Você está na página 1de 15

Rodrigo Amorim De Oliveira Liparizi

ADVOGADO
OAB/ES nº 22.227

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE


VENDA NOVA DO IMIGRANTE - ES

ALFA AUTO CENTER LTDA, já qualificada, representada por seu sócio


administrador HABIB SAIB ABI HABIB FILHO, brasileiro, casado, empresário, inscrito no
CPF sob o n° 632.968.536-34, portador da CIRG n° 3814752-SSP/MG, residente e
domiciliado na Av. Mário Andreazza, s/n°, Centro, Município de Ibatiba/ES – CEP.: 29.395-
000, por seu advogado, infra-assinado e devidamente constituído, instrumento procuratório
já incluso, com escritório profissional no endereço constante no timbre, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar

CONTESTAÇÃO

Com base no art. 847 da Consolidação das Leis do Trabalho, nos autos da RECLAMAÇÃO
TRABALHISTA, proposta por MILENA MILLA DIANANTES DE PADUA, já qualificada,
pelos motivos que passa a expor:

1. SÍNTESE DA EXORDIAL

Primeiramente alega o autor que foi admitido em 01/03/2013 pelas reclamadas para
exercer exclusivamente a função de frentista, contudo, tendo sua CTPS registrada
inicialmente na função de vendedor pela segunda Reclamada, o que por consequência, no
entendimento do Reclamante, tal procedimento lhe retirou direitos garantidos (ticket
alimentação, adicional de periculosidade, adicional de assiduidade e de tempo de serviço),
tanto pela norma celetista quanto pela norma coletiva da categoria.

Rua Orly Barros nº. 50, Sala 001, 2º Piso – Novo Horizonte, Ibatiba/ES - Cep: 29.395-000
Email: amorim.liparizi.adv@gmail.com (28) 9-9921-2189
Rodrigo Amorim De Oliveira Liparizi
ADVOGADO
OAB/ES nº 22.227
O reclamante alega recebimento de comissões “por fora”, essas no importe médio
de R$ 300,00 (trezentos reais), a qual não fora incluída no mundo jurídico do mesmo.

Suscita, ainda, a efetivação de cálculo ludibrioso por parte das Reclamadas, em


especial, a primeira, de modo que mais um vez, seus direitos laborais restaram
prejudicados.

Sustenta também que, quando do TRCT, o recebimento de suas verbas rescisórias


foram prejudicadas, uma vez que referido pagamento se deu mediante cheque que, por
razão de suposta rasura, não foi possível sua compensação, o que, após retornar ao
empregador, teve o pagamento dos seus direitos reduzidos.

Por fim, pugna pela retificação de sua CTPS e consequente pagamento de


diferenças e reflexos, bem como, condenação das Reclamadas em danos morais, além de
honorários advocatícios e gratuidade judiciária.

Deu à causa o valor de R$ 52.239,51 (cinquenta e dois mil duzentos e trinta e nove
reais e cinquenta e um centavos).

2. DAS QUESTÕES DE MÉRITO

A Reclamante em sua pretensão postula alegado direito de reconhecimento de


vinculo empregatício por período de trabalho (07/11/2020 a 31/01/2021) não registrado em
sua CTPS com o respectivo recebimento das verbas rescisórias, bem como conversão da
justa causa que lhe fora aplicada para dispensa imotivada com recebimento das verbas e
consectários legais mais indenização por danos morais concernentes ao período de
01/02/2021 a 07/04/2022. Valora a causa em R$ 86.670,03 (oitenta e seis mil seiscentos e
setenta reais e três centavos).

Dentre os argumentos de direito que entende devidos, a Reclamante argumenta que


a dispensa por justa causa que lhe fora aplicada foi abusiva e que não poderia ter sido

Rua Orly Barros nº. 50, Sala 001, 2º Piso – Novo Horizonte, Ibatiba/ES - Cep: 29.395-000
Email: amorim.liparizi.adv@gmail.com (28) 9-9921-2189
Rodrigo Amorim De Oliveira Liparizi
ADVOGADO
OAB/ES nº 22.227
aplicada durante o cumprimento de aviso prévio, a não ser que ocorresse ato infracional
grave.
Por fim, pede a concessão de gratuidade judiciária e condenação da reclamada ao
pagamento de custas processuais e honorários de advogado.

