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DIREITO PENAL – AULA 02 3.

PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
Professor: João Paulo As penas serão aplicadas de maneira proporcional à
gravidade do fato. Estabelece que as penas devam
PRINCÍPIOS ser previstas de forma a dar ao infrator uma sanção
justa ao fato previsto. Se o CP aplicasse pena
1. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE máxima de 02 anos ao crime homicídio, e mínima de
INOCÊNCIA 06 anos para o de furto, estaria claramente violando
este princípio.
Artigo 5º, LVII, CF – ninguém será considerado
culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 4. PRINCÍPIO DA HUMANIDADE (LIMITAÇÃO
condenatória. DE PENAS)

Esse princípio é considerado uma regra probatória Artigo 5º, XLVII, CF - não haverá penas:
(regra de julgamento) – O ônus (obrigação) da
prova cabe ao acusador (MP ou ofendido, conforme a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
o caso). O réu é, desde o começo, inocente, até que termos do art. 84, XIX;
o acusador prove sua culpa. Assim, temos o princípio b) de caráter perpétuo;
do in dubio pro reo ou favor rei, segundo o qual, c) de trabalhos forçados;
durante o processo, havendo dúvidas acerca da d) de banimento;
culpa ou não do acusado, deverá o Juiz decidir em e) cruéis;
favor deste, pois sua culpa não foi comprovada.
Por outro lado, serão permitidas as seguintes penas
As prisões cautelares devem ocorrer em situações (art. 5º, XLVI, da CF):
excepcionais. (Ela é preventiva, temporária e
ocorre em flagrante) a) Privação ou restrição da liberdade;
EM REGRA no processo penal é que o autor b) Perda de bens;
responda em liberdade (provisória) ao inquérito e ao c) Multa;
processo. d) Prestação social alternativa;
e) Suspensão ou interdição de direitos.
2. PRINCÍPIO DA INTRANSCEDÊNCIA
PENAL (PESSOALIDADE)
5. PRINCÍPIO DE INDIVIDUALIZAÇÃO DA
Artigo 5º, XLV, CF – nenhuma pena passará da PENA
pessoa do condenado, podendo a obrigação de
reparar o dano e a decretação do perdimento de Artigo 5º, XLVI, CF – a lei regulará a
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos individualização da pena.
sucessores e contra eles executadas, até o limite do
valor do patrimônio transferido. Artigo 5º, XLVIII, CF – a pena será cumprida em
estabelecimentos distintos, de acordo com a
Este princípio impede que a pena ultrapasse a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
pessoa do infrator. Apenas a pessoa que cometeu o
crime deve receber a devida punição, mas isso não 6. PRINCÍPIO DO NON BIS IN IDEM
impede que a reparação de danos seja cobrada dos
sucessores do condenado. Um exemplo é o ▪ Vedação à dupla condenação pelo mesmo fato
criminoso morrer antes mesmo de ser julgado, logo (Duas penas pelo mesmo crime)
ele não sofrerá suas punições, mas seus sucessores
deverão ressarcir seus danos civis. ▪ Vedação ao duplo processo pelo mesmo fato.
(Quando houve a imutabilidade da decisão)
CUIDADO!
A multa não é “obrigação de reparar o dano”, pois ▪ Vedação à dupla consideração do mesmo
não se destina à vítima. A multa é espécie de PENA fato/condição/circunstância na dosimetria da
portanto, não pode ser executada em face dos mesma pena. (Dois agravantes de pena para o
herdeiros, ainda que haja transferência de mesmo fato)
patrimônio.
7. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE DA LEI DIREITO DE PASSAGEM INOCENTE - É
PENAL MAIS BENÉFICA quando uma embarcação ingressa no
território brasileiro, mas o objetivo dela não
Artigo 5º, XL, CF - A lei penal não retroagirá, salvo é atracar e nem é direcionado ao Brasil, ela
para beneficiar o réu. está apenas “passando”, e não tem nenhum
ato relevante para o Brasil.
Abolitio criminis – exclui o crime
Cessa efeito penal, NÃO cessa efeito cível PRINCÍPIO DA RECIPROCIDADE -
Embarcação ou aeronave pública
estrangeira.
APLICAÇÃO DA LEI PENAL
EMBAIXADAS - Não constituem território
1. TEMPO DO CRIME do país que representam. São invioláveis.
As que estão no Brasil, são do território
Artigo 4º, CP – (TEORIA DA ATIVIDADE) brasileiro
Considera-se praticado o crime no momento da ação
ou omissão, ainda que outro seja o momento do
resultado. 5. EXTRATERRITORIALIDADE

2. LUGAR DO CRIME Artigo 7º, CP – Ficam sujeitos à lei brasileira,embora


cometidos no estrangeiro:
Artigo 6º, CP – (TEORIA DA UBIQUIDADE)
Considera-se praticadoo crime no lugar em que ❖ INCONDICIONADA:
ocorreu a ação ou omissã, no todo ou em parte, bem
como onde se produziu ou deveria produzir-se o I – os crimes:
resultado. a) Contra a vida ou liberdade do Presidente da
República
b) Contra o patrimônio ou a fé pública contra
3. LEI PENAL NO ESPAÇO
membros da Administração Pública.
c) Contra a Administração Pública por quem está em
Artigo 5º, CP – (TERRITORIALIDADE) seu serviço.
Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de OBS: O agente é punido no Brasil mesmo que já
convenções, tratados e regras de direito tenha sido absolvido ou condenado no estrangeiro.
internacional, ao cirme cometido no território
nacional. ❖ CONDICIONADA:

4. O QUE É CONSIDERADO TERRITÓRIO II – os crimes:


NACIONAL? a) Por tratado ou covenção o Brasil se comprometeu
a reprimir.
É o território físico, bem como o território por b) Praticados por brasileiro.
extensão (espaço jurídico). c) Praticados em aeronaves ou embarcações
brasileiras, mercantes ou privadas, quando em
território estrangeiro e ainda não julgados.
• FÍSICO – Espaço terrestre, marítimo e aéreo
pertecente ao Estado.
→ Condições:
• EXTENSÃO – Embarcações e aeronaves ✓ Agente retornar ao Brasil.
brasileiras, de natureza pública ou a serviço do ✓ O fato ser punível no território praticado.
governo brasileiro onde quer que se encontrem. ✓ Estar o crime incluido entre aqueles
Bem como embarcações e aeronaves
pelos quais a lei brasileira autoriza
brasileiras, mercantes ou de propriedade extradição.
privada, que se encontrem, respectivamente, ✓ Não ter sido agente absolvido no
em alto-mar ou espaço aéreo correspondente. estrangeiro ou não ter cumprido a pena.
✓ Não ter sido perdoado no estrangeiro ou
não estar extinta a punibilidade segundo
a lei mais benéfica.

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