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ANOTAÇÕES DE AULA
Aula 1 – Noções Gerais do Direito Penal
A denominação da disciplina e da matéria jurídica costumava ser chamada de CRIMINAL,
entretanto, a fim de abranger melhor todos os usos e aplicações da matéria e do vocabulário,
passou a se chamar de PENAL.
Direito Penal Objetivo: “O Direito Penal Objetivo é o conjunto das prescrições que ligam ao
crime, como fato, a pena como consequência”. Conceito de Franz von Liszt. É um conceito
restrito, não complexo.
CRIME
Erro de tipo
Tipicidade
Estado de Necessidade,
Ilicitude Legítima Defesa, Estrito
cumprimento do dever
legal e Exercício regular
Culpabilidade do Direito.
*Imputabilidade
*Conhecimento *Inimputabilidade
por ilicitude
*Erro de proibição
*Exigência de
comportamento conforme *Inexigibilidade
o Direito
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Direito Penal Subjetivo: Existe o poder-dever de punir por parte do Estado.
Vida
Liberdade Sexual
Administração Pública
Fé Pública
Integridade Física
Honra
2- Função ético-social: Conceito por Hans Welzer: “Fomentar o necessário respeito aos valores
ético-sociais fundamentais para o convívio em sociedade. Apenas por consequência, tutelar
bens jurídicos”.
3- Função de confirmação da vigência da norma: Conceito por Jakobs. O sistema penal deve
proteger o ordenamento jurídico. O crime é a negação da norma. A pena é a negação da
negação. O ponto principal desta função é a proteção do sistema jurídico. Toda vez que
ocorre um crime, deve-se aplicar uma pena para que haja a reafirmação da norma, assim
como a do ordenamento jurídico.
4- Função de controle social: O Direito Penal será controlador social “ultima ratio”, ou seja, em
último caso, como última solução.
5- Função de manutenção da paz social: Conceito por Luigi Ferrajoli. O Direito Penal serve
para evitar a vingança privada e a Lei de Talião moderna.
6- Função simbólica: Função inerente ao Estado. Advém da conduta correta do mesmo. Não é
simbólico no sentido demagógico.
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PRINCÍPIOS LIMITADORES DO DIREITO PENAL
O Direito Penal moderno com garantias, que rompeu com o sistema medieval, nasceu com o livro “Dos
Delitos e das Penas”, de Cesare Beccaria. O sistema medieval não possuía qualquer limite em nenhum
âmbito.
Já no Direito Penal moderno, a imposição de limites que assegurem garantias individuais é uma
preocupação recorrente.
Por isso, existem Princípios Penais Limitadores do Direito Penal. São eles:
a. Adequação ou Idoneidade
b. Necessidade
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c. Crimes de cuidado de perigo abstrato ou presumido. Ex: moeda falsificada.
Atinge a fé pública.
5- Princípio da intervenção mínima ou Direito Penal mínimo: É preenchido por duas coisas:
6- Princípio da Adequação Social: Conceito por Hans Welzel. Aquilo que é considerado
normal na vida em sociedade, não poderá ser considerado um crime. Afastamento da
tipicidade. Ex: Lesões em jogo de futebol. Atipicidade material.
7- Princípio da Insignificância: O Direito Penal não deve se ocupar com bagatelas. Ex: um
roubo de galo foi parar no STF. Claus Roxin. Atipicidade material. O problema deste
princípio é que não há um critério fixo que caracterize o que é bagatela e o que não é.
9- Princípio do Direito Penal de Fato: O Direito Penal deve punir o autor do crime pelo que
ele fez, e não pelo que ele é. Pune-se pelo FATO.
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10- Princípio da Culpabilidade: Possui vários significados:
a. Fundamento da pena: para o agente do crime ser punido, ele deve ter agido com
culpabilidade, ou seja, se a atitude for reprovada.
b. Limite da pena
b) perda de bens;
c) multa;
13- Princípio do nes bis in idem: Ninguém pode responder mais de uma vez pela mesma
coisa.
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14- Princípio do Devido Processo Legal:
b. O ônus da prova do fato e da autoria competem à acusação. “in dubio pro reo”.
1- Dogmática Penal: A dogmática penal é a ciência do direito penal, o saber penal também
chamado de Direito Penal.
2- Criminologia: A expressão “Criminologia” foi cunhada por Topinard (1879). É uma ciência
empírica que se ocupa do estudo do crime, do criminoso, da vítima, do controle social do
comportamento primitivo, em que trata de subministrar uma informação válida sobre a gênese
e as variáveis principais do crie, assim como os programas de prevenção e controle social.
