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Direto penal – PARTE GERAL Territorialidade

Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem


PARTE GERAL prejuízo de convenções, tratados e regras
TÍTULO I de direito internacional, ao crime cometido
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL no território nacional.

§ 1º - Para os efeitos penais,


Anterioridade da Lei consideram-se como extensão do território
nacional as embarcações e aeronaves
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior brasileiras, de natureza pública ou a serviço
que o defina. Não há pena sem prévia do governo brasileiro onde quer que se
cominação legal. encontrem, bem como as aeronaves e as
Lei penal no tempo embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, que se achem,
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por
respectivamente, no espaço aéreo
fato que lei posterior deixa de considerar
correspondente ou em alto-mar.
crime, cessando em virtude dela a execução
e os efeitos penais da sentença § 2º - É também aplicável a lei brasileira
condenatória. aos crimes praticados a bordo de aeronaves
ou embarcações estrangeiras de
Parágrafo único - A lei posterior, que
propriedade privada, achando-se aquelas
de qualquer modo favorecer o agente,
em pouso no território nacional ou em vôo
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que
no espaço aéreo correspondente, e estas
decididos por sentença condenatória
em porto ou mar territorial do Brasil.
transitada em julgado
Lugar do crime
Lei excepcional ou temporária
Art. 6º - Considera-se praticado o crime
Art. 3º - A lei excepcional ou
no lugar em que ocorreu a ação ou omissão,
temporária, embora decorrido o período de
no todo ou em parte, bem como onde se
sua duração ou cessadas as circunstâncias
produziu ou deveria produzir-se o
que a determinaram, aplica-se ao fato
resultado.
praticado durante sua vigência.
Extraterritorialidade
Tempo do crime
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira,
Art. 4º - Considera-se praticado o crime
embora cometidos no estrangeiro:
no momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o momento do resultado. I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do c) estar o crime incluído entre aqueles
Presidente da República; pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição;
b) contra o patrimônio ou a fé pública
da União, do Distrito Federal, de Estado, de d) não ter sido o agente absolvido no
Território, de Município, de empresa estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
pública, sociedade de economia mista,
e) não ter sido o agente perdoado no
autarquia ou fundação instituída pelo Poder
estrangeiro ou, por outro motivo, não estar
Público;
extinta a punibilidade, segundo a lei mais
c) contra a administração pública, por favorável.
quem está a seu serviço;
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também
d) de genocídio, quando o agente for ao crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro ou domiciliado no Brasil; brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as
condições previstas no parágrafo anterior:
II - os crimes:
a) não foi pedida ou foi negada a
a) que, por tratado ou convenção, o
extradição;
Brasil se obrigou a reprimir;
b) houve requisição do Ministro da
b) praticados por brasileiro;
Justiça.
c) praticados em aeronaves ou
Pena cumprida no estrangeiro
embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território Art. 8º - A pena cumprida no
estrangeiro e aí não sejam julgados. estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil
pelo mesmo crime, quando diversas, ou
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é
nela é computada, quando idênticas.
punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro. Eficácia de sentença estrangeira

§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação Art. 9º - A sentença estrangeira,


da lei brasileira depende do concurso das quando a aplicação da lei brasileira produz
seguintes condições: na espécie as mesmas consequências, pode
ser homologada no Brasil para:
a) entrar o agente no território
nacional; I - Obrigar o condenado à reparação do
dano, a restituições e a outros efeitos civis;
b) ser o fato punível também no país
em que foi praticado; II - Sujeitá-lo a medida de segurança.
Parágrafo único - A homologação Superveniência de causa
depende: independente

a) para os efeitos previstos no inciso I, § 1º - A superveniência de causa


de pedido da parte interessada; relativamente independente exclui a
imputação quando, por si só, produziu o
b) para os outros efeitos, da existência
resultado; os fatos anteriores, entretanto,
de tratado de extradição com o país de cuja
imputam-se a quem os praticou.
autoridade judiciária emanou a sentença,
ou, na falta de tratado, de requisição do Relevância da omissão
Ministro da Justiça.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante
Contagem de prazo quando o omitente devia e podia agir para
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no evitar o resultado. O dever de agir incumbe
cômputo do prazo. Contam-se os dias, os a quem:
meses e os anos pelo calendário comum. a) tenha por lei obrigação de cuidado,
Frações não computáveis da pena proteção ou vigilância;

