Tema 2 - Conhecimento e Método Científico

PROFNIT – Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação
PROFNIT04 – Metodologia da Pesquisa Científico-Tecnológica e Inovação (MET)

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(2) Conferir a lista de PERMISSÃO em http://www.profnit.org.br/pt/material-didatico.
TEMA 2
Conhecimento e método científico
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Conteúdo Programático
Noções de ética e discussão dos seus múltiplos usos na profissão, nas organizações e na
1
sociedade. Inter-relacionamento da ética com ciência, tecnologia e inovação.
2 Conhecimento e método científico.
3 Tipos de metodologias de pesquisa.
4 Estrutura do trabalho científico.

Metodologia de pesquisa em acervos físicos e virtuais: títulos, base de dados, periódicos, eventos,
5
etc.
Metodologia de pesquisa em acervos físicos e virtuais: patentes, marcas, desenhos industriais.
6
Confiabilidade da informação. Usos potenciais da informação. Sites de busca. Estudos de caso.
Metodologia de pesquisa em acervos físicos e virtuais: balanços de empresas, bancos de
jurisprudência, releases e homepages de empresas, portfólios, produtos e processos no mercado,
7
pesquisa de mercado, dados de importação e exportação, acidentes, roadmaps, etc. Confiabilidade
da informação. Usos potenciais da informação. Sites de busca. Estudos de caso.
Projetos. Projeto de pesquisa, projeto de desenvolvimento tecnológico e consequente potencial de
8
inovação.
Produtos tecnológicos. Legislação. Modalidades de produtos tecnológicos. Caracterizações,
9
estruturas, tipologias, aplicabilidades.
Metodologia de cálculo de índices de produção da CAPES. Qualis de revistas, livros, tecnológico,
10
eventos
11 Metodologias de cálculo de índices de inovação brasileiros e internacionais.
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Conteúdo Programático
1 Noções de ética e discussão dos seus múltiplos usos na profissão, nas organizações e na sociedade. Inter-relacionamento da ética com ciência, tecnologia e inovação.
2 Conceituação de conhecimento. Tipos de conhecimento. Ciência, tecnologia e sociedade. Método científico.
3 Conceituação de tipos e metodologias de pesquisa.
4 Estrutura do trabalho científico. Normas técnicas para formatação de trabalhos. Elaboração de artigos técnico-científicos e dissertação de mestrado.
5 Oficina Mão na Massa
6 Metodologia de pesquisa em acervos físicos e virtuais: títulos, base de dados, periódicos, eventos, etc.
7 Metodologia de pesquisa em acervos físicos e virtuais: patentes, marcas, desenhos industriais. Confiabilidade da informação. Usos potenciais da informação. Sites
de busca. Estudos de caso.
8 Metodologia de pesquisa em acervos físicos e virtuais: balanços de empresas, bancos de jurisprudência, releases e homepages de empresas, portfólios, produtos e
processos no mercado, pesquisa de mercado, dados de importação e exportação, acidentes, roadmaps, etc. Confiabilidade da informação. Usos potenciais da
informação. Sites de busca. Estudos de caso.
9 Projetos. Projeto de pesquisa, projeto de desenvolvimento tecnológico e consequente potencial de inovação.
10 Produtos tecnológicos. Legislação. Artigos e qualis. Modalidades de produtos tecnológicos. Caracterizações, estruturas, tipologias, aplicabilidades.
11 Metodologias de cálculo de índices de inovação brasileiros e internacionais.
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Objetivos
Apresentar o conceito e os tipos de conhecimento.
Apresentar as relações entre ciência, tecnologia e sociedade.
Apresentar os diferentes métodos científicos.
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Habilidades
O aluno deverá saber diferenciar os tipos de conhecimento assim como a

sistematização do conhecimento.
O aluno deverá ter conhecimento sobre o método científico e seus tipos e

saber aplicá-los em suas próprias pesquisas.
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Conhecimento
“ o ato ou o efeito de conhecer”