Pois bem,

Em que pesem os argumentos tecidos, com todas as vênias, não logrará êxito em
seu intento, porquanto suas reivindicações encontram-se desguarnecidas de fundamentos
fáticos e jurídicos indispensáveis à emersão dos direitos postulados.

Com efeito, as alegações articuladas pela Reclamante não condizem com a


realidade e, não têm o condão de lhe sufragar as verbas requeridas. Não procedem as
alegações e pedidos formulados.

Desta forma, a peça de defesa e documentos/provas que a acompanham, bem


como as demais provas que serão produzidas durante a instrução, irá demonstrar que o
melhor entendimento é que seja julgada improcedente a reclamatória trabalhista,
reconhecendo, por conseguinte, como lícita a rescisão do contrato de trabalho por dispensa
motivada, vez que todos os direitos rescisórios, oriundos da dispensa, já foram realizados,
conforme TRCT. (doc. Anexo)

2.1 DA RESCISÃO POR JUSTA CAUSA – DA SUA LEGALIDADE E MANUTENÇÃO

De plano é preciso destacar que a rescisão da reclamante se deu por justa causa,
ou seja, dispensa motivada, isso tudo nos exatos termos do art. 482, alíneas h e k, da CLT,
cuja disposição legal vale transcrever.

Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de


trabalho pelo empregador:

(...)

Rua Orly Barros nº. 50, Sala 001, 2º Piso – Novo Horizonte, Ibatiba/ES - Cep: 29.395-000
Email: amorim.liparizi.adv@gmail.com (28) 9-9921-2189
Rodrigo Amorim De Oliveira Liparizi
ADVOGADO
OAB/ES nº 22.227
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;

k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas


contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de
legítima defesa, própria ou de outrem;

O reclamado acosta aos autos reiteradas advertências aplicadas à reclamante


durante o seu labor, as quais dão conta de desídia no desempenho de suas funções,
desde desrespeito às normas de segurança estabelecidas pelos órgão de segurança
em saúde e pela própria empresa durante o período de pandemia, bem como pela
falta injustificada ao trabalho, causando transtornos na escala de trabalho da
empresa, atrapalhando toda rotina de trabalho na escala / rotina da empresa.
Destaca-se que a reclamante reconhece as práticas relatadas ao postar sua
assinatura em dois dos três termos de advertência aplicados. Um dos termos, a
reclamante se recusou assinar, mas na presença de testemunhas reconheceu a
prática da conduta tida por desídia.

Não bastasse as advertências aplicadas, chegou ao conhecimento da reclamada,


inclusive por fotos, que a reclamante ausente do trabalho com base em atestados médicos,
estava se divertindo com grupos de amigos em dia de sol quente à beira de uma piscina.
(foto anexa)

Outro fato não menos importante, aliás, de maior gravidade, é a ocorrência de


conduta de insubordinação, indisciplina e agressão a superior hierárquico no local de
trabalho.

Por fim, a reclamante durante o cumprimento de seu aviso prévio, em total


desrespeito para com a reclamada, de modo sorrateiro, adentrou no escritório da empresa
e sem qualquer autorização ou prévia comunicação, violou arquivos da empresa, conforme
mostram as imagens captadas pelo sistema interno de monitoramento. (vídeo anexo)

Portanto, a justa causa aplicada em desfavor da reclamante foi embasada em


elementos que denotam a legalidade do ato. Logo, com todas as vênias, deve ser mantida.

