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Céticos: Lógicas e Falácias <hr size=2 width="100%" align=center>

Acento

Acento é uma forma de falácia através da troca de significados. Nesse caso, o significado e

trocado ao se alterar partes de uma afirmação que são enfatizadas. Por exemplo:

"Nós não vamos falar mal de nossos amigos."

"Nós não vamos falar mal de nossos amigos."

Ad Hoc

Como mencionado antes, há uma diferença entre argumento e explicação. Se nós estamos

interessados em estabelecer A, e B é oferecido como evidência, a afirmação "A porque B" é um

argumento. Se nós estamos tentando estabelecer a verdade de B então "A porque B" não é um

argumento, é uma explicação.


A falácia Ad Hoc é dar uma explicação pós-fato que não se aplica a outras situações.

Freqüentemente essa explicação ad hoc estará vestida para parecer um argumento. Por exemplo,

se nós assumimos que deus trata as pessoas igualmente, então a seguinte explicação é uma ad

hoc:

"Eu fui curado do câncer."

"Faça preces ao senhor, então. Ele é seu curador."

"Então, ele irá curar todos os outros que têm câncer?"

"Er... Os meios de deus são misteriosos."

Afirmação do Conseqüente

Essa falácia é um argumento da forma "A implica B, B é verdade, portanto A é verdade". Para

entender porque isso é uma falácia, examine a tabela verdade para implicação dada anteriormente.

Aqui está um exemplo:

"Se o universo tivesse sido criado por um ser sobrenatural, nós iríamos ver ordem e organização

em todo lugar. E nós vemos ordem, não aleatoriedade - então está claro que o universo teve um

criador."

Isso é o contrário de Negação do Antecedente.

Anfibolia

Anfibolia ocorre quando as premissas usadas em um argumento são ambíguas por causa de um

fraseamento descuidado ou não gramatical. Por exemplo:

"Premissa: Crença em deus preenche uma fenda muito necessária."


Evidência Anedota

Uma das falácias mais simples é contar com evidência anedota. Por exemplo:

"Há provas abundantes que deus existe e que continua realizando milagres hoje. Semana passada

eu li sobre uma garota que estava morrendo de câncer. Sua família inteira foi para a igreja e rezou

por ela, e ela foi curada."

É válido usar experiência pessoal para ilustrar um ponto; mas tais anedotas não provam realmente

nada à ninguém. Seus amigos podem dizer que eles encontraram-se com Elvis no supermercado,

mas os que não tiveram a mesma experiência irão requerer mais do que a evidência anedota do

seu amigo para convencê-los.

Evidências anedotas podem ser muito convincentes, especificamente se a audiência quer

acreditar. Essa é parte da explicação para as lendas urbanas, estórias que são verificavelmente

falsas foram conhecidas como anedotas circulantes por anos.

Argumentum ad Antiquitatem

Essa é a falácia de afirmar que algo é certo ou bom simplesmente porque é velho, ou porque "essa

é a maneira que isso sempre foi." O oposto de Argumentum Ad Novitatem.

"Por milhares de anos cristãos acreditaram em jesus cristo. O cristianismo deve ser verdadeiro,

para ter persistido tão longo mesmo na face de perseguição."

Argumentum Ad Baculum / Apelo Para Força

Um Apelo para Força acontece quando alguém recorre à força (ou à ameaça de força) para tentar

forçar outros a aceitar uma conclusão. Essa falácia é freqüentemente usada por políticos, e pode

ser resumida como "deve tornar certo". A ameaça não precisa vir diretamente da pessoa

argumentando. Por exemplo:


"...Então há uma ampla prova da verdade da bíblia. Todos os que rejeitam a aceitar a verdade irão

queimar no inferno."

"...em todo caso, eu sei seu número de telefone e eu sei onde você mora. Eu mencionei que eu

sou licenciado para portar armas ocultas?"

Argumentum Ad Crumenam

A falácia de acreditar que dinheiro é critério de estar correto ou não; que os que têm mais dinheiro

são mais suscetíveis a estarem certos. O oposto de Argumentum Ad Lazarum. Por exemplo:

"Software da Microsoft é sem dúvida superior; por qual outro motivo Bill Gates teria ficado tão

rico?"

Argumentum Ad Hominem

Argumentum ad hominem literalmente significa "argumento dirigido ao homem"; existem duas

variedades.

A primeira é a forma abusiva. Se você recusa a aceitar uma afirmação, e justifica sua recusa

criticando a pessoa que fez a afirmação, então você é culpado de argumentum ad hominem

abusivo. Por exemplo:

"Você clama que Ateus podem ser morais - porém eu descobri que você abandonou sua esposa e

crianças."

Isso é uma falácia porque a verdade de uma afirmação não depende das virtudes da pessoa

afirmando-a. Um argumentum ad hominem menos descarado é rejeitar a proposição baseada no

fato que isso também foi afirmado por outra pessoa facilmente criticável. Por exemplo:

"Portanto nós devemos fechar a igreja? Hitler e Stalin teriam concordado com você."
Uma segunda forma de Argumentum ad hominem é tentar persuadir alguém a aceitar uma

afirmação que você faz, referindo-se às circunstâncias particulares dessa pessoa. Por exemplo:

"Portando é perfeitamente aceitável matar animais para comer. Eu espero que você não

argumente de outra maneira, dado que você está feliz em usar sapatos de couro."

Isso é conhecido como Argumentum ad hominem circunstancial. A falácia pode também ser usada

como uma desculpa para rejeitar uma conclusão particular. Por exemplo:

"Claro que você iria argumentar que discriminação positiva é uma coisa má. Você é branco."

Essa forma particular de Argumentum ad Hominem, quando você alega que alguém está

racionalizando a conclusão por razões egoístas, é conhecida também como "envenenando o bem".

Não é sempre válido referir-se às circunstâncias de um indivíduo que está fazendo uma

reclamação. Se alguém é um conhecido perjurador ou mentiroso, o fato irá reduzir sua

credibilidade como uma testemunha. Isso não irá, entretanto, provar que seu testemunho é falso

nesse caso. Isso também não irá alterar a sensatez de nenhum argumento lógico que ele possa

fazer.

Argumentum Ad Ignorantiam

Argumentum ad ignorantiam significa "argumento da ignorância". A falácia ocorre quando é

argumentado que algo deve ser verdade, simplesmente porque não se foi provado que é falso. Ou,

equivalentemente, quando é argumentado que algo deve ser falso porque não se foi provado ser

verdade.

(Note que isso não é o mesmo que assumir que algo é falso até que seja provado ser verdade. Na

lei, por exemplo, você é geralmente assumido como inocente até provado ser culpado.)

Aqui estão alguns exemplos:


"Claro que a bíblia é verdadeira. Ninguém pode provar de outra maneira."

"Claro que telepatia e outros fenômenos psíquicos não existem. Ninguém mostrou nenhuma prova

de que eles são reais."

Em investigação científica, se é sabido que um evento iria produzir certa evidência se tiver

ocorrido, a ausência de tal evidência pode validamente ser usada para inferir que esse evento não

ocorreu. Isso não prova com certeza, entretanto.

Por exemplo:

"Um dilúvio como o descrito na bíblia iria requerer que um enorme volume de água estivesse

presente na terra. A terra não têm um décimo de tanta água, mesmo se nós contarmos a

congelada nos pólos. Portanto tal dilúvio não ocorreu."

É, claro, possível que algum processo desconhecido ocorreu para remover a água. A boa ciência

iria então demandar uma teoria plausível testável para explicar como ela desapareceu.

Claro, a história da ciência é cheia de predições más logicamente válidas. Em 1893, a Royal

Academy of Science foi convencida por Sir Robert Ball que comunicação com o planeta Marte era

fisicamente impossível, porque iria requerer uma bandeira tão grande quanto a Irlanda, que iria ser

impossível de ser ondulada. [Fortean Times Número 82.]

Veja também Trocando o Ônus da Prova.

Argumentum Ad Lazarum

A falácia de assumir que alguém pobre é mais sensato ou mais virtuoso que alguém que é mais

rico. Essa falácia é o oposto da Argumentum Ad Crumenam. Por exemplo:

"Monges são mais prováveis de possuir uma idéia luminosa sobre o sentido da vida, já que eles

abriram mão das distrações da riqueza."


Argumentum Ad Logicam

Essa é a "falácia falácia" de argumentar que uma proposição é falsa porque foi apresentada como

a conclusão de um argumento falacioso. Lembre sempre que argumentos falaciosos podem chegar

até conclusões verdadeiras.

"Pegue a fração 16/64. Agora, cancelando um seis no topo e um seis na base, nós temos que

16/64 = 1/4."

"Espere um segundo! Você não pode simplesmente cancelar o seis!"

"Oh, então você está nos dizendo que 16/64 não é igual a 1/4, está?"

Argumentum Ad Misericordiam

Esse é o Apelo à Piedade, também conhecido como Súplica Especial. A falácia é cometida quando

alguém apela à piedade pelo bem de ter a conclusão aceita. Por exemplo:

"Eu não matei minha mãe e pai com um machado! Por favor não me ache culpado, eu já estou

sofrendo o suficiente sendo um órfão."

Argumentum Ad Nauseam

Essa é a crença incorreta que uma afirmação é mais provável de ser verdade, ou mais provável de

ser aceita como verdade, quão mais for ouvida. Então um Argumentum ad Nauseam é um que

implica constante repetição em afirmar alguma coisa, dizendo a mesma coisa várias vezes até

você ficar enjoado de ouvir.

Argumentum Ad Novitatem

Esse é oposto de Argumentum Ad Antiquitatem; é a falácia de afirmar que algo é melhor ou mais

correto simplesmente porque é novo, ou mais novo que outra coisa.


"BeOS é uma escolha muito melhor de sistema operacional do que OpenStep, já que têm um

design muito mais novo."

Argumentum Ad Numerum

Essa falácia está relacionada de perto com a Argumentum Ad Populum. Consiste em afirmar que

quanto mais pessoas suportam ou acreditam em uma proposição, mais provável é que essa

proposição seja correta. Por exemplo:

"A vasta maioria das pessoas nesse país acreditam que punição capital têm um perceptível efeito

dissuasivo. Para sugerir que não têm na face de tanta evidência é ridículo."

"Tudo que eu estou dizendo é que milhares de pessoas acreditam no poder da pirâmide, então

deve haver algo nisso."

Argumentum Ad Populum

Esse é conhecido como Apelando para a Galeria, ou Apelando para as Pessoas. Você comete

essa falácia se você tentar ganhar aceitação de uma afirmação ao apelar à um grande número de

pessoas. Essa forma de falácia é freqüentemente caracterizada por linguagem emotiva. Por

exemplo:

"Pornografia deve ser banida. É violência contra mulher."

"Por milhares de anos pessoas acreditaram em jesus e na bíblia. Essa crença tem tido um grande

impacto em suas vidas. O que mais evidente você precisa para que jesus seja o filho de deus?

Você está tentando dizer a essas pessoas que elas são tolas enganadas?"

Argumentum Ad Verecundiam

O Apelo à Autoridade usa admiração de uma pessoa famosa para tentar ganhar suporte para uma

afirmação. Por exemplo:


"Issac Newton era um gênio e acreditava em deus."

Essa linha de argumento não é sempre completamente falsa; por exemplo, pode ser relevante

referir-se a uma autoridade vastamente respeitada em um campo particular, se você está

discutindo esse assunto. Por exemplo, nós podemos distinguir claramente entre:

"Hawking concluiu que os buracos negros desprendem radiação"

"Penrose concluiu que é impossível construir um computador inteligente"

Hawking é um físico e então nós podemos racionalmente esperar suas opiniões sobre radiação de

buracos negros como sendo informadas. Penrose é um matemático, então é questionável até onde

ele é bem qualificado para falar no assunto de inteligência de máquinas.

Audiatur Et Altera Pars

Muitas vezes, pessoas irão argumentar de suposições que elas não se incomodam em declarar. O

princípio de Audiatur et Altera Pars é que todas as premissas de um argumento devem ser

declaradas explicitamente. Isso não é estritamente uma falácia falhar em declarar todas as suas

suposições, porém, é freqüentemente visto com suspeita.

Bifurcação

Também referida como a falácia "preto e branco", bifurcação ocorre se alguém apresenta uma

situação como tendo apenas duas alternativas, onde de fato outras alternativas existem ou podem

existir. Por exemplo:


"Ou o homem foi criado, como a bíblia nos diz, ou ele evoluiu de elementos químicos inanimados

por pura chance aleatória, como os cientistas nos dizem. O último é incrivelmente improvável,

então..."

Circulus In Demonstrando

Essa falácia ocorre se você afirma uma premissa como a conclusão que você deseja alcançar.

Muitas vezes, a proposição é refraseada então a falácia parece ser um argumento válido. Por

exemplo:

"Homossexuais não devem ter permissão para entitular cargos governamentais. Daí qualquer

oficial governamental que é revelado como um homossexual irá perder seu trabalho. Portanto

homossexuais irão fazer qualquer coisa para esconder seu segredo, e irão estar abertos à

chantagem. Portanto homossexuais não podem ter permissão para entitular cargos

governamentais."

Note que o argumento é inteiramente circular, a premissa é a mesma que a conclusão. Um

argumento como o acima foi realmente citado como uma razão para o serviço secreto britânico

oficialmente banir empregados homossexuais. Outro exemplo clássico é:

"Nós sabemos que deus existe porque a bíblia nos diz isso. E nós também sabemos que a bíblia é

verdadeira porque é a palavra de deus."

Argumentos circulares são surpreendentemente comuns, infelizmente. Se você já alcançou uma

conclusão particular uma vez, é fácil para acidentalmente fazer disso uma afirmação quando

explicando seu raciocínio para alguém.

Pergunta Complexa / Falácia de Interrogação / Falácia de


Pressuposição

Essa é a forma interrogativa de Implorar a Pergunta. Um exemplo é a clássica pergunta carregada:


"Você parou de bater na sua esposa?"

A pergunta pressupõe uma resposta definida para outra pergunta que não foi nem mesmo

perguntada. Esse truque é freqüentemente usado por advogados em examinação cruzada, quando

eles perguntam questões como:

"Onde você escondeu o dinheiro que você roubou?"

Similarmente, políticos freqüentemente fazem perguntas carregadas como:

"Quanto tempo essa interferência dos EU em nossos afazeres será permitida continuar?

Ou

"O Chanceler planeja mais dois anos de privatização arruinosa?"

Outra forma dessa falácia é pedir por uma explicação de algo que é falso ou ainda não afixado.

Falácias de Composição

A Falácia de Composição é concluir que a propriedade compartilhada por um número de itens

individuais, é também compartilhada por uma coleção desses itens, ou que a propriedade de

partes de um objeto, deve também ser uma propriedade da coisa inteira. Exemplos:

"A bicicleta é inteiramente feita de componentes de massa baixa, e é portanto muito leve."

"Um carro usa menos gasolina e causa menos poluição que um ônibus. Portanto carros são menos

danosos ao ambiente do que os ônibus."

Acidente Inverso / Generalização Apressada


Essa falácia é o reverso da Falácia de Acidente. Ocorre quando você forma uma regra geral ao

examinar apenas poucos casos específicos que não são representativos de todas as causas

possíveis. Por exemplo:

"Jim Bakker foi um cristão insincero. Portanto todos os cristãos são insinceros."

Convertendo Uma Condicional

Essa falácia é um argumento da forma "se A então B, portanto se B então A".

"Se os padrões educacionais são rebaixados, a qualidade do argumento visto na internet piora.

Então se nós vermos o nível de debate na net piorar nos próximos anos, nós iremos saber que

nossos padrões educacionais ainda estão caindo."

Essa falácia é similar à Afirmação do Conseqüente, mas fraseada como uma afirmação

condicional.

Cum Hoc Ergo Propter Hoc

Essa falácia é similar a Post Hoc Ergo Propter Hoc. A falácia é afirmar que por causa de dois

eventos ocorrerem juntos, eles devem ser casualmente relacionados. É uma falácia porque ignora

outros fatores que podem ser a(s) causa(s) dos eventos.

"Os níveis de alfabetização caíram constantemente desde o advento da televisão. Claramente ver

televisão impede o aprendizado."

Essa falácia é um caso especial da falácia mais comum Non Causa Pro Causa.

Negação do Antecedente
Essa falácia é um argumento da forma "A implica B, A é falso, portanto B é falso". A tabela verdade

para implicação mostra claramente porque isso é uma falácia.

Note que essa falácia é diferente da Non Causa Pro Causa. Que têm a forma "A implica B, A é

falso, portanto B é falso", onde A não implica de fato B. Aqui, o problema não é que a implicação é

inválida; melhor dizendo é que a falsidade de A não permite-nos deduzir nada sobre B.

