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LEI DECriminais
EXECUÇÃO
Disposições Gerais
PENAL (LEP)
Lei N. 7.210 de 1984
TÓPICOS DA AULA –
01. Introdução –
02. Deveres do preso;
03. Disposições gerais da disciplina prisional;
04. Das Faltas Disciplinares
05. Procedimento Administrativo Disciplinar;
5.1. Instauração de procedimento para apuração (conforme regulamento)
5.2. Competência para instauração;
5.3. Direitos do preso no PAD:
5. 3.1. Assegurado o direito de defesa (Súm. 533 – STJ);
5. 3.2. Oitiva do preso e dos funcionários;
5. 3.3. Individualização da conduta;
5. 3.4. Arrolar testemunhas;
4. Das espécies e da aplicação da sanção –
5. Da aplicação das sanções administrativas –
Desse modo, a execução penal pressupõe um conjunto de deveres e direitos, envolvendo o Estado e o condenado, de tal
sorte que, além das obrigações legais inerentes ao seu particular estado, o condenado deve submeter-se a um conjunto de
normas e execução da pena.
O descumprimento de um dever poderá acarretar ao mesmo tempo um ilícito administrativo e um ilícito penal.
Tópico que veremos à diante.
Cumprimento fiel da sentença - O preso deverá cumprir fielmente a sentença imposta pelo Juiz. Dessa
forma, a desobediência poderá configurar falta disciplinar de natureza grave ou até mesmo crime.
LEP – Falta Grave – Art. 50, inciso II – Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade
que fugir;
CÓDIGO PENAL – FUGA – CRIME –
Evasão mediante violência contra a pessoa – Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o
indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência;
Art. 39 – II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;
LEP – Falta Grave – Art. 50, inciso VI – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39,
desta Lei.
A depender do caso, a desobediência ou o desrespeito às autoridades pode configurar os seguintes crimes:
Resistência (CP, art. 329);
Desobediência (CP, art. 330);
Desacato (CP, art. 331).
STJ – A desobediência aos agentes penitenciários configura falta de natureza grave, a teor da combinação
entre os art. 50, VI, e art. 39, II e V, da Lei de Execuções Penais. Acórdãos: AgRg no HC 550207/SP, Rel.
Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 18/02/2020, DJe
28/02/2020
Art. 39 (...)
III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
LEP - Art. 50, inciso I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
Art. 39 (...)
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
LEP - Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas
aptidões e capacidade.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no interior
do estabelecimento.
Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho
LEP - Art. 50, inciso VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
Art. 40 (...)
VI - submissão à sanção disciplinar imposta;
LEP – Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser
inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não
reparados por outros meios;
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção,
mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho;
LEP – Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior
a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em
proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
X - conservação dos objetos de uso pessoal.
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo.
Como podemos perceber, não são todos os deveres que se aplicam aos presos provisórios. Por exemplo,
a obrigatoriedade do trabalho não se aplica ao preso provisório, uma vez que, conforme o art. 31,
parágrafo único da LEP, trata-se de uma faculdade.
DA DISCIPLINA PRISIONAL
(ART. 44 ao Art. 60)
DISPOSIÇÕES GERAIS DA DISCIPLINA PRISIONAL
Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às determinações das
autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho.
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de liberdade ou restritiva de
direitos e o preso provisório.
Conceito de disciplina – em sentido amplo, a disciplina é um comportamento em conformidade com as
normas legais. A disciplina consiste na obediência às regras, aos superiores, a regulamentos; consiste
na conduta que assegura o bem-estar dos indivíduos ou o bom funcionamento. O preso que respeita as
normas legais e regulamentares é um preso disciplinado.
Conceito previsto na LEP (Art. 44) – Conforme o dispositivo legal, o preso provisório ou condenado
deverá colaborar com a ordem, bem como colaborar com a obediência às determinações das
autoridades e seus agentes, e também no desempenhar seu trabalho.
EXECUÇÃO DA PENA – EQUILÍBRIO –
O preso, de outro lado, deverá cumprir seus deveres e obrigações impostas pela norma. Essas normas
se traduzem em deveres, e representam um código de postura do condenado perante a Administração e
o Estado. Nesse sentido, o descumprimento de deveres e obrigações configura indisciplina prisional e
sujeitará o preso às sanções.
Por fim, conforme se observa o art. 39, I da LEP, constituem deveres do condenado comportamento
disciplinado.
CONTEXTO DA DISCIPLINA –
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou
regulamentar.
Princípio da Legalidade – Em um primeiro momento, esse princípio funciona uma forma de limitação do
poder estatal, e antes de contemplar a execução penal foi entregue ao Direito Penal. De modo, claro e
objetivo: o preso somente poderá ser punido e sofrer as consequências mais gravosas se houver expressa
e anterior previsão legal ou regulamentar do ato praticado. Caso contrário, não poderá haver punição.