Rua Orly Barros nº. 50, Sala 001, 2º Piso – Novo Horizonte, Ibatiba/ES - Cep: 29.395-000
Email: amorim.liparizi.adv@gmail.com (28) 9-9921-2189
Rodrigo Amorim De Oliveira Liparizi
ADVOGADO
OAB/ES nº 22.227

2.2 DAS VERBAS RESCISÓRIAS PRETENDIDAS


Considerando a legalidade da rescisão na modalidade estabelecida, tendo em vista
o cometimento de falta grave tipificada no art. 482, da CLT, a reclamada evidentemente
não faz jus ao recebimento das verbas pretendidas.

Importante frisar que justamente pela falta grave cometida pela reclamante, esta
perde o direito ao recebimento de aviso prévio, pois a norma que regula o pagamento de tal
direito disciplina que só sera devido o aviso prévio se a rescisão do contrato de trabalho se
der sem justo motivo (art. 487, CLT, caput).

Também por causa da falta grave, a reclamante perde o direito ao recebimento da


multa de 40% sobre o saldo do FGTS, conforme extrais-se da Lei n. 8.036/1990 .

A reclamada também contesta as informações relativas ao evento rescisório. Na


verdade, a reclamante recebeu todas as verbas rescisórias tempestivamente, conforme
TRCT e comprovante que segue anexo (documento que a reclamante se recusou a
assinar). Portanto, demonstrado a legalidade do ato, não faz jus ao recebimento da multa
prevista no art. 477 da CLT. (vide TRCT anexo)

2.3 DO PRETENDIDO DANO MORAL

A reclamante postula indenização por danos morais ao argumento de que memso


com a adesão da reclamada ao programa do governo de redução de jornada de trabalho
durante o período de pandemia, teria trabalhado sem a devida contraprestação.

É preciso esclarecer que a reclamante conforme aduzido pela própria, prestava seus
serviços à empresa reclamada em regime de escala, ora pela manhã, ora pela tarde,
inclusive com horário diferenciado dos demais colaboradores.

Rua Orly Barros nº. 50, Sala 001, 2º Piso – Novo Horizonte, Ibatiba/ES - Cep: 29.395-000
Email: amorim.liparizi.adv@gmail.com (28) 9-9921-2189
Rodrigo Amorim De Oliveira Liparizi
ADVOGADO
OAB/ES nº 22.227
A reclamada acosta aos autos, documentos que entende comprovar o labor em
desrespeito ao citado programa. Entretanto, referidos documentos confirmam apenas que a
reclamante exercia seu labor em horários distintos, devido ao regime de escala.
No mais, eventual hora de trabalho prestada durante o programa foi devidamente
paga, não acarretando qualquer prejuízo à reclamante.

Ademais, a alegação de pagamento de valor distinto do previsto na CCT não


prospera ao passo que a reclamada cumpria com o piso da categoria, observado, ainda,
demais direitos como o adicional de periculosidade, tempo de serviço, prêmio assiduidade
e seguro de vida, conforme demonstram os contracheques que seguem anexo.

Pedimos vênia para impugnar a argumentação da reclamante quanto à suposta


exposição a contato com clientes durante a pandemia. Causa estranheza a reclamante
utilizar tal argumento ao passo que, conforme demonstrado, mesmo afastada por atestado
médico, foi flagrada em aglomeração durante momento de lazer, o que, reforça-se,
concessa vênia, contradiz seus argumentos quanto a danos suportados.

Os ditos “momentos de pavor, insegurança e medo”, não se concretizam quando por


conduta voluntária a reclamante se colocou em risco ao participar de confraternização/lazer
em aglomerado de pessoas. (foto anexa)

Ademais, conforme já narrado, a reclamada sempre pautou pela observância das


normas de prevenção e proteção estabelecidas pelos setores de vigilância e de saúde,
tanto é que, procedeu com advertência da reclamante quanto ao uso dos equipamentos e
instrumentos de proteção durante o labor.

Portanto, resta claro que a reclamada não incorreu nas disposições descritas no
nosso ordenamento jurídico, pelo contrário, ao advertir a reclamada, o fez em exercício
regular de direito, conforme preconiza o art. 188, I, do CC/2002.

