Infração Penal é um gênero e contém duas espécies:
✓ Crime/delito: as condutas mais graves são
PRINCÍPIOS rotuladas como delito. Ex.: estupro, homicídio, lesão corporal. 1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ✓ Contravenção Penal: as condutas menos Artigo 5º, XXXIX, CF e Artigo 1º, CP - não há crime gravosas são rotuladas como contravenções sem lei anterior que o defina, nem pena sem penais. prévia cominação legal. Ex.: vias de fato, jogo do bicho.
Este princípio vem do latim “Nullum crimen sine ❖ SANÇÃO PENAL
praevia lege”, estabelece que nenhuma conduta pode ser considerada criminosa se não há uma lei a Quem comete uma infração penal, seja crime tipificando. Da mesma maneira que nenhum crime ou contravenção, fica sujeito à uma sanção pode ser julgado se não há uma lei anterior a ele. Se penal. Ela é um gênero e contém duas no ano seguinte uma lei valer, os crimes definidos espécies. nela, mas praticados nesse ano, não se sujeitarão às sanções previstas. ✓ Pena: imputáveis (maiores de 18 anos). ✓ Medida de segurança: inimputáveis Costume não revoga lei. (pessoas com doença ou debilidade mental Lei cria o crime e prevê a pena. inteiramente incapaz de compreender o Lei cria e somente a lei revoga. caráter ilícito do fato).
2. PRINCÍPIO DE INTERVENÇÃO MÍNIMA
• PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL É um princípio que não está previsto nem na CF e nem na legislação infraconstitucional, mas que se Somente LEI pode definir condutas criminosas emprega pela lógica do sistema jurídico. Ele é um e estabelecer sanções penais (penas e medidas de limitador do poder punitivo estatal, que estabelece segurança). Ou seja, somente a LEI (editada pelo uma regra a ser seguida para conter possíveis Poder Legislativo) tem as mencionadas arbítrios do Estado. competências. Logo, nem Decretos, Medidas Provisórias e demais diplomas legislativos podem Com ele, a criminalização de condutas só será estabelecer condutas criminosas e nem cominar viável quando: sanções. i. For absolutamente necessária à proteção de • PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE PENAL bens jurídicos. ii. A proteção do Direito Penal seja absolutamente Estabelece que a Lei seja ANTERIOR ao indispensável à paz social. fato, à prática da conduta.
OBS: É vedado a Analogia, ou seja, a lei só • PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE
retroagirá para beneficiar o réu. Nem todos os fatos considerados ilícitos pelo Direito devem ser resolvidos pelo Direito Penal. OBS: A lei somente será aplicada após a Cada fragmento do Direito possui seus quebra- “vacatio legis” – prazo que tem entre a data que cabeças para resolver, o Direito Penal é aquele que a lei entrou em vigor até quando ela começará cuida dos mais complexos e de conteúdos a produzir efeitos – para a população tomar extremamente relevantes. Ou seja, este ramo, por conhecimento. ser um instrumento mais invasivo para intervir na vida da sociedade, só tratará de infrações penais • PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE mais graves que afetam bens jurídicos de maior relevância. A lei deve ser taxativa, precisa, clara e certa. • PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE
Seguindo a mesma linha de raciocínio do Princípio
da Fragmentariedade, o da Subsidiariedade diz que o Direito Penal não deve ser usado em todo o momento, e sim como ferramenta subsidiária. Ou seja, será utilizado apenas quando os demais fragmentos do Direito não puderem tutelar satisfatoriamente o bem jurídico protegido.
OBS: O princípio da insignificância se perfaz em
desdobramento da fragmentariedade do Direito Penal.
3. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Aquelas condutas que ofendem minimamente os
bem-jurídicos penais, não podem ser consideradas crimes, já que não lesionam de maneira eficaz a harmonia social.
Para o STF, os requisitos OBJETIVOS para a
aplicação deste princípio são:
Mínima ofensividade da conduta
Ausência de periculosidade da ação Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento Inexpressividade da lesão jurídica Para o STJ, os requisitos são SUBJETIVOS:
a) Condições pessoais do AUTOR
- Reincidente: é aquele que tem contra si uma sentença condenatória com trânsito em julgado. Ela tem um período depurador, com o prazo de 5 anos, ela se apagará depois de 5 anos que o indivíduo termina de cumprir a pena
OBS: A reincidência, por si só, NÃO IMPEDE que o
juiz da causa reconheça a insignificância à luz do caso concreto.
- Criminoso habitual: é aquele que faz da prática
de crimes no seu dia a dia. NÃO SE APLICA o princípio da insignificância.