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FACULDADE NACIONAL DE DIREITO

NPJ – Terça-feira – 18:00 às 20:00


Docente: Daniele Gabrich Gueiros
Aluno: Robson Mattos Rezende – DRE: 119117815

ATIVIDADE 15
PARTE I – CONTESTAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 2ª VARA DO TRABALHO DE


SÃO GONÇALO

Processo nº: 0003333-23.2020.5.01.0262

Reclamante: Marcos Souza


Reclamada: Supermercado AKI

Supermercado AKI, já qualificado nos autos da Reclamação Trabalhista em epígrafe,


vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado constituído,
apresentar

CONTESTAÇÃO

Com fundamento nos arts. 847 da CLT combinado com arts. 335 e seguintes do
CPC/2015 aplicados por força do art. 769 da CLT e art. 15 CPC/2015, em face da presente
Reclamação Trabalhista proposta por Marcos Souza, já devidamente qualificado, pelos
fatos e fundamentos dispostos abaixo.

1 – BREVE SÍNTESE DA DEMANDA

Trata-se de ação trabalhista movida por Marcos Souza em face da reclamada


Supermercados AKI requerendo a anulação da demissão por justa causa e o pagamento
das verbas rescisórias, além de indenização por danos morais, bem como o pagamento de
13º que não teria sido pago em 2014.
O reclamante foi contratado em 02/03/2010 e foi dispensado em 25/03/2022 por
justa causa, recebendo as parcelas a que tinha direito em 27/03/2022.
A reclamação não merece prosperar, como se passa a demonstrar.

2 – MÉRITO

2.1 DA DISPENSA DO RECLAMENTE

O reclamante alegar ter sido dispensado imotivadamente, argumentando não ter


cometido falta grave.
No entanto, a dispensa ocorreu durante a pandemia de COVID-19, porque o
trabalhador se recusou a adotar medidas de proteção à saúde e a respeitar as orientações
da reclamada acerca da proteção ao meio ambiente de trabalho. Desse modo, o
trabalhador colocou em risco sua integridade física e não seguiu as ordens provenientes
do empregador.
É evidente que a atuação do reclamante se enquadra na alínea “b”, parte final, do
artigo 482 da CLT, sendo certo que o autor agiu com mau procedimento. Ademais, é fato
que o obreiro incidiu também na conduta da alínea “h”, sendo agindo com indisciplina,
ao não atender às orientações do empregador dirigidas a todos os empregados.
Ademais, o trabalhador fora advertido pelo gerente por quatro vezes por ter faltado
diversas vezes ao trabalho. Além disso, o reclamante fora contratado para exercer as
atividades de locutor e se recusou a anunciar as ofertas por diversas vezes, quando estava
na cafeteria do mercado falando ao celular. Ambas as condutas demonstram a desídia do
trabalhador pelas suas atividades laborais, configurando mais um motivo para sua
dispensa por justa causa, de acordo com o art. 482, alínea “e”, da CLT.
Assim sendo, a dispensa por justa causa do reclamante está fundada no art. 482,
alíneas “b”, in fine, “e” e “h”, da CLT, não merecendo prosperar o pedido de anulação da
dispensa de justa causa.

2.2 DOS DANOS MORAIS

O pedido de dano moral do autor também não merece prosperar, pois o trabalhador
não foi exposto a situação vexatória ou humilhante que configurasse o recebimento de
danos morais. A dispensa por justa causa, quando não há a exposição do empregado a
constrangimento, não caracteriza danos morais. Esse foi o entendimento da 6ª Turma do
TRT da 2ª Região:

DANO MORAL. DISPENSA POR JUSTA CAUSA


REVERTIDA EM JUÍZO. INDENIZAÇAO INDEVIDA. Com
efeito, a aplicação da penalidade prevista no artigo 482 da CLT,
ainda que não confirmada pelo Poder Judiciário, não se reveste de
ilicitude, quando ausente a exposição do trabalhador a
situação vexatória ou humilhante, circunstância, como visto,
não demonstrada na hipótese em apreço. Ou seja, a aplicação de
justa causa sem exposição do empregado a constrangimento
não caracteriza dano moral. Assim, por não demonstrada
qualquer lesão ao patrimônio jurídico imaterial da empregada,
não há que se falar em reparação correspondente. Apelo da
reclamada que se acolhe, no particular. (TRT 2ª Região.
PROCESSO Nº: 1001132-02.2019.5.02.0205 - recurso ordinário
em rito sumaríssimo. Relator: Valdir Florindo.) (grifos nosso).

Dessa forma, não cabe o pedido de danos morais por parte da reclamante que não
sofreu qualquer tipo de humilhação a qual configurasse direito a receber indenização por
danos morais.

3 – DO PEDIDO

Ante o exposto, requer a reclamada sejam julgados improcedentes os pedidos


autorais com fundamento nos argumentos supramencionados, bem como a condenação
da reclamante em honorários de sucumbência.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Advogado
OAB
PARTE II – AUDIÊNCIA

1. O preposto representa a pessoa na audiência. O advogado pode atuar como preposto e


advogado ao mesmo tempo?
R: O advogado não pode atuar como preposto e advogado na audiência, conforme art.
23 do Código de Ética e Disciplina da OAB.
2. Após a reforma trabalhista (de 2017) o preposto tem que ser empregado da empresa
(observe as exceções mesmo antes da referida reforma)
R: O preposto não precisa ser empregado da reclamada, conforme art. 843, §3º, da CLT.
Antes da reforma trabalhista de 2017 o preposto deveria ser empregado da reclamada,
podendo ser decretada a revelia.

Sobre a presença das partes em audiência, responda:


1. Qual a consequência da ausência injustificada do autor na audiência de conciliação?
R: O não comparecimento do autor à audiência de conciliação gera o arquivamento da
reclamação, conforme art. 844 da CLT. Podendo ser condenado, ainda, no pagamento
das custas processuais, conforme art. 789, CLT.
2. Qual a consequência da ausência injustificada do autor na audiência de instrução?
R: O não comparecimento do autor à audiência de instrução e julgamento promove o
arquivamento da reclamação, conforme art. 844 da CLT. Além disso, importa em
confissão ficta, conforme Súmula 74, I, do TST.
3. Qual a consequência da ausência injustificada do réu na audiência de conciliação?
R: O não comparecimento do réu à audiência de conciliação e julgamento faz com o que
o reclamado seja considerado revel e haja a confissão quanto a matéria de fato,
conforme art. 844, da CLT.
4. Qual a consequência da ausência injustificada do réu na audiência de instrução?
R: O não comparecimento do réu na audiência de instrução e julgamento ocasiona a
revelia do réu e a confissão ficta da matéria de fato, segundo art. 844, da CLT.

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