Criação de pombos – Ausência de Falta Grave – A 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça anulou
punição a um preso que mantinha três pombos em sua cela, em uma penitenciária no interior de São
Paulo.
No STJ, a defesa do preso afirmou que ele não portava objeto ou substância ilícita e que o uso dos
pombos para a prática de falta disciplinar era uma suposição das autoridades. Alegou “atipicidade da
conduta”, já que não haveria vedação legal à presença dos pombos, e que o preso não incorreu em
desobediência, pois não recebeu ordem para retirar as aves da cela.
Conduta não prevista
De acordo com o relator do Habeas Corpus, ministro Rogerio Schietti Cruz, a presença das aves na
cela não permite presumir que elas serviriam a algum propósito ilegal, mesmo o preso admitindo ser
dono de uma delas.
“As faltas graves estão previstas no artigo 50 da LEP e, consoante entendimento pacífico desta corte,
não possibilitam interpretação extensiva ou complementar a fim de acrescer condutas que lá não estão
previstas”, afirmou.
HABEAS CORPUS Nº 284.829 - SP (2013/0410039-3)
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado.
§ 2º É vedado o emprego de cela escura.
Princípio da humanização das penas – Significa dizer que o condenado não perde a sua condição
humana. Portanto, não haverá pena de morte, salvo em caso de guerra externa declarada; de caráter
perpétuo; de trabalho forçado; de banimento; e cruel, que é a que impõe intenso e ilegal sofrimento.
As penas, sejam administrativas ou penais, deverão sempre respeitar a dignidade da pessoa humana,
observando a integridade física, mental e moral do preso.
§ 3º São vedadas as sanções coletivas.
STJ: “É necessária a individualização da conduta para reconhecimento de falta grave praticada pelo
apenado em autoria coletiva, não se admitindo a sanção coletiva a todos os participantes
indistintamente. Acórdãos; AgRg no HC 557417/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA,
julgado em 10/03/2020, DJe 23/03/2020
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da prisão, será cientificado das
normas disciplinares.
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercido pela autoridade
administrativa conforme as disposições regulamentares.
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será exercido pela autoridade
administrativa a que estiver sujeito o condenado.
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da execução para os fins dos artigos
118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei.
DAS FALTAS E DO PROCEDIMENTO
DISICPLINAR
Faltas graves – Violação de deveres do art. 38 e 39 da LEP.
Faltas graves – Antecipação da prática de crimes. Se observamos as faltas graves, em sua essência, quer o
legislador evitar que o preso progrida em sua conduta e cometa algum crime. Em tese, a falta grave consiste
numa preparação para conduta criminosa.
Antes de analisar os artigos seguintes, é importante enfatizar que temos algumas fases para até então chegarmos
à aplicação da sanção administrativa ao preso. Fases que vão desde a prática do ilícito administrativo até a
efetiva aplicação da sanção: Vejamos:
LEP – Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou
regulamentar.
O art. 45 traz, de forma expressa, os princípios da reserva legal e da anterioridade da norma. Desse modo,
a durante a Execução Penal, não poderá haver falta ou sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão
legal.
Em outras palavras, para que um preso seja submetido a um procedimento para fins de apurar sua conduta
diante de uma possível falta são necessários: que a falta disciplinar esteja prevista legalmente e que seja
anterior ao ato. Nesse sentido,
Rol Taxativo –
STJ: O rol do art. 50 da Lei de Execuções Penais (Lei n. 7.210/1984), que prevê as condutas que
configuram falta grave, é taxativo, não possibilitando interpretação extensiva ou complementar, a fim de
acrescer ou ampliar o alcance das condutas previstas. Acórdãos: HC 481699/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO
REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 12/03/2019, DJe 19/03/2019
Apresentar Embriagado –
“A conduta do agravante de se apresentar embriagado, embora consista em comportamento irregular, não
pode gerar a regressão de regime ou indeferir o livramento condicional, pois não está elencada no rol
taxativo das infrações disciplinares previstas no art. 50 da LEP.” (TJ-MG - Agravo em Execução Penal
AGEPN 10261150028858001 MG; Data de publicação: 19/08/2015)
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
Forma de praticar a falta grave – Ação ou omissão (recusa de voltar às celas, recusa de recebimento de
comida – greve de fome).
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança detentiva,
usando de violência contra a pessoa:
STJ: O delito de dano ao patrimônio público, quando praticado por preso para facilitar a fuga do
estabelecimento prisional, demanda a demonstração do dolo específico de causar prejuízo ao bem público
(animus nocendi), sem o qual a conduta é atípica.