Cumpre destacar que a reclamante não trouxe aos autos qualquer prova do alegado dano moral, em especial, do alegado “pavor, insegurança
e medo”.

Rua Orly Barros nº. 50, Sala 001, 2º Piso – Novo Horizonte, Ibatiba/ES - Cep: 29.395-000
Email: amorim.liparizi.adv@gmail.com (28) 9-9921-2189
Rodrigo Amorim De Oliveira Liparizi
ADVOGADO
OAB/ES nº 22.227

O pleito não deve prosperar. Vejamos:

1) A reclamada não praticou qualquer dano, por ação ou omissão;

2) Não restaram preenchidos os requisitos para caracterização do dever de


indenizar, quais sejam: a) ação ou omissão; b) dano; c) elo de causalidade entre
ação/omissão e dano; d) dolo ou culpa do agente (art. 5º, X da CF e 186 e 927 do CC);

3) A reclamante não se desincumbiu do ônus da prova quanto ao alegado dano (art.


818 da CLT e 373, I do CPC).

Como cediço, nosso código de processo civil estabelece que é ônus da parte que
alega apresentar provas dos fatos constitutivos do direito invocado, e a reclamada não
trouxe aos autos qualquer elemento de prova a corroborar sua pretensão.

O art. 373, dispõe que:

 Art. 373. O ônus da prova incumbe:

I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito


do autor.

Por outro lado, o reclamante acostou aos autos documento demonstrativo da


ausência de pavor, medo etc... que a reclamada alega ter sofrido.

Impugna-se tais alegações de dano moral praticada pela reclamada, tendo em vista
serem um tanto absurdas, haja vista que o corpo de provas juntadas em anexo pela
reclamante, não tem o condão de condenar em dano moral.

Rua Orly Barros nº. 50, Sala 001, 2º Piso – Novo Horizonte, Ibatiba/ES - Cep: 29.395-000
Email: amorim.liparizi.adv@gmail.com (28) 9-9921-2189
Rodrigo Amorim De Oliveira Liparizi
ADVOGADO
OAB/ES nº 22.227

2.4 DOS VÍNCULOS EMPREGATÍCIOS PRETENDIDOS

A reclamante postula pelo reconhecimento de alegado vínculo empregatício havido


em período anterior (07/11/2020 a 31/12/2021) ao período registrado em sua CTPS.

Realmente a reclamante prestou serviços eventuais à reclamada no referido período,


o que, ao final, levou a empresa a proceder com sua efetiva contratação.

Cumpre destacar que o trabalho prestado em caráter eventual não gera vínculo
empregatício, pois não preenche os requisitos ensejadores ao reconhecimento.

Portanto, não há que se falar em reconhecimento e recebimento de verbas e valores


a título rescisório, notadamente, porque pelos serviços prestados houve a justa
contraprestação.

Nesse ínterim, o vínculo empregatício havido entre a reclamante e a reclamada é o


compreendido entre 01/01/2022 a 07/04/2022, quando por cometimento de falta grave,
capitulada no art. 482 da CLT, o contrato de trabalho foi rescindido motivadamente, ou
seja, por justa causa.

2.5 DA REMUNERAÇÃO

No contrato celebrado pelas partes fora expressamente convencionadas a


remuneração inicial, holerites em anexo, na forma do registro feito na CTPS da reclamante.

Em realidade, as remunerações efetivamente contratadas com a reclamante e


efetivamente pagas a esta, são as constantes nos holerites que a reclamada acosta aos
autos, ou seja, perfazia um ganho mensal em conformidade com o piso da categoria, o que
era pago diretamente na pessoa da reclamante.

Rua Orly Barros nº. 50, Sala 001, 2º Piso – Novo Horizonte, Ibatiba/ES - Cep: 29.395-000
Email: amorim.liparizi.adv@gmail.com (28) 9-9921-2189
Rodrigo Amorim De Oliveira Liparizi
ADVOGADO
OAB/ES nº 22.227

Com efeito, como extrai em perfunctória leitura dos recibos de pagamentos mensais
de salários em anexo, a remuneração da reclamante era composta por salário fixo e
respectivos adicionais, tudo compatível com a CCT.