"Se o deus da bíblia aparecesse pra mim, pessoalmente, isso iria certamente provar que o

cristianismo é verdade. Mas deus nunca apareceu pra mim, então a bíblia deve ser um trabalho de

ficção."

Esse é o contrário da falácia de Afirmação do Conseqüente.

A Falácia de Acidente / Generalização Arrasadora / Dicto Simpliciter

Uma generalização arrasadora ocorre quando uma regra geral é aplicada à uma situação

particular, mas as características dessa situação particular significam que a regra é inaplicável. É o

erro feito quando você vai do geral ao específico. Por exemplo:

"Cristãos geralmente não gostam de Ateus. Você é um cristão, então você não deve gostar de

Ateus."

Essa falácia é muitas vezes cometida por pessoas que tentam decidir questões morais ou legais ao

aplicar mecanicamente regras gerais.

Falácia de Divisão

A falácia da divisão é o oposto da Falácia de Composição. Consiste em assumir que uma

propriedade de alguma coisa deve se aplicar às suas partes, ou que uma propriedade de uma

coleção de itens é compartilhada por cada item.


"Você está estudando em um colégio rico. Portanto você deve ser rico."

"Formigas podem destruir uma árvore. Portanto essa formiga pode destruir uma árvore."

Equívoco / Falácia de Quatro Termos

Equívoco ocorre quando uma palavra chave é usada com dois ou mais significados diferentes no

mesmo argumento. Por exemplo:

"O que poderia ser mais dado que software grátis? Mas tenha certeza que isso continuará grátis,

que usuários podem fazer o que eles quiserem com isso, nós devemos pôr uma licença nisso para

ter certeza que irá sempre ser livremente redistribuído."

Uma maneira de evitar essa falácia é escolher sua terminologia cuidadosamente antes de começar

o argumento, e evitar palavras como "livre/grátis" que têm muitos significados.

A Analogia Estendida

A falácia da Analogia Estendida muitas vezes ocorre quando alguma regra geral sugerida está

sendo argumentada. A falácia é assumir que mencionando duas situações diferentes, em um

argumento sobre uma regra geral, constitui uma exigência que essas situações são análogas entre

si.

Aqui está um exemplo real de um debate on-line sobre legislação anti-criptografia:

"Eu acredito que é sempre errado se opor à lei violando-a."

"Tal posição é odiosa: implica que você não iria ter apoiado Martin Luther King."

"Você está dizendo que legislação de criptografia é tão importante quanto a luta por liberação

Negra? Como se atreve!"


Ignoratio Elenchi / Conclusão Irrelevante

A falácia de Conclusão Irrelevante consiste em exigir que um argumento suporte uma conclusão

particular quando realmente não têm nada logicamente a ver com a conclusão.

Por exemplo, um cristão pode começar dizendo que ele irá argumentar que os ensinamentos do

cristianismo são indubitavelmente verdadeiros. Se ele então argumentar no percurso que o

cristianismo é de grande ajuda à muitas pessoas, não interessa quão bem ele argumente ele não

irá ter mostrado que os ensinamentos do cristianismo são verdadeiros.

Tristemente, esse tipo de argumentos irrelevantes são freqüentemente bem sucedidos, porque eles

fazem muitas pessoas verem a suposta conclusão sob uma luz mais favorável.

A Falácia da Lei da Natureza / Apelo à Natureza

O Apelo à Natureza é uma falácia comum em argumentos políticos. Uma versão consiste em

desenhar uma analogia entre uma conclusão particular, e alguns aspectos do mundo natural - e

então afirmando que a conclusão é inevitável, porque o mundo natural é similar:

"O mundo natural é caracterizado por competição; animais lutam contra os outros por posse de

limitados recursos naturais. O capitalismo, a luta competitiva por posse de capital, é simplesmente

uma parte inevitável da natureza humana. É como o mundo natural funciona."

Outra forma de apelar à natureza é argumentar que por causa dos humanos serem produtos do

mundo natural, nós devemos imitar o comportamento visto no mundo natural, e que fazer diferente

é "anatural".

"Claro que a homossexualidade não é natural. Quando foi a última vez que você viu dois animais

do mesmo sexo acasalando?"


Robert Anton Wilson lida com essa forma de falácia em seu livro "Lei Natural". Um recente

exemplo de "Apelo à Natureza" levado aos extremos é o Unabomber Manifesto.

A Falácia "Nenhum Escocês de Verdade..."

Suponha que eu afirme que nenhum Escocês põe açúcar no seu mingau. Você conta isso

apontando que seu amigo Angus gosta de açúcar com seu mingau. Eu então digo "Ah, sim, mas

nenhum Escocês de verdade põe açúcar no seu mingau."

Esse é um exemplo de um Ad Hoc modificado sendo usado para reforçar uma afirmação,

combinado com uma tentativa de mudar o significado das palavras usadas na afirmação original;

você pode chamar isso de combinação de falácias.

Non Causa Pro Causa

A falácia Non Causa Pro Causa ocorre quando alguma coisa é identificada como a causa de um

evento, mas não foi realmente demonstrada ser a causa. Por exemplo:

"Eu tomei uma aspirina e rezei pra deus, e minha dor de cabeça desapareceu. Então deus me

curou da dor de cabeça."

Isso é conhecido como uma falácia da falsa causa. Duas formas específicas de falácia Non Causa

Pro Causa são as falácias Cum Hoc Ergo Propter Hoc e Post Hoc Ergo Propter Hoc.

Non Sequitur

Um non sequitur é um argumento onde a conclusão é desenhada de premissas que não são

logicamente conectadas com ela. Por exemplo:

"Já que Egípcios fizeram muitas escavações para construir as pirâmides, eles foram especialistas

em paleontologia."
(Non sequiturs são um ingrediente muito importante no humor. Elas continuam a ser falácias,

porém.)

Petitio Principii / Implorando a Pergunta

Essa falácia ocorre quando as premissas são pelo menos tão questionáveis quanto a conclusão

alcançada. Por exemplo:

"Alienígenas estão abduzindo vítimas inocentes toda semana. O governo deve saber o que está

acontecendo. Portanto o governo está ligado com os alienígenas."

Plurium Interrogationum / Muitas Perguntas

Essa falácia ocorre quando alguém demanda uma resposta simples (ou simplística) para uma

pergunta complexa.

"As taxas mais altas são um impedimento ao trabalho ou não? Sim ou não?

Post Hoc Ergo Propter Hoc

A falácia de Post Hoc Ergo Propter Hoc ocorre quando alguma coisa é assumida como a causa de

um evento meramente porque aconteceu antes desse evento. Por exemplo:

"A União Soviética colapsou após instituir o Ateísmo estadual. Portanto nós devemos evitar o

Ateísmo pelas mesmas razões."

Esse é outro tipo de falácia de Causa Falsa.

Pista Falsa

Essa falácia é cometida quando alguém introduz material irrelevante ao assunto sendo discutido, e

então a atenção de todos é divergida dos pontos feitos, para uma conclusão diferente.
"Você pode dizer que a pena de morte seja um dissuasivo ineficaz contra o crime - mas quanto as

vítimas do crime? Como você acha que os membros familiares sobreviventes se sentem quando

eles vêem o homem que matou seu filho mantido na prisão às custas deles? É certo que eles

devam pagar para que o assassino do filho deles seja alimentado e tenha uma casa?"

Reificação / Hipoestatização

Reificação ocorre quando um conceito abstrato é tratado como uma coisa concreta.

"Eu percebi que você descreveu ele como "mal". Onde esse "mal" existe no cérebro? Você não

pode mostrar isso para mim, então eu digo que isso não existe, e nenhum homem é "mal"."

Trocando o Ônus da Prova

O fardo da prova está sempre na pessoa afirmando algo. Trocando o fardo da prova, um caso

especial de Argumentum Ad Ignorantiam, é a falácia de pôr o fardo da prova na pessoa que nega

ou questiona a afirmação. A fonte da falácia é a suposição que algo é verdade até que se prove o

contrário.

Para discussão posterior, veja o documento Introdução ao Ateísmo.

"OK, então se você não pensa que alienígenas cinzas ganharam o controle do governo dos EUA,

você pode provar isso?"

O Argumento do Declive Escorregadio

Esse argumento afirma que um evento deva ocorrer, então outros eventos prejudiciais irão. Não há

prova que os eventos prejudiciais são causados pelo primeiro evento. Por exemplo:
"Se nós legalizarmos a maconha, então mais pessoas iriam começar a tomar crack e heroína, e

nós teríamos que legalizar eles também. Bem antes nós teríamos uma nação cheia de viciados em

drogas na assistência social. Portanto nós não podemos legalizar a maconha."

Espantalho

A falácia do espantalho ocorre quando você deturpa a posição de alguém então pode-se atacar

mais facilmente, derrubar essa posição deturpada, e então concluir que a posição original foi

demolida. Isso é uma falácia porque falha em lidar com o argumento atual que foi feito.

"Para ser um Ateu, você têm que acreditar com absoluta certeza que não há um deus. Para se

convencer com absoluta certeza, você deve examinar todo o Universo e todos os lugares onde

deus poderia estar. Já que obviamente você não fez, sua posição é indefensável."

O argumento do espantalho acima aparece quase que uma vez por semana na net. Se você não

consegue ver onde ele está errado, leia o documento "Introdução ao Ateísmo".

Tu Quoque

Essa é a famosa falácia "você também". Ocorre se você argumentar que uma ação é aceitável

porque seu oponente a performou. Por exemplo:

"Você está sendo abusivo a esmo."

"E daí? Você vem sendo abusivo também."

Isso é um ataque pessoal, e é portanto um caso especial de Argumentum Ad Hominem.

Falácia do Meio Não distribuído / Falácias "A é baseado em B" /


Falácias "...é um tipo de..."
Essas falácias ocorrem se você tentar argumentar que coisas são similares de alguma maneira,

mas você não realmente especifica como elas são similares. Exemplos:

"A história não e baseada sobre fé? Se é, então a bíblia não é também uma forma de história?"

"O Islã é baseado em fé, cristianismo é baseado em fé, então o Islã não é uma forma de

cristianismo?"

"Gatos são uma forma de animal baseado em química de carbono, cães são uma forma de animal

baseado em química de carbono, então os cães não são uma forma de gato?"

2007 All Rights

Lógica & Falácias


Ateus.net » Artigos/ensaios » Ceticismo
Autor: Matthew
Tradução: André Díspore Cancian
Fonte: The Atheism Web

Introdução
Há muito debate na Internet; infelizmente, grande parte dele possui péssima
qualidade. O objetivo deste documento é explicar os fundamentos da argumentação
lógica e possivelmente melhorar o nível dos debates em geral.

O Dicionário de Inglês conciso de Oxford (Concise Oxford English Dictionary)


define lógica como “a ciência da argumentação, prova, reflexão ou inferência”. Ela lhe
permitirá analisar um argumento ou raciocínio e deliberar sobre sua veracidade. A
lógica não é um pressuposto para a argumentação, é claro; mas conhecendo-a,
mesmo que superficialmente, torna-se mais fácil evidenciar argumentos inválidos.

Há muitos tipos de lógica, como a difusa e a construtiva; elas possuem


diferentes regras, vantagens e desvantagens. Este documento discute apenas a
Booleana simples, pois é largamente conhecida e de compreensão relativamente fácil.
Quando indivíduos falam sobre algo ser “lógico”, geralmente se referem à lógica que
será tratada aqui.
O que a lógica não é
Vale fazer alguns comentários sobre o que a lógica não é.

Primeiro: a lógica não é uma lei absoluta que governa o universo. Muitas
pessoas, no passado, concluíram que se algo era logicamente impossível (dada a
ciência da época), então seria literalmente impossível. Acreditava-se também que a
geometria euclidiana era uma lei universal; afinal, era logicamente consistente. Mas
sabemos que tais regras geométricas não são universais.

Segundo: a lógica não é um conjunto de regras que governa o comportamento


humano. Pessoas podem possuir objetivos logicamente conflitantes. Por exemplo:

– John quer falar com quem está no encargo.

– A pessoa no encargo é Steve.

– Logo, John quer falar com Steve.

Infelizmente, pode ser que John também deseje, por outros motivos, evitar
contato com Steve, tornando seu objetivo conflitante. Isso significa que a resposta
lógica nem sempre é viável.

Este documento apenas explica como utilizar a lógica; decidir se ela é a


ferramenta correta para a situação fica por conta de cada um. Há outros métodos para
comunicação, discussão e debate.

Argumentos
Um argumento é, segundo Monthy Phyton Sketch, “uma série concatenada de
afirmações com o fim de estabelecer uma proposição definida”.

Existem vários tipos de argumento; iremos discutir os chamados dedutivos.


Esses são geralmente vistos como os mais precisos e persuasivos, provando
categoricamente suas conclusões; podem ser válidos ou inválidos.

Argumentos dedutivos possuem três estágios: premissas, inferência e


conclusão. Entretanto, antes de discutir tais estágios detalhadamente, precisamos
examinar os alicerces de um argumento dedutivo: proposições.
Proposições
Uma proposição é uma afirmação que pode ser verdadeira ou falsa. Ela é o
significado da afirmação, não um arranjo preciso das palavras para transmitir esse
significado.

Por exemplo, “Existe um número primo par maior que dois” é uma proposição
(no caso, uma falsa). “Um número primo par maior que dois existe” é a mesma
proposição expressa de modo diferente.

Infelizmente, é muito fácil mudar acidentalmente o significado das palavras


apenas reorganizando-as. A dicção da proposição deve ser considerada como algo
significante.

É possível utilizar a lingüística formal para analisar e reformular uma afirmação


sem alterar o significado; entretanto, este documento não pretende tratar de tal
assunto.

Premissas
Argumentos dedutivos sempre requerem um certo número de “assunções-
base”. São as chamadas premissas; é a partir delas que os argumentos são
construídos; ou, dizendo de outro modo, são as razões para se aceitar o argumento.
Entretanto, algo que é uma premissa no contexto de um argumento em particular,
pode ser a conclusão de outro, por exemplo.

As premissas do argumento sempre devem ser explicitadas, esse é o princípio


do audiatur et altera pars*. A omissão das premissas é comumente encarada como
algo suspeito, e provavelmente reduzirá as chances de aceitação do argumento.

A apresentação das premissas de um argumento geralmente é precedida pelas


palavras “Admitindo que...”, “Já que...”, “Obviamente se...” e “Porque...”. É
imprescindível que seu oponente concorde com suas premissas antes de proceder com
a argumentação.

Usar a palavra “obviamente” pode gerar desconfiança. Ela ocasionalmente faz


algumas pessoas aceitarem afirmações falsas em vez de admitir que não entendem
por que algo é “óbvio”. Não hesite em questionar afirmações supostamente “óbvias”.

* Expressão latina que significa “a parte contrária deve ser ouvida”.


Inferência
Umas vez que haja concordância sobre as premissas, o argumento procede
passo a passo através do processo chamado inferência.

Na inferência, parte-se de uma ou mais proposições aceitas (premissas) para


chegar a outras novas. Se a inferência for válida, a nova proposição também deve ser
aceita. Posteriormente essa proposição poderá ser empregada em novas inferências.

Assim, inicialmente, apenas podemos inferir algo a partir das premissas do


argumento; ao longo da argumentação, entretanto, o número de afirmações que
podem ser utilizadas aumenta.

Há vários tipos de inferência válidos, mas também alguns inválidos, os quais


serão analisados neste documento. O processo de inferência é comumente identificado
pelas frases “conseqüentemente...” ou “isso implica que...”.

Conclusão
Finalmente se chegará a uma proposição que consiste na conclusão, ou seja,
no que se está tentando provar. Ela é o resultado final do processo de inferência, e só
pode ser classificada como conclusão no contexto de um argumento em particular.

A conclusão se respalda nas premissas e é inferida a partir delas. Esse é um


processo sutil que merece explicação mais aprofundada.

A implicação em detalhes
Evidentemente, pode-se construir um argumento válido a partir de premissas
verdadeiras, chegando a uma conclusão também verdadeira. Mas também é possível
construir argumentos válidos a partir de premissas falsas, chegando a conclusões
falsas.

O “pega” é que podemos partir de premissas falsas, proceder através de uma


inferência válida, e chegar a uma conclusão verdadeira. Por exemplo:
– Premissa: Todos peixes vivem no oceano.

– Premissa: Lontras são peixes.

– Conclusão: Logo, lontras vivem no oceano.

Há, no entanto, uma coisa que não pode ser feita: partir de premissas
verdadeiras, inferir de modo correto, e chegar a uma conclusão falsa.

Podemos resumir esses resultados numa tabela de “regras de implicação”. O


símbolo “ ” denota implicação; “A” é a premissa, “B” é a conclusão.