Art. 11 - Desprezam-se, nas penas b) de outra forma, assumiu a


privativas de liberdade e nas restritivas de responsabilidade de impedir o resultado;
direitos, as frações de dia, e, na pena de c) com seu comportamento anterior,
multa, as frações de cruzeiro. criou o risco da ocorrência do resultado.
Legislação especial Art. 14 - Diz-se o crime:
Art. 12 - As regras gerais deste Código
Crime consumado (Incluído pela Lei nº
aplicam-se aos fatos incriminados por lei
7.209, de 11.7.1984)
especial, se esta não dispuser de modo
diverso. I - consumado, quando nele se reúnem
todos os elementos de sua definição legal;
TÍTULO II
DO CRIME Tentativa

Relação de causalidade II - tentado, quando, iniciada a


execução, não se consuma por
Art. 13 - O resultado, de que depende a
circunstâncias alheias à vontade do
existência do crime, somente é imputável a
agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
quem lhe deu causa. Considera-se causa a
11.7.1984)
ação ou omissão sem a qual o resultado não
teria ocorrido. Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em Parágrafo único - Salvo os casos
contrário, pune-se a tentativa com a pena expressos em lei, ninguém pode ser punido
correspondente ao crime consumado, por fato previsto como crime, senão
diminuída de um a dois terços. quando o pratica dolosamente.

Desistência voluntária e Agravação pelo resultado


arrependimento eficaz
Art. 19 - Pelo resultado que agrava
Art. 15 - O agente que, especialmente a pena, só responde o
voluntariamente, desiste de prosseguir na agente que o houver causado ao menos
execução ou impede que o resultado se culposamente.
produza, só responde pelos atos já
Erro sobre elementos do tipo
praticados.
Art. 20 - O erro sobre elemento
Arrependimento posterior
constitutivo do tipo legal de crime exclui o
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem dolo, mas permite a punição por crime
violência ou grave ameaça à pessoa, culposo, se previsto em lei.
reparado o dano ou restituída a coisa, até o
recebimento da denúncia ou da queixa, por Descriminantes putativas
ato voluntário do agente, a pena será § 1º - É isento de pena quem, por erro
reduzida de um a dois terços. plenamente justificado pelas circunstâncias,
Crime impossível supõe situação de fato que, se existisse,
tornaria a ação legítima. Não há isenção de
Art. 17 - Não se pune a tentativa pena quando o erro deriva de culpa e o fato
quando, por ineficácia absoluta do meio ou é punível como crime culposo.
por absoluta impropriedade do objeto, é
impossível consumar-se o crime. Erro determinado por terceiro

Art. 18 - Diz-se o crime: § 2º - Responde pelo crime o terceiro


que determina o erro.
Crime doloso
Erro sobre a pessoa
I - doloso, quando o agente quis o
resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; § 3º - O erro quanto à pessoa contra a
qual o crime é praticado não isenta de pena.
Crime culposo
Não se consideram, neste caso, as
II - culposo, quando o agente deu causa condições ou qualidades da vítima, senão as
ao resultado por imprudência, negligência da pessoa contra quem o agente queria
ou imperícia. praticar o crime.
Erro sobre a ilicitude do fato Art. 24 - Considera-se em estado de
necessidade quem pratica o fato para salvar
Art. 21 - O desconhecimento da lei é
de perigo atual, que não provocou por sua
inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato,
vontade, nem podia de outro modo evitar,
se inevitável, isenta de pena; se evitável,
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
circunstâncias, não era razoável exigir-
Parágrafo único - Considera-se se.
evitável o erro se o agente atua ou se omite
§ 1º - Não pode alegar estado de
sem a consciência da ilicitude do fato,
necessidade quem tinha o dever legal de
quando lhe era possível, nas circunstâncias,
enfrentar o perigo.
ter ou atingir essa consciência.

