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NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA E XAME DE ORDEM

PRÁTICA DE TRABALHO – MODELOS DE ITENS PARA


PETIÇÃO INICIAL

Caros alunos, os modelos a seguir são apenas sugestões de


redação. O ideal é que cada um tenha sua forma de escrever. O que realmente
importa é o raciocínio e a fundamentação correta. Não há uma única fórmula a
ser seguida.

Lembre-se: seja simples e objetivo, para não perder tempo e


espaço. Nos itens da peça, devem aparecer: fato + fundamento + pedido

ENDEREÇAMENTO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARTA DO TRABALHO DE ...

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZA DE DIREITO DA VARA DA


JUSTIÇA COMUM DA COMARCA DE ... (este caso somente se a questão
informar que se trata de uma localidade em que não existe jurisdição de VT)

QUALIFICAÇÃO

Considere que o autor da ação é “Bento da Silva” e o réu


“Soluções em Informática Ltda”.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA E XAME DE ORDEM

Inicial pelo rito ordinário:

BENTO DA SILVA, estado civil..., profissão..., residente e


domiciliado na Rua..., número..., cidade..., estado..., CEP..., por seu advogado
que ao final assina, procuração anexa, com endereço profissional na Rua...,
número..., cidade..., estado..., CEP..., vem, com o devido respeito e acatamento,
perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 840, § 1º da CLT e artigo
282 do CPC, propor RECLAMATÓRIA TRABALHISTA pelo rito ordinário em
face de SOLUÇÕES EM INFORMÁTICA LTDA, pessoa jurídica de direito
privado, inscrita no CNPJ..., com sede na Rua..., número..., cidade..., estado...,
CEP..., pelos fatos e fundamentos a seguir.

Inicial pelo rito sumaríssimo:

BENTO DA SILVA, estado civil..., profissão..., residente e


domiciliado na Rua..., número..., cidade..., estado..., CEP..., por seu advogado
que ao final assina, procuração anexa, com endereço profissional na Rua...,
número..., cidade..., estado..., CEP..., vem, com o devido respeito e acatamento,
perante Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 840, § 1º, 852-A, 852-B
da CLT e artigo 282 do CPC, propor RECLAMATÓRIA TRABALHISTA pelo rito
sumaríssimo em face de SOLUÇÕES EM INFORMÁTICA LTDA, pessoa jurídica
de direito privado, inscrita no CNPJ..., com sede na Rua..., número..., cidade...,
estado..., CEP..., pelos fatos e fundamentos a seguir.

Agora imagine que a “Soluções em Informática Ltda” é uma massa falida e


que a ação é pelo rito ordinário:

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NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA E XAME DE ORDEM

BENTO DA SILVA, estado civil..., profissão..., residente e


domiciliado na Rua..., número..., cidade..., estado..., CEP..., por seu advogado
que ao final assina, procuração anexa, com endereço profissional na Rua...,
número..., cidade..., estado..., CEP..., vem, com o devido respeito e acatamento,
perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 840, § 1º da CLT e artigo
282 do CPC, propor RECLAMATÓRIA TRABALHISTA pelo rito ordinário em
face de MASSA FALIDA DE SOLUÇÕES EM INFORMÁTICA LTDA, inscrita no
CNPJ..., que deverá ser notificada na pessoa de seu Administrador Judicial...
com endereço na Rua..., número..., cidade..., estado..., CEP..., pelos fatos e
fundamentos a seguir.

PRELIMINAR

Tramitação Preferencial do feito: Idoso

O reclamante tem 62 anos. Preliminarmente, requer seja deferida a


tramitação preferencial do feito, nos termos do art. 71, da Lei 10741/2003 e art.
1211-A do CPC.

Tramitação Preferencial do feito: Doença Grave

O reclamante é portador de câncer. Preliminarmente, requer seja


deferida a tramitação preferencial do feito, nos termos do art. 1211-A do CPC.

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Tramitação Preferencial do feito: reclamado é massa falida

O reclamado é uma massa falida. Preliminarmente, requer seja


deferida a tramitação preferencial do feito, nos termos dos artigos 652, § único e
768 da CLT.