3- Política Criminal: É a parte da política que constitui a sistematização das estratégias, táticas,
e meios de controle social da criminalidade, penais e não penais.
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Interpretação lógica: visa evitar antinomias.
Sujeitos da interpretação:
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Interpretação judicial: aquela feita pelos juristas nos tribunais, que,
depois, formarão a jurisprudência.
Resultados da interpretação:
Exclusão do crime
I - a emoção ou a paixão;
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Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou
cárcere privado.
Dá-se quando se aplica a um caso omisso, uma lei disciplinadora de caso semelhante.
O artigo em tela não prevê em caso de estupro de vulnerável, entretanto, aplica-se a este tipo
de crime a mesma lei por interpretação analógica.
Obs: Não se pode imputar uma pena ao réu apenas por analogia!
Já, a interpretação analógica ocorre quando a própria lei prevê a sua aplicação em caso
similar. Não importa se em favor ou desfavor do réu.
§ 2º Se o homicídio é cometido:
2- São as normas (princípios e regras). O Direito Penal não se restringe apenas a uma
lei escrita. É um conceito mais moderno, que possui uma visão mais ampla.
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RELAÇÕES DO DIREITO PENAL COM OUTROS RAMOS DO DIREITO:
1- Direito Penal e Direito Constitucional: Todo ordenamento jurídico deve se conformar à
constituição, inclusive o Penal. Antes de os princípios penais serem penais, também devem
ser constitucionais.
2- Direito Penal e Direito Administrativo: Há várias sanções para crimes previstos na esfera
da Administração Pública. Existem crimes de trânsito, por exemplo, que acabam sendo
configurados como homicídio. Ou seja, relacionados tanto ao Direito Penal, quanto ao Direito
Administrativo (Detran).
3- Direito Penal e Direito Processual Penal: O Direito Penal trata da questão da privação de
liberdade das pessoas, então deve ocorrer de acordo com o devido processo penal. Não
existe Direito Penal sem processo penal, é necessária a intervenção instrumental para que
aquele se materialize.
5- Direito Penal e Direito Privado: O próprio conceito de patrimônio advém do Direito Civil
(privado). Ex: crimes contra o patrimônio.
Em essência, o ilícito penal não se distingue do ilícito civil. Nos casos de sonegação fiscal,
para que haja processo penal, deve, antes de tudo, haver condenação administrativa. Típico
de crimes com caráter tributário.
As fontes do Direito são todas as formas pelas quais são criadas, modificadas ou extintas as normas
de determinado ordenamento jurídico. No Direito Brasileiro, de filiação romanística, vigora o primado da
lei escrita. Derivada da vontade popular (Congresso Nacional) e imposta pela autoridade estatal, tem a
lei primazia sobre qualquer outra modalidade de criação do Direito, ressalvada a Constituição Federal.
Para o núcleo penal incriminador, isto é, quando se trata de criar figuras delitivas, cominar sanções
penais ou agravar de qualquer modo a situação do réu, exige-se sempre lei formal, emanado do poder
competente e elaborada conforme processo legislativo previsto na Constituição. Todavia, isso não quer
dizer que não existam outras categorias de produção normativa penal (costume, jurisprudência,
doutrina).
Os costumes servem como elemento remoto, e depois se transformam em lei, mas podem
também ser utilizados na hora de interpretar a lei, em benefício do réu. Em sede histórica, o
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costume, ainda que antecedente à lei escrita no tempo, divide com ela a função de produção
jurídico-normativa. Como modalidade imediata, o costume pode ser entendido como uma
regra de conduta criada espontaneamente pela consciência comum do povo, que a observa
por modo constante e uniforme e sob a convicção de corresponder a uma necessidade
jurídica. Sem a existência de um legítimo convencimento a respeito da necessidade de sua
prática, o costume seria reduzido a mero uso social, desprovido de exigibilidade. Como
características do costume, podem-se apontar sua uniformidade, pois pressupõe sensível e
múltipla repetição da mesma prática; sua constância, pois não pode ser interrompido, sob
pena de descaracterizar-se como norma jurídica; sua publicidade, porque obriga a todos e por
todos deve ser conhecido, e sua generalidade, no sentido de alcançar todos os atos e todas
as pessoas e relações que realizam os pressupostos de sua incidência. Em matéria penal, o
costume só pode dar lugar à criação de norma penal não incriminadora, favorável ao
réu, e jamais ser tido como fator de produção de norma penal incriminadora ou desfavorável
ao acusado. Em razão da natureza de nosso sistema jurídico, o costume tem caráter
subsidiário ou complementar em relação à lei. Contrariamente, no sistema de Common
Law, que é consuetudinário, o costume e os precedentes judiciários ocupam posição de
superioridade na criação do Direito.