Coação irresistível e obediência § 2º - Embora seja razoável exigir-se o


hierárquica sacrifício do direito ameaçado, a pena
poderá ser reduzida de um a dois
Art. 22 - Se o fato é cometido sob terços.
coação irresistível ou em estrita obediência
a ordem, não manifestamente ilegal, de Legítima defesa
superior hierárquico, só é punível o autor da
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa
coação ou da ordem. (Redação dada
quem, usando moderadamente dos meios
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
necessários, repele injusta agressão, atual
Exclusão de ilicitude ou iminente, a direito seu ou de
outrem.
Art. 23 - Não há crime quando o agente
pratica o fato: Parágrafo único. Observados os
requisitos previstos no caput deste artigo,
I - em estado de necessidade;
considera-se também em legítima defesa o
II - em legítima defesa; agente de segurança pública que repele
III - em estrito cumprimento de dever agressão ou risco de agressão a vítima
legal ou no exercício regular de direito. mantida refém durante a prática de
crimes.
Excesso punível
TÍTULO III
Parágrafo único - O agente, em
DA IMPUTABILIDADE PENAL
qualquer das hipóteses deste artigo,
responderá pelo excesso doloso ou Inimputáveis
culposo.
Art. 26 - É isento de pena o agente que,
Estado de necessidade por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao determinar-se de acordo com esse
tempo da ação ou da omissão, inteiramente entendimento.
incapaz de entender o caráter ilícito do fato
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um
ou de determinar-se de acordo com esse
a dois terços, se o agente, por embriaguez,
entendimento.
proveniente de caso fortuito ou força maior,
Redução de pena não possuía, ao tempo da ação ou da
omissão, a plena capacidade de entender o
Parágrafo único - A pena pode ser
caráter ilícito do fato ou de determinar-se
reduzida de um a dois terços, se o agente,
de acordo com esse entendimento.
em virtude de perturbação de saúde mental
ou por desenvolvimento mental incompleto TÍTULO IV
ou retardado não era inteiramente capaz de DO CONCURSO DE PESSOAS
entender o caráter ilícito do fato ou de
Art. 29 - Quem, de qualquer modo,
determinar-se de acordo com esse
concorre para o crime incide nas penas a
entendimento.
este cominadas, na medida de sua
Menores de dezoito anos culpabilidade.
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) § 1º - Se a participação for de menor
anos são penalmente inimputáveis, ficando importância, a pena pode ser diminuída de
sujeitos às normas estabelecidas na um sexto a um terço.
legislação especial.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis
Emoção e paixão participar de crime menos grave, ser-lhe-á
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade aplicada a pena deste; essa pena será
penal: aumentada até metade, na hipótese de ter
sido previsível o resultado mais grave.
I - a emoção ou a paixão;
Circunstâncias incomunicáveis
Embriaguez
Art. 30 - Não se comunicam as
II - a embriaguez, voluntária ou culposa,
circunstâncias e as condições de caráter
pelo álcool ou substância de efeitos
pessoal, salvo quando elementares do
análogos.
crime.
§ 1º - É isento de pena o agente que, por
Casos de impunibilidade
embriaguez completa, proveniente de caso
fortuito ou força maior, era, ao tempo da Art. 31 - O ajuste, a determinação ou
ação ou da omissão, inteiramente incapaz instigação e o auxílio, salvo disposição
de entender o caráter ilícito do fato ou de expressa em contrário, não são puníveis, se
o crime não chega, pelo menos, a ser V - para assegurar a execução, a
tentado. ocultação, a impunidade ou vantagem de
outro crime:
Direto penal – PARTE ESPECIAL
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA Feminicídio

CAPÍTULO I VI - contra a mulher por razões da condição


DOS CRIMES CONTRA A VIDA de sexo feminino:

