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 PRINCÍPIOS:

a) Princípio da Reserva Legal ou Legalidade em sentido estrito/estrita:

- Legalidade = lei

- Legalidade é a base do direito de um modo geral (para limitar o poder do Estado, no caso
do direito penal, limitar o poder de punir do Estado)

- Legalidade em sentido estrito é a mesma coisa que reserva legal o art. 1, CP e art. 5,
XXXIX, CF, que fala “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal”

- O art. 5, II, CF é amplo, para qlqr área do direito -> Legalidade ampla é a da Constituição
Federal que fala “ninguém obrigado a nada, senão em virtude da lei” (vale para qualquer área
do direito, tem mais amplitude a aplicação).

- Somente a lei pode criar delitos e cominar penas. Como consequência lógica, não se
admite a utilização de medida provisória em matéria penal.

- Dentro da legalidade tem os princípios: da anterioridade (tem que ter lei anterior ao
crime para puni-lo), da irretroatividade da lei penal maléfica (art. 5, XL, CF), da retroatividade
da lei penal benéfica, da taxatividade (crimes devem ser claros, conceitos criminais não
podem ser vagos, deixar dúvida sobre ter cabimento ou não)

b) Princípio da não punição pelo mesmo fato duas vezes/ non bis in idem:

- Ninguém deve ser punido pelo mesmo fato/crime duas vezes. (ex: Fulana processou
alguém e ele foi inocentado, ela não pode processar ele de novo pelo mesmo fato só porque
foi inocentado e ela não gostou)

c) Princípio da Intervenção Mínima:

-O Direito Penal só deve ser aplicado quando estritamente necessário, de modo que

a sua intervenção fica condicionada ao fracasso das demais esferas de controle

(caráter subsidiário), observando somente os casos de relevante lesão ou perigo de

lesão ao bem juridicamente tutelado (caráter fragmentário).

- Ideia do Estado intervir minimamente na vida do povo. Fragmentariedade e


Subsidiariedade é para isso, para não criminalizar conduta exageradamente e não aplicar o CP
exageradamente também.

- DP é soldado reserva, só vai chamar ele quando nada mais resolver.


- Dentro do princípio da intervenção mínima tem os princípios:

Princípio da fragmentariedade (que é para o legislador quando criar crime/lei escolher


fragmentos que sejam necessários para punir)

Princípio da subsidiariedade (que é para o aplicador do direito quando for


aplicar/decidir/julgar/acusar só usar o DP em último caso, DP é o soldado reserva, ultima ratio)

- Princípio da Fragmentariedade: O Direito Penal é a última etapa de proteção. O


princípio da fragmentariedade atua no PLANO ABSTRATO (na criação de tipos penais, de criar
os artigos da lei). (ainda não está no código, então é abstrato e não concreto)

- Princípio da Subsidiariedade: Incide no PLANO CONCRETO, ou seja, no momento de


aplicação da lei pena, depois que o crime é cometido. É analisado se, naquele caso concreto,
seria possível solucionar através de outros ramos do direito, o executor de reserva, o direito
penal.

- Objetivo do princípio da intervenção mínima (e dos princípios da fragmentariedade e


da subsidiariedade) é o de não cuidar da vida alheia sem necessidade, intervir o mínimo
possível, só quando mais nada resolver, só quando for necessário. (Pq ngm merece ficar preso)

d) Princípio da Ofensividade/Lesividade:

- Objetivo: não punir condutas que não ocasionem grandes danos aos bens protegidos ou
qualquer dano (ex: furto: bem protegido é o patrimônio, fulana subtrai 5,00 de Maria, pra que
processar fulana por um crime que não causou uma ofensa/lesão grande ao bem jurídico
protegido (patrimônio) da Maria??)