STJ: “O aresto objurgado alinha-se a entendimento pacificado neste Sodalício no sentido de que o dano
praticado contra estabelecimento prisional, em tentativa de fuga, não configura fato típico, haja vista a
necessidade do dolo específico de destruir, inutilizar ou deteriorar o bem, o que não ocorre quando o
objetivo único da conduta é fugir” (AgRg no AREsp 578.521/GO, DJe 26/10/2016)
Em sentido contrário, temos decisões do STF no sentido de que configura crime. Vejamos:
“Comete o crime de dano qualificado o preso que, para fugir, danifica a cela do estabelecimento prisional
em que está recolhido. Cód. Penal, art. 163, parag. único, III. II. - O crime de dano exige, para a sua
configuração, apenas o dolo genérico. III. - H.C. indeferido. (HC 73189, Relator(a): Min. CARLOS
VELLOSO, Segunda Turma, julgado em 23/02/1996, DJ 29-03-1996 PP-09346 EMENT VOL-01822-02 PP-
00250)”
No mesmo sentido do STF, Guilherme de Sousa Nucci e Rogério Greco entendem ser perfeitamente
possível o enquadramento do fato ao crime de dano qualificado. Ensina Rogério Greco:
“Entendemos que não se exige para a configuração do crime de dano o chamado animus nocendi. Basta
que o agente tenha conhecimento de que com o seu comportamento está destruindo, inutilizando ou
deteriorando coisa alheia, para que possa ser responsabilizado pelo delito em estudo, uma vez que o tipo
não exige essa finalidade especial. ”
RECOMEÇO DA CONTAGEM – FUGA –
STJ: “Induvidoso que a fuga caracteriza falta grave, implicando regressão de regime e recomeço da contagem - a
partir da recaptura - da fração de pena para nova progressão e alguns outros benefícios, bem como a perda
parcial dos dias remidos.” (Agravo Nº 70046986766, Terceira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Ivan Leomar Bruxel, Julgado em 01/03/2012)
Recomeço da contagem –
STJ: O marco inicial da prescrição para apuração da falta grave em caso de fuga é o dia da recaptura do foragido.
Acórdãos: HC 527625/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em
12/11/2019, DJe 26/11/2019
Fuga – Falta grave de natureza permanente
STJ: A fuga configura falta grave de natureza permanente, porquanto o ato de indisciplina se prolonga no tempo,
até a recaptura do apenado. Acórdãos: HC 527625/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA,
QUINTA TURMA, julgado em 12/11/2019, DJe 26/11/2019
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;
STJ: “O reconhecimento de falta grave prevista no art. 50, III, da Lei n. 7.210/1984 dispensa a realização de
perícia no objeto apreendido para verificação da potencialidade lesiva, por falta de previsão legal.” Acórdãos:
AgRg no HC 475585/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 07/11/2019,
DJe 22/11/2019
IV - provocar acidente de trabalho;
Provocação dolosa –
Provocação culposa – Art. 126 – § 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos
estudos continuará a beneficiar-se com a remição.
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto, sem prejuízo
das seguintes condições gerais e obrigatórias:
I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga;
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;
IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado.
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
LEP – Art. 38 – II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário
retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional
Posse de Celular - Art. 50, VII -
STJ: “Após a vigência da Lei n. 11.466, de 28 de março de 2007, constitui falta grave a posse de aparelho
celular ou de seus componentes, tendo em vista que a ratio essendi da norma é proibir a comunicação
entre os presos ou destes com o meio externo.” Acórdãos: HC 278584/SP, Rel. Ministra MARIA
THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 07/11/2013, DJe 20/11/2013
Perícia de aparelho celular
STJ: É prescindível a perícia de aparelho celular apreendido para a configuração da falta disciplinar de
natureza grave do art. 50, VII, da Lei n. 7.210/1984. Acórdãos: AgRg no HC 506102/SP, Rel. Ministra
LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 05/12/2019, DJe 17/12/2019
Chip, bateria e carregador –
STF – Conforme o entendimento sufragado pelo Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de
Justiça, a posse de componentes de aparelho celular, tais como chip, bateria e carregador, configura a
infração disciplinar prevista no artigo 50 , inciso VII da Lei de Execução Penal , pois, são acessórios que
sem eles, não é possível a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. Recurso de Agravo
RAG 20150020269098 (TJ-DF); 18/11/2015)
Placa de celular –
“O paciente foi surpreendido, em 25/10/2008, na posse de componente de aparelho de telefonia celular
que, segundo o impetrante, seria uma placa. A Turma negou a ordem ao entender que, com o advento da
Lei n. 11.466/2007, que incluiu o inciso VII ao art. 50 da Lei de Execução Penal, a referida conduta passou
a ser considerada típica após 28/3/2007, data de sua entrada em vigor. Após tal data, este Superior
Tribunal firmou o entendimento de que não só a posse do aparelho de telefonia celular como também o
de acessório essencial a seu funcionamento ensejam o reconhecimento de falta grave.”
Posse de fone de Celular –
STJ: “A posse de fones de ouvido no interior do presídio é conduta formal e materialmente típica,
configurando falta de natureza grave, uma vez que viabiliza a comunicação intra e extramuros.”