Homicídio simples VII – contra autoridade ou agente


descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Art. 121. Matar alguem:
Federal, integrantes do sistema prisional e
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. da Força Nacional de Segurança Pública, no
Caso de diminuição de pena exercício da função ou em decorrência dela,
ou contra seu cônjuge, companheiro ou
§ 1º Se o agente comete o crime parente consanguíneo até terceiro grau, em
impelido por motivo de relevante valor razão dessa condição:
social ou moral, ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta VIII - com emprego de arma de fogo de uso
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a restrito ou proibido:
pena de um sexto a um terço. Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Homicídio qualificado § 2o-A Considera-se que há razões de
§ 2° Se o homicídio é cometido: condição de sexo feminino quando o crime
envolve:
I - mediante paga ou promessa de
recompensa, ou por outro motivo torpe; I - Violência doméstica e familiar;

II - por motivo fútil; II - Menosprezo ou discriminação à


condição de mulher.
III - com emprego de veneno, fogo,
explosivo, asfixia, tortura ou outro meio Homicídio culposo
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar § 3º Se o homicídio é culposo:
perigo comum;
Pena - detenção, de um a três anos.
IV - à traição, de emboscada, ou
mediante dissimulação ou outro recurso Aumento de pena
que dificulte ou torne impossível a defesa § 4o No homicídio culposo, a pena é
do ofendido; aumentada de 1/3 (um terço), se o crime
resulta de inobservância de regra técnica de IV - em descumprimento das medidas
profissão, arte ou ofício, ou se o agente protetivas de urgência previstas nos incisos
deixa de prestar imediato socorro à vítima, I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340,
não procura diminuir as consequências do de 7 de agosto de 2006.
seu ato, ou foge para evitar prisão em
CAPÍTULO II
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena
DAS LESÕES CORPORAIS
é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é
praticado contra pessoa menor de 14 Lesão corporal
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
Art. 129. Ofender a integridade
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, corporal ou a saúde de outrem:
o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as
Pena - detenção, de três meses a um
consequências da infração atingirem o
ano.
próprio agente de forma tão grave que a
sanção penal se torne desnecessária. Lesão corporal de natureza grave

§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um § 1º Se resulta:


terço) até a metade se o crime for praticado I - Incapacidade para as ocupações
por milícia privada, sob o pretexto de habituais, por mais de trinta dias;
prestação de serviço de segurança, ou por
grupo de extermínio. II - Perigo de vida;

§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de III - debilidade permanente de membro,


1/3 (um terço) até a metade se o crime for sentido ou função;
praticado: IV - Aceleração de parto:
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses Pena - reclusão, de um a cinco anos.
posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº
§ 2° Se resulta:
13.104, de 2015)
I - Incapacidade permanente para o
II - contra pessoa menor de 14 (catorze)
trabalho;
anos, maior de 60 (sessenta) anos, com
deficiência ou portadora de doenças II - enfermidade incurável;
degenerativas que acarretem condição
III perda ou inutilização do membro,
limitante ou de vulnerabilidade física ou
sentido ou função;
mental;
IV - deformidade permanente;
III - na presença física ou virtual de
descendente ou de ascendente da vítima; V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos. § 8º - Aplica-se à lesão culposa o
disposto no § 5º do art. 121.
Lesão corporal seguida de morte
Violência Doméstica
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias
evidenciam que o agente não quis o § 9o Se a lesão for praticada contra
resultado, nem assumiu o risco de produzi- ascendente, descendente, irmão, cônjuge
lo: ou companheiro, ou com quem conviva ou
tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
o agente das relações domésticas, de
Diminuição de pena coabitação ou de hospitalidade:
§ 4° Se o agente comete o crime Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3
impelido por motivo de relevante valor (três) anos.
social ou moral ou sob o domínio de
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a
violenta emoção, logo em seguida a injusta
3o deste artigo, se as circunstâncias são as
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a
indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se
pena de um sexto a um terço.
a pena em 1/3 (um terço).
Substituição da pena
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo,
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, a pena será aumentada de um terço se o
pode ainda substituir a pena de detenção crime for cometido contra pessoa
pela de multa, de duzentos mil réis a dois portadora de deficiência. )
contos de réis:
§ 12. Se a lesão for praticada contra
I - se ocorre qualquer das hipóteses do autoridade ou agente descrito nos arts.
parágrafo anterior; 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e
II - se as lesões são recíprocas.
da Força Nacional de Segurança Pública, no
Lesão corporal culposa exercício da função ou em decorrência dela,
§ 6° Se a lesão é culposa: ou contra seu cônjuge, companheiro ou
parente consanguíneo até terceiro grau, em
Pena - detenção, de dois meses a um razão dessa condição, a pena é aumentada
ano. de um a dois terços.
Aumento de pena § 13. Se a lesão for praticada contra a
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um mulher, por razões da condição do sexo
terço) se ocorrer qualquer das hipóteses feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121
dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. deste Código:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro § 3º - Equipara-se à coisa móvel a
anos). energia elétrica ou qualquer outra que
tenha valor econômico.
CAPÍTULO IV
DA RIXA Furto qualificado