Mas o que é conhecer?
É uma relação que se estabelece

entre o sujeito que conhece e o
objeto ou fenômeno alvo da
pesquisa, o que é conhecido.
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Conhecimento
• A partir de um fato ou fenômeno isolado, pode-se atingir graus de

profundidade e de complexidade que ditarão formas diferentes de

apropriação por parte do sujeito cognoscente.
• Ex. As fases da lua influenciam a maré.
• O conhecimento é um recurso econômico que, sob o ponto de vista
empresarial, possibilita a criação de novas estratégias competitivas,
inovação de produtos e serviços e melhorias em processos.
Fonte: JANNUZZI, C. S. C.; FALSARELLA, O. M.; SUGAHARA, C. R. Gestão do conhecimento: um
estudo de modelos e sua relação com a inovação nas organizações. Perspectivas em Ciência da
Informação, [S.l.], v. 21, n. 1, p. 97-118, jan./mar., 2016
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 5ª ed.
São Paulo: Atlas, 2003
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Tipos de conhecimento
Dividem-se em dois:
- Conhecimento explícito: se encontra formalizado em livros, manuais de

sistemas, relatórios etc.
- Conhecimento tácito: advém da experiências pessoais, expertise.
Para se chegar a conhecer a realidade, a verdade, o homem utiliza diversos

tipos de conhecimento:
Popular Científico Filosófico Religioso
Filosófico
Fontes. MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para Elaboração de Monografias e Dissertações. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.
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Conhecimento popular ou de senso comum

• É conhecido como conhecimento vulgar, ordinário, popular ou empírico;

• É assistemático, ou subjetivo, pois é o próprio sujeito que organiza suas experiências e

conhecimentos, tanto os que adquirem o conhecimento por vivência própria quanto os que
são transmitidos por convivência. Ex. “Ouvi dizer que é bom cortar o cabelo na lua nova”;
• É verificável no âmbito da vida diária - Conhecimento prático, experiências vivenciadas ou
transmitidas.
• Pode ser considerado também superficial, ou seja, conforma-se com a aparência, com
aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas.
• É falível e inexato - Não permite a formulação de hipóteses sobre a existência de
fenômenos situados além das percepções objetivas.
• Ex. Colocar um “fio de óleo” na água do macarrão (popular). Pesquisas indicam que não
deve ser utilizado pois sela o macarrão e dificulta a aderência ao molho.
Fonte. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.
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Conhecimento popular ou de senso comum

• Diferenças entre “saber” e “conhecimento” : O saber pode ser considerado uma fase do
desenvolvimento do conhecimento. A diferença básica é que o primeiro é construído pelo

próprio indivíduo por meio de suas experiências vivenciadas, ao passo que o segundo é
elaborado por pesquisadores por necessitar de procedimentos de verificação.
• Os saberes populares podem trazer grandes contribuições se forem estabelecidos diálogos

com os conhecimentos científicos, gerando novos caminhos para a ciência e a inovação.
• Diferenças entre “saber” e “senso comum” - o senso comum está disseminado em todo
tecido social, enquanto que os saberes populares são aqueles associados às práticas
cotidianas de classes mais desfavorecidas.
• Ex. Senso comum: A importância da educação;
Saber popular: Semente de abóbora é vermífuga.
CHASSOT, A. Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. 5. ed. Ijuí: Unijuí, 2011.
SILVA, L. A. R.; MILARÉ, T. Os significados e a natureza dos saberes populares: reflexões e possibilidades no ensino de ciências.
Ensaios Pedagógicos, Sorocaba, v. 2, n. 3, p. 95-104, set.- dez., 2018.
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Conhecimento científico
• O conhecimento científico abrange fatos reais e

concretos e fenômenos perceptíveis pelos
sentidos, por meio do emprego de instrumentos e

técnicas.
• O procedimento científico delimita, fragmenta e
analisa o objeto da pesquisa.
• Deve ser norteado por uma prática sistematizada
e reflexiva a fim de construir o conhecimento, que
deve ser livre de amarras, de paradigmas e de
preconceitos.
• Cientista é quem duvida do que vê, se diz, e ao
mesmo tempo, não acredita poder afirmar algo
com certeza (DEMO, 2000).
DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
NASCIBEM, F. G.; VIVEIRO, A. A. Para além do conhecimento científico: a importância dos saberes populares para o ensino de ciências. Interações, [S.l.], n. 39, p. 285-295, 2015.
ORSOLINI, A. V. P.; OLIVEIRA, S. F. P. Estudo de caso como método de investigação qualitativa: uma abordagem bibliográfica. [2019]. Disponível em:
http://pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Alba_Sheila.pdf. Acesso em: 20 maio 2019.
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De acordo com Bunge (1980), o conhecimento científico é:
• Claro e preciso: problemas distintos, resultados claros, definições precisas,

