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Pergunta 1: Que elementos configuram o tipo legal trabalho análogo ao de escravo (art.
149 CP)?
Conforme o art. 149 do Código Penal, existem 4 hipóteses de configuração do trabalho análogo
à escravidão: 1) submeter alguém a trabalhos forçados ou 2) a jornada exaustiva, 3) sujeitar o
trabalhador a condições degradantes de trabalho ou 4) restringir, por qualquer meio, sua
locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto. Ainda, o parágrafo
primeiro do mesmo artigo equipara as mesmas penas a quem 5) cerceia o uso de qualquer meio
de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho ou 6) mantém
vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do
trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.
Assim, a ocorrência de qualquer uma dessas condutas configura o tipo legal trabalho análogo
ao de escravo
Não, conforme firmado pelo Supremo Tribunal Federal na ADI 3.684, a Justiça do Trabalho
não tem competência para processar e julgar ações penais. Segundo o voto do relator,
acompanhado pela maioria, a Constituição não outorga à Justiça do Trabalho a jurisdição sobre
matéria penal, apenas para o processo e julgamento de ações oriundas da relação de trabalho.
Acrescenta ainda que, “quando os enunciados da legislação constitucional e subalterna aludem,
na distribuição de competências, a ações, sem o qualificativo de penais ou criminais, a
interpretação sempre excluiu de seu alcance teórico as ações que tenham caráter penal ou
criminal.”
O Ministério Público do Trabalho (MPT) é o ramo do Ministério Público da União que fiscaliza
o cumprimento da legislação trabalhista, mediando as relações entre empregados e
empregadores nos âmbitos judicial e extrajudicial. Sua competência e atribuições são reguladas
pela Lei Complementar nº 75/93, nos artigos 83 e 84, o que inclui manifestar-se em qualquer
fase do processo trabalhista, promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho,
para defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais
constitucionalmente garantidos, incluindo a defesa dos direitos e interesses dos menores,
incapazes e índios, decorrentes de relações de trabalho; atuar como árbitro, se assim for
solicitado pelas partes, nos dissídios de competência da Justiça do Trabalho; promover ou
participar da instrução e conciliação em dissídios decorrentes da paralisação de serviços de
qualquer natureza, oficiando obrigatoriamente nos processos, manifestando sua concordância
ou discordância, em eventuais acordos firmados antes da homologação e resguardado o direito
de recorrer em caso de violação à lei e à Constituição Federal, entre outros.
No âmbito extrajudicial, o MPT pode, ainda, propor às partes envolvidas nos conflitos a
assinatura de Termos de Ajuste de Conduta, estabelecendo obrigações e a aplicação de multas
em caso de descumprimento e produzir notificações recomendatórias, que podem se dirigir
tanto a entes públicos quanto a empresas particulares ou segmentos de atividades econômicas,
de forma a alertar e orientar preventivamente para o não cometimento de irregularidades
passíveis de ações judiciais.