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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Núcleo de Prática Jurídica


Prática Jurídica IV (Trabalhista)

João Pedro Pimentel Henrique de Paula


DRE 117096568

Atividade 01

1. Que elementos configuram o tipo legal trabalho análogo ao de escravo (art. 149, CP)
R: O art. 149 do CP possui três elementos típicos em seu caput: (i) a submissão a trabalhos
forçados ou a jornada exaustiva, (ii) a sujeição a condições degradantes de trabalho e (ii) a
restrição por qualquer meio da locomoção em razão de dívida contraída com o empregador
ou preposto. O § 1º ainda estabelece a equiparação no caso de ser cerceado uso de
qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com finalidade de retê-lo no local de
trabalho e quando se mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de
documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.

2. A Justiça do Trabalho tem competência criminal?


R: A Justiça do Trabalho não possui competência criminal, o que a compete a ela processar
e julgar está no definido no art. 114 da Constituição. O STF já decidiu neste sentido ao julgar
a ADI 3684.

3. Como o MPT pode agir?


R: O MPT possui previsão constitucional no art. 128, inciso I, alínea "b", enquanto integrante
do MPU. A competência está estabelecida no art. 83 da Lei Complementar nº 75/1993 e o
exercício de suas atribuições se dá em órgãos da Justiça do Trabalho. Portanto, não possui
atribuição para exercer a ação penal. Mas pode, por exemplo, ajuizar ação civil pública junto
a Justiça do Trabalho ou instaurar inquérito civil, além de outras atribuições e instrumentos,
como o Termo de Ajustamento de Conduta

4. No caso de trabalho em âmbito doméstico, qual a previsão da LC 150/2015 a


respeito da fiscalização?
R: A LC nº 150/2015 alterou através de seu art. 44 a Lei nº 10.593/2002, com o acréscimo
do art. 11-A, que trata da fiscalização pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, vejamos:
Art. 11-A. A verificação, pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, do cumprimento das normas que
regem o trabalho do empregado doméstico, no âmbito do domicílio do empregador,
dependerá de agendamento e de entendimento prévios entre a fiscalização e o empregador.
§ 1o A fiscalização deverá ter natureza prioritariamente orientadora.
§ 2o Será observado o critério de dupla visita para lavratura de auto de infração, salvo
quando for constatada infração por falta de anotação na Carteira de Trabalho e Previdência
Social ou, ainda, na ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à
fiscalização.
§ 3o Durante a inspeção do trabalho referida no caput, o Auditor-Fiscal do Trabalho far-se-á
acompanhar pelo empregador ou por alguém de sua família por este designado

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