- Para punir tem que ter lesão/ofensa ao bem protegido pelo código penal

- Possui quatro funções principais:

- Proibição da incriminação de uma atitude interna, como as ideias, convicções, e


desejos dos homens (ex: vizinho nazista, mas não faz nada para ninguém)

- Proibição da incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor
(princípio da alteridade, direito penal não pune a autolesão, autoflagelação, quem se
machuca não vai ser criminoso contra si mesmo)

- Proibição da incriminação de simples estados ou condições existenciais da pessoa


(aqui a pessoa ser quem ela é não traz lesão/ofensa a nenhum bem protegido)

(aplica o direito penal do fato (ele analisa o FATO que o AUTOR cometeu e não o
AUTOR do fato por ser quem ele é) e não direito penal do autor (ele analisa o AUTOR
que cometeu o fato e não o fato em si) que está ligado ao direito penal do inimigo, ele
vê o criminoso como inimigo do Estado que merece mais punição)

- Proibição da incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem


jurídico. (ex: não tem crime para punir quem é grafiteiro ou picha ruas)
e) Princípio da Insignificância:

- Segundo ele, o Direito Penal não deve se preocupar com lesões pequenas,
insignificantes.

- Ele afasta a tipicidade material do crime (não terá fato típico e não terá crime) (fato
típico = tipicidade material + tipicidade formal)

- Requisitos do STF - - M.A.R.I.I:

Mínima ofensividade da lesão causada

Ausência de periculosidade social da ação

Reduzido grau de reprovabilidade da conduta

Inexpressividade da lesão

Importância do bem para a vítima

f) Princípio da Culpabilidade:

- Possui três consequências materiais:

- Não há responsabilidade penal objetiva; (TEM QUE TER DOLO OU CULPA!!


Responsabilidade objetiva é quando não precisa ter dolo ou culpa para punir).
No direito penal a responsabilidade é subjetiva (precisa provar dolo ou culpa
para punir)

- A responsabilidade penal é pelo fato praticado pelo autor e não pelo autor ser
quem ele é. (direito penal do fato e não do autor/do inimigo) (aqui a pessoa
não tem culpa de ser quem é, vai ser julgada pelo que fez)

- A culpabilidade é a medida da pena (1ª fase da dosimetria da pena, art. 59,


CP)

g) Princípio da Proporcionalidade:

- Pena deve ser proporcional (não punir muito e nem pouco)

- Chamado de razoabilidade. É desdobramento do Princípio da Individualização da


Pena. Ele impõe é que a pena seja proporcional à gravidade da infração penal.

- Ele é analisado sob 2 aspectos:

- Garantismo negativo: proibição contra os excessos do Estado. Não se pode


punir mais do que o necessário para a proteção de um bem jurídico.
- Garantismo positivo: proibição da proteção insuficiente do bem jurídico.

h) Princípio da Pessoalidade ou da Intranscendência da Pena:

- A pena deve ser aplicada somente ao autor do fato e não a terceiros.

- A pena não passará da pessoa do condenado.

i) Princípio da Individualização da Pena:

- Art. 5, XLVI, CF

- Pena deve ser individualizada nas fases:

- 1ª fase: Poder Legislativo (quando criar pena/crime não pode por uma pena
igual para tudo, tem que individualizar)

- 2ª fase: Poder Judiciário (quando juiz vai aplicar pena, não pode aplicar
mesma pena para todas as pessoas que julga, deve analisar cada caso
INDIVIDUALMENTE)

- 3ª fase: Poder Judiciário na Execução da Pena (juiz da execução vai analisar


cada caso individualmente para ver se cabe livramento condicional, progressão
de regime, falta grave, etc)

j) Princípio da Presunção de Inocência ou Não Culpabilidade:

- Ninguém será considerado culpado sem o trânsito em julgado de sentença penal


condenatória.

- Art. 5, LVII, CF e art. 8, § 2 do Pacto São José da Costa Rica

k) Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa:

- Art. 5, LV, CF

- Contraditório = composto pelo binômio: ciência do que está acontecendo + participação


no processo

- Ampla defesa = defesa técnica (advogado, defensor público) + autodefesa (que é direito
de presença que é de estar ou não na audiência, interrogatório etc + direito de audiência que é
direito de ficar em silêncio se presente em audiência/interrogatório)
l) Princípio da Vedação a Autoincriminação:

- Art. 5, LXIII e art. 186, parágrafo único, CPP

- Direito ao silêncio

- Direito de não produzir provas contra si mesmo

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