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TEORIA GERAL DO DIREITO

PENAL - AULA 01

Professora: Andressa Rosa


Faculdade Anhanguera - 2024
CRONOGRAMA DE AULAS E PROVAS
Nossos encontros:
Fevereiro - 23
Março - 01/08/15/22 (20/03 - feriado)
Abril - 05/19/26
Avaliação do 1º bimestre - 12/04/2024
Maio - 03/10/17/24/31
Avaliação do 2º bimestre - 07/06/2024

- Correção e entrega de provas: 14/06


- Segunda chamada: 17/06
- Exame Final: 24/06
DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS
1º BIMESTRE
● Atividade em sala de aula - 1.000
● Avaliação 01 - 1.000 pontos
2º BIMESTRE
● Atividade em sala de aula - 1.500
● Avaliação 02 - 4.000 pontos
Segunda chamada: 4.000 pontos
Exame final: 5.000
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO - 1º bimestre
● Princípios do Direito Penal: Princípio da legalidade; Princípios da
individualização da pena, da pessoalidade e da limitação das penas;
Princípios da ofensividade (lesividade) e alteridade; Princípios da confiança e
adequação social; Princípios do non bis in idem e proporcionalidade;
Princípios da intervenção mínima, da fragmentariedade e da subsidiariedade;
Princípio da insignificância; Princípio da presunção de inocência.
● Disposições Gerais Aplicáveis: Conceito e fontes do Direito Penal;
Disposições constitucionais relevantes; Classificação das normas penais.
● Aplicação da Lei Penal: Lei penal no tempo e Lei penal no espaço.
● Infração Penal: Sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal; Imunidades
diplomáticas; Imunidades parlamentares; Pena cumprida no estrangeiro;
Frações não computáveis da pena; Contagem de prazos; Conflito aparente
de normas penais; Interpretação e integração da lei penal.
● Disposições Preliminares do CP
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO - 2º bimestre
● Teoria do Delito (parte 01): Conceito de crime. Crime e contravenção penal;
Fato típico - introdução; Fato típico - conduta; Fato típico - resultado; Fato
típico - nexo de causalidade; Fato típico - tipicidade; Causa de exclusão do
fato típico; Fato típico doloso (crime doloso); Fato típico culposo (crime
culposo); Fato típico preterdoloso (crime preterdoloso); Inter criminis; Crime
consumado e crime tentado; Crime impossível; Desistência voluntária e
arrependimento eficaz; Arrependimento posterior; Ilicitude (antijuridicidade);
Estado de necessidade; Legítima defesa; Outras causas de exclusão de
ilicitude.
● Teoria do Delito (parte 02): Culpabilidade; Causas de exclusão de
culpabilidade; Imputabilidade e inimputabilidade penal; Erro de tipo e erro de
proibição; Erro acidental.
● Concurso de Pessoas
MATERIAL DIDÁTICO
● Livros e revistas da biblioteca virtual da Anhanguera:
https://biblioteca-virtual.com/

● Código Penal Comentado - Cleber Masson

● Direito Penal: Parte Geral - Cleber Masson

● Material de apoio: meus slides e questionários passados em sala de aula.


REGRAS (CONTRATO):
● Não será aceito trabalho entregue com atraso sem justificativa;
● Segunda chamada de prova somente nos dias descritos no calendário
acadêmico;
● Não recebo ligações em nem respondo mensagens aos finais de semana e
em horários impróprios;
● Mensagem no whatsapp somente para questões URGENTES!
● Os avisos gerais serão passados em sala de aula ou mediante mensagem no
grupo geral da turma;
● Contato do professor com a turma para dúvidas somente com o líder da
turma (repassem as dúvidas para o responsável).
VADE MECUM - CÓDIGO PENAL
- Como o Código Penal é dividido?
Direito Material
Parte geral - Art. 1º ao Art. 120 (Teoria Jurídica do Direito Penal + Teoria Geral
das Penas)
Parte Especial - Art. 121 ao Art. 361 (Crimes em Espécie)
1º - artigos
I - incisos
a - alíneas
§ - parágrafos
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
● Possui previsão na Constituição e no Código Penal
Art. 5º, CF
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
Art. 1º , CP
Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação
legal.