Comissão de Conciliação Prévia

- Se a questão nada mencionar sobre CCP ou, ainda, se mencionar que existe a
CCP e não disser nada sobre ter ocorrido ou não tentativa de acordo:

Preliminarmente, o reclamante informa que submissão da demanda à


tentativa conciliatória perante a Comissão de Conciliação Prévia, prevista no art.
625-D da CLT, trata-se de faculdade da parte, de acordo com o entendimento do
STF nos autos ADI 2139 e ADI 2160.

- Se a questão mencionar que tem CCP com tentativa de acordo frustrada:

Preliminarmente, o reclamante informa que submeteu a presente


demanda à tentativa conciliatória perante a Comissão de Conciliação Prévia,
mas o acordo restou frustrado. Assim, cumprido o estabelecido pelo art. 625-D
da CLT.

- Se a questão mencionar que não tem ou que ainda não instalada a CCP:

Preliminarmente, o reclamante informa que não foi instalada a


Comissão de Conciliação Prévia de que trata o art. 625-D da CLT, assim, deixa-

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se de cumprir tal determinação. Ressalta-se, que de acordo com o entendimento


do STF nos autos ADI 2139 e ADI 2160 a passagem da demanda pela referida
Comissão é uma faculdade da parte.

MÉRITO

- Contrato de trabalho (deve conter apenas admissão, rescisão, salário e função)

O reclamante foi admitido pela reclamada em 17.05.2009 e


dispensado sem justa causa em 15.12.2010. Sempre exerceu a função de
auxiliar de produção e seu último salário foi a importância de R$ 850,00
(oitocentos e cinqüenta reais).

- Responsabilidade dos réus: grupo econômico (imagine que ambas empresas


são realizam a mesma atividade econômica e são administradas pela mesma
pessoa)

As reclamadas realizam a mesma atividade econômica e são


administradas pela mesma pessoa. Assim, nos termos do artigo 2º, § 2º da CLT,
evidente a existência de grupo econômico entre as rés.
Requer o reconhecimento do grupo econômico e condenação solidária
das reclamadas em relação aos créditos da demanda.

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- Responsabilidade dos réus: terceirização (lícita, em que se tem um vigilante


contratado por uma empresa de vigilância (1ª reclamada) e laborando em um
supermercado (2º reclamado))

O autor, embora empregado da primeira reclamada, sempre prestou


serviços de vigilância que beneficiaram a segunda reclamada. Assim,
configurada a hipótese de terceirização, conforme súmula 331, III do TST.
Requer o reconhecimento da terceirização condenação subsidiária da
segunda reclamada em relação a todos os créditos da demanda, nos termos da
súmula 331, IV e VI do TST.

- Responsabilidade dos réus: terceirização (ilícita, em que se tem um vigilante


contratado por uma empresa de vigilância (1ª reclamada) laborando em um
supermercado (2ª reclamada), mas existe subordinação e pessoalidade para
com o tomador)

O autor, embora empregado da primeira reclamada, sempre prestou


serviços de vigilância que beneficiaram a segunda reclamada. Ocorre que o
autor recebia todas as ordens do gerente de loja da segunda reclamada, bem
como não poderia ser substituído em seu posto de trabalho.
Assim, configurada a hipótese de terceirização ilícita, conforme
súmula 331, III do TST, pois presentes entre empregado e tomador dos serviços
os requisitos da pessoalidade e subordinação.
Requer o reconhecimento de vínculo diretamente com a segunda
reclamada, determinando-se a retificação da CTPS do autor. Ainda, ante a
ilicitude da terceirização, requer a condenação solidária da primeira reclamada
em relação a todos os créditos da demanda.