Rixa § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito


anos, e multa, se o crime é cometido:
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para
separar os contendores: I - com destruição ou rompimento de
Pena - detenção, de quinze dias a dois obstáculo à subtração da coisa;
meses, ou multa. II - com abuso de confiança, ou
Parágrafo único - Se ocorre morte ou mediante fraude, escalada ou destreza;
lesão corporal de natureza grave, aplica-se, III - com emprego de chave falsa;
pelo fato da participação na rixa, a pena de
detenção, de seis meses a dois anos. IV - mediante concurso de duas ou mais
pessoas.
TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO § 4º-A A pena é de reclusão de 4
(quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver
CAPÍTULO I
emprego de explosivo ou de artefato
DO FURTO
análogo que cause perigo comum.
Furto
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a
Art. 155 - Subtrair, para si ou para 8 (oito) anos, e multa, se o furto mediante
outrem, coisa alheia móvel: fraude é cometido por meio de dispositivo
eletrônico ou informático, conectado ou não
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e
à rede de computadores, com ou sem a
multa.
violação de mecanismo de segurança ou a
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, utilização de programa malicioso, ou por
se o crime é praticado durante o repouso qualquer outro meio fraudulento
noturno. análogo. (Incluído pela Lei nº 14.155, de
2021)
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de
pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode § 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo,
substituir a pena de reclusão pela de considerada a relevância do resultado
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou gravoso: (Incluído pela Lei nº 14.155, de
aplicar somente a pena de multa. 2021)
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois § 1º - Somente se procede mediante
terços), se o crime é praticado mediante a representação.
utilização de servidor mantido fora do
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa
território nacional; (Incluído pela Lei nº
comum fungível, cujo valor não excede a
14.155, de 2021)
quota a que tem direito o agente.
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro,
CAPÍTULO II
se o crime é praticado contra idoso ou
DO ROUBO E DA EXTORSÃO
vulnerável. (Incluído pela Lei nº 14.155, de
2021) Roubo