- Império da Lei
- Lei anterior ao fato
- Dois subprincípios podem ser extraídos: Reserva Legal e Anterioridade
- Impede a retroatividade da lei penal (em regra)
- Crime ou contravenção penal
- Pena e Medida de segurança
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Subprincípios
1. Reserva Legal: não há crime nem pena sem lei em sentido estrito
2. Anterioridade: lei penal mais grave deve ser anterior ao fato (não se aplica
aos fatos praticados antes de sua entrada em vigor)
obs: a nova lei penal BENÉFICA, poderá retroagir
● Implicações:
- Taxatividade/Determinação (lex certa) - lei vaga gera ofensa a segurança
jurídica.
- Irretroatividade - a lei mais grave.
- Vedação à analogia in malam partem - analogia: método de integração da
norma.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Tópicos relevantes
● Medidas provisórias em matéria penal:
- A constituição prevê no art. 62, CF/88 que é vedado, visto que somente
poderá ser feita mediante LEI
- O STF possui entendimento de que apesar de não poder estabelecer
condutas, criminalizar ou culminar penas, admite-se medidas provisórias
benéficas ao agente.
● Normas penais em branco:
- Normas que necessitam de complementação
- Homogênea: complementação por fonte homóloga (da mesma natureza)
- Heterogênea: complementação por fonte heteróloga (de natureza diversa)
obs: as normas penais em branco não violam o princípio da reserva legal
PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
● Previsão legal na Constituição
Art. 5º, CF
XLVI - a lei regulará a individualização da pena

- A pena deve ser adequada a cada caso

Etapas:
1. Legislativa (cominação da pena)
2. Judicial (aplicação da pena)
3. Execução penal (execução da pena imposta)
PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA DA PENA
● Previsão constitucional, também conhecido como princípio da
pessoalidade da pena
Art. 5º, CP
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
- Exemplo: José foi condenado a 12 anos de prisão e como efeito secundário
teve que indenizar a vítima em 20 mil reais, e José veio a falecer durante o
cumprimento da pena
- No limite do valor do patrimônio transferido a título de herança
- Obs: cuidado com a pena de multa, que não poderá passar da pessoa do
condenado.
PRINCÍPIO DA LIMITAÇÃO DA PENA
● Previsão constitucional, também conhecido como princípio da da
humanidade
Art. 5º, CF
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
- Permitida em alguns crimes militares, apenas
b) de caráter perpétuo;
- Exemplo: prisão perpétua
- Limitação máximo de cumprimento ininterrupto: 40 anos (art. 75, CP)
c) de trabalhos forçados;
- Cuidado para não confundir com o trabalho do preso
d) de banimento;
e) cruéis;
PRINCÍPIO DA OFENSIVIDADE/LESIVIDADE
Conceito: A conduta criminalizada pela Lei deve, necessariamente, ser capaz de
ofender significativamente um bem jurídico relevante para a sociedade.
- A função do direito penal é assegurar o bem jurídico tutelado
- O estado não pode se valer do direito penal para agir de maneira abusiva
Implicações:
1. Exclusiva proteção de bens jurídicos
2. Exteriorização do fato (não poderá criminalizar estados pessoais,
pensamentos, maneiras de agir ou de viver)
PRINCÍPIO DA OFENSIVIDADE/LESIVIDADE
Ofensa:

1. Lesão ao bem jurídico


- roubo
2. Perigo de lesão ao bem jurídico de maneira concreta
- incêndio
3. Perigo de lesão ao bem jurídico de maneira abstrata
- dirigir embriagado
- é legítimo que o estado se antecipe e criminaliza condutas potencialmente
capazes de pôr em risco a vida ou o bem jurídico de alguém
PRINCÍPIO DA ALTERIDADE
Conceito: a conduta deve ofender um bem jurídico de terceiro, desse princípio
decorre que o Direito Penal não pune a autolesão.