descrições exatas, ou medições afinadas.
• Comunicável: comunica informação a quem tenha sido preparado para entendê-la,

o que permite que as descobertas sejam confirmadas ou refutadas.
• Verificável: Suas hipóteses devem ser colocadas a prova de forma empírica

(observacional ou experimental).
Fonte. BUNGE, Mario. La Ciencia: su método y su filosofia. Buenos Aires: Siglo Veinte, 1980.
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• Sistemático: constitui-se em um sistema de ideias conectadas logicamente entre si

e não uma unidade de conhecimentos dispersos e desconexos. Quando há um
certo conjunto básico (contestável) de hipóteses peculiares, tem-se uma teoria.
• Geral: identificam os fatos singulares em pautas gerais, os enunciados particulares

em esquemas amplos, que podem enquadrar uma quantidade ilimitada de casos
específicos.
• Legal: busca leis (da natureza e da cultura) e as aplica. Por isso, é essencialista, ou
seja, procura chegar à raiz das coisas.
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• Preditivo: Pode extrapolar fatos ocorridos no passado. Possíveis falhas: inexatidão

dos enunciados das leis, imprecisão da informação disponível, erros cometidos no

processo de inferência lógica ou matemática (das premissas à conclusão).
• Falível: o aparecimento de novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem

reformular as teorias existentes.
• Objetivo: descreve os fatos independentemente das crenças, preferências, valores ou

caprichos do pesquisador.
• Racional: se vale sobretudo da razão (não da sensação ou da impressão).
Exemplo: Os movimentos de rotação e translação da Terra.

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Conhecimento filosófico
• Uma forma de pensar e de postura diante do mundo (reflexão crítica);

• O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em

hipóteses, baseadas na experiência, e não da experimentação – não
verificável, como o conhecimento científico;
• O conhecimento filosófico é fruto do raciocínio e da reflexão humana, sendo

caracterizado pelo esforço da razão para questionar os problemas humanos e
poder discernir entre o certo e o errado;
• Não se apresenta como um conjunto de conhecimento pronto (pensamento

acabado ou fechado em si próprio);
• Enunciados logicamente correlacionados.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 5ª ed.
São Paulo: Atlas, 2003.
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Conhecimento filosófico
Segundo a classificação aristotélica, os campos do conhecimento filosófico são

divididos da seguinte forma (Chauí, 2000):

• Ciências produtivas – estudam as práticas produtivas ou as técnicas, isto é,
as ações humanas, cuja finalidade é a produção de um objeto, de uma obra.
Por exemplo, a arquitetura, a economia, a medicina, a pintura, a escultura, a
poesia e o teatro.
• Ciências práticas – estudam as práticas humanas como ações que têm nelas
mesmas seu próprio fim. São elas: a ética, em que a ação é realizada pela
vontade para alcançar o bem do indivíduo; e a política, em que a ação é
realizada pela vontade para alcançar o bem comum.
• Ciências contemplativas ou teóricas – estudam coisas que não tendo sido
feitas pelos homens, só podem ser contempladas. Ex.: A natureza.
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Conhecimento religioso
• O conhecimento religioso apoia-se em doutrinas que contêm proposições sagradas

(valorativas) por terem sido reveladas pelo sobrenatural e que, por esse motivo, são
consideradas infalíveis e indiscutíveis (exatas).
• O conhecimento revelado – relativo a Deus e aceito pela fé – constitui o conhecimento

teológico.
• As suas evidências não são verificadas: está sempre implícita uma atitude de fé perante um
conhecimento revelado.
• A ciência deve servir para o benefício da humanidade. Questões éticas envolvidas.