Os recibos mensais de pagamentos, bem como o TRTC, espelham os valores


efetivamente recebidos pela reclamante.

Os valores consignados nos comprovantes de pagamentos mensais, trazidos aos


autos pela reclamada, refletem a real remuneração deste.

Art. 464 - O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo
empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não
sendo esta possível, a seu rogo.

Ademais, o pagamento sempre foi realizado a tempo e modo, com total


respeitabilidade do direito e prazos pactuados/estabelecidos.

Ora, se pretende a reclamante, desvalidar os comprovantes de pagamentos por ela


assinados e juntados aos autos, deverá arcar com o ônus probatório que lhe impõe o artigo
818 da CLT c/c 373, do CPC e artigo 769, da CLT.

Vejamos o que diz as mais balizadas jurisprudências, a respeito dos documentos


hábeis a provar os pagamentos e o ônus probatório aplicável à espécie, destacando-se o
Precedente Normativo SDC nº 93, do C. TST:

Precedente Normativo da SDC nº 93 Comprovante de pagamento (positivo).

O pagamento do salário será feito mediante recibo, fornecendo-se cópia ao


empregado, com a identificação da empresa, e do qual constarão a remuneração,
com a discriminação das parcelas, a quantia líquida paga, os dias trabalhados ou o
total da produção, as horas extras e os descontos efetuados, inclusive para a

Rua Orly Barros nº. 50, Sala 001, 2º Piso – Novo Horizonte, Ibatiba/ES - Cep: 29.395-000
Email: amorim.liparizi.adv@gmail.com (28) 9-9921-2189
Rodrigo Amorim De Oliveira Liparizi
ADVOGADO
OAB/ES nº 22.227
Previdência Social, e o valor correspondente ao FGTS.

As argumentações apresentadas pelo Reclamante pretende obter vantagem


indevida consubstanciada em locupletamento ilícito, o que é veemente repudiado em nosso
ordenamento jurídico.

Ademais, não desincumbiu a Reclamante do seu dever de provar o alegado. É


cediço que o ônus da prova cabe àquele que alega.

Portanto, resta impugnado tal pleito.

2.6 DA JORNADA DE TRABALHO – HORAS EXTRAS

No que tange ao pleito de horas extras, compete a reclamante provar o labor


extraordinário.

As regras do processo civil relativas à distribuição do ônus da prova não se afastam


do processo do trabalho. Tal é perceptível quando se conjugam os arts. 373 e 818,
previstos, respectivamente, no Código de Processo Civil e na Consolidação das Leis do
trabalho.

A reclamante, pelo conhecimento da empresa jamais excedeu o limite proposto em


Lei, até porque, conforme já aduzido, a reclamante cumpria jornada em regime de escala,
inclusive com horário especial, justamente no intuito de resguardar sua seguranças, das as
peculiaridades da função de frentista de posto de combustível.

Assim, constata-se que o mesmo nunca excedeu o horário normal de trabalho.

As alegações da reclamante são totalmente infundadas.

Por conseguinte, tem-se por impugnadas as pretensões de reconhecimento de


jornada de trabalho em caráter extraordinário suscitadas na exordial.

Rua Orly Barros nº. 50, Sala 001, 2º Piso – Novo Horizonte, Ibatiba/ES - Cep: 29.395-000
Email: amorim.liparizi.adv@gmail.com (28) 9-9921-2189
Rodrigo Amorim De Oliveira Liparizi
ADVOGADO
OAB/ES nº 22.227
Descabível então o pedido de horas extras, e essas com seus reflexos ao salário,
bem como condenação de 50% com os reflexos de verbas de DSRs, avisos prévios, 13º
salário, férias integrais e proporcionais acrescidas de 1/3, depósitos de FGTS + multas de
40%.