Regras de implicação
Premissa Conclusão Inferência
A B A B
Falsa Falsa Verdadeira
Falsa Verdadeira Verdadeira
Verdadeira Falsa Falsa
Verdadeira Verdadeira Verdadeira

– Se as premissas são falsas e a inferência válida, a conclusão pode ser


verdadeira ou falsa (linhas 1 e 2).

– Se a premissa é verdadeira e a conclusão falsa, a inferência é inválida (linha


3).

– Se as premissas e inferência são válidas, a conclusão é verdadeira (linha 4).

Desse modo, o fato de um argumento ser válido não significa necessariamente


que sua conclusão é verdadeira, pois pode ter partido de premissas falsas.

Um argumento válido que foi derivado de premissas verdadeiras é chamado


“argumento consistente”. Esses obrigatoriamente chegam a conclusões verdadeiras.

Exemplo de argumento
A seguir está exemplificado um argumento válido, mas que pode ou não ser
“consistente”.

1 – Premissa: Todo evento tem uma causa.

2 – Premissa: O Universo teve um começo.

3 – Premissa: Começar envolve um evento.

4 – Inferência: Isso implica que o começo do Universo envolveu um evento.

5 – Inferência: Logo, o começo do Universo teve uma causa.

6 – Conclusão: O Universo teve uma causa.

A proposição da linha 4 foi inferida das linhas 2 e 3. A linha 1, então, é usada


em conjunto com proposição 4, para inferir uma nova proposição (linha 5). O resultado
dessa inferência é reafirmado (numa forma levemente simplificada) como sendo a
conclusão.

Reconhecendo argumentos
O reconhecimento de argumentos é mais difícil que das premissas ou
conclusão. Muitas pessoas abarrotam textos de asserções sem sequer produzir algo
que possa ser chamado argumento.

Algumas vezes os argumentos não seguem os padrões descritos acima. Por


exemplo, alguém pode dizer quais são suas conclusões e depois justificá-las. Isso é
válido, mas pode ser um pouco confuso.

Para piorar a situação, algumas afirmações parecem argumentos, mas não


são. Por exemplo: “Se a Bíblia é verdadeira, Jesus ou foi um louco, um mentiroso, ou o
Filho de Deus”.

Isso não é um argumento; é uma afirmação condicional. Não explicita as


premissas necessárias para embasar as conclusões, sem mencionar que possui outras
falhas *(Nota 1).

Um argumento não equivale a uma explicação. Suponha que, tentando provar


que Albert Einstein acreditava em Deus, disséssemos: “Einstein afirmou que ‘Deus não
joga dados’ porque cria em Deus”.
Isso pode parecer um argumento relevante, mas não é; trata-se de uma
explicação da afirmação de Einstein. Para perceber isso, lembre-se que uma afirmação
da forma “X porque Y” pode ser reescrita na forma “Y logo X”. O que resultaria em:
“Einstein cria em Deus, por isso afirmou que ‘Deus não joga dados’”.

Agora fica claro que a afirmação, que parecia um argumento, está admitindo a
conclusão que deveria estar provando.

Ademais, Einstein não cria num Deus pessoal preocupado com assuntos
humanos *(Nota 2).

Leitura complementar
Esboçamos a estrutura de um argumento “consistente” dedutivo desde
premissas até a conclusão; contudo, em última análise, a conclusão só pode ser tão
persuasiva quanto as premissas utilizadas. A lógica em si não resolve o problema da
verificação das premissas; para isso outra ferramenta é necessária.

O método de investigação preponderante é o científico. No entanto, a filosofia


da ciência e o método científico são assuntos extremamente extensos e explicá-los
está muito além das pretensões deste documento.

Recomenda-se a leitura de livros específicos sobre o assunto para uma


compreensão mais abrangente.

Falácias
Há um certo número de “armadilhas” a serem evitadas quando se está
construindo um argumento dedutivo; elas são conhecidas como falácias. Na linguagem
do dia-a-dia, nós denominamos muitas crenças equivocadas como falácias, mas, na
lógica, o termo possui significado mais específico: falácia é uma falha técnica que torna
o argumento inconsistente ou inválido.

(Além da consistência do argumento, também se podem criticar as intenções


por detrás da argumentação.)

Argumentos contentores de falácias são denominados falaciosos.


Freqüentemente parecem válidos e convincentes; às vezes, apenas uma análise
pormenorizada é capaz de revelar a falha lógica.

A seguir está uma lista de algumas das falácias mais comuns e determinadas
técnicas retóricas bastante utilizadas em debates. A intenção não foi criar uma lista
exaustivamente grande, mas apenas ajuda-lo a reconhecer algumas das falácias mais
comuns, evitando, assim, ser enganado por elas.

Acentuação / Ênfase

A falácia a Acentuação funciona através de uma mudança no significado. Neste


caso, o significado é alterado enfatizando diferentes partes da afirmação. Por exemplo:

“Não devemos falar mal de nossos amigos”

“Não devemos falar mal de nossos amigos”

Seja particularmente cauteloso com esse tipo de falácia na internet, onde é


fácil interpretar mal o sentido do que está escrito.

Ad Hoc

Como mencionado acima, argumentar e explicar são coisas diferentes. Se


estivermos interessados em demonstrar A, e B é oferecido como evidência, a
afirmação “A porque B” é um argumento. Se estivermos tentando demonstrar a
veracidade de B, então “A porque B” não é um argumento, mas uma explicação.

A falácia Ad Hoc é explicar um fato após ter ocorrido, mas sem que essa
explicação seja aplicável a outras situações. Freqüentemente a falácia Ad Hoc vem
mascarada de argumento. Por exemplo, se admitirmos que Deus trata as pessoas
igualmente, então esta seria uma explicação Ad Hoc:

“Eu fui curado de câncer”

“Agradeça a Deus, pois ele lhe curou”

“Então ele vai curar todas pessoas que têm câncer?”

“Hmm... talvez... os desígnios de Deus são misteriosos.”


Afirmação do Conseqüente

Essa falácia é um argumento na forma “A implica B, B é verdade, logo A é


verdade”. Para entender por que isso é uma falácia, examine a tabela (acima) com as
Regras de Implicação. Aqui está um exemplo:

“Se o universo tivesse sido criado por um ser sobrenatural, haveria ordem e
organização em todo lugar. E nós vemos ordem, e não esporadicidade; então é óbvio
que o universo teve um criador.”

Esse argumento é o contrario da Negação do Antecedente.

Anfibolia

A Anfibolia ocorre quando as premissas usadas num argumento são ambíguas


devido a negligência ou imprecisão gramatical. Por exemplo:

“Premissa: A crença em Deus preenche um vazio muito necessário.”

Evidência Anedótica

Uma das falácias mais simples é dar crédito a uma Evidência Anedótica. Por
exemplo:

“Há abundantes provas da existência de Deus; ele ainda faz milagres. Semana
passada eu li sobre uma garota que estava morrendo de câncer, então sua família
inteira foi para uma igreja e rezou, e ela foi curada.”

É bastante válido usar experiências pessoais como ilustração; contudo, essas


anedotas não provam nada a ninguém. Um amigo seu pode dizer que encontrou Elvis
Presley no supermercado, mas aqueles que não tiveram a mesma experiência exigirão
mais do que o testemunho de seu amigo para serem convencidos.

Evidências Anedóticas podem parecer muito convincentes, especialmente


queremos acreditar nelas.
Argumentum ad Antiquitatem

Essa é a falácia de afirmar que algo é verdadeiro ou bom só porque é antigo ou


“sempre foi assim”. A falácia oposta é a Argumentum ad Novitatem.

“Cristãos acreditam em Jesus há milhares de anos. Se o Cristianismo não fosse


verdadeiro, não teria perdurado tanto tempo”

Argumentum ad Baculum / Apelo à Força

Acontece quando alguém recorre à força (ou à ameaça) para tentar induzir
outros a aceitarem uma conclusão. Essa falácia é freqüentemente utilizada por
políticos, e pode ser sumarizada na expressão “o poder define os direitos”. A ameaça
não precisa vir diretamente da pessoa que argumenta. Por exemplo:

“...assim, há amplas provas da veracidade da Bíblia, e todos que não


aceitarem essa verdade queimarão no Inferno.”

“...em todo caso, sei seu telefone e endereço; já mencionei que possuo licença
para portar armas?”

Argumentum ad Crumenam

É a falácia de acreditar que dinheiro é o critério da verdade; que indivíduos


ricos têm mais chances de estarem certos. Trata-se do oposto ao Argumentum ad
Lazarum. Exemplo:

“A Microsoft é indubitavelmente superior; por que outro motivo Bill Gates seria
tão rico?”

Argumentum ad Hominen

Argumentum ad Hominem literalmente significa “argumento direcionado ao


homem”; há duas variedades.

A primeira é a falácia Argumentum ad Hominemabusiva: consiste em rejeitar


uma afirmação e justificar a recusa criticando a pessoa que fez a afirmação. Por
exemplo:

“Você diz que os ateus podem ser morais, mas descobri que você abandonou
sua mulher e filhos.”

Isso é uma falácia porque a veracidade de uma asserção não depende das
virtudes da pessoa que a propugna. Uma versão mais sutil do Argumentum ad
Hominen é rejeitar uma proposição baseando-se no fato de ela também ser defendida
por pessoas de caráter muito questionável. Por exemplo:

“Por isso nós deveríamos fechar a igreja? Hitler e Stálin concordariam com
você.”

A segunda forma é tentar persuadir alguém a aceitar uma afirmação utilizando


como referência as circunstâncias particulares da pessoa. Por exemplo:

“É perfeitamente aceitável matar animais para usar como alimento. Esperto


que você não contrarie o que eu disse, pois parece bastante feliz em vestir seus
sapatos de couro.”

Esta falácia é conhecida como Argumenutm ad Hominem circunstancial e


também pode ser usada como uma desculpa para rejeitar uma conclusão. Por
exemplo:

“É claro que a seu ver discriminação racial é absurda. Você é negro”

Essa forma em particular do Argumenutm ad Hominem, no qual você alega que


alguém está defendendo uma conclusão por motivos egoístas, também é conhecida
como “envenenar o poço”.

Não é sempre inválido referir-se às circunstâncias de quem que faz uma


afirmação. Um indivíduo certamente perde credibilidade como testemunha se tiver
fama de mentiroso ou traidor; entretanto, isso não prova a falsidade de seu
testemunho, nem altera a consistência de quaisquer de seus argumentos lógicos.

Argumentum ad Ignorantiam

Argumentum ad Ignorantiam significa “argumento da ignorância”. A falácia


consiste em afirmar que algo é verdade simplesmente porque não provaram o
contrário; ou, de modo equivalente, quando for dito que algo é falso porque não
provaram sua veracidade.
(Nota: admitir que algo é falso até provarem o contrário não é a mesma coisa
que afirmar. Nas leis, por exemplo, os indivíduos são considerados inocentes até que
se prove o contrário.)

Abaixo estão dois exemplos:

“Obviamente a Bíblia é verdadeira. Ninguém pode provar o contrário.”

“Certamente a telepatia e os outros fenômenos psíquicos não existem.


Ninguém jamais foi capaz de prová-los.”

Na investigação científica, sabe-se que um evento pode produzir certas


evidências de sua ocorrência, e que a ausência dessas evidências pode ser
validamente utilizada para inferir que o evento não ocorreu. No entanto, não prova
com certeza.

Por exemplo:

“Para que ocorresse um dilúvio como o descrito pela Bíblia seria necessário um
enorme volume de água. A Terra não possui nem um décimo da quantidade
necessária, mesmo levando em conta a que está congelada nos pólos. Logo, o dilúvio
não ocorreu.”

Certamente é possível que algum processo desconhecido tenha removido a


água. A ciência, entretanto, exigiria teorias plausíveis e passíveis de experimentação
para aceitar que o fato tenha ocorrido.

Infelizmente, a história da ciência é cheia de predições lógicas que se


mostraram equivocadas. Em 1893, a Real Academia de Ciências da Inglaterra foi
persuadida por Sir Robert Ball de que a comunicação com o planeta Marte era
fisicamente impossível, pois necessitaria de uma antena do tamanho da Irlanda, e
seria impossível fazê-la funcionar.

Veja também Mudando o Ônus da Prova.

Argumentum ad Lazarum

É a falácia de assumir que alguém pobre é mais íntegro ou virtuoso que


alguém rico. Essa falácia é apõe-se à Argumentum ad Crumenam. Por exemplo:

“É mais provável que os monges descubram o significado da vida, pois


abdicaram das distrações que o dinheiro possibilita.”

Argumentum ad Logicam

Essa é uma “falácia da falácia”. Consiste em argumentar que uma proposição é


falsa porque foi apresentada como a conclusão de um argumento falacioso. Lembre-se
que um argumento falacioso pode chegar a conclusões verdadeiras.

“Pegue a fração 16/64. Agora, cancelando-se o seis de cima e o seis debaixo,


chegamos a 1/4.”

“Espere um segundo! Você não pode cancelar o seis!”

“Ah, então você quer dizer que 16/64 não é 1/4?”

Argumentum ad Misericordiam

É o apelo à piedade, também conhecida como Súplica Especial. A falácia é


cometida quando alguém apela à compaixão a fim de que aceitem sua conclusão. Por
exemplo:

“Eu não assassinei meus pais com um machado! Por favor, não me acuse; você
não vê que já estou sofrendo o bastante por ter me tornado um órfão?”

Argumentum ad Nauseam

Consistem em crer, equivocadamente, que algo é tanto mais verdade, ou tem


mais chances de ser, quanto mais for repetido. Um Argumentum ad Nauseamé aquele
que afirma algo repetitivamente até a exaustão.

Argumentum ad Novitatem

Esse é o oposto do Argumentum ad Antiquitatem; é a falácia de afirmar que


algo é melhor ou mais verdadeiro simplesmente porque é novo ou mais recente que
alguma outra coisa.
“BeOS é, de longe, um sistema operacional superior ao OpenStep, pois possui
um design muito mais atual.”

Argumentum ad Numerum

Falácia relacionada ao Argumentum ad Populum. Consiste em afirmar que


quanto mais pessoas concordam ou acreditam numa certa proposição, mais
provavelmente ela estará correta. Por exemplo:

“A grande maioria dos habitantes deste país acredita que a punição capital é
bastante eficiente na diminuição dos delitos. Negar isso em face de tantas evidências é
ridículo.”

“Milhares de pessoas acreditam nos poderes das pirâmides; ela deve ter algo
de especial.”

Argumentum ad Populum

Também conhecida como apelo ao povo. Comete-se essa falácia ao tentar


conquistar a aceitação de uma proposição apelando a um grande número de pessoas.
Esse tipo de falácia é comumente caracterizado por uma linguagem emotiva. Por
exemplo:

“A pornografia deve ser banida. É uma violência contra as mulheres.”

“Por milhares de anos pessoas têm acreditado na Bíblia e Jesus, e essa crença
teve um enorme impacto sobre suas vida. De que outra evidência você precisa para se
convencer de que Jesus é o filho de Deus? Você está dizendo que todas elas são
apenas estúpidas pessoas enganadas?”

Argumentum ad Verecundiam

O Apelo à Autoridade usa a admiração a uma pessoa famosa para tentar


sustentar uma afirmação. Por exemplo:

“Isaac Newton foi um gênio e acreditava em Deus.”

Esse tipo de argumento não é sempre inválido; por exemplo, pode ser
relevante fazer referência a um indivíduo famoso de um campo específico. Por
exemplo, podemos distinguir facilmente entre:

“Hawking concluiu que os buracos negros geram radiação.”

“Penrose conclui que é impossível construir um computador inteligente.”

Hawking é um físico, então é razoável admitir que suas opiniões sobre os


buracos negros são fundamentadas. Penrose é um matemático, então sua qualificação
para falar sobre o assunto é bastante questionável.

Audiatur et Altera Pars

Freqüentemente pessoas argumentam partir de assunções omitidas. O


princípio do Audiatur et Altera Pars diz que todas premissas de um argumento devem
ser explicitadas. Estritamente, a omissão das premissas não é uma falácia; entretanto,
é comumente vista como algo suspeito.

Bifurcação

“Preto e Branco” é outro nome dado a essa falácia. A Bifurcação ocorre se


alguém apresenta uma situação com apenas duas alternativas, quando na verdade
existem ou podem existir outras. Por exemplo:

“Ou o homem foi criado, como diz a Bíblia, ou evoluiu casualmente de


substâncias químicas inanimadas, como os cientistas dizem. Já que a segunda hipótese
é incrivelmente improvável, então...”

