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seus usuários
Sobre a questão dos contratos firmados via Internet, aliás, tem-se admitido que uma
de suas inegáveis características é o da chamada “desterritorialização das relações
humanas”, especialmente quando a relação jurídica entre usuário e provedor, ainda que
regida por lei especial, que no Brasil é o Marco Civil da Internet, seria essencialmente uma
relação de consumo, inclusive pela existência de uma “remuneração indireta” (LÔBO, Paulo
Luiz Netto. Condições gerais do contrato e o novo código civil. AZEVEDO, Antonio Junqueira de; TORRES, Heleno Tavera;
CARBONE, Paolo. Princípios do novo código civil brasileiro e outros temas. 2 ed. São Paulo: Quartier Latin, 2010, p. 553) .
O
principal fundamento para a existência dessa remuneração indireta do provedor de
aplicações é que ele se vale dos dados inseridos pelos usuários para lhes oferecer
publicidade dirigida (LONGHI, João Victor Rozatti. Responsabilidade Civil e redes sociais: retirada de conteúdo, perfis
falsos, discurso de ódio e fake News. Indaiatuba, SP: Editora Foco, 2020, p. 49).
Tal remuneração seria aquela que se extrai da primeira e segunda partes do §2º,
art. 3º, do Código de Defesa do Consumidor, relacionada à prestação de serviços:
Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante
remuneração (...) [BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm>. Acesso em 20 fev. 2021] . Sendo a remuneração como
principal ponto que identifica o fornecedor de produtos e serviços, pertinentes ser traçada a
distinção entre remuneração direta e a remuneração indireta.