Impugna-se o pleito de horas extras, e principalmente, o numero de horas apurado


aleatoriamente pela RECLAMANTE, bem como o valor atribuído as mesmas, pois
desprovido de fonte originária.

2.7 DAS FÉRIAS (INTEGRAIS E PROPORCIONAIS) + 13° SALÁRIO COM TERÇO


CONSTITUCIONAL INTEGRAL E PROPORCIONAL + AVISO PRÉVIO

Considerando o período do vínculo empregatício que realmente existiu, conforme a


própria CTPS juntada aos autos pela Reclamante, bem como o Termo de Rescisão que
tem como causa de desligamento da empresa, a DISPENSA MOTIVADA / POR JUSTA
CAUSA em face da Reclamante, é totalmente descabido o pleito de tais verbas.

Cumpre frisar que as verbas concernentes ao período do pacto laborativo realmente


prestado, já foram quitadas, conforme se vislumbra pelo Termo de Rescisão em anexo.

Portanto, restam impugnados tais pedidos.

2.8 DO FGTS + MULTA DE 40%

Impossível a concessão do referido pedido haja vista a forma de desligamento do


Reclamante perante a Reclamada, qual seja: DISPENSA MOTIVADA / JUSTA CAUSA.

No que tange ao recolhimento do FGTS do período real do pacto laboral, estes já


foram realizados.

2.9 DO SEGURO DESEMPREGO

Rua Orly Barros nº. 50, Sala 001, 2º Piso – Novo Horizonte, Ibatiba/ES - Cep: 29.395-000
Email: amorim.liparizi.adv@gmail.com (28) 9-9921-2189
Rodrigo Amorim De Oliveira Liparizi
ADVOGADO
OAB/ES nº 22.227
A pretensão da reclamante nesse ponto torna-se impossível, uma vez que a mesma
não preenche os requisitos exigidos na Lei n° 13.134/2015.

O período laborado pela reclamante somado ao fato da mesmo ter sido dispensada
por justa causa, acarreta na sua impossibilidade de percebimento do referido benefício,
isentando, por conseguinte a reclamada da obrigação de indenizar referido valor pleiteado.

3 DA IMPUGNAÇÃO DOS DOCUMENTOS ANEXADOS E DA PLANILHA DE VERBAS


PLEITEADAS

Quanto à planilha de verbas pleiteadas pela Reclamante, tal merece total


impugnação, tendo em vista que os valores alí inseridos não correspondem com a
realidade fática dos autos, bem como com o real valor percebido a titulo de remuneração
por àquele.

Impugna-se na sua totalidade, os valores e os requerimentos ali inseridos desde o


calculo de verbas rescisórias, aos cálculos de horas extras, intervalos intrajornadas, entre
jornadas, DSR, reflexos correspondentes, diárias, multas, indenização por danos morais,
bônus salarial, indenização substitutiva ao seguro desemprego e honorários advocatícios.

Afinal de contas o cálculo unilateral não explicou como chegou aos valores alí
inseridos, sendo, portanto, frágeis e desarrazoados de elementos aptos a respaldá-los.

4 DA DEDUÇÃO E DA COMPENSAÇÃO

Ad cautelam, em caso de condenação - o que não se espera e sequer o direito


admite requer a RECLAMADA, desde logo, a compensação/dedução de todos os valores
pagos a igual título, nos termos do artigo 767 da CLT, bem como o permissivo dos
descontos previdenciários e fiscais, e ainda a compensação de valores eventualmente
confessados pela Autora como recebidos e/ou comprovados.