Circulus in Demonstrando

Consiste em adotar como premissa uma conclusão à qual você está tentando
chegar. Não raro, a proposição é reescrita para fazer com que tenha a aparência de
um argumento válido. Por exemplo:

“Homossexuais não devem exercer cargos públicos. Ou seja, qualquer


funcionário público que se revele um homossexual deve ser despedido. Por isso, eles
farão qualquer coisa para esconder seu segredo, e assim ficarão totalmente sujeitos a
chantagens. Conseqüentemente, não se deve permitir homossexuais em cargos
públicos.”

Esse é um argumento completamente circular; a premissa e a conclusão são a


mesma coisa. Um argumento como o acima foi realmente utilizado como um motivo
para que todos os empregados homossexuais do Serviço Secreto Britânico fossem
despedidos.

Infelizmente, argumentos circulares são surpreendentemente comuns. Após


chegarmos a uma conclusão, é fácil que, acidentalmente, façamos asserções ao
tentarmos explicar o raciocínio a alguém.

Questão Complexa / Falácia de Interrogação / Falácia da


Pressuposição

É a forma interrogativa de pressupor uma resposta. Um exemplo clássico é a


pergunta capciosa:

“Você parou de bater em sua esposa?”

A questão pressupõe uma resposta definida a outra questão que não chegou a
ser feita. Esse truque é bastante usado por advogados durante o interrogatório,
quando fazem perguntas do tipo:

“Onde você escondeu o dinheiro que roubou?”

Similarmente, políticos também usam perguntas capciosas como:

“Até quando será permitida a intromissão dos EUA em nossos assuntos?”

“O Chanceller planeja continuar essa privatização ruinosa por dois anos ou


mais?”

Outra forma dessa falácia é pedir a explicação de algo falso ou que ainda não
foi discutido.

Falácias de Composição

A Falácia de Composição é concluir que uma propriedade compartilhada por um


número de elementos em particular, também é compartilhada por um conjunto desses
elementos; ou que as propriedades de uma parte do objeto devem ser as mesmas nele
inteiro. Exemplos:

“Essa bicicleta é feita inteiramente de componentes de baixa densidade, logo é


muito leve.”

“Um carro utiliza menos petroquímicos e causa menos poluição que um ônibus.
Logo, os carros causam menos dano ambiental que os ônibus.”

Acidente Invertido / Generalização Grosseira

Essa é o inverso da Falácia do Acidente. Ela ocorre quando se cria uma regra
geral examinando apenas poucos casos específicos que não representam todos os
possíveis casos. Por exemplo:

“Jim Bakker foi um Cristão pérfido; logo, todos os cristãos também são.”

Convertendo uma Condicional

A falácia é um argumento na forma “Se A então B, logo se B então A”.

“Se os padrões educacionais forem abaixados, a qualidade dos argumentos


vistos na internet diminui. Então, se vermos o nível dos debates na internet piorar,
saberemos que os padrões educacionais estão caindo.”

Essa falácia é similar à Afirmação do Conseqüente, mas escrita como uma


afirmação condicional.

Cum Hoc Ergo Propter Hoc

Essa falácia é similar à Post Hoc Ergo Propter Hoc. Consiste em afirmar que
devido a dois eventos terem ocorrido concomitantemente, eles possuem uma relação
de causalidade. Isso é uma falácia porque ignora outro(s) fator(es) que pode(m) ser
a(s) causa(s) do(s) evento(s).

“Os índices de analfabetismo têm aumentado constantemente desde o advento


da televisão. Obviamente ela compromete o aprendizado”
Essa falácia é um caso especial da Non Causa Pro Causa.

Negação do Antecedente

Trata-se de um argumento na forma “A implica B, A é falso, logo B é falso”. A


tabela com as Regras de Implicação explica por que isso é uma falácia.

(Nota: A Non Causa Pro Causa é diferente dessa falácia. A Negação do


Antecedente possui a forma “A implica B, A é falso, logo B é falso”, onde A não implica
B em absoluto. O problema não é que a implicação seja inválida, mas que a falsidade
de A não nos permite deduzir qualquer coisa sobre B.)

“Se o Deus bíblico aparecesse para mim pessoalmente, isso certamente


provaria que o cristianismo é verdade. Mas ele não o fez, ou seja, a Bíblia não passa
de ficção.”

Esse é oposto da falácia Afirmação do Conseqüente.

Falácia do Acidente / Generalização Absoluta / Dicto Simpliciter

Uma Generalização Absoluta ocorre quando uma regra geral é aplicada a uma
situação em particular, mas as características da situação tornam regra inaplicável. O
erro ocorre quando se vai do geral do específico. Por exemplo:

“Cristãos não gostam de ateus. Você é um Cristão, logo não gosta de ateus.”

Essa falácia é muito comum entre pessoas que tentam decidir questões legais
e morais aplicando regras gerais mecanicamente.

Falácia da Divisão

Oposta à Falácia de Composição, consiste em assumir que a propriedade de


um elemento deve aplicar-se às suas partes; ou que uma propriedade de um conjunto
de elementos é compartilhada por todos.

“Você estuda num colégio rico. Logo, você é rico.”


“Formigas podem destruir uma árvore. Logo, essa formiga também pode.”

Equivocação / Falácia de Quatro Termos

A Equivocação ocorre quando uma palavra-chave é utilizada com dois um ou


mais significados no mesmo argumento. Por exemplo:

“João é destro jogando futebol. Logo, também deve ser destro em outros
esportes, apesar de ser canhoto.”

Uma forma de evitar essa falácia é escolher cuidadosamente a terminologia


antes de formular o argumento, isso evita que palavras como “destro” possam ter
vários significados (como “que usa preferencialmente a mão direita” ou “hábil,
rápido”).

Analogia Estendida

A falácia da Analogia Estendida ocorre, geralmente, quando alguma regra geral


está sendo discutida. Um caso típico é assumir que a menção de duas situações
diferentes, num argumento sobre uma regra geral, significa que tais afirmações são
análogas.

A seguir está um exemplo retirado de um debate sobre a legislação


anticriptográfica.

“Eu acredito que é errado opor-se à lei violando-a.”

“Essa posição é execrável: implica que você não apoiaria Martin Luther King.”

“Você está dizendo que a legislação sobre criptografia é tão importante quando
a luta pela igualdade dos homens? Como ousa!”

Ignorantio Elenchi / Conclusão Irrelevante

A Ignorantio Elenchi consiste em afirmar que um argumento suporta uma


conclusão em particular, quando na verdade não possuem qualquer relação lógica.

Por exemplo, um Cristão pode começar alegando que os ensinamentos do


Cristianismo são indubitavelmente verdadeiros. Se após isso ele tentar justificar suas
afirmações dizendo que tais ensinamentos são muito benéficos às pessoas que os
seguem, não importa quão eloqüente ou coerente seja sua argumentação, ela nunca
vai provar a veracidade desses escritos.

Lamentavelmente, esse tipo de argumentação é quase sempre bem-sucedido,


pois faz as pessoas enxergarem a suposta conclusão numa perspectiva mais
benevolente.

Falácia da Lei Natural / Apelo à Natureza

O Apelo à Natureza é uma falácia comum em argumentos políticos. Uma


versão consiste em estabelecer uma analogia entre uma conclusão em particular e
algum aspecto do mundo natural, e então afirmar que tal conclusão é inevitável
porque o mundo natural é similar:

“O mundo natural é caracterizado pela competição; animais lutam uns contra


os outros pela posse de recursos naturais limitados. O capitalismo – luta pela posse de
capital – é simplesmente um aspecto inevitável da natureza humana. É como o mundo
funciona.”

Outra forma de Apelo à Natureza é argumentar que devido ao homem ser


produto da natureza, deve se comportar como se ainda estivesse nela, pois do
contrário estaria indo contra sua própria essência.

“Claro que o homossexualismo é inatural. Qual foi a última vez em que você
viu animais do mesmo sexo copulando?”

Falácia “Nenhum Escocês de Verdade...”

Suponha que eu afirme “Nenhum escocês coloca açúcar em seu mingau”. Você
contra-argumenta dizendo que seu amigo Angus gosta de açúcar no mingau. Então eu
digo “Ah, sim, mas nenhum escocês de verdade coloca”.

Esse é o exemplo de uma mudança Ad Hoc sendo feita para defender uma
afirmação, combinada com uma tentativa de mudar o significado original das palavras;
essa pode ser chamada uma combinação de falácias.
Non Causa Pro Causa

A falácia Non Causa Pro Causa ocorre quando algo é tomado como causa de
um evento, mas sem que a relação causal seja demonstrada. Por exemplo:

“Eu tomei uma aspirina e rezei para que Deus a fizesse funcionar; então minha
dor de cabeça desapareceu. Certamente Deus foi quem a curou.”

Essa é conhecida como a falácia da Causalidade Fictícia. Duas variações da


Non Causa Pro Causa são as falácias Cum Hoc Ergo Propter Hoc e Post Hoc Ergo
Propter Hoc.

Non Sequitur

Non Sequitur é um argumento onde a conclusão deriva das premissas sem


qualquer conexão lógica. Por exemplo:

“Já que os egípcios fizeram muitas escavações durante a construção das


pirâmides, então certamente eram peritos em paleontologia.”

Pretitio Principii / Implorando a Pergunta

Ocorre quando as premissas são pelo menos tão questionáveis quanto as


conclusões atingidas. Por exemplo:

“A Bíblia é a palavra de Deus. A palavra de Deus não pode ser questionada; a


Bíblia diz que ela mesma é verdadeira. Logo, sua veracidade é uma certeza absoluta.”

Pretitio Principii é similar ao Circulus in Demonstrando, onde a conclusão é a


própria premissa.

Plurium Interrogationum / Muitas Questões

Essa falácia ocorre quando alguém exige uma resposta simplista a uma
questão complexa.

“Altos impostos impedem os negócios ou não? Sim ou não?”


Post Hoc Ergo Proter Hoc

A falácia Post Hoc Ergo Propter Hoc ocorre quando algo é admitido como causa
de um evento meramente porque o antecedeu. Por exemplo:

“A União Soviética entrou em colapso após a instituição do ateísmo estatal;


logo, o ateísmo deve ser evitado.”

Essa é outra versão da Falácia da Causalidade Fictícia.

Falácia “Olha o Avião”

Comete-se essa falácia quando alguém introduz material irrelevante à questão


sendo discutida, fugindo do assunto e comprometendo a objetividade da conclusão.

“Você pode até dizer que a pena de morte é ineficiente no combate à


criminalidade, mas e as vítimas? Como você acha que os pais se sentirão quando
virem o assassino de seu filho vivendo às custas dos impostos que eles pagam? É justo
que paguem pela comida do assassino de seu filho?”

Reificação

A Reificação ocorre quando um conceito abstrato é tratado como algo concreto.

“Você descreveu aquela pessoa como ‘maldosa’. Mas onde fica essa ‘maldade’?
Dentro do cérebro? Cadê? Você não pode nem demonstrar o que diz, suas afirmações
são infundadas.”

Mudando o Ônus da Prova

O ônus da prova sempre cabe à pessoa que afirma. Análoga ao Argumentum


ad Ignorantiam, é a falácia de colocar o ônus da prova no indivíduo que nega ou
questiona uma afirmação. O erro, obviamente, consiste em admitir que algo é verdade
até que provem o contrário.

“Dizer que os alienígenas não estão controlando o mundo é fácil... eu quero


que você prove.”

Declive Escorregadio

Consiste em dizer que a ocorrência de um evento acarretará conseqüências


daninhas, mas sem apresentar provas para sustentar tal afirmação. Por exemplo:

“Se legalizarmos a maconha, então mais pessoas começarão a usar crack e


heroína, e teríamos de legaliza-las também. Não levará muito tempo até que este país
se transforme numa nação de viciados. Logo, não se deve legalizar a maconha.”

Espantalho

A falácia do Espantalho consiste em distorcer a posição de alguém para que


possa ser atacada mais facilmente. O erro está no fato dela não lidar com os
verdadeiros argumentos.

“Para ser ateu você precisa crer piamente na inexistência de Deus. Para
convencer-se disso, é preciso vasculhar todo o Universo e todos os lugares onde Deus
poderia estar. Já que obviamente você não fez isso, sua posição é indefensável.”

Uma vez por semana aparece alguém com esse argumento na Internet. Quem
não consegue entender qual é a falha lógica deve ler a Introdução ao Ateísmo.

Tu Quoque

Essa é a famosa falácia “você também”. Ocorre quando se argumenta que uma
ação é aceitável apenas porque seu oponente a fez. Por exemplo:

“Você está sendo agressivo em suas afirmações.”

“E daí? Você também.”

Isso é um ataque pessoal, sendo uma variante do caso Argumentum ad


Hominem.
Falácia do Meio Não-distribuído / Falácia “A baseia-se em B” ou “...é um tipo
de...”

É uma falha lógica que ocorre quando se tenta argumentar que certas coisas
são, em algum aspecto, similares, mas não se consegue especificar qual. Exemplos:

“A história não se baseia na fé? Então a Bíblia também não poderia ser vista
como história?”

“O islamismo baseia-se na fé, o cristianismo também. Então o islamismo não é


uma forma de cristianismo?”

“Gatos são animais formados de compostos orgânicos; cachorros também.


Então os cachorros não são apenas um tipo de gato?”

Nota 1

Jesus: Senhor, Mentiroso ou Lunático?

“Jesus existiu? Se não, então não há o que discutir. Mas se existiu, e se


autodenominava ‘Senhor’, isso significa que: ele era o Senhor, um mentiroso, ou um
lunático. É improvável que ele tenha sido um mentiroso, dado o código moral descrito
na Bíblia; seu comportamento também não era o de um lunático; então certamente
conclui-se que ele era o Senhor.”

Primeiramente, esse argumento admite tacitamente que Jesus existiu de fato.


O que é, no mínimo, algo questionável. Ele possui uma falácia lógica que poderemos
chamar “Trifurcação”, por analogia com a Bifurcação. É uma tentativa de restringir a
três as possibilidades que, na verdade, são muitas mais.

Duas outras hipóteses:

– A Bíblia apresenta as palavras de Jesus de modo distorcido, pois ele nunca


alegou ser o “Senhor”.

– As histórias sobre ele foram inventadas ou então misturadas com fantasia


pelos primeiros cristãos.

Note que no Novo Testamento Jesus não diz ser Deus, apesar de em João
10:30 ele ter dito “Eu e meu pai somos um”. A alegação de que Jesus era Deus foi
feita após sua morte pelos seus doze apóstolos.
Finalmente, a possibilidade de ele ter sido um “lunático” não é tão pequena.
Mesmo hoje em dia há várias pessoas que conseguem convencer multidões de que são
“o Senhor” ou “o verdadeiro profeta”. Em países mais supersticiosos, há literalmente
centenas de supostos “messias”.

Nota 2

Einstein e “Deus não joga dados”

“Albert Einstein acreditava em Deus. Você se acha mais inteligente que ele?”

Einstein uma vez disse que “Deus não joga dados (com o Universo)”. Essa
citação é comumente mencionada para mostrar que Einstein acreditava no Deus
cristão. Mas nesse caso ela está fora de contexto, pois dizendo isso ele pretendia
apenas recusar alguns aspectos mais populares da teoria quântica. Ademais, a religião
de Einstein era o judaísmo, não o cristianismo.

Talvez essas citações de sua autoria possam deixar a idéia mais clara:

“Eu acredito no Deus de Spinoza que se revela através da harmonia do


existente, não num Deus que se preocupa com o destino e vida dos seres humanos.”

“O que você leu sobre minas convicções religiosas é uma mentira, uma mentira
que está sendo sistematicamente repetida. Eu não acredito em um Deus pessoal e
nunca neguei isso, mas o afirmei claramente. Se há algo em mim que pode ser
chamado religião, é a minha ilimitada admiração pela estrutura do mundo.”

“Eu não acredito na imortalidade do indivíduo, e considero a moral como algo


que diz respeito somente aos homens, sem qualquer relação com uma autoridade
supra-humana.”

LÓGICA JURÍDICA
FALÁCIAS NÃO-FORMAIS

FALÁCIAS
Existe um número de armadilhas para se evitar quando se está construindo
um argumento dedutivo; elas são conhecidas como falácias.
No português diário, nos referimos aos muitos tipos de crenças erradas
como falácias; mas em lógica, o termo tem um significado mais específico: uma
falácia é um defeito técnico que faz um argumento ser insensato ou inválido.
(Note que você pode criticar mais que apenas a sensatez de um
argumento. Argumentos são quase sempre apresentados com algum propósito
específico em mente - e a intenção de um argumento pode também ser válida de
crítica.)
Argumentos que contém falácias são descritos como falaciosos. Eles
freqüentemente parecem válidos e convincentes; algumas vezes apenas inspeção
de perto revela-se o defeito lógico.