VIII - recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 9º-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra
pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, serão
submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA - ácido
desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que não tiver sido submetido à identificação
do perfil genético por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional deverá ser submetido ao
procedimento durante o cumprimento da pena. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta lei.
Sanção – CP – Art. 44, § 4o – A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando
ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a
executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta
dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
LEP – Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na
forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal.
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por edital;
Súmula 526 – STJ – O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como
crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal condenatória no
processo penal instaurado para apuração do fato. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 13/05/2015
STJ: “A prática de fato definido como crime doloso no curso da execução penal caracteriza falta grave,
independentemente do trânsito em julgado de eventual sentença penal condenatória.” (Tese julgada sob o
rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 655) Acórdãos: HC 262572/RS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE
ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 12/11/2013, DJe 28/11/2013
02.
COMPETÊNCIAS PARA A INSTAURAÇÃO
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO –
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercido pela autoridade
administrativa conforme as disposições regulamentares.
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do
estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz competente.
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
Súmula 533 do STJ – Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é
imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional,
assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou defensor público nomeado. STJ. 3ª
Seção. Aprovada em 10/06/2015, Dje 15/06/2015.
Controle Jurisdicional – Sanção Aplicada pelo Diretor –
STJ: A decisão proferida pela autoridade administrativa prisional em processo administrativo disciplinar - PAD que
apura o cometimento de falta grave disciplinar no âmbito da execução penal é ato administrativo, portanto, passível
de controle de legalidade pelo Poder Judiciário. Acórdãos: AgRg no AREsp 1439580/SP, Rel. Ministro RIBEIRO
DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 15/10/2019, DJe 28/10/2019
03.
DIREITOS DO PRESO NO PAD –
Direito de Defesa –
Oitiva do preso e dos funcionários –
Individualização da conduta –
DIREITO DE DEFESA –
Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedimento para sua apuração, conforme
regulamento, assegurado o direito de defesa.
Súmula 533 do STJ – Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal,
é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional,
assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou defensor público nomeado. STJ.
3ª Seção. Aprovada em 10/06/2015, Dje 15/06/2015.
Ausência de Defesa – Não aplicabilidade da Súmula Vinculante 5 -
Súmula Vinculante 5 - A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não
ofende a Constituição.
É NULA A SINDICÂNCIA QUE VISE APURAR A FALTA GRAVE DO PRESO QUANDO AUSENTE O
ADVOGADO.
Foi instaurada sindicância para apuração do cometimento de falta grave imputada ao paciente em sede de execução
penal; ao final reconheceu-se o cometimento da falta grave (posse de aparelho celular dentro do presídio), contudo
sem a presença do defensor quando da oitiva do acusado. A Turma entendeu não aplicável a Súmula vinculante n. 5 do
STF, pois os precedentes que a embasam estão vinculados ao Direito Administrativo. Não se está a tratar de um mero
procedimento administrativo disciplinar em que um sujeito sobre o qual recai a suspeita de uma falta pode, investido
de plenos poderes, exercer seus direitos e prerrogativas e demonstrar sua inocência.. HC 193.321-SP, Rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura, julgado em 31/5/2011.
INEXISTÊNCIA DE DEFESA TÉCNICA POR ADVOGADO NA OITIVA DE TESTEMUNHAS
STJ: No processo administrativo disciplinar instaurado para apuração de falta grave supostamente praticada no curso
da execução penal, a inexistência de defesa técnica por advogado na oitiva de testemunhas viola os princípios do
contraditório e da ampla defesa e configura causa de nulidade do PAD. Acórdãos: HC 517663/MG, Rel. Ministro
LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA TURMA, julgado em
01/10/2019, DJe 11/10/2019)
2. OITIVA DO PRESO E DOS FUNCIONÁRIOS;
I - advertência verbal;
II - repreensão;
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento
coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei.
Competência –
Hipóteses de aplicação da sanção –
Dosimetria da sanção –
COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO DA SANÇÃO DISCIPLINAR
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do
estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz competente.
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida de manifestação do
Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias.
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhecido em favor do condenado, de sua
colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho.
Art. 56. São recompensas:
I - o elogio;
II - a concessão de regalias.
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos incisos III a V do art. 53 desta
Lei.
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, ressalvada a
hipótese do regime disciplinar diferenciado.
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as
circunstâncias e as conseqüências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.