§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia,
anos, se a subtração for de veículo para si ou para outrem, mediante grave
automotor que venha a ser transportado ameaça ou violência a pessoa, ou depois de
para outro Estado ou para o exterior. havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:
§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a
5 (cinco) anos se a subtração for de Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e
semovente domesticável de produção, multa.
ainda que abatido ou dividido em partes no
§ 1º - Na mesma pena incorre quem,
local da subtração.
logo depois de subtraída a coisa, emprega
violência contra pessoa ou grave ameaça, a
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro)
fim de assegurar a impunidade do crime ou
a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for
de substâncias explosivas ou de acessórios a detenção da coisa para si ou para terceiro.
que, conjunta ou isoladamente, § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um
possibilitem sua fabricação, montagem ou terço) até metade:
emprego.
I – (revogado);
Furto de coisa comum
II - se há o concurso de duas ou mais
Art. 156 - Subtrair o condômino, co- pessoas;
herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a
III - se a vítima está em serviço de
quem legitimamente a detém, a coisa
transporte de valores e o agente conhece tal
comum:
circunstância.
Pena - detenção, de seis meses a dois
IV - se a subtração for de veículo
anos, ou multa.
automotor que venha a ser transportado
para outro Estado ou para o I – lesão corporal grave, a pena é de
exterior; reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e
multa;
V - se o agente mantém a vítima em seu
poder, restringindo sua II – morte, a pena é de reclusão de 20
liberdade. (Incluído pela Lei nº (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
9.426, de 1996)
Extorsão
VI – se a subtração for de substâncias Art. 158 - Constranger alguém,
explosivas ou de acessórios que, conjunta mediante violência ou grave ameaça, e com
ou isoladamente, possibilitem sua o intuito de obter para si ou para outrem
fabricação, montagem ou indevida vantagem econômica, a fazer,
emprego. tolerar que se faça ou deixar de fazer
alguma coisa:
VII - se a violência ou grave ameaça é
exercida com emprego de arma Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e
branca; (Incluído pela Lei nº 13.964, multa.
de 2019)
§ 1º - Se o crime é cometido por duas
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois ou mais pessoas, ou com emprego de arma,
terços): aumenta-se a pena de um terço até metade.

I – se a violência ou ameaça é exercida § 2º - Aplica-se à extorsão praticada


com emprego de arma de fogo; mediante violência o disposto no § 3º do
artigo anterior.
II – se há destruição ou rompimento de
obstáculo mediante o emprego de § 3o Se o crime é cometido mediante a
explosivo ou de artefato análogo que cause restrição da liberdade da vítima, e essa
perigo comum. condição é necessária para a obtenção da
vantagem econômica, a pena é de reclusão,
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa;
é exercida com emprego de arma de fogo se resulta lesão corporal grave ou morte,
de uso restrito ou proibido, aplica-se em aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§
dobro a pena prevista no caput deste 2o e 3o, respectivamente.
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
Extorsão mediante sequestro
2019)
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim
§ 3º Se da violência resulta:
de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do Peculato
resgate:
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário
Pena - reclusão, de oito a quinze público de dinheiro, valor ou qualquer outro
anos.. bem móvel, público ou particular, de que
tem a posse em razão do cargo, ou desviá-
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24
lo, em proveito próprio ou alheio:
(vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é
menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 Pena - reclusão, de dois a doze anos, e
(sessenta) anos, ou se o crime é cometido multa.
por bando ou quadrilha. Vide Lei nº
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o
8.072, de 25.7.90 (Redação dada
funcionário público, embora não tendo a
pela Lei nº 10.741, de 2003)
posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai,
Pena - reclusão, de doze a vinte ou concorre para que seja subtraído, em
anos. proveito próprio ou alheio, valendo-se de
facilidade que lhe proporciona a qualidade
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal
de funcionário.
de natureza grave:
Peculato culposo
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e
quatro anos. § 2º - Se o funcionário concorre
culposamente para o crime de outrem:
§ 3º - Se resulta a morte:
Pena - detenção, de três meses a um
Pena - reclusão, de vinte e quatro a
ano.
trinta anos.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a
§ 4º - Se o crime é cometido em
reparação do dano, se precede à sentença
concurso, o concorrente que o denunciar à
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é
autoridade, facilitando a libertação do
posterior, reduz de metade a pena imposta.
sequestrado, terá sua pena reduzida de um
a dois terços.

