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Estão associadas à utilização incorreta do modus ponens e modus tollens (falácia da afirmação
do consequente, falácia da negação do antecedente).
FALÁCIAS INFORMAIS
Deverão ser abordados os critérios para avaliar argumentos indutivos, por analogia e de
autoridade e as respetivas falácias associadas (generalização precipitada, amostra não
representativa, falsa analogia, apelo ilegítimo à autoridade). Deverão ser abordadas também as
seguintes falácias informais:
a) Petição de princípio;
b) falso dilema;
c) apelo à ignorância;
f) boneco de palha;
Exemplos:
1. Dado que não estou a mentir, segue-se que estou a dizer a verdade.
2. Sabemos que Deus existe, porque a Bíblia o diz. E o que a Bíblia diz deve ser verdadeiro,
dado que foi escrita por Deus e Deus não mente. (Neste caso teríamos de concordar
primeiro que Deus existe para aceitarmos que ele escreveu a Bíblia.)
b) Falso dilema - É dado um limitado número de opções (na maioria dos casos apenas duas),
quando de facto há mais. O falso dilema é um uso ilegítimo do operador "ou". Pôr as questões
ou opiniões em termos de "ou sim ou sopas" gera, com frequência (mas nem sempre), esta
falácia.
Exemplos:
• Ou concordas comigo ou não. (Porque se pode concordar parcialmente.)
• Reduz-te ao silêncio ou aceita o país que temos. (Porque uma pessoa tem o direito de
denunciar o que entender.)
• Uma pessoa ou é boa ou é má. (Porque muitas pessoas são apenas parcialmente boas.)
c) Apelo à ignorância -Os argumentos desta classe concluem que algo é verdadeiro por não se
ter provado que é falso; ou conclui que algo é falso porque não se provou que é verdadeiro.
(Isto é um caso especial do falso dilema, já que presume que todas as proposições têm de ser
realmente conhecidas como verdadeiras ou falsas). Mas, como Davis escreve, "A falta de prova
não é uma prova." (p. 59)
Exemplos:
• Como os cientistas não podem provar que se vai dar uma guerra global, ela
provavelmente não ocorrerá.
• Fred disse que era mais esperto do que Jill, mas não o provou. Portanto, isso deve ser
falso.
Exemplos:
É natural que o ministro diga que essa política fiscal é boa porque ele não será atingido
por ela.
e) Derrapagem (bola de neve) - Para mostrar que uma proposição, P, é inaceitável, extraem-se
consequências inaceitáveis de P e consequências das consequências... O argumento é falacioso
quando pelo menos um dos seus passos é falso ou duvidoso. Mas a falsidade de uma ou mais
premissas é ocultada pelos vários passos "se... então..." que constituem o todo do argumento.
Exemplos:
• Se aprovamos leis contra as armas automáticas, não demorará muito até aprovarmos leis
contra todas as armas, e então começaremos a restringir todos os nossos direitos.
Acabaremos por viver num estado totalitário. Portanto não devemos banir as armas
automáticas.
• Nunca deves jogar. Uma vez que comeces a jogar verás que é difícil deixar o jogo. Em
breve estarás a deixar todo o teu dinheiro no jogo e, inclusivamente, pode acontecer
que te vires para o crime para suportar as tuas despesas e pagar as dívidas.
• Se eu abrir uma excepção para ti, terei de abrir excepções para todos.
Exemplos:
g) Falsa relação causal – Quando consideramos que dois acontecimentos que podem estar
associadas, são causa uns dos outros.
Exemplos:
. Sempre que fiz teste de filosofia e estava com as botas castanhas calçadas, tive boa
nota. Logo, para ter boa nota a filosofia tenho de calçar as botas castanhas.
. não deves comprar esse produto porque a maior parte das pessoas que o comprou diz
que ele não é bom.