CONSEQUÊNCIAS DAS FALTAS
GRAVES;
FALTA GRAVE E VERIFICAÇÃO DO REQUISITO SUBJETIVO – BENEFÍCIOS DA EXECUÇÃO
PENAL –
Concessão de benefícios da execução penal
STJ: “A falta grave pode ser utilizada a fim de verificar o cumprimento do requisito subjetivo necessário
para a concessão de benefícios da execução penal.” Acórdãos: AgRg no HC 554100/SP, Rel. Ministro
LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA
TURMA, julgado em 10/03/2020, DJe 18/03/2020
A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a falta disciplinar grave impede a
concessão do livramento condicional, por evidenciar a ausência do requisito subjetivo relativo ao
comportamento satisfatório durante o resgate da pena, nos termos do art. 83, III, do Código Penal. A decisão
(HC 554.833/SP teve como relator o ministro Joel Ilan Paciornik)
STJ – Esta Corte superior pacificou o entendimento segundo o qual, apesar de as faltas graves não
interromperem o prazo para a obtenção de livramento condicional, Súmula n. 441 do Superior
Tribunal de Justiça – STJ, justificam o indeferimento do benefício, pelo inadimplemento do requisito
subjetivo. Na hipótese, o pedido de livramento condicional foi indeferido ao paciente pelo Tribunal a quo
com fundamento, sobretudo, no histórico do apenado, que possui registro de 2 faltas disciplinares de
natureza grave. 3. Não se aplica limite temporal à análise do requisito subjetivo, devendo ser analisado todo
o período de execução da pena, a fim de se averiguar o mérito do apenado. Precedentes. 4. Habeas corpus
não conhecido. (HC 554.833/SP, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em
03/03/2020, DJe 16/03/2020)
Saída temporária – Requisito subjetivo –
STJ: “O cometimento de falta grave é motivo idôneo para o indeferimento do benefício da saída temporária,
por ausência de preenchimento do requisito subjetivo.” Acórdãos: HC 514230/RJ, Rel. Ministro JOEL
ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 17/09/2019, DJe 24/09/2019
Progressão de regime – Requisito subjetivo –
STJ – “ Para a concessão da progressão de regime, deve o reeducando preencher os requisitos de natureza
objetiva (lapso temporal) e subjetiva (bom comportamento carcerário), nos termos do art. 112 da LEP. IV –
Na hipótese, as instâncias ordinárias entenderam que não foi preenchido o requisito subjetivo, com base em
fatos concretos ocorridos no curso da execução penal, quais sejam, o registro da prática de sucessivas faltas
disciplinares de natureza grave. (AgRg no HC 554.100/SP, Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA
RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA TURMA, julgado em 10/03/2020,
DJe 18/03/2020)
Graves cometidas em período longínquo –
“Faltas graves cometidas em período longínquo e já reabilitadas não configuram fundamento idôneo para
indeferir o pedido de progressão de regime, para que os princípios da razoabilidade e da ressocialização da
pena e o direito ao esquecimento sejam respeitados”. (HC 544368/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES
DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 05/12/2019, DJe 17/12/2019)
FALTA GRAVE E VERIFICAÇÃO DO REQUISITO OBJETIVO – BENEFÍCIOS DA EXECUÇÃO
PENAL –
Súmula 534 do STJ - “A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime
de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração”.
Súmula 535-STJ - A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou
indulto.
Súmula 441-STJ - A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional.
FALTA GRAVE E REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIOS DA EXECUÇÃO PENAL –
1. Revogação da Autorização do trabalho Externo – Art. 37, parágrafo único.
LEP – Art. 37 (...) Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar
fato definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos
estabelecidos neste artigo.
2. Revogação do benefício da Progressão Especial –
Art. 112 - § 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação do benefício
previsto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
STJ: A decisão que reconhece a prática de falta grave disciplinar deverá ser desconstituída diante das
hipóteses de arquivamento de inquérito policial ou de posterior absolvição na esfera penal, por inexistência do
fato ou negativa de autoria, tendo em vista a atipicidade da conduta. Acórdãos: HC 524396/SP, Rel. Ministro
REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 15/10/2019, DJe 22/10/2019
REGIME DISCIPLINAR
DIFERENCIADO –
HIPÓTESES DE APLICAÇAO DO
REGIME DISCIPLINAR
DIFERENCIADO
1ª HIPÓTESE –
“Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar subversão
da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem
prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características:
Súmula 526 – STJ – O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como
crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal condenatória no
processo penal instaurado para apuração do fato. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 13/05/2015
Súmula 533 – STJ – Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é
imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional,
assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou defensor público nomeado.
(Súmula 533, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 10/06/2015, DJe 15/06/2015).
Súmula 639 – “Não fere o contraditório e o devido processo decisão que, sem ouvida prévia da defesa,
determine transferência ou permanência de custodiado em estabelecimento penitenciário federal”.
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos provisórios ou condenados,
nacionais ou estrangeiros:
I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade;
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos provisórios ou condenados,
nacionais ou estrangeiros:
§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização criminosa, associação criminosa ou
milícia privada, ou que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federação, o regime
disciplinar diferenciado será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional federal.
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime disciplinar diferenciado deverá contar com alta
segurança interna e externa, principalmente no que diz respeito à necessidade de se evitar contato do
preso com membros de sua organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou de grupos
rivais.
