assumindo uma das premissas como verdadeira.

A verdade da conclusão é assumida pelas premissas. Muitas vezes, a conclusão é apenas reafirmada nas
premissas de uma forma ligeiramente diferente. Em casos mais difíceis, a premissa é uma consequência da
conclusão.
Exemplo: Como eu não estou mentindo, claro que eu estou dizendo a verdade.

5° - Causa Falsa:Não suponha que uma relação real ou percebida entre duas coisas significa que uma é a
causa da outra.
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Uma variação dessa falácia é a "cum hoc ergo propter hoc" (com isto, logo por causa disto), na qual alguém supõe
que, pelo fato de duas coisas estarem acontecendo juntas, uma é a causa da outra. Este erro consiste em ignorar a
possibilidade de que possa haver uma causa em comum para ambas, ou, como mostrado no exemplo abaixo, que
as duas coisas em questão não tenham absolutamente nenhuma relação de causa, e a sua aparente conexão é só
uma coincidência.

Outra variação comum é a falácia "post hoc ergo propter hoc" (depois disto, logo por causa disto), na qual uma
relação causal é presumida porque uma coisa acontece antes de outra coisa, logo, a segunda coisa só pode ter
sido causada pela primeira.

Exemplo: Apontando para um gráfico metido a besta, Rogério mostra como as temperaturas têm aumentado nos
últimos séculos, ao mesmo tempo em que o número de piratas têm caído; sendo assim, obviamente, os piratas é
que ajudavam a resfriar as águas, e o aquecimento global é uma farsa.

6°- Falsa Dicotomia: Não reduzirás o argumento em somente duas possibilidades.

Falsa dicotomia, falso dilema, pensamento preto e branco ou falsa bifurcação é uma falácia lógica que descreve
uma situação em que dois pontos de vista alternativos, geralmente opostos, são colocados como sendo as únicas
opções, quando na realidade existem outras opções que não foram consideradas. Essa falácia é usada para
defender pontos de vista em geral, ela muitas vezes é usada em uma comparação em que uma das opções é
completamente descartada pelo seu proponente, restando apenas a que lhe interessa.

Um número limitado de opções (geralmente duas) são oferecidas, enquanto na realidade há mais opções.

Exemplos:

Marcos está atrasado para o trabalho. Ou seu carro quebrou, ou dormiu demais. Ligamos para ele e não estava em
casa, então seu carro deve ter quebrado.

Esse argumento é um falso dilema, pois há muitas outras razões pelas quais Marcos poderia estar se atrasando
para o trabalho. Se fosse de alguma forma provado que não há outras possibilidades, então a lógica apareceria.
Mas até lá o argumento é falacioso.

Você prefere uma mulher cheirando a alho, cebola e frituras ou uma mulher sempre arrumadinha?

Você não suporta seu marido? Separe-se!


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7°- Ad ignorantiam:Não argumentarás que devido a nossa ignorância, a afirmação deve ser verdadeira ou
falso.

A expressão latina argumentum ad ignorantiam ("argumento da ignorância"), conhecido também como apelo à
ignorância, é uma falácia lógica que tenta provar que algo é falso ou verdadeiro a partir de uma ignorância anterior
sobre o assunto[1]. É um tipo de falso dilema, já que assume que, ou todas as premissas são verdadeiras ou todas
elas serão falsas

Ninguém provou que "A é falso";

Então A é verdadeiro.

8°- Inversão do ônus da prova: Não colocarás o ônus da prova em quem questiona a alegação.

Não colocarás o ônus da prova em quem questiona a alegação. (Inversão do ônus da prova)

"Eu afirmo que o ET de Varginha foi realmente visto e capturado pelo exército. Se não acredita, prove-me que é
mentira!"

O ônus (obrigação) da prova está sempre com quem faz uma afirmação, nunca com quem refuta a afirmação. A
impossibilidade, ou falta de intenção, de provar errada uma afirmação não a torna válida, nem dá a ela nenhuma
credibilidade.

No entanto, é importante estabelecer que nunca podemos ter certeza de qualquer coisa, portanto devemos
valorizar cada afirmação de acordo com as provas disponíveis. Tirar a importância de um argumento só porque ele
apresenta um fato que não foi provado sem sombra de dúvidas também é um argumento falacioso.

Exemplo: Beltrano declara que uma chaleira está, nesse exato momento, orbitando o Sol entre a Terra e Marte e
que, como ninguém pode provar que ele está errado, a sua afirmação é verdadeira.

9°- Non sequitur:Não assumirás que "isto" segue "aquilo" quando não têm conexão lógica.

Non sequitur é uma expressão latina (em português "não se segue") que designa a falácia lógica na qual a
conclusão não decorre das premissas. Em um non sequitur, a conclusão pode ser verdadeira ou falsa, mas o
argumento é falacioso porque há falta de conexão entre a premissa inicial e a conclusão. Existem diversas
variações de non sequitur, e outras falácias lógicas se originam dele, tais como a afirmação do consequente e a
negação do antecedente.

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Uma falácia non sequitur, em uma definição ampla, é uma argumentação que faz uma proposição e logo em
seguida chega a uma conclusão que não respeita a proposição original.

Exemplo geral

Nada existe, se A não existir.


Mas B pode existir sem que A exista.

Afirmação do consequente

Tudo que é da categoria A é também da categoria B


Então, tudo que é da categoria B é também da categoria A

Negação do antecedente

Se A, então B
A é falso
Portanto B também é falso

10°- Ad Populum:Não apela para a popularidade de um fato, no sentido de que muitas pessoas
fazem/concordam com aquilo, como tentativa de validação dele.

Argumentum ad populum (apelo à multidão) é uma expressão latina que define um raciocínio falacioso que consiste
em dizer que determinada proposição é válida ou boa simplesmente porque muitas pessoas (ou a maioria delas) a
aprovam. Também chamado de apelo à quantidade, o argumento é inválido pois nada garante que algo seja
verdadeiro ou correto apenas pela sua popularidade.

Estrutura lógica

Muitas pessoas (ou a maioria das pessoas) acreditam que a proposição A é verdadeira.

Logo, a proposição A é verdadeira.

ou

Muitas pessoas (ou a maioria das pessoas) acreditam que a proposição A é falsa.
Logo, a proposição A é falsa.

Exemplos:

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"O artista\músico x vendeu diversos discos, logo sua música é objetivamente boa"

O apelo ao jargão "A voz do povo é a voz de Deus" também consiste na aplicação desta falácia.

"Se algo é popular, significa que este algo é objetivamente bom."

Via:Projeto Gordon Clark página no Facebook

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