• Ex.: O homem criado à imagem e semelhança do divino ou analisar o homem como um
ser biológico.
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CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE

Ciência
• A ciência apresenta a sistematização do conhecimento sobre a natureza biológica, social e

tecnológica, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida, intelectual ou material (JUNG,
2004).
• Conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos
fenômenos que se deseja estudar.
• Conjunto de atividades racionais dirigidas ao conhecimento sistemático com objeto limitado,
capaz de ser submetido à verificação (FERRARI, 1974, p.8).
Fonte. FERRARI, Alfonso Trujillo. Metodologia da Ciência. 3ª ed. Rio de janeiro: Kennedy, 1974
JUNG, Carlos Fernando. Metodologia Para Pesquisa e Desenvolvimento. Rio de Janeiro: Axcel, 2004.
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Relação entre Ciência, Tecnologia e Sociedade

• Tecnologia - conjunto de processos, métodos, técnicas e

ferramentas relativos à arte, indústria, educação, etc. (Michaelis,
2019).
• Tecnocracia - visão que a ciência, principalmente as ciências
aplicadas, atua como desenvolvedora e promotora da técnica,
induzindo a determinismos tecnológicos sem considerar
questões sociais e culturais (CAMPOS, 2010).
Nesse modelo, o desenvolvimento social é uma consequência do desenvolvimento
científico, que promoveria o desenvolvimento tecnológico, que, por sua vez, propiciaria o
desenvolvimento econômico, o qual permitiria o desenvolvimento social.
Desenvolvimento Desenvolvimento Desenvolvimento Desenvolvimento

científico Tecnológico Econômico Social
DICIONÁRIO DE LINGUA PORTUGUESA MICHAELIS. Tecnologia. {2019]. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno-

portugues/busca/portugues-brasileiro/tecnologia/. Acesso em: 25 jun. 2019.
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Relação entre Ciência, Tecnologia e Sociedade

• A técnica é parte fundamental do processo de desenvolvimento,

devendo ser universal e beneficiar todas as pessoas.

• Apesar disso, a tecnologia opera como um elemento de diferenciação e,
consequentemente, de subordinação entre as nações, pois a
diferenciação é resultado do processo de manutenção do controle da
tecnologia, o que é feito pelos que a dominam (BORDIEU, 1983).
• A ciência e a tecnologia constituem um ciclo de sistemas interativos que
alimentam um ao outro.
• As descobertas da ciência e as aplicações tecnológicas se conectam
com o desenvolvimento social (leis, política, vida em sociedade, cultura,
ética e meio ambiente).
• Surge então o movimento Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), que
traz uma visão crítica sobre o contrato entre C&T, deslocando as
discussões técnico-científicas a um nível político. Dimensões sociais,
culturais e econômicas foram adicionadas posteriormente.
BOURDIEU, P. O campo científico. In: ORTIZ, Renato (org.). São Paulo: Ática, 1983. v. 39. p. 122-155.
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Ciclo do conhecimento
Se alimenta de
Tecnologia Ciência
depende do
equipamento e do
estímulo da
Fonte. RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3ª ed. Ver. e Amp. São Paulo: Atlas, 1999.
JUNG, Carlos Fernando. Metodologia Para Pesquisa e Desenvolvimento. Rio de Janeiro: Axcel, 2004.
Imagem: Disponível em: https://pixabay.com/en/photography-taking-picture-display-801891/
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Ciência, Tecnologia e Sociedade

• As descobertas da ciência e as aplicações

tecnológicas se conectam com o
desenvolvimento social, nas leis, na
política, no modo de viver da sociedade, na
cultura, na ética e no meio ambiente.
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Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS)

• Ciência, Tecnologia e Sociedade - estudo das relações existentes entre a

ciência, a tecnologia e a sociedade.

• Crítica ao modelo anterior – na escolha da tecnologia não se consideram os
interesses sociais, mas apenas os fatores técnicos econômicos justificados
pelas eficiências da tecnologia.
• O CTS tem, portanto, como motivação básica, a busca pela compreensão do
processo histórico-social do desenvolvimento tecnológico, proporcionando um
envolvimento mais democrático nas decisões que envolvem o contexto
científico tecnológico ao qual pertence.
FREITAS, C. C. G.; SEGATTO, A. P. Ciência, tecnologia e sociedade pelo olhar da Tecnologia Social: um estudo a partir da Teoria Crítica da
Tecnologia Cad. EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, , abr./jun., 2014.
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Método científico
• A palavra método vem do grego, methodos, composta de metá (reflexão, raciocínio,

verdade) e de hódos (via, caminho).