CARACTERÍSTICAS DO REGIME
DISCIPLINAR DIFERENCIADO –
Art. 52, I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave
de mesma espécie;
“duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de § 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime
repetição da sanção por nova falta grave de mesma disciplinar diferenciado poderá ser prorrogado
espécie;” sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, existindo
indícios de que o preso:
§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar diferenciado, o preso que não receber a visita de
que trata o inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio agendamento, ter contato telefônico, que
será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez) minutos.” (NR)
Art. 52, V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações equipadas
para impedir o contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização judicial em contrário;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO
Locais Instalações equipadas para impedir o contato físico Em instalações equipadas para impedir
e a passagem de objetos o contato físico e a passagem de
objetos
Locais com permissão
de contato físico e a Sem previsão Mediante expressa
passagem de objetos autorização judicial
Fiscalização Será gravada em sistema de áudio ou de áudio e Sempre monitoradas;
O monitoramento não se aplica ao
vídeo e, com autorização judicial, fiscalizada por
agente penitenciário. (Art. 52, §6º) Defensor do Preso.
Visita – Art. 52, § 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de
regime disciplinar diferenciado, o preso que não
Contato Telefônico receber a visita de que trata o inciso III
do caput deste artigo poderá, após prévio Sem previsão
agendamento, ter contato telefônico, que será
gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas)
vezes por mês e por 10 (dez) minutos.
Art. 52, IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos de até
4 (quatro) presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso; (Redação dada
pela Lei nº 13.964, de 2019)
CORRESPONDÊNCIA DO PRESO
Por prazo não superior a 30 dias. A fiscalização ocorre sempre que a emissão ou
(art. 58, LEP) recebimento de correspondência.
PROGRESSÃO DE REGIME E O
REGIME DISCIPLINAR
DIFERENCIADO –
STF – “Não faz jus ao benefício da progressão de regime o condenado que esteja cumprindo pena em
penitenciária federal de segurança máxima por motivo de segurança pública ou que integre organização
criminosa, pois tais circunstâncias evidenciam a ausência dos requisitos subjetivos para a progressão de regime
prisional.” (julgamento do HC 131.649/RJ; Informativo STF 838.)
A Segunda Turma afirmou que a transferência do apenado para o sistema federal tem, em regra, como
fundamento razões que atestam que, naquele momento, o condenado não tem mérito para progredir de regime.
Observou que a transferência seria cabível no interesse da segurança pública ou do próprio preso (Lei
11.671/2008, art. 3º).
Frisou que o paciente seria líder de organização criminosa. Ademais, mesmo sem cometer infrações
disciplinares, o preso que pertencesse à associação criminosa não satisfaria aos requisitos subjetivos para a
progressão de regime. A pertinência à sociedade criminosa seria crime e também circunstância reveladora da
falta de condições de progredir a regime prisional mais brando. A Segunda Turma ainda registrou que a
manutenção do condenado em regime fechado, com base na falta de mérito do apenado, não seria incompatível
com a jurisprudência do STF. (Brasília, 5 a 9 de setembro de 2016 - Nº 838.)
Dos Juizados Especiais
LEI DECriminais
EXECUÇÃO
Disposições Gerais
PENAL (LEP)
Lei N. 7.210 de 1984
Dos Juizados Especiais
Criminais
Disposições Gerais
QUESTÕES
Dos deveres do preso –
01. (Prof. Ayres Barros) De acordo com a Lei de Execução Penal, cumpre ao condenado, além das obrigações
legais inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de execução da penal.
02. (Prof. Ayres Barros) Todos os deveres dos presos previstos na LEP são aplicados aos presos condenados e
provisórios.
03. (Prof. Ayres Barros) Constituem deveres do condenado e do preso provisório, dentre outros, o
comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença.
04. (Prof. Ayres Barros) A obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se
constituem deveres do preso condenado. Nesse sentido, é correto afirmar que a desobediência aos agentes
penitenciários configura falta de natureza grave.
05. (Prof. Ayres Barros) A execução do trabalho constitui um dos deveres do preso condenado e provisório, de
modo que a recusa configura falta grave.
06. (Prof. Ayres Barros) Apesar de a execução do trabalho constituir um dos deveres do preso, o condenado
por crime político não está obrigado ao trabalho.
07. (Prof. Ayres Barros) Além de outros, constituem deveres do preso a submissão à sanção disciplinar
imposta; bem como a indenização à vitima ou aos seus sucessores.
08. (Prof. Ayres Barros) A indenização ao Estado das despesas realizadas com a sua manutenção é dever
relativo, que deverá ser analisado conforme a possibilidade, mediante desconto proporcional da remuneração do
trabalho.
09. (Prof. Ayres Barros) Constituem deveres do condenado, dentre outros, a higiene pessoal e asseio da cela ou
alojamento; bem como a conservação dos objetos de uso pessoal. Nesse caso, havendo descumprimento, haverá
falta grave.
Da disciplina Prisional – Disposições Gerais –
10. (Prof. Ayres Barros) A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às determinações das
autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho.