TÍTULO XI Peculato mediante erro de outrem


DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou
PÚBLICA
qualquer utilidade que, no exercício do
CAPÍTULO I cargo, recebeu por erro de outrem:
DOS CRIMES PRATICADOS
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
multa.
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Inserção de dados falsos em sistema Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze)
de informações anos, e multa. (Redação dada pela Lei
nº 13.964, de 2019)
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o
funcionário autorizado, a inserção de dados Excesso de exação
falsos, alterar ou excluir indevidamente
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou
dados corretos nos sistemas
contribuição social que sabe ou deveria
informatizados ou bancos de dados da
saber indevido, ou, quando devido,
Administração Pública com o fim de obter
emprega na cobrança meio vexatório ou
vantagem indevida para si ou para outrem
gravoso, que a lei não autoriza:
ou para causar dano:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
anos, e multa.
§ 2º - Se o funcionário desvia, em
Modificação ou alteração não proveito próprio ou de outrem, o que
autorizada de sistema de informações recebeu indevidamente para recolher aos
cofres públicos:
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o
funcionário, sistema de informações ou Pena - reclusão, de dois a doze anos, e
programa de informática sem autorização multa.
ou solicitação de autoridade competente: Corrupção passiva

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 Art. 317 - Solicitar ou receber, para si


(dois) anos, e multa. ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de
Parágrafo único. As penas são
assumi-la, mas em razão dela, vantagem
aumentadas de um terço até a metade se da
indevida, ou aceitar promessa de tal
modificação ou alteração resulta dano para
vantagem:
a Administração Pública ou para o
administrado. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze)
anos, e multa.
Concussão
§ 1º - A pena é aumentada de um terço,
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, se, em consequência da vantagem ou
direta ou indiretamente, ainda que fora da promessa, o funcionário retarda ou deixa
função ou antes de assumi-la, mas em razão de praticar qualquer ato de ofício ou o
dela, vantagem indevida: pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de outros presos ou com o ambiente
praticar ou retarda ato de ofício, com externo:
infração de dever funcional, cedendo a
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1
pedido ou influência de outrem:
(um) ano.
Pena - detenção, de três meses a um Direto Constitucional
ano, ou multa.
TÍTULO II
Corrupção ativa
DOS DIREITOS E GARANTIAS
Art. 333 - Oferecer ou prometer FUNDAMENTAIS
vantagem indevida a funcionário público,
CAPÍTULO I
para determiná-lo a praticar, omitir ou
retardar ato de ofício: DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E
COLETIVOS
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze)
anos, e multa. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-
Parágrafo único - A pena é aumentada se aos brasileiros e aos estrangeiros
de um terço, se, em razão da vantagem ou residentes no País a inviolabilidade do
promessa, o funcionário retarda ou omite direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
ato de ofício, ou o pratica infringindo dever segurança e à propriedade, nos termos
funcional. seguintes:

Prevaricação I - homens e mulheres são iguais em


direitos e obrigações, nos termos desta
Art. 319 - Retardar ou deixar de
Constituição;
praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
praticá-lo contra disposição expressa de lei, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar
para satisfazer interesse ou sentimento de fazer alguma coisa senão em virtude de
pessoal: lei;

Pena - detenção, de três meses a um IV - é livre a manifestação do pensamento,


ano, e multa. sendo vedado o anonimato;

X - são invioláveis a intimidade, a vida


Art. 319-A. Deixar o Diretor de
privada, a honra e a imagem das pessoas,
Penitenciária e/ou agente público, de
assegurado o direito a indenização pelo
cumprir seu dever de vedar ao preso o
dano material ou moral decorrente de sua
acesso a aparelho telefônico, de rádio ou
violação;
similar, que permita a comunicação com
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, XIX - as associações só poderão ser
ninguém nela podendo penetrar sem compulsoriamente dissolvidas ou ter suas
consentimento do morador, salvo em caso atividades suspensas por decisão judicial,
de flagrante delito ou desastre, ou para exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
prestar socorro, ou, durante o dia, por julgado;
determinação judicial;
XX - ninguém poderá ser compelido a
associar-se ou a permanecer associado;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência
e das comunicações telegráficas, de dados e XXI - as entidades associativas, quando
das comunicações telefônicas, salvo, no expressamente autorizadas, têm
último caso, por ordem judicial, nas legitimidade para representar seus filiados
hipóteses e na forma que a lei estabelecer judicial ou extrajudicialmente;
para fins de investigação criminal ou
XXII - é garantido o direito de propriedade;
instrução processual penal;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função
XV - é livre a locomoção no território social;
nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele XLII - a prática do racismo constitui crime
entrar, permanecer ou dele sair com seus inafiançável e imprescritível, sujeito à pena
bens; de reclusão, nos termos da lei;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à