● Suicídio?
- A tentativa não é punida
- Participar do suicídio alheio é criminalizado

"Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou


prestar-lhe auxílio material para que o faça"
PRINCÍPIO DA CONFIANÇA
Conceito: todos possuem o direito de atuar acreditando que as demais pessoas
irão agir de acordo com as normas que disciplinam a vida em sociedade, ninguém
poder ser punido por agir com essa expectativa

● Exemplos
1. Acidente de trânsito por problemas em um veículo que acabou de sair da
revisão
2. Médico que provoca a morte de um paciente pelo instrumento estar mal
esterilizado

Análise do fenômeno da culpabilidade


PRINCÍPIO DA CONFIANÇA
● Implicações:

Pelo princípio da confiança, todo aquele que se conduz com observação ao dever
de cuidado objetivo exigido, pode esperar que os demais co participantes de
idêntica atividade procedam do mesmo modo. Não podendo o fato vir a ser
punido por observância ao princípio da confiança.
PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL
Conceito: uma conduta, ainda quando tipificada em Lei como crime, não será
considerada criminosa (em sentido material) se for tolerada e aceita pela
sociedade.

● Exemplo: Adultério
- Apesar de estar tipificado como crime em outro momento, deixou de ser
criminalizada pelo fenômeno da adequação social
- A reprovação moral não é suficiente que ela uma conduta seja criminalizada
- A conduta vai se adequando ao ponto de se tornar atípica
- É necessário que a conduta típica seja revogada por lei
PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL
● Exceção

Súmula 502 STJ: Consolida entendimento sobre criminalização da pirataria.


Ainda que a pirataria seja amplamente praticada na sociedade, não se admite a
aplicação do princípio da adequação social aos casos envolvendo esse tipo de
comércio.
PRINCÍPIO DO NON BIS IN IDEM
● Ninguém pode ser punido duplamente pelo mesmo fato
● Ninguém poderá, sequer, ser processado duas vezes pelo mesmo fato
- A sentença penal transitada em julgado faz coisa julgada material ainda que
surjam fatos novos
● Não se pode, ainda, utilizar o mesmo fato, condição ou circunstância
duas vezes.
- Reincidência (agravante)
- Maus antecedentes (circunstância judicial desfavorável)
- Reconhecida uma qualificadora no crime, não posso usar o mesmo fato para
punir como agravante
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
Conceito: as penas devem ser aplicadas de maneira proporcional a gravidade
do fato, além disso, as penas devem ser combinadas de forma a dar ao infrator
uma sanção proporcional ao fato abstratamente previsto.

- O desvalor da gravidade e o desvalor da conduta devem ser avaliados na


hora da criminalização do fato típico
- A pena também deverá ser proporcional a conduta tipificada
- Proibição do excesso
- Proibição da proteção deficiente
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
Implicações:

● Se de um lado o princípio da proporcionalidade impõe a proibição do


excesso, de outro lado esse postulado também impede à proteção
insuficiente de bens jurídicos, por não tolera à punição abaixo da medida
correta
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO PENAL MÍNIMA
● Princípio da ultima ratio
- O Direito Penal deve ser o último a ser considerado
- Se puder ser resolvido pelos outros âmbitos do direito, os outros terão
preferência

1. Fragmentariedade
- Utilizado apenas para bens jurídicos mais relevantes
- Ofensas graves apenas serão criminalizadas
2. Subsidiariedade
- Só utilizo do direito penal quando os demais ramos do direito não forem
capazes de proteger o bem jurídico ofendido
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO PENAL MÍNIMA
Implicações:

● Do princípio da intervenção mínima decorre a ideia da fragmentariedade do


direito penal, de acordo com a qual a resposta penal deve se limitar à
ofensas graves à somente alguns bens jurídicos
● Segundo o princípio da subsidiariedade, a atuação do Direito Penal é cabível
unicamente quando os outros ramos do Direito e os demais meios estatais de
controle social tiverem se revelado importantes para o controle da ordem
pública.

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