11. (Prof. Ayres Barros) Contemplando o princípio da legalidade, a Lei de Execução penal afirma que não
haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.
12. (Prof. Ayres Barros) O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da prisão, será
cientificado das normas disciplinares.
DAS FALTAS DISCIPLINARES –
13. (Prof. Ayres Barros) De acordo com a Lei de Execução Penal, as faltas disciplinares classificam-se em
leves, médias e graves, todas previstas na LEP, assim como as respectivas sanções.
14. (Prof. Ayres Barros) Constitui falta média a recusa do condenado em submeter-se ao procedimento de
identificação do perfil genético.
15. (Prof. Ayres Barros) O princípio da proporcionalidade é cumprido na previsão legal de redução da sanção
para faltas disciplinares tentadas.
16. (Prof. Ayres Barros) A prática de fato previsto como crime doloso configura falta grave, o que, por si só,
não viabiliza a inclusão do preso no Regime Disciplinar Diferenciado.
17. (Prof. Ayres Barros) De acordo com o STJ, o rol do art. 50 da Lei de Execuções Penais (Lei n.
7.210/1984), que prevê as condutas que configuram falta grave, é taxativo, não possibilitando interpretação
extensiva ou complementar, a fim de acrescer ou ampliar o alcance das condutas previstas.
18. (Prof. Ayres Barros) Não configura falta grave a conduta do preso que mantém pombos na cela, já que não
haveria vedação legal à presença dos pombos.
19. (Prof. Ayres Barros) A conduta do preso de se apresentar embriagado configura falta grave, que pode gerar
a regressão de regime ou indeferimento do livramento condicional.
20. (Prof. Ayres Barros) A fuga do preso configura falta grave e, além disso, conforme o caso concreto, poderá
configurar crime do art. 352 do Código Penal – Evasão mediante violência contra a pessoa.
21. (Prof. Ayres Barros) De acordo com o STJ, a fuga caracteriza falta grave, implicando regressão de regime e
recomeço da contagem - a partir da recaptura - da fração de pena para nova progressão e alguns outros
benefícios, bem como a perda parcial dos dias remidos.
22. (Prof. Ayres Barros) De acordo com o STJ, o marco inicial da prescrição para apuração da falta grave em
caso de fuga é o dia da recaptura do foragido, uma vez que a fuga configura tem natureza permanente, porquanto
o ato de indisciplina se prolonga no tempo, até a recaptura do apenado.
23. (Prof. Ayres Barros) A conduta de possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade
física de outrem configura falta grave. Nesse caso, para o reconhecimento de falta grave é indispensável a
realização de perícia no objeto apreendido para verificação da potencialidade lesiva, por falta de previsão legal.
24. (Prof. Ayres Barros) De acordo com o STJ, a posse de drogas no curso da execução penal, ainda que para
uso próprio, constitui falta grave.
25. (Prof. Ayres Barros) De acordo com o STJ, é prescindível a confecção do laudo toxicológico para
comprovar a materialidade da infração disciplinar e a natureza da substância encontrada com o apenado no
interior de estabelecimento prisional.
26. (Prof. Ayres Barros) De acordo com o STJ, é imprescindível a perícia de aparelho celular apreendido para a
configuração da falta disciplinar de natureza grave do art. 50, VII, da Lei n. 7.210/1984.
FALTA GRAVE – POSSE DE APARELHO TELEFÔNICO –
27. (Prof. Ayres Barros) De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de
Justiça, a posse de componentes de aparelho celular, tais como chip, bateria e carregador, configura a infração
disciplinar grave da Lei de Execução Penal.
28. (Prof. Ayres Barros) De acordo com o STJ, a posse de fones de ouvido no interior do presídio é conduta
formal e materialmente típica, configurando falta de natureza grave, uma vez que viabiliza a comunicação intra e
extramuros.
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR –
29. (Prof. Ayres Barros) Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedimento para sua apuração, conforme
regulamento, assegurado o direito de defesa.
30. (Prof. Ayres Barros) O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercido pela autoridade
judiciária conforme as disposições regulamentares.
31. (Prof. Ayres Barros) Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é necessária a
instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser
realizado por advogado constituído ou defensor público nomeado.
32. (Prof. Ayres Barros) A prática de fato definido como crime doloso no curso da execução penal caracteriza falta grave,
que depende do trânsito em julgado de eventual sentença penal condenatória.
33. (Prof. Ayres Barros) A decisão proferida pela autoridade administrativa prisional em processo administrativo
disciplinar - PAD que apura o cometimento de falta grave disciplinar no âmbito da execução penal é ato administrativo,
portanto, não é passível de controle de legalidade pelo Poder Judiciário.
Direitos do preso no PAD –
34. (Prof. Ayres Barros) Não é nula a sindicância que vise apurar a falta grave do preso quando ausente o
advogado.