Tipos de Falácias
Tecnicamente as falácias podem ser divididas em dois grupos: Falácias
Formais e Não Formais.
Em geral as falácias formais, apresentam uma estrutura muito parecida com
os padrões válidos de uma inferência, porém não seguem alguma dedução
específica do silogismo categórico, como por exemplo a falácia dos 4 termos, que
fere a Regra 1 , onde diz que para um silogismo categórico ser válido, precisa ter
3 termos utilizados com o mesmo sentido durante todo o argumento.
Já as falácias não formais podem ocorrer tanto da falta de atenção ao tema
quanto pela ambigüidade no uso da linguagem para preparar o argumento. As
falácias não formais podem ser classificadas como: falácias de relevância ou
falácias de ambigüidade.

1. Falácias de relevância

A) Recurso à força ( Argumentum ad Baculum): é a falácia que se comete,


quando se apela para a força ou ameaça de força para provocar a aceitação de
uma conclusão.
Usualmente só se recorre a ela quando as provas ou argumentos racionais
fracassam. Resume-se no aforismo, “a força gera o direito”.
Exemplos O cabo eleitoral de um partido político, quando recorda um
deputado que ele representa e manobra a seu bel-prazer tantos milhares de votos,
no seu distrito.

B) Ofensivo (argumentum ad Hominem): argumento dirigido contra o


homem.
É a falácia que se comete quando, em vez de tentar refutar a verdade do
que se afirma, ataca o homem que fez a afirmação.
Exemplo: Poder-se-ia argüir que a filosofia de Bacon é indigna de
confiança, porque ele foi demitido do cargo de chanceler por desonestidade.

C) Circunstancial (Argumentum ad hominem): Diz respeito às relações entre


as convicções de uma pessoa e as suas circunstancias.
Não sustenta que certa proposição é verdadeira, mas que está implícita na
doutrina.
Exemplo: A Réplica do caçador, quando acusado de bárbaro por sacrificar
animais inofensivos para sua própria diversão.

D) Argumento pela ignorância (Argumentum ad Ignorantiam), é ilustrada


pelo argumento de que devem existir fantasmas, visto que ninguém foi ainda
capaz de provar que não existe.
Esta falácia é cometida sempre que uma proposição é sustentada como
verdadeira na base, simplesmente, de que não foi provada a sua falsidade.
Exemplo: Uma série de investigação do FBI não consegue juntar provas
que o senhor “X” é comunista, seria errôneo concluir disso que essa investigação
não tirou o FBI da sua ignorância a tal respeito.

E) Apelo à piedade (Argumentum ad Misericordiam): é a falácia que se


comete, quando se apela para a piedade ou a compaixão para se conseguir que
determinada conclusão seja aceita.
Estes argumentos encontram-se, com freqüência, nos tribunais de justiça,
quando um advogado de defesa coloca de lado os fatos pertinentes ao caso e
trata de ganhar a absolvição do seu constituinte, despertando a piedade do júri.
Exemplo: O jovem que matou seus pais a machadas. Diante de provas
esmagadoras solicitou a piedade do tribunal, na base de que era órfão.
F) Populismo (Agumentum ad Populum): essa falácia se comete ao dirigir
um apelo emocional “ao povo” ou “galeria” para conquistar a sua anuência a uma
conclusão que não é sustentada por boas provas. Esta definição é tão ampla que
inclui as falácias ad misericórdia, AD Hominem e quase todas as falácias de
relevâncias.
É a tentativa de ganhar a concordância popular para conclusão, através do
entusiasmo da multidão.
Exemplo: Shakespeare na oração fúnebre de Marco Antônio sobre o corpo
de Julio César.

G) Apelo a Autoridade ( Argumentum ad Verecundiam ): é o recurso a


autoridade, isto é, ao sentimento de respeito que as pessoas alimentam pelos
indivíduos famosos para granjear a anuência a uma determinada conclusão. Este
argumento nem sempre é rigorosamente falso, pois a referência a uma
reconhecida autoridade no campo especial de sua competência pode dar maior
peso a uma opinião e constituir uma prova relevante.
Exemplo: os testemunhos publicitários (a marca de cigarro que alguém
famoso afirma ser o melhor; o cosmético que uma cantora usa é o melhor, pelo
simples fato de ela usar).

H) Acidente: a falácia de acidente consiste em aplicar uma regra a um caso


particular, cujas circunstâncias “acidentais” torna a regra inaceitável. Na República
de Platão, por exemplo, encontra uma exceção a regra geral de que uma pessoa
deve pagar suas dívidas: “Suponhamos que um amigo quando em seu perfeito
juízo, confiou-me, em depósito, suas armas e me pediu que lhes devolvesse,
quando seu espírito tivesse conturbado”.
Exemplos: “o que você comprou ontem, comeras hoje; você ontem comprou
carne crua, portanto comeras carne crua”.
I) Acidente convertido: ao procurar compreender e caracterizar todos os
casos de um certo tipo, uma pessoa pode usualmente prestar atenção em alguns
deles. Os que são examinados devem ser típicos, e não atípicos.
Exemplos: O valor dos narcóticos, quando administrado por um médico
para aliviar as dores de alguém que está gravemente enfermo. Alguém pode
propor que os narcóticos sejam postos a disposição de todo mundo.

J) Falsa causa: falácia a que damos o nome de falsa causa foi analisada de
várias maneiras no passado e recebeu diversos nomes latinos, tais como non
causa, pro causa, e post yhoc propter hoc. O primeiro é mais geral e indica o erro
de tomar como causa de um efeito algo que não é sua causa real. O segundo
designa a inferência de que um acontecimento é a causa do outro na simples base
de que o primeiro é anterior ao segundo.
Exemplo. O ressurgimento do sol, após um eclipse, só porque os selvagens
fizeram razoar seus tambores.

K) Petição de princípio (petitio de pricipio): ao tentar estabelecer a verdade


de uma proposição, uma pessoa põe-se, muitas vezes, à procura de premissas
aceitáveis onde a proposição em questão possa ser deduzida como conclusão.
Exemplo dado por Whately: “permitir a todos os homens uma liberdade
ilimitada de expressão deve ser sempre, de um modo geral, vantagioso para o
Estado; pois é atualmente propício aos interesses da comunidade, que cada
indivíduo desfrute de liberdade, perfeitamente ilimitada, para expressar os seus
sentimentos”.

L) Pergunta Complexa: Não se trata de perguntas simples a que se possa


responder diretamente com um “sim” ou “não”. As perguntas deste gênero
pressupõem que já foi dada uma resposta definida a uma pergunta anterior, que
nem se quer foi formulada.
Exemplos: “Você abandonou seus maus hábitos”; “Você deixou de bater em
sua esposa.”
INVESTIGADOR: Suas vendas aumentaram em conseqüência da sua
publicidade equivoca?
TESTEMUNHA: não, senhor.
INVESTIGADOR: Ah! há! Então admite que sua publicidade era equivoca e
induzia o publico ao erro? Você sabe que sua conduta transgride as normas da
ética comercial e podem causar-lhe sérios dissabores?

M) Conclusa irrelevante (Ignoration Elenchi), é a falácia que se comete,


quando um argumento que pretende estabelecer uma determinada conclusão é
dirigido para provar uma conclusão diferente.
Exemplo; quando uma determinada proposta de legislação relacionada com
a política habitacional está em discussão, um legislador poderá pedir a palavra
para falar sobre o projeto e dizer apenas que se deseja proporcionar moradia
descente a todas as pessoas.

FALÁCIAS DE AMBIGÜIDADE

A) EQUÍVOCO: A maioria das palavras tem mais de um significado literal,


como “pena” que tanto se refere à cobertura que reveste o corpo das aves,
como um instrumento de escrita, a um sansão ou punição. Exemplo: o fim
de uma coisa é a sua perfeição; a morte é a perfeição da vida.

B) ANFIBOLOGIA: A falácia da anfibologia ocorre quando se argumenta a


partir de premissas cujas formulações são ambíguas em virtude de sua
construção gramatical. Um enunciado é anfibológico, quando seu
significado não é claro, pelo modo confuso ou imperfeito como as suas
palavras são combinadas.
Exemplo: Nos cartazes que dizem “Save Soap and Waste Paper”, ou
quando se define a antropologia como “the scince of man
embracingwoman”.
C) Ênfase: Como todas as falácias de ambigüidade, a falácia da ênfase é
cometida num argumento cuja natureza é enganadora, mas carente de
validade, depende de uma mudança ou significado.
Exemplo: Não devemos falar mal de amigos.

D) Composição: A expressão “falácia de composição” aplica-se a dois tipos


de argumentos inválidos estritamente relacionados entre si. O primeiro
pode ser descrito como raciocinar falaciosamente a partir das propriedades
das partes de um todo ate as propriedades do próprio todo.
Exemplo: se toda a parte de uma certa máquina é leve no peso, a
máquina “como um todo” é também leve no peso.

E) Divisão: A falácia de divisão é simplesmente, o inverso da falácia de


composição. Apresenta-se nela a mesma confusão, mas a inferência
desenvolve-se na direção oposta.
Exemplos: Os cães são carnívoros.
Os spaniels são cães.
Logo os spaniels são carnívoros

Os cães são comuns.


Os spaniels são cães
Logo, os spaniels são comuns.

falácias x filmes

• “O advogado do diabo”
Falácias:
 Relevância – recurso à força. Quando o advogado interroga a
vitima, passando a idéia de que ela era culpada.
 Piedade: Quando a mulher do advogado se queixa que não
esta se sentindo bem, e por isso não quer morar mais naquele
lugar.

• “O nome da rosa”.
 Apelo à autoridade: A cena do inquisidor perguntando se
alguém iria se levantar contra a santa madre igreja.
 Piedade: Os apelos “salvem-me”, “tem de piedade de mim”.

Técnicas de Persuasão
24 de abril de 2008 às 22:05
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Persuasão não é uma técnica de lavagem cerebral, mas é a manipulação da mente humana por outro indivíduo,
sem que o sujeito manipulado fique consciente do que causou sua mudança de opinião. Eu somente tenho tempo para
apresentar umas poucas das centenas de técnicas em uso atualmente, mas a base da persuasão é sempre o acesso ao seu
CÉREBRO DIREITO. A metade esquerda de seu cérebro é analítica e racional. O lado direito é criativo e imaginativo.
Isto está excessivamente simplificado, mas expressa o que quero dizer. Então, a idéia é desviar a atenção do cérebro
esquerdo e mantê-lo ocupado. Idealmente, o agente gera um estado alterado de consciência, provocando uma mudança da
consciência beta para a alfa; isto pode ser medido em uma máquina de Eletro Encéfalo Grama.

Primeiro, deixem-me dar um exemplo de como distrair o cérebro esquerdo:


Políticos usam esta poderosa técnica todo o tempo; advogados usam muitas variações, as quais eles chamam "apertar o
laço".
Assuma por um momento que você está observando um político fazendo um discurso. Primeiro, ele pode suscitar o que é
chamado "SIM, SIM". São
declarações que provocarão assentimentos nos ouvintes; eles podem mesmo sem querer balançar suas cabeças em
concordância. Em seguida vem os TRUÍSMOS.

Estes são, usualmente, fatos que podem ser debatidos, mas uma vez que o político tenha a concordância da audiência, as
vantagens são a favor do político, que a audiência não irá parar para pensar a respeito, continuando a concordar. Por
último vem a SUGESTÃO. Isto é o que o político quer que você faça, e desde que você tenha estado concordando todo o
tempo, você poderá ser persuadido a aceitar a sugestão. Agora, se você ler o discurso político a seguir, você perceberá que
as três primeiras sentenças são do tipo "sim, sim", a três seguintes são truísmos, e a última é a sugestão.

"Senhoras e senhores: vocês estão indignados com os altos preços dos alimentos? Vocês estão cansados dos astronômicos
preços dos combustíveis? Estão doentes com a falta de controle da inflação? Bem, vocês sabem que o Outro Partido
permitiu uma inflação de 18 por cento no ano passado; vocês sabem que o crime aumentou 50 por cento por todo o país
nos últimos 12 meses, e vocês sabem que seu cheque de pagamento dificilmente vem cobrindo os seus gastos. Bem, a
solução destes problemas é eleger-me, John Jones, para o Senado dos E.U.A."
Eu penso que você já ouviu isto antes. Mas você poderia atentar também para os assim chamados Comandos Embutidos.
Como exemplo: em palavras chaves, o locutor poderia fazer um gesto com sua mão esquerda, a qual, como os
pesquisadores tem mostrado, é mais apta para acessar o seu cérebro direito.

Os políticos e os brilhantes oradores de hoje, orientados pela mídia, são com freqüência cuidadosamente treinados por
uma classe inteiramente nova de especialistas, os quais estão usando todos os truques - tanto novos quanto antigos - para
manipulá-lo a aceitar o candidato deles.
Os conceitos e técnicas da Neuro-Lingüística são tão fortemente protegidos que eu descobri que, mesmo para falar sobre
ela publicamente ou em impressos, isto resulta em ameaça de ação legal. Já o treinamento em Neuro-Lingüística está
prontamente disponível para qualquer pessoa que queira dedicar o seu tempo e pagar o preço. Esta é uma das mais sutis e
poderosas manipulações a que eu já me expus. Uma amiga minha que recentemente assistiu a um seminário de duas
semanas em Neuro-Lingüística descobriu que muitos daqueles com quem ela conversou durante os intervalos era pessoal
do governo.

Uma outra técnica que eu aprendi há pouco tempo é inacreditavelmente escorregadia; ela é chamada de TÉCNICA
INTERCALADA, e a idéia é dizer uma coisa com palavras, mas plantar uma impressão inconsciente de alguma outra
coisa na mente dos ouvintes e/ou observadores.

Quero dar um exemplo: suponha que você está observando um comentarista da televisão fazer a seguinte declaração: "O
SENADOR JOHNSON está ajudando as autoridades locais a esclarecer os estúpidos enganos das companhias que
contribuem para aumentar os problemas do lixo nuclear". Isto soa como uma simples declaração, mas, se o locutor
enfatiza a palavra certa, e especialmente se ele faz o gesto de mãos apropriado junto com as palavras chaves, você poderia
ficar com a impressão subconsciente de que o senador Johnson é estúpido. Este era o objetivo subliminar da declaração, e
o locutor não pode ser chamado para explicar nada.

Técnicas de persuasão são também freqüentemente usadas em pequena escala com muita eficácia. O vendedor de seguro
sabe que a sua venda será provavelmente muito mais eficaz se ele conseguir que você visualize alguma coisa em sua
mente. É uma comunicação ao cérebro direito. Por exemplo, ele faz uma pausa em sua conversação, olha vagarosamente
em volta pela sua sala, e diz, "Você pode imaginar esta linda casa incendiando até virar cinzas?".

Claro que você pode! Este é um de seus medos inconscientes, e quando ele o força a visualizar isto, você está sendo muito
provavelmente manipulado a assinar o contrato de seguros.

Os Hare Krishna, ao operarem em um aeroporto, usam o que eu chamo técnicas de CHOQUE E CONFUSÃO para distrair
o cérebro esquerdo e comunicarem-se diretamente com o cérebro direito. Enquanto estava esperando no aeroporto, uma
vez eu fiquei por uma hora observando um deles operar. A sua técnica era a de saltar na frente de quem passasse.
Inicialmente, sua voz era alta; então ele abaixava o tom enquanto pedia para que a pessoa levasse um livro, após o que
pedia uma contribuição em dinheiro para a causa.

Usualmente, quando as pessoas ficam chocadas, elas imediatamente recuam. Neste caso, eles ficavam chocados pela
estranha aparência, pela súbita materialização e pela voz alta do devoto Hare Krishna. Em outras palavras, as pessoas iam
para um estado alfa por segurança, porque elas não queriam confrontar-se com a realidade à sua frente. Em alfa, elas
ficavam altamente sugestionáveis, e por isto aceitavam a sugestão de levar o livro; no momento em que pegavam o livro,
sentiam-se culpadas e respondiam a uma segunda sugestão: dar dinheiro. Nós estamos todos condicionados de tal forma
que, se alguém nos dá alguma coisa, nós temos de dar alguma coisa em troca - neste caso, era dinheiro. Enquanto
observava este trabalhador incansável, eu estava perto o bastante para perceber que muitas das pessoas que ele parara
exibiam um sinal externo de que estavam em alfa - seus olhos estavam dilatados.

bem, Huxley. Segundo Popper, o objetivo da ciência é descrever o


mundo. Sempre que afirmamos legitimamente alguma coisa sobre ele,
estamos negando diversas outras. Por exemplo, se eu digo que amanhã
choverá o dia inteiro, estou negando que amanhã não vai chover, que
amanhã nevará, que será ensolarado etc.