• Servir-se de um método é, antes de tudo, tentar ordenar o trajeto por meio do qual se
possa alcançar os objetivos previstos.
• A metodologia se interessa pela validade do caminho escolhido para se chegar ao fim
proposto pela pesquisa - não deve ser confundida com o conteúdo (teoria) nem com os
procedimentos (métodos e técnicas).
• Dessa forma, a metodologia vai além da descrição dos procedimentos (métodos e
técnicas a serem utilizados na pesquisa), indicando a escolha teórica realizada pelo
pesquisador para abordar o objeto de estudo (MANZATO; SANTOS, 2019).
MANZATO, A. J.; SANTOS, A. B. A elaboração de questionários na pesquisa quantitativa. [2019]. Disponível em:
http://www.inf.ufsc.br/~vera.carmo/Ensino_2012_1/ELABORACAO_QUESTIONARIOS_PESQUISA_QUANTITATIVA.pdf. Acesso em:
19 abr. 2019.
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Método científico
• É, portanto, um conjunto de processos (atividades sistemáticas e

racionais) falíveis para o planejamento de observações e experimentos,

para a interpretação de seus resultados, e para a própria colocação de
problemas.
• Detecta erros e auxilia nas decisões do cientista.
• Não é inventado ou escolhido ao acaso, mas depende do problema, do

objetivo e do objeto de pesquisa.
Fonte. OLIVEIRA, Silvio Luis de. Tratado de Metodologia Cientifica: projetos de pesquisa, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo:
Pioneira, 1997.
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Classificação dos métodos científicos

Métodos
Hipotético-
Dedutivo Indutivo Dialético Fenomenológico
dedutivo
De princípios e
Através de
proposições gerais ou As teorias são Contesta-se uma
observações Descrição de um
universais chega-se a testadas através de realidade posta,
particulares, chega-se fenômeno, uma
conclusões menos hipóteses alternativas enfatizando as suas
à afirmação de um experiência.
universais ou e falseáveis. contradições.
princípio geral.
particulares.
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Método Dedutivo
• Método proposto por racionalistas (Descartes, Spinosa, Leibniz) -

somente a razão leva ao conhecimento verdadeiro.
• O raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar o conteúdo das
premissas. Por intermédio de uma cadeia de raciocínio em ordem
descendente, de análise do geral para o particular, chega a uma
conclusão.
• Larga aplicação na Física e Matemática (possuem leis).
• Nas Ciências Sociais, é mais difícil de usar;
• Leis têm exceções.
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Método Dedutivo
Exemplo:
• Todo homem é mortal (premissa maior)

• Pedro é homem (premissa menor)
• Logo, Pedro é mortal (conclusão)
O argumento dedutivo afirma algo que, na verdade, já tinha sido dita nas premissas;
portanto, como todo argumento dedutivo, reformula ou enuncia de modo explícito a
informação já contida nas premissas.
Dessa forma, se a conclusão, a rigor, não diz mais que as premissas, ela tem de ser
verdadeira se as premissas o forem.
Objeções ao método: caráter tautológico (permite concluir, de forma diferente, a
mesma coisa) e apriorístico de seu raciocínio.
GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
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Método Indutivo
• Método proposto pelos empiristas Bacon, Hobbes, Locke e Hume (BATISTA,

2010) e que considera que o conhecimento é fundamentado na experiência,
sem considerar princípios preestabelecidos.
• No raciocínio indutivo, a generalização deriva de observações de casos da
realidade concreta e as constatações particulares levam à elaboração de
generalizações (GIL, 2008; MARCONI; LAKATOS, 2003).
• O método indutivo procede inversamente ao dedutivo: parte do particular e
coloca a generalização como um produto da coleta de dados particulares.
• Portanto, o objetivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo
conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam.
BATISTA, G. A. Francis Bacon: para uma educação científica. Revista Teias, [S.l.], v. 11, n. 23, p. 163-184, set./dez. 2010.
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Método Indutivo
• Exemplo 1:
• Os estudantes da 1a. turma do PROFINIT do polo UnB são bons em ciência e
tecnologia, assim partimos dessa premissa para verificar se essa hipótese é válida
para todos os polos.
• Exemplo 2:
• Antônio é mortal.
• Benedito é mortal.
• Carlos é mortal
• Antônio, Benedito e Carlos são homens.
• Logo, todos os homens são mortais.
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Método Indutivo
Etapas do método indutivo:

a) Observação dos fenômenos

b) Descoberta da relação entre eles
c) Generalização da relação
Pedro é mortal.
João é mortal. Observação do fenômeno
Lucas é mortal.
Ora, Pedro, João e

