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DIREITO PENAL – AULA 01 ❖ INFRAÇÃO PENAL

Professor: João Paulo


Infração Penal é um gênero e contém duas espécies:

✓ Crime/delito: as condutas mais graves são


PRINCÍPIOS rotuladas como delito.
Ex.: estupro, homicídio, lesão corporal.
1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
✓ Contravenção Penal: as condutas menos
Artigo 5º, XXXIX, CF e Artigo 1º, CP - não há crime gravosas são rotuladas como contravenções
sem lei anterior que o defina, nem pena sem penais.
prévia cominação legal. Ex.: vias de fato, jogo do bicho.

Este princípio vem do latim “Nullum crimen sine ❖ SANÇÃO PENAL


praevia lege”, estabelece que nenhuma conduta
pode ser considerada criminosa se não há uma lei a Quem comete uma infração penal, seja crime
tipificando. Da mesma maneira que nenhum crime ou contravenção, fica sujeito à uma sanção
pode ser julgado se não há uma lei anterior a ele. Se penal. Ela é um gênero e contém duas
no ano seguinte uma lei valer, os crimes definidos espécies.
nela, mas praticados nesse ano, não se sujeitarão às
sanções previstas. ✓ Pena: imputáveis (maiores de 18 anos).
✓ Medida de segurança: inimputáveis
Costume não revoga lei. (pessoas com doença ou debilidade mental
Lei cria o crime e prevê a pena. inteiramente incapaz de compreender o
Lei cria e somente a lei revoga. caráter ilícito do fato).

2. PRINCÍPIO DE INTERVENÇÃO MÍNIMA


• PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL É um princípio que não está previsto nem na CF e
nem na legislação infraconstitucional, mas que se
Somente LEI pode definir condutas criminosas emprega pela lógica do sistema jurídico. Ele é um
e estabelecer sanções penais (penas e medidas de limitador do poder punitivo estatal, que estabelece
segurança). Ou seja, somente a LEI (editada pelo uma regra a ser seguida para conter possíveis
Poder Legislativo) tem as mencionadas arbítrios do Estado.
competências. Logo, nem Decretos, Medidas
Provisórias e demais diplomas legislativos podem Com ele, a criminalização de condutas só será
estabelecer condutas criminosas e nem cominar viável quando:
sanções.
i. For absolutamente necessária à proteção de
• PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE PENAL bens jurídicos.
ii. A proteção do Direito Penal seja absolutamente
Estabelece que a Lei seja ANTERIOR ao indispensável à paz social.
fato, à prática da conduta.

OBS: É vedado a Analogia, ou seja, a lei só • PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE


retroagirá para beneficiar o réu. Nem todos os fatos considerados ilícitos pelo
Direito devem ser resolvidos pelo Direito Penal.
OBS: A lei somente será aplicada após a Cada fragmento do Direito possui seus quebra-
“vacatio legis” – prazo que tem entre a data que cabeças para resolver, o Direito Penal é aquele que
a lei entrou em vigor até quando ela começará cuida dos mais complexos e de conteúdos
a produzir efeitos – para a população tomar extremamente relevantes. Ou seja, este ramo, por
conhecimento. ser um instrumento mais invasivo para intervir na
vida da sociedade, só tratará de infrações penais
• PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE mais graves que afetam bens jurídicos de maior
relevância.
A lei deve ser taxativa, precisa, clara e certa.
• PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE

Seguindo a mesma linha de raciocínio do Princípio


da Fragmentariedade, o da Subsidiariedade diz que
o Direito Penal não deve ser usado em todo o
momento, e sim como ferramenta subsidiária. Ou
seja, será utilizado apenas quando os demais
fragmentos do Direito não puderem tutelar
satisfatoriamente o bem jurídico protegido.

OBS: O princípio da insignificância se perfaz em


desdobramento da fragmentariedade do Direito
Penal.

3. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA

Aquelas condutas que ofendem minimamente os


bem-jurídicos penais, não podem ser consideradas
crimes, já que não lesionam de maneira eficaz a
harmonia social.

Para o STF, os requisitos OBJETIVOS para a


aplicação deste princípio são:

Mínima ofensividade da conduta


Ausência de periculosidade da ação
Reduzido grau de reprovabilidade do
comportamento
Inexpressividade da lesão jurídica
Para o STJ, os requisitos são SUBJETIVOS:

a) Condições pessoais do AUTOR


- Reincidente: é aquele que tem contra si uma
sentença condenatória com trânsito em julgado. Ela
tem um período depurador, com o prazo de 5 anos,
ela se apagará depois de 5 anos que o indivíduo
termina de cumprir a pena

OBS: A reincidência, por si só, NÃO IMPEDE que o


juiz da causa reconheça a insignificância à luz do
caso concreto.

- Criminoso habitual: é aquele que faz da prática


de crimes no seu dia a dia. NÃO SE APLICA o
princípio da insignificância.

- Militares: NÃO se aplica.

b) Condições pessoais da VÍTIMA:

- Valor sentimental do bem: em especial quando se


trata de coisa insubstituível. NÃO SE APLICA.

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