Rua Orly Barros nº. 50, Sala 001, 2º Piso – Novo Horizonte, Ibatiba/ES - Cep: 29.395-000
Email: amorim.liparizi.adv@gmail.com (28) 9-9921-2189
Rodrigo Amorim De Oliveira Liparizi
ADVOGADO
OAB/ES nº 22.227

5 Do Recolhimento do INSS e IRRF

Em caso de condenação o que somente se admite tão somente em atenção ao


princípio da eventualidade, requer a Reclamada sejam autorizadas as dedução e retenções
de valores devidos pela Reclamante, no que tange ao Imposto de Renda, a teor do art. 46
da Lei n.º 8.541/92 e do Provimento 01/93 da Corregedoria Geral da Justiça do trabalho.

Concernente às Contribuições Previdenciárias, impõe-se a Reclamante suportar o


pagamento de sua quota-parte pelo custeio da Seguridade Social, nos moldes dos art. 12
da Lei n.º 7.787/89, arts. 43 e 44 da Lei n.º 8.213/91 e do Provimento 01/90 do Min.
Corregedor do C. TST.

Deve se observar ainda, que o fato gerador da obrigação do recolhimento é a


disponibilidade da verba de natureza salarial e não de seu vencimento, razão pela qual não
autorizar os descontos previdenciários e fiscais implica manifesta afronta aos dispositivos
infraconstitucionais acima explicitados e o enriquecimento sem causa do demandante.

O Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região, já teve oportunidade de se


pronunciar:

“DESCONTOS FISCAIS - Recurso a que se dá


provimento para determinar que se deduza o imposto de renda
sobre o montante da condenação, ficando o pagamento do
tributo a cargo do reclamante, no momento em que se tornarem
disponíveis os respectivos rendimentos. (TRIBUNAL: 17ª Região
ACÓRDÃO NUM: 4549-2001 TIPO: RO NUM: 4053 RO -
RELATOR HELIO MÁRIO DE ARRUDA REVISOR(A)
FRANCISCO ASSIS MARCIANO)”.

Outrossim, ainda pela eventualidade, deve ser observado o disposto na sumula nº


368 do TST.

Rua Orly Barros nº. 50, Sala 001, 2º Piso – Novo Horizonte, Ibatiba/ES - Cep: 29.395-000
Email: amorim.liparizi.adv@gmail.com (28) 9-9921-2189
Rodrigo Amorim De Oliveira Liparizi
ADVOGADO
OAB/ES nº 22.227
6. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Contesta a RECLAMADA todos os pedidos da inicial.

No mérito seja julgado TOTALMENTE IMPROCEDENTE, como demonstrado nesta


peça processual e documentos, bem como se provará na instrução processual.

Por fim, reitera-se IMPUGNAÇÃO total aos números aleatórios atribuídos pela
reclamante na peça inicial a título de quantidade de horas laboradas, valores pretendidos e
dano moral, pois desprovidos de qualquer amparo legal ou fático.

Assim, REQUER à Vossa Excelência que julgue IMPROCEDENTE a Reclamatória


Trabalhista proposta pela RECLAMANTE e a condene ao pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios, MANTENDO A JUSTA CAUSA APLICADA EM
FACE DA RECLAMADA.

Por fim, requer-se a condenação da Reclamante em custas e honorários de


advogado.

Requer, ainda, a produção de todas as provas em direito permitidas, especialmente


pelo depoimento pessoal da RECLAMANTE, sob pena de confissão, e pelas testemunhas
que serão ouvidas em audiência, além de prova pericial e documental complementar.

Termos em que

Pede deferimento.

Ibatiba/ES, 27 de outubro de 2022.

___________________________________________________
Rodrigo Amorim de Oliveira Liparizi
OAB/ES 22.227

Rua Orly Barros nº. 50, Sala 001, 2º Piso – Novo Horizonte, Ibatiba/ES - Cep: 29.395-000
Email: amorim.liparizi.adv@gmail.com (28) 9-9921-2189
Rodrigo Amorim De Oliveira Liparizi
ADVOGADO
OAB/ES nº 22.227

Rua Orly Barros nº. 50, Sala 001, 2º Piso – Novo Horizonte, Ibatiba/ES - Cep: 29.395-000
Email: amorim.liparizi.adv@gmail.com (28) 9-9921-2189

Você também pode gostar