Se uma das coisas que eu neguei se verificam, então segue lógicamente


que há alguma falha na minha teoria.

Só uma observação, não necessáriamente os prognósticos devem ser


determinísticos. Pode-se trabalhar com a probabilidade de chover, por
exemplo. Neste caso, é claro que um único caso contrário às minhas
previsões não é suficiente para falsear a teoria na qual eu me baseei
para realizá-la. Seria preciso um levantamento estatístico dos meus
prognósticos e dos fenômenos meteorológicos ocorridos.

Assim, se uma teoria não é passível de testes cruciais, ou ela não passa
de truísmos dos quais se deduz apenas outros truísmos (por exemplo,
"talvez chova amanhã, talvez não chova"), ou ela pode ser contraposta
a uma infinidade de teorias alternativas, todas impassíveis de teste (por
exemplo, "a causa da chuva é São Pedro" pode ser contraposta a "a
causa da chuva é Thor", "a causa da chuva é Tupã", "A causa da chuva
é Zeus" etc.).

Todos os ramos científicos que você citou (cosmologia, psicologia,


geologia, biologia evolutiva) fazem afirmações sobre o mundo, negam
diversas outras, as quais são passíveis de testes.
Por exemplo, teorias evolutivas fazem afirmações acerca da cadeia
filogenética, as quais podem ser falseadas pelo registro fóssil.

Quanto a indução, é ela que está defasada. Todas as tentativas de


racionalizar a indução foram fracassadas. Ou seja, a indução não é mais
legítima do que insights como gênese do conhecimento. Aliás, a própria
história da ciência mostra que nem sempre as grandes descobertas
foram realizadas por meio de induções. Arquimedes teve um insight
sobre a hidrostática ao entrar numa banheira. Kaukulé propôs a cadeia
cíclica do benzeno inspirado por um sonho de uma cobra mordendo o
própio rabo.

Em vista disto, fundamentar a ciência na indução não apenas carece de


base racional, mas impõe um limite ilegítimo à prática científica.

Introdução

Este artigo é a versão ampliada de um discurso feito no Congresso Mundial da Convenção de Hipnotizadores Profissionais em Las Vegas, Nevada.
Apesar deste documento ser protegido por direitos autorais contra duplicação para fins comerciais, neste caso, eu convido todos a fazerem cópias e
distribuí-las a amigos ou quaisquer pessoas que estejam em posição de divulgá-las.

Apesar de eu já ter sido entrevistado sobre o assunto em pequenas estações de rádio e TV, os meios de comunicação de larga escala repelem-no, já
que isso poderia levantar suspeita sobre eles próprios ou seus patrocinadores. Algumas agências governamentais também não querem que esse tipo
de informação seja largamente conhecido. Também não o querem os adeptos da Renovação Cristã.
Tudo que direi aqui vai apenas expor a superfície do problema. Não sei como o uso abusivo destas técnicas pode ser contido, e também não acho
que seja possível criar leis para controlar algo indetectável. E ainda, ao nos darmos conta de que os próprios legisladores usam essas técnicas,
passa a haver apenas uma tênue esperança de que sejam criadas leis regulamentando seu uso. Mas eu sei que o primeiro passo é gerar interesse
sobre o assunto. Neste caso, isso apenas poderia resultar de um esforço pessoal e isolado.

Ao falar sobre lavagem cerebral, estou falando de minha profissão. Eu conheço as técnicas como a palma de minha mão, e sei quão eficientes
podem ser. Produzo fitas de hipnose e programação subliminar e, em alguns de meus seminários, uso táticas de conversão para ajudar os
participantes a tornarem-se independentes e auto-suficientes. Mas todas vezes em que as uso, antecipadamente aviso a todos para que possam
escolher entre participar ou não. Todos sabem, ao participarem, qual será o resultado visado.

Antes de começar, quero expor os fatos fundamentalmente básicos sobre o assunto: ninguém, em toda a história da humanidade, ao sofrer lavagem
cerebral, veio a aperceber-se disso. Na maioria dos casos, após sofrerem-na, vão apenas defender apaixonadamente seus manipuladores, dizendo
que esses lhe “mostraram a luz” ou “mudaram suas vidas miraculosamente”.

O Nascimento da Conversão

“Conversão” é um eufemismo para “lavagem cerebral”.

Qualquer estudo sobre o assunto tem necessariamente de mencionar algo sobre a Renovação Cristã na América do século XVIII. Em 1735,
Jonathan Edwards descobriu as técnicas por acidente durante uma cruzada religiosa em Northampton, Massachusetts. Percebeu que induzindo
culpa e tensão, os “pecadores” presentes sucumbiam e submetiam-se completamente aos seus comandos. Edwards estava criando condições que
expunham o cérebro totalmente, deixando-o assim sujeito à reprogramação. Seu problema foi que essa nova programação era negativa. Num
discurso, uma vez ele disse “Você é um pecador! Está destinado ao inferno!”. O resultado foi que um indivíduo cometeu e outro tentou suicídio.
Os vizinhos dos convertidos suicidas confessaram que isso os afetou tão profundamente que apesar de já terem encontrado a “salvação eterna”,
também sentiam uma tentação obsessiva de dar um fim às suas próprias vidas.

Uma vez que um pregador ou manipulador induz o estado cerebral desejado, seus súditos estão à sua disposição. A nova programação, em forma
de sugestão, substituirá suas idéias antigas. Edwards, por não ter tornado sua mensagem positiva até o fim da conversão, fez com que muitos
aceitassem suas sugestões negativas e agissem imediatamente, ou desejassem agir.

Charles J. Finney foi outro Renovador Cristão que usou as mesmas técnicas quatro anos depois em conversões religiosas massificadas. As técnicas
estão sendo utilizadas ainda hoje na Renovação Cristã, mas também em cultos, treinamentos de potencial humano, reuniões de negócios e
inclusive no Exército dos Estados Unidos, para não mencionar o resto. A meu ver, a maioria dos pregadores não sabe que está usando técnicas de
lavagem cerebral. Edwards, no caso, simplesmente tropeçou numa que realmente funcionava, outros copiaram-na, e ela continuou sendo copiada
por mais de duzentos anos.

Quanto mais sofisticados nosso conhecimento e tecnologia ficam, mais eficiente a conversão. Acredito fortemente que essa é uma das principais
causas do aumento no fundamentalismo cristão, especialmente na sua versão televisionada, enquanto a maioria das religiões ortodoxas está
definhando.

As Três Fases Cerebrais

Os Cristãos podem ter sido os primeiros a utilizar com sucesso a lavagem cerebral, mas nós temos que nos voltar a Pavlov, o cientista russo, para
obtermos uma explicação científica. No começo do século XX, seus estudos com animais abriram a porta para investigações em humanos. Depois
da Revolução Russa, Lênin percebeu rapidamente as aplicações potenciais da pesquisa de Pavlov.

Três estados distintos e progressivos de inibição transmarginal foram identificados por Pavlov. O primeiro é a fase equivalente, em que o cérebro
da idêntica resposta a estímulos fortes ou fracos. O segundo é a fase paradoxal, nela o cérebro responde mais intensamente aos estímulos fortes
que aos fracos. O terceiro é a fase ultraparadoxal, onde padrões de respostas e comportamentos condicionados invertem-se de positivo para
negativo ou vice-versa.

Progressivamente, através de cada fase, o grau de conversão torna-se maior. Os meios para alcança-la são muitos e extremamente variados, mas o
primeiro passo a ser dado tanto para a lavagem cerebral religiosa quanto política, é enfocar e trabalhar nas emoções do indivíduo ou grupo até que
isso produza níveis anormais de raiva, medo, excitação ou tensão.

Como conseqüência, essa condição impede o discernimento claro e aumenta a sugestionabilidade. Quanto mais esse estado for mantido ou
intensificado, mais crescem seus efeitos. Uma vez atingida a catarse, ou “primeira fase mental”, a manipulação torna-se mais fácil, e assim as
programações mentais preexistentes podem ser substituídas por novos padrões de comportamento e pensamento.

Outras armas fisiológicas comumente usadas para modificar as funções cerebrais são o jejum, dietas radicais ou com excesso de açucares,
desconforto físico, técnicas de respiração, iluminação especial, efeitos sonoros, sugestões pré-programadas ao odor de incenso, etc. Atualmente, os
mesmos resultados dessas técnicas podem ser obtidos em tratamentos psiquiátricos por eletro-choque ou também abaixando propositalmente os
níveis de açúcar no sangue através de injeções de insulina.

Antes de explicar detalhadamente como algumas delas são aplicadas, gostaria de mencionar que táticas de conversão e hipnose são duas coisas
distintas, e que as de conversão são muito mais potentes. Entretanto, normalmente as duas se encontram misturadas, mas com grandes resultados.

Como Agem os Pregadores da “Renovação Cristã”


Se você gostaria de ver um Renovador Cristão em serviço, provavelmente haverá várias opções em sua cidade. Apenas vá a alguma igreja e sente-
se entre o meio e o fundo (preferencialmente no terceiro quarto). Alguma música repetitiva será tocada enquanto as pessoas organizam-se para
começar a cerimônia. Essas músicas repetitivas, com batidas idealmente oscilando entre 45 a 72 por minuto (um ritmo próximo ao do coração
humano), são muito hipnóticas e podem gerar estados alterados de consciência em uma alta porcentagem dos indivíduos, mesmo que mantenham
os olhos abertos. Uma vez que as ondas cerebrais alfa sejam predominantes, você torna-se no mínimo 25 vezes mais sugestionável do que no
estado beta de consciência.

A música sendo a mesma para todos os eventos realizados pela igreja, ou ao menos possuindo a mesma batida, vai induzir um estado mental
alterado quase imediatamente. Subconscientemente, o cérebro relembra-se de sua última experiência e responde entrando em transe
automaticamente.

Observe as pessoas aguardando o início da cerimônia. Muitas vão exibir sinais externos de transe: corpos relaxados e olhos levemente dilatados.
Normalmente, enquanto estão sentadas em suas cadeiras, começam a balançar suas mãos no ar para frente e para trás. Abrindo o evento,
provavelmente aparecerá o pastor-assistente, que costuma ser muito bem treinado na técnica da “voz cadenciada”.

Técnica da “Voz Cadenciada”

A “Voz Cadenciada” é um padrão, um estilo de fala ritmada usada por hipnotizadores para induzir transe. Ela é freqüentemente utilizada por
advogados, muitos dos quais são hipnotizadores altamente qualificados, e precisam dessa técnica para fortalecer a aparência de seus argumentos
nas mentes dos jurados. Na prática, um orador falando em “Voz Cadenciada” parece estar seguindo o ritmo de um metrônomo, como se
enfatizasse cada palavra num estilo monótono e padronizado. Idealmente são ditas cerca de 45 a 60 palavras por minuto, maximizando, desse
modo, o efeito hipnótico.

Agora – na igreja – começa o processo principal. Após induzir um estado alterado de consciência, passam a ter como objetivo gerar excitação e
expectativa na audiência. Comumente virá um grupo de jovens mulheres em vestidos “angelicais e puros” para cantar. Músicas Gospel são ótimas
para gerar excitação e envolvimento. No meio da canção alguma delas pode ser “acometida por um espírito” e cair no chão, ou reagir como se
estivesse sendo possuída pelo Espírito Santo. Isso aumenta muito eficientemente a tensão no ambiente. Nessa situação, táticas de conversão e
hipnose estão sendo misturadas e, como resultado, a audiência está totalmente absorta. O ambiente vai tornando-se cada vez mais e mais tenso.

Exatamente neste momento, quando o estado mental alfa foi atingido, passarão com a “cestinha de coleta”. Ao fundo da igreja o pastor assistente
com sua “Voz Cadenciada” provavelmente estará incitando os presentes dizendo – sempre cerca de 45 vezes por minuto – algo do tipo: “Dê a
Deus... Dê a Deus... Dê a Deus... Dê a Deus...”, e a audiência obedece. Pode ser que Deus não receba o dinheiro, mas seus ricos representantes
vão.

A seguir aparece o pregador “fogo e enxofre” induzindo medo e tensão, falando sobre o “demônio”, “ir ao inferno” ou a “proximidade do fim do
mundo”. No último encontro desse tipo em que fui, o pregador falava que em breve haveria apenas sangue saindo de todas as torneiras da Terra.
Ele também era obcecado com o “machado sangrento do divino”, que todos haviam “visto” na semana passada pendurado acima do púlpito. Não
tenho dúvida de que todos o viram, o poder da sugestão aplicado a centenas de pessoas em hipnose assegura que ao menos 10 a 25 por cento delas
veria qualquer coisa que ele dissesse estar lá.

Na maioria desses encontros, após o “testemunho ocular”, segue-se um sermão predominantemente baseado no medo. As pessoas da audiência
virão ao palco para contar suas histórias. “Eu era aleijado e agora posso andar!”, “Eu tinha artrite e agora ela se foi!”. É um tipo de manipulação
psicológica que realmente funciona. Depois de ouvir numerosos casos de curas milagrosas, as pessoas normais na platéia com problemas simples
estarão convictas de que podem se curar.

O lugar está carregado de medo, culpa, excitação e expectativas. Os que pretendem se curar freqüentemente se enfileiram e são guiados até a
frente. Pode ser que o pregador toque suas cabeças e grite “cure-se!”. Isso descarrega a energia psíquica e, em muitos, causa catarse, que é a
liberação de emoções reprimidas. Os indivíduos podem chorar, cair no chão ou até ter convulsões. E se a catarse realmente for atingida, há uma
boa chance de se curarem. Nesse estado – que é uma das três fases cerebrais mencionados anteriormente – as programações cerebrais são
“desativadas” temporariamente, e assim surge o ensejo para que novas sugestões sejam incutidas.

Para alguns a cura é permanente, para a maioria vai durar de 4 a 7 dias. Essa duração “coincidentemente” é quase a mesma de uma sugestão
hipnótica dada a um sonâmbulo. E mesmo que a cura não seja permanente, se voltarem toda semana, o poder da sugestão pode vir a solucionar o
problema, mas tristemente também pode acabar mascarando algo sério que em longo prazo pode ser extremamente prejudicial.

Para evitar confusões gostaria de deixar claro que não classifiquei todas as curas como fraudes. Algumas não são. Talvez o indivíduo estivesse
pronto para livrar-se da negatividade que causara o problema, talvez tenha sido Deus. Entretanto, todas essas curas podem ser plenamente
explicadas com o conhecimento atual sobre o funcionamento da mente humana.

As técnicas e a organização das cerimônias vão variar de igreja para igreja. Muitos falam em outras línguas para induzir a catarse em alguns
indivíduos, enquanto o espetáculo cria imensa tensão no resto de seus observadores. As técnicas hipnóticas usadas pelas religiões são muito
sofisticadas e profissionais do ramo estão se certificando de que eles se tornem cada vez mais eficientes.

Um homem em Los Angeles está projetando, construindo e reformando muitas igrejas pelo país. Ele também instrui os ministros sobre essas
técnicas e ensina-os a utiliza-las. Segundo suas estatísticas, o número de congregações e o fluxo monetário dobrarão se suas instruções forem
seguidas. Entretanto, ele admite: 80% de seus esforços incidem sobre iluminação e acústica.

Acústica e iluminação apropriadas são de importância vital na indução de estados alterados de consciência. Eu tenho as usado por anos em meus
seminários, mas, entretanto, todos os participantes estão cientes disso.
Seis Técnicas de Conversão

Organizadores de cultos e treinamentos de potencial humano estão sempre procurando por novos adeptos, e para que tenham sucesso na
conversão, é preciso induzir uma fase cerebral. Freqüentemente isso tem de ser feito em um curto período de tempo, um fim de semana, ou mesmo
um dia.

O encontro geralmente acontece em um local onde os participantes ficam isolados do mundo exterior. Uma casa, um estabelecimento na zona rural
ou mesmo um hotel. Nesses cursos, será feito um longo discurso sobre a importância de “honrar os contratos e promessas” na vida. Alegam que se
não cumprirem o que dizem, suas vidas nunca darão certo. A responsabilidade, a princípio, é uma qualidade, mas os manipuladores estão
subvertendo algo com valor positivo para seus próprios fins egoístas.

Os participantes, então, juram a si mesmos e aos seus “instrutores” manter seus acordos. Quem não quiser aceitar o acordo será coagido a fazê-lo
ou então terá de deixar o grupo. A próxima etapa é concordar em fazer o curso na sua totalidade; isso assegura uma alta porcentagem de
conversões. Também terão de concordar sobre a abstenção do uso de drogas, tabaco e por vezes até de comer, ou então os intervalos dados para
alimentação serão tão curtos que na verdade acabam por aumentar ainda mais a tensão. O verdadeiro motivo de toda essa insistência em “manter
os acordos” é alterar a fisiologia normal do corpo, gerando ansiedade e, com alguma “sorte”, uma disfunção nervosa que, por sua vez, aumenta o
potencial de conversão.