Relação entre eles
Lucas são homens.
Logo, (todos) os
Generalização da relação
homens são mortais
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Método Indutivo
• Críticas ao método:
• enquanto os métodos dedutivos consideram que premissas verdadeiras levam
inevitavelmente à conclusão verdadeira, os indutivos conduzem apenas a
conclusões prováveis;
• generaliza-se a relação encontrada nas fases precedentes entre os fenômenos e

fatos semelhantes, muitos dos quais ainda não foram observados.
.
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Método hipotético-dedutivo
• No método hipotético-dedutivo, de acordo com Popper (1975), por meio de uma observação
cuidadosa e intuição científica:

• se alcança um conjunto de postulados que governam os fenômenos que estão sendo
submetidos à análise;
• deduz-se as consequências por meio de experimentação;
• refutam-se os postulados, substituindo-os, quando necessário, por outros, e assim em
diante.
• Surgiu da crítica ao método indutivo:

• o salto indutivo de "alguns" para "todos" exigiria que a observação de fatos isolados
atingisse o infinito, o que nunca poderia ocorrer, por maior que fosse a quantidade de
fatos observados;
• outro argumento do autor é o de que a indução cai invariavelmente no “apriorismo.
• É o método da tentativa e erro.

POPPER, K. S. A lógica da pesquisa científica. 2. ed. São Paulo: Cultrix, 1975.
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Expectativas ou
Conhecimento Problema Conjecturas Falseamento
Prévio
Conflitos entre Proposições

Refutação pela
expectativas e testáveis que
observação e
teorias levam a novas
experimentação
existentes deduções
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Conhecimentos disponíveis são insuficientes (PROBLEMA)

↓
Explica-se criando conjecturas (HIPÓTESES)
↓
as hipóteses terão consequências (PODERÃO SER OBSERVADAS)
↓
tentativa de falsear a hipótese (FALSEAMENTO/NEGAÇÃO)
↓
Caso não consiga, nova teoria (CORROBORAÇÃO) provisória.
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Método Dialético
• Fundamenta-se na dialética proposta por Hegel (UTZ, 2005), na qual as contradições se

transcendem dando origem a novas contradições que passam a requerer uma solução.
• Para a dialética, as coisas não são analisadas na qualidade de objetos fixos, mas em
movimento: nada está "acabado", encontrando-se sempre em vias de se transformar, se
desenvolver; o fim de um processo é sempre o começo de outro.
• Por outro lado, as coisas não existem isoladas, separadas uma das outras e
independentes, mas formando um ente unido e coerente. Por exemplo, uma planta não
existe a não ser em unidade e ação recíproca com o meio ambiente.
• A dialética fornece as bases para uma interpretação dinâmica e totalizante da realidade,

já que estabelece que os fatos sociais não podem ser entendidos quando considerados
isoladamente, abstraídos de suas influências políticas, econômicas, culturais, etc.
UTZ, K. O método dialético de Hegel. Veritas, Porto Alegre, v. 50, n. 1, p. 165-185, março de 2005.
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Método Fenomenológico
• Neste método existe a preocupação com a descrição direta da

experiência tal como ela é.
• Considera-se que a realidade não é única, existindo diversas

interpretações.
• A fenomenologia não se preocupa, pois, com algo desconhecido que se

encontre atrás do fenômeno; só visa ao dado, consequentemente, tem
uma tendência orientada totalmente para o objeto.
• Portanto, o método fenomenológico limita-se aos aspectos essenciais e

intrínsecos do fenômeno.
• Ex. Tomar café: como você relata sua experiencia?
SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 4. ed. Florianópolis: EdUFSC, 2005. 138p.
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Conclusão
A utilização de um ou outro método depende de muitos fatores: da natureza

do objeto que se pretende pesquisar, dos recursos materiais disponíveis, do
nível de abrangência do estudo e, sobretudo, da inspiração filosófica do
pesquisador.
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Tema 2 - Conhecimento e Método Científico