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:
O Princípio da Legalidade, de fato, iniciou-se com a obra fundamental de Beccaria, publicada em 1764:
Dos Delitos e das Penas. A doutrina adotou, inclusive, essa obra como marco do início do Direito Penal
Moderno, onde há a defesa e a afirmação do princípio da legalidade.
O primeiro código moderno (nos moldes atuais, com Parte Geral) a consagrar o princípio da legalidade
foi o Código Penal Austríaco, de 1787.
O princípio da legalidade se manifesta na Constituição Federal, art. 5º, XXXIX e no CP, art. 1º.
Art. 1º CP: Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Art. 5º CF, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
Nos países com tradição de common law, não há previsão de lei escrita, porque não há a tradição de
desconfiança para com o poder existente nos países de influência iluminista.
DESDOBRAMENTOS OU COROLÁRIOS:
a) Lex previa ou irretroatividade da lei penal: Para que possa um fato receber as normas do
Direito Penal, a lei deve ser anterior a esse fato (deve ser editada e estar em vigência). Em
outras palavras, a norma penal incriminadora (que tipifica crimes) não vale antes da edição da
lei. A lei sempre deve ser prévia. Exceções à regra da não retroatividade:
o Lex mitior: Deve-se sempre aplicar a lei mais favorável ao réu. Entre duas
penas aplica-se a mais branda.
b) Lex stricta ou prescrição da analogia “in malam partem”: CP, art. 269
d) Lex certa ou taxatividade da lei penal: A lei penal deve ser clara. Exceções: Lei 8.078/90,
art. 68... Lei 7.492/86....
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1- Abolitio criminis: é uma forma de tornar atípica penalmente uma conduta até então proibida
pela lei penal, gera como consequência a cassação imediata da execução e dos efeitos
penais da sentença condenatória.
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado.
2- Lex mitior: caso uma lei mais benéfica ao acusado de um crime entre em vigência após a
realização da conduta, essa lei posterior deverá ser aplicada, excetuando-se a regra geral.
Pode-se combinar as duas leis (lei antiga, de menor pena) e a lei nova (com sua possibilidade de
redução por bons antecedentes)? Se o fato ocorreu no período de vigência da lei antiga, e o
julgamento será no período de vigência de nova lei. A súmula 501 do STJ prevê que NÃO se pode
combinar as duas leis, pois seria a criação de uma terceira lei. Apenas, a retroatividade da mais
benéfica para o réu. Deve-se usar a lei em sua totalidade, e não mesclada com outras.
Leis penais em branco: espécies de leis temporária, que precisam ser complementadas por outras
leis/normas. Ex: Lei nº 1.521/51 | Lei de Economia Popular.
Tempo do crime
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TEMPO DO CRIME (ART. 4º CP)
1- Teoria da Atividade/ação: o tempo ou momento do crime é o da ação ou omissão ocorrida. É
a aplicada no Direito Penal brasileiro.
2- Teoria do Resultado: o tempo do crime é o momento que o fato se consumou ou deveria ter
se consumado. Resultado do crime.
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja
o momento do resultado.
Casos especiais:
Em ambos, se advém lei nova mais grave aplica-se a mais nova e grave. Súmula 711 do STJ.
Súmula 711 do STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
1- Territorialidade: Princípio regra geral da lei penal no espaço. Aplica-se a lei me todo o
território nacional, não importando a nacionalidade do agente ou da vítima. Existem exceções
do Direito Internacional (tratados e acordos que devem ser mutuamente respeitados).
Já, no que concerne ao território aéreo, o Brasil adotou a teoria da soberania sobre a
coluna atmosférica, delimitada por linhas imaginárias, perpendiculares, aos limites do
território físico, inclusive o mar territorial.
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Obs: área de exploração econômica exclusiva é medida em 200 milhas marítimas. Não é
Brasil, mas só ele pode explorar esta área economicamente. Quando ocorre algum crime em
navios privados nesta área, há julgamento de acordo com a legislação do país da bandeira do
navio em que o crime ocorreu.