Antes que o encontro se encerre, serão relembrados seus “acordos”, e assim irão ter de procurar por novos adeptos como prometido. Por ter sido
tão enfatizada a importância de se “manter a palavra”, os recém-convertidos tentarão forçar todos os seus conhecidos a fazer o curso. Dizem para
apenas assistirem uma sessão introdutória grátis. Claramente podemos perceber que se tornaram fanáticos. De fato, no âmbito dos treinamentos e
cursos de desenvolvimento de potencial humano, o maior e mais bem-sucedido ramo é “venda através do fanatismo”.

Há pelo menos um milhão de pessoas graduadas nesse tipo de treinamento. Dessas, uma boa porcentagem foi deixada com um “botão de ativação”
para assegurar lealdade ao seu “guru” se ele vier a precisar. Pense nas implicações políticas potenciais contidas em centenas de milhares de
fanáticos programados para defender seus “mestres”.

As seis técnicas seguintes são mais usadas nessas conversões.

Primeira Técnica. Esteja alerta caso uma dessas organizações ofereça sessões de “manutenção” após o curso principal. Podem ser encontros
semanais ou novos cursos lecionados periodicamente. Tentarão convencê-lo a participar dessa “manutenção” para manter controle sobre seus
“aprendizes”. Assim como souberam os Renovadores Cristãos, eles também sabem que para haver sucesso em manipulações de longo prazo é
imprescindível que existam sessões de “manutenção” posteriores à conversão.

Segunda Técnica. Outra evidência de que táticas de conversão estão sendo utilizadas são as “atividades” que causam fadiga física e/ou mental.
Consegue-se isso normalmente ao deixar os participantes tão ocupados por longos períodos de tempo que não têm tempo para refletir ou pensar
sobre o que estão fazendo/ouvindo.

Terceira Técnica. Essa categoria, dizendo de modo simples, engloba todas técnicas usadas para aumentar a tensão no ambiente.

Quarta Técnica. Insegurança. Eu poderia passar horas descrevendo várias técnicas usadas para gerar insegurança. A maioria dos participantes tem
grande receio de que seus “treinadores” o coloquem no centro das atenções frente ao grupo. Uma das práticas mais comuns é levar os participantes
a relatar seus segredos íntimos, e normalmente também são constrangidos a participar de atividades que enfatizem a “remoção de suas máscaras”.

Em um desses cursos, colocava-se um participante num palco de frente a todos os outros enquanto era verbalmente atacado pelos seus instrutores.
Uma pesquisa feita alguns anos atrás mostrou que a fobia mais comum entre as pessoas é falar em público. Esse medo estatisticamente é ainda
maior do que lavar o exterior de uma janela no 85o de um prédio.

Levando isso em conta, pode-se imaginar a insegurança e o pavor gerados. Boa parte sucumbe, mas a maioria enfrenta essas situações de estresse
extremo simplesmente “fugindo” mentalmente. Eles literalmente entram em alfa, o que os torna automaticamente muito mais sugestionáveis do
que normalmente seriam. Essa situação representa mais um passo no caminho da conversão.

Quinta Técnica. Um outro traço típico é o uso de jargões ou neologismos que apenas tenham significado aos participantes do curso. Linguagem
capciosa, depravada e/ou confusa também é usada propositalmente para causar constrangimento

Sexta Técnica. Mais um sintoma do uso das técnicas de conversão é evitar o humor, ao menos até serem convertidos. Após isso, o divertimento e
humor são altamente visados por serem símbolos da nova “felicidade” que os participantes supostamente teriam encontrado.

Eu não diria que esses encontros são totalmente inúteis, talvez possam ter algum resultado positivo, mas acho importante saber o que está
acontecendo, mantermo-nos atentos ao que está sendo feito por detrás das aparências. Se tivermos consciência plena dos fatos, podemos discernir
mais claramente se esse tipo de situação é ou não de nosso interesse.

Ao longo dos anos, conduzi seminários para ensinar pessoas a se tornarem hipnotizadoras, instrutoras e conselheiras. Muitas delas, após assistirem
meus cursos e utilizarem as técnicas ensinadas, me procuravam e faziam a seguinte pergunta: “Estou aqui porque realmente suas técnicas
funcionam, mas não entendo por que”. Após explicar como e por que funcionavam, muitas acabaram saindo do ramo ou então decidiram abordar
as coisas de maneira diferente, enfatizando um modo de agir mais afetuoso e sincero. Várias delas se tornaram amigas íntimas, e mesmo que
sejamos especialistas, também é assustador para nós o sentimento de poder experimentado frente a um microfone em uma sala cheia de pessoas.
No entanto, apenas adicionando um pouco de ousadia e carisma, podemos ter a certeza de que haverá uma grande porcentagem de conversões. A
triste verdade por detrás disso é que esta alta porcentagem se deve ao fato de esses espectadores serem “crentes cegos”, pessoas que querem livrar-
se de seu poder, de sua liberdade.

Cultos, treinamentos e cursos dessa espécie oferecem ocasiões ideais para se observar em primeira mão o que tecnicamente se chama “Síndrome
Stockholm”. Ela é o estado no qual aqueles que foram intimidados, controlados ou torturados começam a amar, admirar ou até mesmo desejar
sexualmente seus manipuladores.
Deixe-me alerta-los de uma coisa: se você acha que pode participar de tais encontros sem ser afetado, provavelmente está enganado. Um exemplo
perfeito é o caso de uma mulher que foi estudar Voodoo no Haiti. Em seu relatório, explicava como a música induzia estados alterados de
consciência e movimentos incontroláveis do corpo. Apesar de entender esse processo – e por isso imaginar-se imune –, quando começou a sentir-
se vulnerável à música, tentou fugir e lutar. Nesses casos, ódio e resistência praticamente garantem o sucesso da conversão. Poucos momentos
depois estava possuída pela música e começou a dançar em transe pelo local. Uma fase cerebral havia sido induzida pela música e excitação, e
devido a isso ela acordou sentindo-se “renovada”. Portanto, vemos que lutar não é a solução. O único modo de tentar evitar a conversão é
permanecer neutro, não permitir que emoções positivas ou negativas venham à tona, mas poucas pessoas são capazes disso.

Antes de continuar, vamos voltar ao assunto das seis técnicas de conversão.

Gostaria de dizer algo sobre o governo dos Estados Unidos e seus acampamentos militares. Os fuzileiros navais falam sobre “demolir” os homens
antes de “reconstruí-los”. Bem, na verdade, é exatamente o que fazem. Do mesmo modo que os cultos “demolem” as pessoas e voltam a
“reconstruí-las” como “conformadas e felizes vendedoras de flores”, o Exército as reconstrói como “soldados”. Todas as seis técnicas de
conversão são utilizadas nos acampamentos militares. Eu entendo as necessidades da vida militar, por isso não estou julgando isso como bom ou
ruim, apenas afirmo que pessoas estão sofrendo Lavagem Cerebral, isso é fato. Aqueles, no exército, que se não se submeterem, serão dispensados
ou passarão grande parte de seu tempo em atividades de segunda importância.

Processo de Decognição

Uma vez bem-sucedida a conversão, os cultos, exércitos e grupos similares não podem permitir que exista deliberação entre seus membros. Eles
devem responder aos comandos e fazer exatamente o que lhes foi incumbido, do contrário o controle organizacional seria comprometido. Na
maioria dos casos, conseguem isso utilizando um processo trifásico de decognição.

Primeiro passo: comprometer a atenção e vigilância. Os manipuladores esforçam-se para causar disfunções nervosas, tornando difícil distinguir
entre fantasia e realidade. Isso pode ser feito de vários modos. Uma dieta pobre ou mal balanceada é um deles. Por exemplo, biscoitos e “Kool-
Aid”. Todos sabemos que açúcar diminui a vigilância. Outra versão mais sutil é a “dieta espiritual” utilizada em muitos cultos, na qual só se
comem frutas e vegetais, abstendo-se de grãos, nozes, lacticínios e carnes. Dietas desse tipo deixam as pessoas “avoadas”. Sono inadequado é
outro fator essencial na redução da vigilância, especialmente quando combinado com longas horas de trabalho ou intensa atividade física.
Analogamente, bombardeando-os com experiências intensas e únicas, chega-se ao mesmo resultado.

Segundo passo: confundir. Aqui você é mentalmente sobrecarregado ao mesmo tempo em que sua vigilância está comprometida. Consegue-se isso
injetando muitas informações novas, como leituras, grupos de discussão e também normalmente o manipulador satura a mente dos indivíduos com
questões. Durante essa fase da Decognição, realidade e ilusão facilmente se misturam, e com isso argumentos embasados numa lógica distorcida
podem vir a ser aceitos sem maiores questionamentos.

Terceiro passo: suprimir o pensamento. São técnicas usadas para superficializar a mente. O procedimento é basicamente focar toda a atenção em
algo muito simples, o que conseqüentemente gera calma e tranqüilidade. Por períodos longos, isso origina sentimentos de elevação e às vezes
alucinação. O pensamento, assim, é fortemente suprimido e, na verdade, se essa atividade for feita por tempo suficiente, resultará na interrupção
total do pensar, apagando temporariamente tudo e todos da mente, com exceção do que o controlador sugerir que seja mantido. Nessa situação a
tomada de controle está efetivada.

É importante salientar que quando ensinam as técnicas de “supressão do pensamento” aos membros de um curso, além de omitirem seus
verdadeiros efeitos fisiológicos, também dizem que há muitos benefícios em seu uso: serão “iluminados” e se tornarão “melhores soldados”.

Existem três técnicas principais usadas na supressão do pensamento.

A primeira é a “marcha”. Trata-se de uma batida musical apropriada que literalmente gera a auto-hipnose e assim suscetibiliza a pessoa à sugestão.

A segunda é a meditação. Se você passar uma hora e meia por dia meditando, poucas semanas depois haverá uma grande chance de não retornar
ao estado beta de consciência novamente, continuando permanentemente em alfa enquanto continuar com as sessões diárias de meditação. Isso não
é essencialmente ruim, se a meditação for feita sozinha, pode vir a ser muito benéfica, mas não deixa de ser um fato que a conseqüência disso tudo
é apenas a superficialização da consciência.

Eu testei a atividade neural de meditadores, e os resultados obtidos foram conclusivos: quanto mais se medita, mais superficial a consciência se
torna. E caso o procedimento seja feito por tempo suficiente e combinado com a decognição, todo o pensar cessa.

Alguns grupos espirituais alegam se tratar do “nirvana”, mas a meu ver essa explicação é um engodo. Pois esse estado não passa, simplesmente, de
um resultado psicológico previsível. Penso ainda que se o céu na terra é “superficializar-se” e “alienar-se”, então por que ainda continuamos com
nossas “vidas horríveis” (leia-se “cheias de reflexão”) se podemos ter o “nirvana”.

A terceira técnica é o canto. Comumente utilizado em conjunto com a meditação.

As três técnicas mencionadas acima causam um estado alterado de consciência. Podem, é claro, ser muito benéficas se você estiver comandando o
processo, porque assim controla também as finalidades. Eu pessoalmente uso a programação por auto-hipnose pelo menos uma vez ao dia, e sei
quão beneficial ela é para mim. Mas sempre é bom manter em mente que o uso muito freqüente dessas técnicas pode fazer com que se permaneça
no estado alfa continuamente, e apesar de que isso aumenta o relaxamento e bem-estar, também nos torna mais sugestionáveis.

Crentes Cegos & Movimentos Coletivizados

Antes de fechar o assunto “conversão”, gostaria de falar sobre as pessoas mais suscetíveis a ela e também sobre os Movimentos Coletivizados.
Tenho plena convicção de que pelo menos um terço da população mundial se enquadra perfil que Eric Hoffer denomina “Crentes Cegos”. São
literalmente seguidores cegos, pessoas que querem livrar-se de seu poder. Elas procuram por respostas, significados e iluminação em coisas
externas a si mesmas.

Hoffer diz em seu livro “O Crente Cego” (um clássico sobre o assunto) que “essas pessoas não pretendem conseguir fortalecimento ou auto-
afirmação, mas apenas fugir de si mesmas, dando o controle de suas vidas a outrem. São seguidoras não porque procuram auto-superação, mas, na
verdade, porque anseiam a auto-renúncia!”. Hoffer também diz que os Crentes Cegos “são eternamente incompletos e inseguros”.

Aprendi tudo isso por experiência própria. Ao longo dos anos em que passei ensinando técnicas e conduzindo treinamentos, defrontei-me com
essas pessoas constantemente. Tudo que podia fazer era tentar mostrar que a única coisa a ser procurada é o autoconhecimento, que devem
encontrar suas respostas apenas em si mesmas. Mas quando eu explicava que a base da espiritualidade é a responsabilidade consigo mesmo e o
autoconhecimento, respondiam: “você não é espiritual”, e saiam a procura de outra pessoa que lhes desse o dogma que desejavam.

Nunca subestime o perigo que essas pessoas representam. Elas podem ser facilmente transformadas em fanáticas que defenderão a ferro e fogo
suas “causas sagradas”. Isso se dá porque essas “causas sagradas” na verdade substituem a fé que perderam em si mesmas. A maioria dos
moralistas também é formada por “crentes cegos”. Facilmente encontramo-los em cultos, igrejas, comércio, grupos sociais e também na política,
constituindo o segmento fanático dessas organizações.

Praticamente todos Movimentos Coletivizados possuem um líder carismático para servir de guia. Os fanáticos querem converter todos ao seu
ponto de vista, e se necessário procurarão por leis existentes ou tentarão criar novas para chegar ao seu objetivo. Isso fica evidente ao vermos os
esforços dos políticos moralistas.

É essencial para o sucesso dos Movimentos Coletivizados que todos possuam um ódio, inimigo ou “demônio” em comum. Os Renovadores
Cristãos, apesar de terem Satã como seu “inimigo”, não acharam isso suficiente: incluíram na lista também os ocultistas, pensadores modernos e
recentemente todos aqueles que se opõem à integração do Estado com a Igreja, como deixaram claro em suas campanhas políticas. Quando há
revoluções, o “demônio” costuma ser o poder vigente ou a aristocracia.

Alguns movimentos organizam-se de uma forma mais inteligente, por isso não pedem diretamente que seus “graduados” tomem partido em seu
favor, porque isso os colocaria na posição de “líderes fanáticos”, mas se você olhar de perto verá que, de um modo dissimulado, seus “demônios”
são todos aqueles que não fizeram o “curso”.

Também existem os movimentos sem os “demônios”, mas eles raramente tomam grande porte. A grande maioria dos “crentes cegos” pode ser
dividida em três classes: 1) as pessoas inseguras; 2) as mentalmente desequilibradas; 3) as “solitárias”, sem esperanças e amigos.

De qualquer modo, o fato é que as pessoas não precisam de aliados quando seu objetivo é amar, mas apenas quando odeiam ou se tornam
obcecadas por algo. Esses obstinados que desejam uma “vida nova” ou uma “nova ordem” acham que os modos atuais de vida devem ser
extirpados antes que possam começar a construir seu “mundo ideal”.

Técnicas de Persuasão

Tecnicamente, a persuasão não é lavagem cerebral, mas apenas um modo convencer outro indivíduo sem que ele tenha plena consciência do que
causou a sua mudança de opinião. Vou apenas introduzi-los a algumas das centenas de técnicas utilizadas atualmente, cuja essência é conseguir
acesso ao lado direito do cérebro.

O lado esquerdo do cérebro é analítico e racional, o direito é criativo e imaginativo. Isso está extremamente simplificado, mas, por hora, é só que
precisamos saber sobre o funcionamento cerebral. O processo inicial para efetivar a persuasão gira em torno da idéia de distrair e manter ocupado
o lado esquerdo do cérebro. Numa situação ideal, os manipuladores induziriam um estado alterado de consciência – com os olhos abertos –
fazendo com que você passe do estado beta para o alfa.

Vou apresentar um exemplo de como distrair o cérebro esquerdo. Políticos usam essas técnicas o tempo todo; advogados utilizam muitas de suas
variações, e chamam isso de “apertar o cerco”.