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Conhecimento e método científico

2 Conhecimento e método científico.

3 Tipos de metodologias de pesquisa.

4 Estrutura do trabalho científico.

2 Conceituação de conhecimento. Tipos de conhecimento. Ciência, tecnologia e sociedade. Método científico.

3 Conceituação de tipos e metodologias de pesquisa.

5 Oficina Mão na Massa

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11 Metodologias de cálculo de índices de inovação brasileiros e internacionais.

Apresentar o conceito e os tipos de conhecimento.

Apresentar as relações entre ciência, tecnologia e sociedade.

Apresentar os diferentes métodos científicos.

O aluno deverá saber diferenciar os tipos de conhecimento assim como a

O aluno deverá ter conhecimento sobre o método científico e seus tipos e

“ o ato ou o efeito de conhecer”

Mas o que é conhecer?

É uma relação que se estabelece

• A partir de um fato ou fenômeno isolado, pode-se atingir graus de

profundidade e de complexidade que ditarão formas diferentes de

- Conhecimento explícito: se encontra formalizado em livros, manuais de

Para se chegar a conhecer a realidade, a verdade, o homem utiliza diversos

Popular Científico Filosófico Religioso

Conhecimento popular ou de senso comum

• É conhecido como conhecimento vulgar, ordinário, popular ou empírico;

• É assistemático, ou subjetivo, pois é o próprio sujeito que organiza suas experiências e

Conhecimento popular ou de senso comum

desenvolvimento do conhecimento. A diferença básica é que o primeiro é construído pelo

• Os saberes populares podem trazer grandes contribuições se forem estabelecidos diálogos

• O conhecimento científico abrange fatos reais e

sentidos, por meio do emprego de instrumentos e

DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.

De acordo com Bunge (1980), o conhecimento científico é:

• Claro e preciso: problemas distintos, resultados claros, definições precisas,

• Comunicável: comunica informação a quem tenha sido preparado para entendê-la,

• Verificável: Suas hipóteses devem ser colocadas a prova de forma empírica

• Sistemático: constitui-se em um sistema de ideias conectadas logicamente entre si

• Geral: identificam os fatos singulares em pautas gerais, os enunciados particulares

• Preditivo: Pode extrapolar fatos ocorridos no passado. Possíveis falhas: inexatidão

dos enunciados das leis, imprecisão da informação disponível, erros cometidos no

• Falível: o aparecimento de novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem

• Objetivo: descreve os fatos independentemente das crenças, preferências, valores ou

• Racional: se vale sobretudo da razão (não da sensação ou da impressão).

Exemplo: Os movimentos de rotação e translação da Terra.

• Uma forma de pensar e de postura diante do mundo (reflexão crítica);

• O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em

• O conhecimento filosófico é fruto do raciocínio e da reflexão humana, sendo

• Não se apresenta como um conjunto de conhecimento pronto (pensamento

Segundo a classificação aristotélica, os campos do conhecimento filosófico são

divididos da seguinte forma (Chauí, 2000):

• O conhecimento religioso apoia-se em doutrinas que contêm proposições sagradas

• O conhecimento revelado – relativo a Deus e aceito pela fé – constitui o conhecimento

• A ciência deve servir para o benefício da humanidade. Questões éticas envolvidas.

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE

• A ciência apresenta a sistematização do conhecimento sobre a natureza biológica, social e

Relação entre Ciência, Tecnologia e Sociedade

• Tecnologia - conjunto de processos, métodos, técnicas e

Desenvolvimento Desenvolvimento Desenvolvimento Desenvolvimento

DICIONÁRIO DE LINGUA PORTUGUESA MICHAELIS. Tecnologia. {2019]. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno-

Relação entre Ciência, Tecnologia e Sociedade

• A técnica é parte fundamental do processo de desenvolvimento,

devendo ser universal e beneficiar todas as pessoas.