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- Reconhecimento de vínculo e anotação de CTPS

O reclamante laborou para a reclamada de 14.04.2006 a 16.12.2010


como empregado, embora tenha sido contratado como representante comercial
autônomo.
Todos os dias, o autor comparecia na ré para buscar roteiros de
visitas a clientes e, ao final do expediente, o autor retornava na empresa ré para
entregar relatórios de vendas e atendimentos. Durante todo o contrato, o autor
esteve sujeito a controle de horário pela reclamada, bem como obedecia a
ordens do gerente de vendas da ré. O autor não poderia se fazer substituir em
suas atividades e sempre teve metas de vendas a cumprir, recebendo valor fixo
mais as comissões sobre as vendas que realizava.
Percebe-se, portanto, que estavam presentes os requisitos dos arts. 2º
e 3º da CLT, quais sejam subordinação, pessoalidade, habitualidade e
onerosidade.
Diante do exposto, requer seja reconhecido o vínculo no período de
14.04.2006 a 16.12.2010, sendo determinado que o réu realize a anotação da
CTPS do reclamante, nos termos do art. 29 da CLT, sob pena de ser efetuada
pela Secretaria da Vara do Trabalho, nos termos do art. 39 da CLT.

- Condenação ao pagamento de adicional de periculosidade (autor era frentista


de posto de gasolina e foi dispensado sem justa causa, tinha salário fixo)

O autor laborava operando bomba de gasolina, ou seja, em contato


com substância explosiva e inflamável. Assim, nos termos do artigo 193 da CLT
e súmula 39 do TST, tem direito ao adicional de periculosidade.
Requer a condenação do reclamado ao pagamento do adicional de
periculosidade no importe de 30% sobre o salário do autor. Ante a habitualidade
da parcela, esta deverá integrar a remuneração do autor para todos os efeitos,

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gerando reflexos em férias acrescidas de um terço, décimo terceiro salário, aviso


prévio, FGTS com multa rescisória.

- Condenação ao pagamento de adicional de periculosidade (autor era frentista


de posto de gasolina e foi dispensado sem justa causa, tinha salário por
comissão)

O autor laborava operando bomba de gasolina, ou seja, em contato


com substância explosiva e inflamável. Assim, nos termos do artigo 193 da CLT
e súmula 39 do TST, tem direito ao adicional de periculosidade.
Requer a condenação do reclamado ao pagamento do adicional de
periculosidade no importe de 30% sobre o salário do autor. Ante a habitualidade
da parcela, esta deverá integrar o salário do autor para todos os efeitos, gerando
reflexos em repouso semanal remunerado, férias acrescidas de 1/3, 13º salário,
aviso prévio, FGTS com multa rescisória.

- Condenação ao pagamento de adicional de insalubridade (autor era vendedor,


laborava exposto a ruído excessivo e foi dispensado sem justa causa, tinha
salário fixo)

O autor laborava exposto a ruído excessivo, ou seja, em condições


insalubres, nos termos do artigo 189 da CLT. Assim, nos termos do artigo 192
da CLT, tem direito ao adicional de insalubridade.
Requer a condenação do reclamado ao pagamento do adicional de
insalubridade em grau máximo (40%) ou outro a ser fixado pela perícia,
calculado sobre o salário mínimo. Ante a habitualidade da parcela, esta deverá
integrar a remuneração do autor para todos os efeitos, gerando reflexos em
férias acrescidas de 1/3, 13º salário, aviso prévio, FGTS com multa rescisória.

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- Condenação ao pagamento de adicional de insalubridade (autor era vendedor,


laborava exposto a ruído excessivo e foi dispensado sem justa causa, tinha
salário por comissão)

O autor laborava exposto a ruído excessivo, ou seja, em condições


insalubres, nos termos do artigo 189 da CLT. Assim, nos termos do artigo 192
da CLT, tem direito ao adicional de insalubridade.
Requer a condenação do reclamado ao pagamento do adicional de
insalubridade em grau máximo (40%) ou outro a ser fixado pela perícia,
calculado sobre o salário mínimo. Ante a habitualidade da parcela, esta deverá
integrar a remuneração do autor para todos os efeitos, gerando reflexos em
repouso semanal remunerado, férias acrescidas de 1/3, 13º salário, aviso prévio,
FGTS com multa rescisória.