Suponha por um momento estar assistindo um político discursar. A primeira parte desse discurso é a “axiomática”. Ele tentará condicionar os seus
ouvintes a concordar com tudo o que diz fazendo afirmações indiscutivelmente verdadeiras. Às vezes, durante essa parte, as pessoas até balançam
suas cabeças em sinal de concordância. A próxima etapa é a dos “truísmos”. São verdades discutíveis, mas uma vez que o político já possui o
assentimento da audiência, é muito improvável que eles parem para pensar independentemente, e deste modo continuarão a concordar. Por último
vem a “sugestão”. É a parte na qual o político diz o que você deve fazer, pois admitindo que se tenha concordado com todo o discurso, essa
sugestão poderia facilmente vir a ser aceita. Prestando-se atenção no discurso abaixo, ver-se-á que as três primeiras sentenças são “axiomas”, as
próximas três são “truísmos” e a última uma “sugestão”.

“Senhoras e senhores, vocês estão revoltados com os altos preços dos produtos alimentícios? Estão cansados do preço astronômico da gasolina? E
também da inflação fora de controle? Bem, vocês todos sabem que o outro partido permitiu que a inflação chegasse a 18% ano passado; também
devem saber que o crime aumentou 50% no país nos últimos 12 meses. Ainda por cima, seus salários mal estão cobrindo as despesas. A resposta
para todos esses problemas é eleger John Jones para o Senado Estadunidense.”

Imagino que você já tenha ouvido tudo isso, mas mantenha-se atento às chamadas “reações inconscientes”. Exemplo: o orador faz um gesto com a
mão esquerda ao mesmo tempo em que diz uma certa palavra chave. Pesquisas demonstraram que isso tende a afetar a parte direita do cérebro. Os
políticos hoje em dia são altamente treinados por especialistas do ramo da neurolingüística, que lançam mão de todas as técnicas – tanto antigas
quanto novas – que ajudem a persuadir os eleitores a votar em seus candidatos.

Os conceitos e técnicas da neurolingüística são tão pesadamente protegidos que apenas falar sobre eles publicamente ou em artigos pode vir a
resultar em processos legais. Ainda assim, treinamentos na área estão prontamente disponíveis a qualquer um disposto a pagar o preço. Ela é um
dos métodos mais sutis e poderosos de manipulação que já conheci. Uma amiga minha que recentemente participou de um seminário de duas
semanas sobre neurolingüística notou que a maioria dos presentes eram políticos.

Uma outra técnica extremamente ardilosa chama-se “Técnica da Fachada”. Basicamente ela consiste em dizer uma coisa com as palavras, mas
deixar outra impressão subconsciente na mente dos ouvintes. Deixe-me exemplificar: imagine-se assistindo televisão, e então ouvindo o
comentador dizer o seguinte: “O senador Johnson está ajudando as autoridades locais a limpar os estúpidos erros das companhias que contribuem
para o problema do lixo nuclear”. Isso parece possuir caráter apenas informativo, mas se o comentador enfatizar a palavra certa, e especialmente se
fizer a gesticulação adequada, poderia passar a inconsciente impressão de que o Senador Johnson é estúpido. A ironia é que mesmo se essa fosse a
intenção original do comentador, ainda assim não poderia ser acusado de nada.

Técnicas de persuasão são freqüentemente usadas em menor escala, mas com a mesma eficiência. O vendedor de seguros sabe que venderá mais se
conseguir fazer com que seus clientes concebam na mente a imagem que ele quer passar. Isso é comunicação pelo lado direito do cérebro. Por
exemplo, no meio de uma conserva, o vendedor de seguros para, olha para sua sala, e pergunta: “você consegue imaginar sua casa maravilhosa
pegando fogo?” É claro que você consegue! Isso é um medo inconsciente, e quando ele lhe força a imaginar isso, provavelmente o deixará
propenso a assinar o contrato proposto.

Os Hare Krishnas, que operam em todos aeroportos, usam a técnica que eu denomino “choque e confusão” para distrair o lado esquerdo do cérebro
e assim abrir uma linha de comunicação direta com o lado direito.

Enquanto eu esperava pelo avião, uma vez assisti um deles por mais de uma hora. Sua técnica consistia em quase pular na frente de alguém
falando em voz alta pedindo que comprasse um livro e contribuísse com dinheiro para sua causa. Quando as pessoas estão chocadas, facilmente
sucumbem à pressão. Neste caso, elas foram chocadas pela inesperada aparição de um devoto Hare Krishna falando em voz alta. Em tais situações,
as pessoas passam, por segurança, ao estado mental alfa; assim evitam confrontar a realidade que os assusta. E já que no estado alfa se tornam
altamente sugestionáveis, reagem aceitando o livro; no mesmo momento em que o fazem, sentem culpa; livram-se dela aceitando a segunda
sugestão: dar dinheiro. Isso acontece porque todos estamos condicionados à idéia de que se alguém nos dá algo, nós temos que dar algo em troca e,
no caso, o algo é dinheiro. Eu estava perto o suficiente do devoto para perceber que, enquanto ele “trabalhava”, as pessoas abordadas por ele
apresentavam um sinal externo do estado alfa: suas pupilas estavam dilatadas.

Programação Subliminar

Subliminares são mensagens ocultas que apenas o subconsciente percebe. Podem ser sonoras, escondidas em uma música; também visuais, na
forma de imagens esboçadas tão rapidamente que não há como percebê-las conscientemente; ou então incorporadas de modo astucioso a uma foto
ou desenho.

A maioria das fitas de áudio usadas na programação subliminar é feita de sugestões verbais gravadas em freqüências muito baixas. Eu acho essa
técnica questionável, porque se as sugestões subliminares não são perceptíveis aos sentidos, não podem surtir efeito algum. Todos sabemos que
qualquer coisa gravada abaixo da amplitude audível dos seres humanos é inútil.

A técnica de programação subliminar em áudio mais antiga consiste em uma voz que segue o tom da música, e assim se torna indetectável sem um
equalizador paramétrico. Mas ela é patenteada, e quanto eu quis desenvolver minha própria linha de fitas de áudio com programações
subliminares, não tive sucesso negociando com os possuidores da patente. Meu advogado, então, obteve cópias das patentes, as quais eu dei a um
talentoso engenheiro do ramo e pedi a ele que criasse uma nova técnica. Foi encontrado um modo de sintetizar e modificar psico-acusticamente as
mensagens para que fossem reproduzidas na mesma freqüência da música, desse modo aparentando ser parte dela. Percebemos que usando essa
técnica fica impossível reduzir as outras freqüências para possibilitar a detecção da programação subliminar mascarada. Em outras palavras, apesar
de as sugestões estarem sendo ouvidas pelo subconsciente, não podem ser detectadas nem mesmo com o equipamento mais sofisticado.

Se para nós inventar uma técnica nova foi tão fácil, vendo a tecnologia atual e todo o capital aplicado em publicidade, apenas fico a imaginar quão
desenvolvidas essas técnicas devem estar atualmente. Assusto-me só de pensar sobre toda a propaganda e manipulação comercial a que somos
expostos diariamente. Simplesmente não há como saber o que está por detrás da música que ouvimos. É até possível esconder uma segunda voz
atrás da principal.

As informações levantadas por Wilson Bryan Key documentam o uso mal-intencionado da programação subliminar em comerciais e campanhas
políticas, mas especialmente em jornais, revistas e posters.

A grande questão é: programação subliminar realmente funciona? Eu respondo e garanto: sim, funciona. Digo isso não apenas baseado nos relatos
dos que ouviram minhas fitas, mas também porque vi os resultados obtidos por essas programações no departamento musical. Supostamente a
única mensagem mascarada nas músicas seria “Não roube”: após nove meses o departamento de uma rede de lojas constatou uma redução de 37%
nos roubos.

O Laboratório de Psicofisiologia Cognitiva na Universidade de Illinois, em 1984, publicou um artigo num boletim informativo chamado “Cérebro-
Mente” afirmando que cerca de 99% de nossa atividade cognitiva poderia ser inconsciente. O extenso artigo termina fazendo a seguinte afirmação:
“Essas descobertas sustentam que o uso da programação subliminar é tão eficiente quanto a hipnose terapêutica, programação neurolingüística ou
sugestões gravadas em áudio”.

Manipulação em Massa

Poderia relatar muitos casos para sustentar a eficiência da programação subliminar, mas prefiro usar o tempo para alertá-los sobre modos ainda
mais sutis em que essa programação é empregada.

Pessoalmente compareci a um auditório com mais de 10 mil pessoas reunidas para assistir uma palestra. Vinte minutos após entrar no local,
percebi que estava oscilando entre estados de consciência. Meu acompanhante percebeu a mesma coisa, e por sermos profissionais da área,
estávamos cientes do que aquilo significava.
Através de uma observação cuidadosa, chegamos à conclusão de que as demonstrações aparentemente espontâneas eram, na verdade, hábeis
manipulações. Neste ambiente, o único modo que consegui imaginar para induzir transe em pessoas com olhos abertos seria ressoar uma vibração
sonora de 6 ou 7 ciclos por segundo e mascara-la com o ruído do ar condicionado. Essa vibração em particular leva ao estado alfa de consciência.

Dez a 25 por cento da população é passível de induções a estados de consciência sonambúlicos. Para essas pessoas, a sugestão do orador, se não
representar perigo a elas mesmas, tem grande potencial de ser aceita como um “comando”.

Vibrato

Isso nos leva a mencionar o Vibrato, um efeito tremular utilizado em vocais ou músicas instrumentais. Sua freqüência induz estados alterados de
consciência. Em um certo período da história inglesa, os cantores cujas vozes possuíssem o vibrato pronunciado eram proibidos de cantar em
público porque os ouvintes entravam em estados alterados e tinham fantasias, muitas das quais eram de natureza sexual.

Pessoas que gostam de opera ou cantores como Mario Lanza, estão familiarizadas com esse estado de consciência.

Ondas de Freqüência Extrabaixa (ELF)

Levando esse alerta um pouco mais adiante, menciono aqui as OFE. Um dos primeiros usos dados a essa onda de natureza eletromagnética foi a
comunicação entre submarinos. Dr. Andrija Puharich, um respeitadíssimo pesquisador, organizou um experimento na tentativa de advertir os
oficiais do Estados Unidos sobre o uso que os russos estavam fazendo dessas ondas.

Os voluntários foram conectados a aparelhos para que suas fases cerebrais fossem monitoradas. Após isso, foram colocados em uma sala de metal,
impenetrável a sinais comuns. Dr. Puharich então irradiou OFE nos voluntários. Esse tipo de onda atravessa facilmente a terra, e obviamente
também passou através do metal. Para os que estavam dentro da sala era impossível saber se o sinal estava ou não sendo enviado. Após o
experimento, através do registro da atividade neural dado pelos equipamentos, Dr. Puharich constatou que 30 por cento dos que estavam dentro da
sala após 6 a 10 segundo haviam sido “dominados” pelas OFE.

Quando eu digo “dominados”, quero dizer que seus comportamentos seguiram exatamente o previsto para cada freqüência específica. Ondas com
menos de 6 ciclos por segundo os tornaram emocionalmente perturbados, até causando disfunções corporais. Ondas com 8.2 ciclos/segundo
faziam-los sentirem-se inebriados, como se estivessem em alguma espécie de meditação sublime, que levaria anos para ser aprendida. As ondas de
11.3 ciclos por segundo induziram um comportamento depressivo e ansioso, o que resultou em uma conduta revoltosa.

O Neurofone

Dr. Patrick Flanagan, um amigo pessoal, no começo dos anos 60, quando ainda era apenas um adolescente, foi listado como um dos maiores
cientistas do mundo pela revista “Life”. Entre as muitas de suas invenções, havia um dispositivo chamado “Neurofone”. Um instrumento
eletrônico capaz de programar sugestões através da pele. Ao tentar patenteá-lo, o governo dos Estados Unidos exigiu a prova de que realmente
funcionava. Após tê-lo provado, a Agencia de Segurança Nacional confiscou o Neurofone. Patrick perdeu cerca de dois anos em batalhas judiciais
para conseguir sua invenção de volta.

Ao usar o dispositivo, não se ouve ou vê nada; ele envia mensagens através da pele que, segundo Patrick, é capaz de uma sensibilidade muito
especial por possuir mais sensores de calor, toque, dor, vibração e campos elétricos que qualquer outra parte do corpo.

Em um de seus testes mais recentes, organizou dois seminários idênticos para espectadores militares. Devido ao grande número de indivíduos, o
auditório não era grande o suficiente acomodar todos ao mesmo tempo, então o primeiro seminário seria feito numa noite e o outro na
subseqüente.

Ao ver que o primeiro grupo se mostrou frio e indiferente, Patrick passou o próximo dia fazendo uma fita especial para utilizar no segundo
seminário. A intenção era que a fita instruísse-os a serem cordiais e receptivos, e também para que sentissem um “formigamento” nas mãos. Ela
foi reproduzida através do neurofone, que estava conectado a um fio colocado ao longo do teto do auditório. Não havia alto-falantes e nenhum
ruído podia ser ouvido, mas, ainda assim, a mensagem foi transmitida do fio diretamente aos cérebros da audiência, que respondeu de acordo com
a programação: tornaram-se cordiais e receptivos, suas mãos formigaram e também reagiram de outros modos que não podem ser mencionados
aqui.

Quanto mais descobrimos sobre o funcionamento do corpo, mais aprendemos a controlar os seres humanos. O mais assustador é saber que os
meios para essa “dominação coletiva” já existem. As televisões em sua sala e quarto estão fazendo algo mais que apenas entretê-lo.

Antes de continuar, vou explicar mais uma coisa sobre os estados alterados de consciência. Neles, passamos a utilizar o lado direito do cérebro, o
que resulta na liberação dos opiáceos naturalmente contidos no corpo: encefalinas e beta-endorfinas. Substâncias que são quimicamente quase
idênticas ao ópio. Em outras palavras: você se sente bem e vai querer mais.

Testes recentes feitos pelo pesquisador Herbet Krugman mostraram que, ao assistir televisão, a atividade do lado direito do cérebro é maior numa
proporção de 2 para 1. Dizendo de modo mais claro, os espectadores estavam num estado alterado de consciência. Durante o tempo em que
passaram vendo TV estavam predominantemente em transe. E isso significa que estavam recebendo a “recompensa” de beta-endorfinas.

No intuito de medir a intensidade da atenção dos telespectadores, o psicofisiologista Thomas Mulholland do Hospital de Veteranos em Bedford,
Massachusetts, conectou alguns jovens voluntários a um dispositivo que desligava a televisão automaticamente ao detectar que as ondas alfa se
tornavam preponderantes em seus cérebros. Apesar de dizer para se concentrarem, apenas alguns conseguiram manter a televisão ligada por mais
de 30 segundos.

Se a maioria dos telespectadores já está hipnotizada, aprofundar o transe é fácil. Um método simples é colocar uma imagem em branco a cada 32
quadros do filme sendo projetado. Isso cria uma pulsação rítmica de 45 ciclos por segundo que apenas é detectada pela mente subconsciente (o
lugar ideal para induzir a hipnose profunda). Os comerciais que forem trabalhados em suas características para induzir o estado alfa têm uma
probabilidade muito maior de serem aceitos pela audiência. A alta porcentagem de telespectadores passível de indução a estados de consciência
sonambúlicos pode muito bem vir a aceitar as sugestões ou comandos desde que não contrariem sua moral, religião ou integridade.

A oportunidade para tomar o controle sobre a população está bem aqui: aos 16 anos uma criança já passou de 10 a 15 mil horas assistindo
televisão, e isso é mais tempo do que passa na escola! Em média, as TVs permanecem ligadas por volta de 6 horas e 44 minutos por dia, o que
representa um aumento de 9 minutos em relação ao ano passado e de três vezes em relação à média dos anos 70. Obviamente não há perspectiva
de melhora. Estamos nos transformando em um “mundo alfa”, muito parecido com o proposto por Orwell em 1984: plácido, transparente e
obediente.

Em uma pesquisa feita por Jacob Jacoby, psicólogo da Universidade de Purdue, constatou-se que 90% das pessoas não entendiam completamente
nem a mensagem de um comercial simples. O telespectador típico, um minuto após ter assistido um programa, acerta apenas 13 de 36 perguntas
sobre o que acabou de ver. Resultado facilmente previsível, pois ele estava entrando e saindo de transe! Em transe profundo, você deve ser
especificamente instruído para lembrar-se dos acontecimentos, do contrário esquece-os automaticamente.

Epílogo

Neste artigo apenas toquei a ponta do iceberg. Ao começar a pensar nas possibilidades de combinação entre mensagens subliminares em músicas e
imagens, efeitos visuais hipnóticos, músicas com batidas indutoras de transe, chega-se a inúmeras fórmulas extremamente eficientes para perpetrar
lavagem cerebral. A cada hora na frente da TV você se torna mais e mais condicionado. E caso pense “deve haver alguma lei para controlar esse
tipo de coisa”, enganou-se. Não há! Existe muita gente poderosa que obviamente prefere as coisas exatamente como estão. Talvez estejam
planejando algo?

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