Os rios e lagos fronteiriços tem como divisão brasileira, a metade do rio ou lago fronteiriço é
brasileira, e a metade é do outro país fronteiriço. Ex: rio Brasil-Argentina e rio Brasil-Paraguai.
Salvo se determinado por algum tratado o acordo internacional.
2- Real, da defesa ou proteção: Extensão da jurisdição brasileira para crimes cometidos fora do
território nacional. O princípio é decorrente da nacionalidade do bem jurídico ofendido.
II - os crimes:
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AULA 6 – EXTRATERRITORIALIDADE
Casos em que se aplica a lei brasileira para crimes ocorridos fora do território nacional. Pode ser:
Incondicionada | art. 7, I.
Não prevê nenhuma condição para que a lei brasileira seja aplicada, ou seja, a lei brasileira sempre é
aplicada (art. 7, I).
- Hipóteses previstas:
a) Ficam sujeitos à lei brasileira crimes contra a vida ou a liberdade do presidente da República.
Exemplos | art. 121 (crime contra a vida) e art. 148 (crime contra a liberdade).
c) Crimes contra a administração pública ou quem está a seu serviço (arts. 312-326).
Obs: Crimes políticos não são extraditáveis, de modo que não é aplicável a lei brasileira nesses casos.
d) Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter ali cumprido a pena.
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Além de todas essas condições, se um estrangeiro praticou um crime contra um brasileiro no exterior,
há, ainda, outras condições para a aplicação da lei brasileira:
LUGAR DO CRIME
1- Teoria da Atividade ou da ação
Considera como lugar do crime tanto aquele em que se realiza a conduta como aquele em que se
produz o resultado.
A pena aplicada no estrangeiro atenua a pena aplicada no Brasil pelo mesmo crime, se for diversa, ou
nela é computada, se for idêntica.
Art. 7º, §2º, “d”. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições:
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
Art. 7º, I, §1º. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
§1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.
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2. Sentença acusatória:
Art. 9º, I, parágrafo único, “a”. A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira
produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para:
Art. 9º, II, parágrafo único, “b”. A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei
brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil
para:
Alguém condenado em outro país jamais será punido no Brasil. Em outras palavras, uma
decisão prolatada em outro país jamais terá execução de pena aqui.
O Brasil pode homologar decisão estrangeira para fins indenizatórios, que na verdade é um
reconhecimento da decisão estrangeira para efeitos civis (não se trata de sanção penal).
O caso da apuração de medida de segurança tem uma certa polêmica ao seu redor, pois é
aplicada quando o réu é considerado inimputável (art. 26 – doente mental). Se alguém tiver
doença mental e praticar um crime em razão disso, será isolado da sociedade. Ainda que
alguns autores entendam que a medida de segurança seja uma sanção, o nosso Código
Penal entende como tratamento.
Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a que tenha
sido imposta.
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Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato
previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial.
Prazo
Perícia médica
§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em
ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução.
Direitos do internado
É regrada basicamente pela Convenção de Viena (Dec. 56.435/65) que trata as relações
diplomáticas, e figura como uma exceção ao princípio da territorialidade.
A imunidade diplomática é irrenunciável pelo diplomata, mas pode ser renunciada pelo país.
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Artigo 29
A pessoa do agente diplomático é inviolável. Não poderá ser objeto de nenhuma forma de
detenção ou prisão. O Estado acreditado trata-lo-á com o devido respeito e adotará tôdas as
medidas adequadas para impedir qualquer ofensa à sua pessoa, liberdade ou dignidade.
Artigo 30
A residência particular do agente diplomático goza da mesma inviolabilidade e proteção
que os locais da missão.
Artigo 31
1. O agente diplomático gozará de imunidade de jurisdição penal do Estado acreditado.
Gozará também da imunidade de jurisdição civil e administrativa, a não ser que se trate de:
a) uma ação real sobre imóvel privado situado no território do Estado acreditado, salvo se o
agente diplomático o possuir por conta do Estado acreditado para os fins da missão.
b) uma ação sucessória na qual o agente diplomático figure, a título privado e não em nome
do Estado, como executor testamentário, administrador, herdeiro ou legatário.
c) uma ação referente a qualquer profissão liberal ou atividade comercial exercida pelo agente
diplomático no Estado acreditado fora de suas funções oficiais.
3. O agente diplomático não está sujeito a nenhuma medida de execução a não ser nos casos
previstos nas alíneas " a ", " b " e " c " do parágrafo 1 deste artigo e desde que a execução possa
realizar-se sem afetar a inviolabilidade de sua pessoa ou residência.