- Reclamada efetuava descontos no salário do autor a título de furos de caixa,


não havia previsão em CCT/ACT, reclamante não autorizou descontos

O autor sofria mensalmente descontos salariais a título de furos de


caixa. Assim, nos termos do artigo 462 da CLT, tais descontos são ilícitos, visto
que não previstos em lei ou negociação coletiva. Tampouco houve autorização
de descontos pelo autor, conforme artigo 462, § 1º da CLT.
Ademais, o risco da atividade econômica é do empregador, nos
termos do artigo 2º da CLT.
Requer seja a reclamada condenada à devolução de todos os valores
descontados do salário do autor.

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- Reclamada fornecia cesta básica no valor de R$ 150,00 mensais e não era


inscrita no PAT

O autor recebia mensalmente cesta básica no valor de R$ 150,00.


Assim, ante a gratuidade e habitualidade da parcela, nos termos do artigo 458
da CLT, deve ser reconhecida como salário ”in natura”.
Ressalte-se que a reclamada não era inscrita no PAT, contrariando o
disposto na OJ 133 da SDI 1 do TST.
Requer o reconhecimento da natureza salarial da parcela, bem como
sua integração ao salário do autor para todos os efeitos, gerando reflexos em
férias acrescidas de 1/3, 13º salário, aviso prévio, FGTS com multa rescisória.

- equiparação salarial – paradigma X recebia 20% a mais que o autor

O autor laborava na mesma localidade, para o mesmo empregador,


realizando as mesmas atividades (idêntica função) e com trabalho de igual valor
que o paradigma X, porém este recebia 20% a mais de salário que o autor.
Assim, nos termos do artigo 461 da CLT, deve ser reconhecida a existência de
equiparação salarial.
Requer a condenação do reclamado ao pagamento de diferenças
salariais mensais, bem como reflexos em férias acrescidas de 1/3, 13º salário,
aviso prévio, FGTS com multa rescisória.

- autor foi contratado para receber 5% de comissões sobre as vendas, mas


apenas recebeu 3%

O autor foi contratado para receber 5% de comissões sobre suas


vendas, mas somente recebeu, ao longo do contrato, 3%. Assim, nos termos do

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457, § 1º da CLT as comissões possuem natureza salarial, sendo ilícita sua


redução, nos termos do artigo 7º, VI da CF. Ainda, porque acarretou prejuízo ao
trabalhador, nula a referida alteração contratual, conforme artigos 9º e 468 da
CLT.
Requer a condenação do reclamado ao pagamento de diferenças de
comissões mensais, bem como reflexos em repouso semanal remunerado,
férias acrescidas de 1/3, 13º salário, aviso prévio, FGTS com multa rescisória.

- Horas extras: autor laborava das 7h às 20h, de segunda à sábado, com 1h de


intervalo intrajornada – recebia adicional de insalubridade

O autor laborava das 7h às 20h, de segunda à sábado, com 1h de


intervalo intrajornada. Assim, excedidos os limites de 8 horas diárias e 44
semanais previstos no artigo 7º, XIII da CF e artigo 58 da CLT.
Requer a condenação do reclamado ao pagamento da horas extras,
assim entendidas aquelas excedentes da 8ª diária ou 44ª semanal, com
adicional de 50%, considerando-se como base de cálculo o salário do autor e o
adicional de insalubridade por ele recebido. Ante a habitualidade da parcela,
esta deverá integrar o salário do autor, gerando reflexos em RSR, férias
acrescidas de um 1/3, 13º salário, aviso prévio, FGTS com multa de 40%.

- Suponha que o intervalo na jornada acima fosse de apenas 30 minutos

O autor tinha jornada acima de 6 horas diárias, mas seu intervalo era
de apenas 30 minutos, contrariando o disposto no artigo 71 da CLT, que prevê
intervalo mínimo de 1 hora.
Requer a condenação do reclamado ao pagamento de uma hora extra
por dia, com adicional de 50%, considerando-se como base de cálculo o salário
do autor e o adicional de insalubridade por ele recebido. Ante a habitualidade da

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parcela, esta deverá integrar o salário do autor, gerando reflexos em RSR, férias
acrescidas de um 1/3, 13º salário, aviso prévio, FGTS com multa de 40%. Tudo
nos termos do artigo 71, § 4º da CLT e súmula 437, I e III do TST.

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