35. (Prof. Ayres Barros) Para apuração do cometimento de falta grave imputada ao paciente em sede de
execução penal, é possível a realização do PAD sem a presença do defensor, uma vez que, conforme a Súmula
Vinculante 5, a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a
Constituição.
36. (Prof. Ayres Barros) Conforme entendimento do STJ, a palavra dos agentes penitenciários na apuração de
falta grave é prova idônea para o convencimento do magistrado, haja vista tratar-se de agentes públicos, cujos
atos e declarações gozam de presunção de legitimidade e de veracidade.
37. (Prof. Ayres Barros) Conforme entendimento do STJ, no processo administrativo disciplinar que apura a
prática de falta grave, não há obrigatoriedade de que o interrogatório do sentenciado seja o último ato da
instrução, bastando que sejam respeitados o contraditório e a ampla defesa, e que um defensor esteja presente.
38. (Prof. Ayres Barros) Conforme entendimento do STJ, é necessária a individualização da conduta para
reconhecimento de falta grave praticada pelo apenado em autoria coletiva, não se admitindo a sanção coletiva a
todos os participantes indistintamente.
39. (Prof. Ayres Barros) Conforme entendimento do STJ, a imposição da falta grave ao executado em razão de
conduta praticada por terceiro, quando não comprovada a autoria do reeducando, viola o princípio constitucional
da intranscendência (art. 5º, XLV, da Constituição Federal).
Das espécies e da aplicação da sanção –
40. (Prof. Ayres Barros) Dentre outras, constituem sanções disciplinares: advertência verbal e a repreensão, aplicadas pelo
Diretor do Estabelecimento na hipótese de falta grave.
41. (Prof. Ayres Barros) De acordo com a LEP, na hipótese de falta grave, o diretor poderá suspender o direito à visita do
preso por prazo superior a 30 dias, desde que devidamente fundamentados.
42. (Prof. Ayres Barros) De acordo com a LEP, na hipótese de falta grave, o diretor poderá suspender o direito à
correspondência do preso, independentemente de autorização judicial.
43. (Prof. Ayres Barros) A exceção do Regime Disciplinar Diferenciado, todas as sanções são aplicadas pelo Diretor do
Estabelecimento Prisional.
44. (Prof. Ayres Barros) Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as
circunstâncias e as conseqüências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.
Consequências Das Faltas Graves –
45. (Prof. Ayres Barros) A condenação por falta disciplinar grave não impede a concessão do livramento
condicional.
46. (Prof. Ayres Barros) A condenação por falta grave não é motivo idôneo para o indeferimento do benefício
da saída temporária.
47. (Prof. Ayres Barros) A condenação por falta grave não justifica a negativa para o indeferimento da
progressão de regime.
48. (Prof. Ayres Barros) A prática de falta grave não interrompe a contagem do prazo para a progressão de
regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração.
49. (Prof. Ayres Barros) A prática de falta grave interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou indulto.
50. (Prof. Ayres Barros) A falta grave interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional.
51. (Prof. Ayres Barros) A falta grave prescreve em 3 anos.
52. (Prof. Ayres Barros) A decisão que reconhece a prática de falta grave disciplinar deverá ser desconstituída
diante das hipóteses de arquivamento de inquérito policial ou de posterior absolvição na esfera penal, por
inexistência do fato ou negativa de autoria, tendo em vista a atipicidade da conduta.
53. (Prof. Ayres Barros) A prática de crime doloso, por si só, não enseja a aplicação da do Regime Disciplinar
Diferenciado.
54. (Prof. Ayres Barros) Uma das características do Regime Disciplinar Diferenciado são as visitas quinzenais
de 2 (duas) pessoas da família por vez, sendo vedada a visitação de terceiros que não são familiares.
55. (Prof. Ayres Barros) Ao ingressarem no RDD, os presos, após prévio agendamento, têm direito de ter
contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez) minutos.
56. (Prof. Ayres Barros) Visando resguardar o direito à privacidade, as visitas não serão gravadas.
57. (Prof. Ayres Barros) Durante o cumprimento do RDD, haverá a fiscalização do conteúdo da
correspondência do preso, desde que devidamente autorizado pelo juiz.
58. (Prof. Ayres Barros) Durante o cumprimento do RDD, é obrigatória a participação em audiências judiciais
por videoconferência, garantindo-se a participação do defensor no mesmo ambiente do preso.
59. (Prof. Ayres Barros) Não faz jus ao benefício da progressão de regime o condenado que esteja cumprindo
pena em penitenciária federal de segurança máxima por motivo de segurança pública ou que integre organização
criminosa, pois tais circunstâncias evidenciam a ausência dos requisitos subjetivos para a progressão de regime
prisional.
60. (Prof. Ayres Barros) Em qualquer hipótese de aplicação, o regime disciplinar diferenciado poderá ser
prorrogado sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano.
Dos Juizados Especiais
Criminais
Disposições Gerais
QUESTÕES