Você está na página 1de 26

PRINCÍPIOS DO

DIREITO PENAL
INTRODUÇÃO
SÃO VALORES FUNDAMENTAIS QUE INSPIRAM A CRIAÇÃO E A
APLICAÇÃO DO DIREITO PENAL, ORIENTAM TANTO A ATUAÇÃO DO
LEGISLADOR (NA CRIAÇÃO DO DIREITO PENAL) QUANTO A DO
OPERADOR DO DIREITO (NA SUA APLICAÇÃO PRÁTICA). EM OUTRAS
PALAVRAS, VISAM LIMITAR O PODER PUNITIVO DO ESTADO, DANDO
CONTORNOS DE RAZOABILIDADE A SUA ATUAÇÃO.
PRINCÍPIOS DA RESERVA LEGAL OU ESTRITA LEGALIDADE

“Nullun crimen nulla poena sine lege” = não há crime sem lei.
Inglaterra, em 1215, com a Magna Carta do Rei João Sem Terra.
Encontra-se previsto no art. 1º do CP. Art. 1º - Não há crime sem
lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem
pena sem prévia cominação legal;
No Direito Penal pode-se utilizar medida provisória?
PRINCÍPIO DA
ANTERIORIDADE
CP - Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o
defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
CF - Art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior
que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
RESUMO: a lei penal não pode retroagir, salvo para
beneficiar o réu.
PRINCÍPIO DA
ALTERIDADE
Segundo Stuart Mill: “nenhuma lei criminal deve ser usada para
obrigar as pessoas a atuar em seu próprio benefício; o único
propósito para o qual o poder público pode exercitar-se com
direito sobre qualquer membro da comunidade civilizada, contra
sua vontade, é para prevenir danos a outros. Seu próprio bem,
seja físico ou moral, não é uma razão suficiente”.
RESUMO: não há crime na conduta que prejudica somente quem a
praticou
PRINCÍPIO DA
OFENSIVIDADE OU
LESIVIDADE
Não há crime quando a conduta não é capaz de provocar lesão ou,
pelo menos, perigo de lesão ao bem jurídico protegido pela lei
penal.
PRINCÍPIO DA
PROPORCIONALIDADE

DUPLA FACE: é a proibição do excesso (garantismo


negativo) x proibição de proteção ineficiente
(garantismo positivo) ou insuficiente ou deficiente de
bens jurídicos.
PRINCÍPIO DA
CONFIANÇA
Surgiu na Espanha, voltado aos crimes de trânsito.
Aquele que respeita as regras de trânsito, possui o
direito de confiar que os demais também irão
respeitá-las.
no Brasil, possui aplicação para os crimes em geral.
Aquele que respeita as regras para a vida em
sociedade pode confiar que os demais também irão
agir da mesma maneira.
PRINCÍPIO DA
RESPONSABILIDADE PENAL
PELO FATO
O Direito Penal moderno, legítimo,
democrático e garantista é um direito penal do
fato.
O direito penal do autor é aquele que rotula,
etiqueta, estereotipa determinadas pessoas
como contrárias aos interesses da sociedade.
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO
MÍNIMA
origem --> 1.789, na França, Declaração Universal dos Direitos do
Homem e do Cidadão, segundo a qual a lei só deve prever as penas
estritamente necessárias.
O Direito Penal só é legítimo quando for indispensável para a
proteção de determinado bem jurídico. Isto é, não é possível
resolver com os demais ramos do direito. (ultima ratio)
direito penal mínimo.
FRAGMENTARIEDADE E
SUBSIDIARIEDADE

FRAGMENTARIEDADE SUBSIDIARIEDAD

Manifesta-se no plano abstrato Manifesta-se no plano


Possui como destinatário o concreto
legislador Possui como destinatário o
aplicador do direito
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
(CRIMINALIDADE DE BAGATELA
não possui previsão legal, mas é pacificamente
admitido pela jurisprudência do STF e STJ.
não haverá crime quando a conduta praticada pelo
agente for insignificante. Ou seja, sua conduta não
ofende, nem ao menos coloca em perigo, o bem
jurídico protegido pelo Direito PenaL
NATUREZA JURÍDICA

CAUSA SUPRALEGAL DE EXCLUSÃO DA


TIPICIDADE MATERIAL
REQUISITOS DA INSIGNIFICÂNCIA
• Mínima ofensividade da conduta;
• Ausência de periculosidade social da ação;
• Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
• Inexpressividade da lesão jurídica.
Ex1: Dois agentes furtam uma ovelha (no valor de R$ 70,00),
no interior nordestino, com a finalidade de fazer um
churrasco. O STF não aplicou o princípio da insignificância.
Ex2.: Um empresário ingressa no Brasil com inúmeros
produtos (no valor de quase 10 mil reais) sem declarar,
cometendo o crime de descaminho. O STF aplicou o princípio
REQUISITOS SUBJETIVOS

Condições pessoais do agente- reincidência,


habitualidade, militares
Condições da vítima- extensão do dano, valor
sentimental
BAGATELA IMPRÓPRIA

DESNECESSIDADE DA PENA
EXCLUI PUNIBILIDADE
. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO BIS IN IDEM

“Ne bis in idem”


Não se admite,dupla punição pelo mesmo fato
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PESSOAL

CF Art. 5º XLV - nenhuma pena passará da pessoa do


condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o
limite do valor do patrimônio transferido
• Individualização da pena (art. 5º, XLVI, da CF)
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE
SUBJETIVA
é imprescindível o fato ter sido
querido/aceito/previsível (dolo e culpa).
não se admite responsabilidade objetiva
(responsabilidade objetiva no CP):
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA

Você também pode gostar