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Ao:

Instituto de Propriedade Intelectual

Departamento Jurídico

Assunto: Reclamação a respeito da falta de apresentação da prova de


registo da marca por parte do oponente

Hotel Atlantis, SA, é uma pessoa colectiva do tipo empresarial que opera em Moçambique
desde o ano 2013 cujo registo do nome consta na Conservatória de Registo de Entidades
Legais da Cidade de Maputo sob o número 10041138.

1. A entidade requereu o registo da marca neste presente ano em três classes tendo
faltado a resposta numa das interpelações ou a resposta de uma das notificações do IPI.
2. Acontece que a nossa oponente, KERNEZER INTERNATIONAL LIMITED está a se
opor sem fundamentos sólidos na medida em que não apresenta nenhum registo que
confere a titularidade do seu direito.
3. Neste sentido, como pode o Instituto de Propriedade Intelectual admitir uma oposição
desta natureza quando a tal oponente sequer apresenta algum documento jurídico que
confere a titularidade da marca na República de Moçambique.
4. Pelo contrário, a Hotel Atlantis, SA, apresentou documentos que conferem a
titularidade mediante o registo em 2013 do nome Atlantis na conservatória
competente.
5. Portanto, já tínhamos autorização do Estado moçambicano para operarmos com o
nome porque não havia nenhum nome anteriormente que pudesse servir de embaraço à
nossa pretensão. Neste sentido, entende-se que não havia, nem há registo do nome
“HOTEL ATLANTIS- EXPERIÊNCIAS QUE TOCAM O CORAÇÃO” antes da
entrada da nossa petição.
6. Por isso, exigimos que a oponente traga as provas cabais de que a marca lhe pertence
mediante o registo na República de Moçambique.
7. Como já havíamos expendido anteriormente, o termo Atlantis associado a uma marca
está amplamente difundida no mundo, com destaque para Portugal, Caraíbas.
8. Aliás, este nome deriva de uma mitologia grega, portanto insusceptível de apropriação
ilegítima.
9. Então, não vemos aqui algum aproveitamento da marca “Atlantis Hotel” de Dubai.
10. Pergunta-se se o nome “Hotel Atlantis- Experiências que Tocam o Coração” é da
titularidade exclusiva da oponente.
11. A resposta obviamente será negativa na medida em que existem idênticos nomes de
hotéis na Europa e na América Latina e porque iria se insurgir com o registo desse
nome em Moçambique haja vista que não goza da titularidade do mesmo neste solo
pátrio?
12. Não deixar-se-á de se aventar a ideia de oponente de má-fé na medida em que quer
aproveitar-se do bom nome que o nome “Hotel Atlantis- Experiências que Tocam o
Coração” goza no país, em particular na Cidade de Maputo.
13. A localização privilegiada do hotel tem tirado sono ou constitui incómodo a muitos
concorrentes que vêem na existência de certas semelhanças da marca para desafogar o
sucesso.
14. É necessário que o IPI repudie atitudes dessa natureza. Não se deve, em circunstâncias
algumas, impedir o uso de uma marca cujo registo já havia sido previamente aprovado
pela entidade pública maior (Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e
Assuntos Religiosos, através da CREL) que agora encontra entraves no IPI, entidade
pública menor que aquela, embora com competências exclusivas em relação ao registo
de marcas, assunto em destaque.
15. Em todo caso, somos da opinião que o IPI deve verificar essa questão relativa à prova
em nome do princípio da economia na tramitação dos expedientes públicos. Senão,
vejamos que: a representada não apresenta provas de que ela é a titular da marca,
apenas se “opõem” por meras declarações escritas e um amontoado de documentos que
caracterizam o hotel em Dubai, mais nada. Documentação legal de registo da marca e
de nome em Moçambique, que é bom, nada visto.
16. Como se pode prosseguir com um processo desta natureza?
17. É preciso impor a ordem à oponente para que faça jus às suas alegacões para que a
confiança nas instituições públicas do país seja resgatada.
18. Já não está a dar ter que continuar nessa batalha de argumentos enquanto a outra parte
simplesmente age de má-fé e enviando amontoados de documentos, interpelações
extrajudiciais só para confundir a requerente haja vista que esta está cada vez mais
atarefada e que a oponente que vive olhando para as pequenas falhas cometidas pela
requerente, para se aproveitar delas.
19. Assim sendo, pedimos que o IPI exija à oponente os documentos que comprovam o
registo do nome no CREL, existência da marca em Moçambique antes da nossa.
20. Se não apresentarem, devia o IPI efectuar suas diligências, porque não chumbar
liminarmente a sua pretensão com fundamentos na inexistência jurídica de
fundamentos e por falta de documentos que servem de base à sua pretensão. E
também, aplicar uma multa. Não é pedir demais, antes é ser coerente dentro do quadro
legal existente no país.
21. Esperamos que a nossa pretensão vos chegue em perfeitas condições de compreensão.

Sem mais, subescrevemo-nos com a mais alta fé de que as vossas excias levarão a oponente à
lucidez dos seus actos que atentam à estabilidade e segurança deste processo que se arrola há
mais de 3 meses.

Maputo, 30 de Outubro de 2018

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(Hotel Atlantis, SA)

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