Artigo 32
1. O Estado acreditante pode renunciar à imunidade de jurisdição dos seus agentes
diplomáticos e das pessoas que gozam de imunidade nos termos do artigo 37.
3. Se um agente diplomático ou uma pessoa que goza de imunidade de jurisdição nos termos
do artigo 37 inicia uma ação judicial, não lhe será permitido invocar a imunidade de
jurisdição no tocante a uma reconvenção ligada à ação principal.
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A embaixada é território nacional! No entanto, trata-se de um ambiente inviolável.
Imunidade consular
Não exime o cônsul plenamente, trata-se de imunidade apenas quanto aos atos de ofício.
Imunidade parlamentar
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos.
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação,
o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido
político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final,
sustar o andamento da ação.
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2. Formal, relativa ou processual: artigo supra mencionado.
a. Deputados estaduais:
b. Vereadores:
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que
a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição
do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
c. Presidente da República:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe:
O Presidente da República não pode ser preso preventivamente, apenas após sentença condenatória.
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É uma questão muito mais política do que jurídica, porque, ao fim e ao cabo, a liberdade do presidente
depende do apoio que ele tem na Câmara.
Licença da Câmara – 2/3. Art. 86, caput, CF. Admitida a acusação contra o Presidente da República,
por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo
Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de
responsabilidade.
d. Governadores:
Art. 84 da CE. Governador do Estado, admitida a acusação pelo voto de dois terços dos Deputados,
será submetido a julgamento perante o Superior Tribunal de Justiça, nas infrações penais comuns, ou
perante a Assembléia Legislativa, nos crimes de responsabilidade.
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Superior Tribunal de
Justiça;
§ 2º - Se, dentro de cento e oitenta dias contados do recebimento da denúncia, o julgamento não
estiver concluído, cessará o afastamento do Governador, sem prejuízo do regular prosseguimento do
processo.
Redação dos dispositivos: "§ 3º - Enquanto não sobrevier a sentença condenatória, nas infrações
penais comuns, o Governador do Estado não estará sujeito a prisão.
§ 4º - O Governador do Estado, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos
estranhos ao exercício de suas funções."
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito
Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros
dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União
que oficiem perante tribunais;
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e. Prefeitos:
Competência –
1. Tribunais de Justiça:
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
respectivo Estado e os seguintes preceitos:
AULA 8 – EXTRADIÇÃO
I - (VETADO);
II - imigrante: pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalha ou reside e se estabelece
temporária ou definitivamente no Brasil;
IV - residente fronteiriço: pessoa nacional de país limítrofe ou apátrida que conserva a sua
residência habitual em município fronteiriço de país vizinho;
V - visitante: pessoa nacional de outro país ou apátrida que vem ao Brasil para estadas de curta
duração, sem pretensão de se estabelecer temporária ou definitivamente no território nacional;
VI - apátrida: pessoa que não seja considerada como nacional por nenhum Estado, segundo a
sua legislação, nos termos da Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954, promulgada
pelo Decreto nº 4.246, de 22 de maio de 2002, ou assim reconhecida pelo Estado brasileiro.
§ 2o (VETADO).
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Não concessão:
III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime
imputado ao extraditando;
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§ 5o Admite-se a extradição de brasileiro naturalizado, nas hipóteses
previstas na Constituição Federal.
Extradição de brasileiro:
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CONFLITO APARENTE DE NORMAS
Quando um fato se enquadra em duas normas, temos alguns princípios ou critérios a observar para
estabelecer qual norma utilizar.
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei
especial, se esta não dispuser de modo diverso.
Homicídio simples
Homicídio qualificado:
§ 2° Se o homicídio é cometido:
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou
logo após:
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2- PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE.
Crime-meio e crime-fim.
Situação em que, para se aplicar o crime “principal”, deve-se praticar outro crime como “meio”.
« Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este
absorvido. »
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável;
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber
falso ou inexato;
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V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento
equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente
realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.
4- PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE.
Ocorre quando a aplicação de uma norma a um fato exclui a aplicabilidade de outra, que
também o prevê de algum modo como sendo delito.
Exemplo | Art. 213 (estupro) X Art. 215 (violação sexual mediante fraude)
Estupro - Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
Violação sexual mediante fraude - Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre
manifestação de vontade da vítima:
CONTAGEM DE PRAZOS
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os
anos pelo calendário comum.
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Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se
esta não dispuser de modo diverso. O Código Penal, no Brasil, não é o único diploma legal que
disciplina condutas delituosas.
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