XVI - todos podem reunir-se pacificamente, integridade física e moral;
sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde LVI - são inadmissíveis, no processo, as
que não frustrem outra reunião provas obtidas por meios ilícitos;
anteriormente convocada para o mesmo LVII - ninguém será considerado culpado
local, sendo apenas exigido prévio aviso à até o trânsito em julgado de sentença penal
autoridade competente; condenatória;

XVII - é plena a liberdade de associação LXIII - o preso será informado de seus


para fins lícitos, vedada a de caráter direitos, entre os quais o de permanecer
paramilitar; calado, sendo-lhe assegurada a assistência
da família e de advogado;
XVIII - a criação de associações e, na forma
Seção III
da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO
estatal em seu funcionamento; DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e III - polícia ferroviária federal;
Corpos de Bombeiros Militares, instituições
IV - polícias civis;
organizadas com base na hierarquia e
disciplina, são militares dos Estados, do V - polícias militares e corpos de bombeiros
Distrito Federal e dos Territórios. militares.

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, VI - polícias penais federal, estaduais e


do Distrito Federal e dos Territórios, além distrital. (Redação dada pela Emenda
do que vier a ser fixado em lei, as Constitucional nº 104, de 2019)
disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º;
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como
e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei
órgão permanente, organizado e mantido
estadual específica dispor sobre as matérias
pela União e estruturado em carreira,
do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes
destina-se a:" (Redação dada pela
dos oficiais conferidas pelos respectivos
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
governadores.
I - apurar infrações penais contra a ordem
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos
política e social ou em detrimento de bens,
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
serviços e interesses da União ou de suas
aplica-se o que for fixado em lei específica
entidades autárquicas e empresas públicas,
do respectivo ente estatal.
assim como outras infrações cuja prática
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do tenha repercussão interestadual ou
Distrito Federal e dos Territórios o disposto internacional e exija repressão uniforme,
no art. 37, inciso XVI, com prevalência da segundo se dispuser em lei;
atividade militar. (Incluído pela
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de
Emenda Constitucional nº 101, de 2019)
entorpecentes e drogas afins, o
CAPÍTULO III contrabando e o descaminho, sem prejuízo
da ação fazendária e de outros órgãos
DA SEGURANÇA PÚBLICA
públicos nas respectivas áreas de
Art. 144. A segurança pública, dever do competência;
Estado, direito e responsabilidade de todos,
III - exercer as funções de polícia marítima,
é exercida para a preservação da ordem
aeroportuária e de fronteiras;
pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos: IV - exercer, com exclusividade, as funções
de polícia judiciária da União.
I - polícia federal;
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão
II - polícia rodoviária federal;
permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, destina-se, § 7º A lei disciplinará a organização e o
na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo funcionamento dos órgãos responsáveis
das rodovias federais. pela segurança pública, de maneira a
garantir a eficiência de suas
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão
atividades. (Vide Lei nº 13.675, de
permanente, organizado e mantido pela
2018) Vigência
União e estruturado em carreira, destina-se,
na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo § 8º Os Municípios poderão constituir
das ferrovias federais. guardas municipais destinadas à proteção
de seus bens, serviços e instalações,
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados
conforme dispuser a lei.
de polícia de carreira, incumbem,
ressalvada a competência da União, as § 9º A remuneração dos servidores policiais
funções de polícia judiciária e a apuração de integrantes dos órgãos relacionados neste
infrações penais, exceto as militares. artigo será fixada na forma do § 4º do art.
39.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia
ostensiva e a preservação da ordem § 10. A segurança viária, exercida para a
pública; aos corpos de bombeiros militares, preservação da ordem pública e da
além das atribuições definidas em lei, incolumidade das pessoas e do seu
incumbe a execução de atividades de patrimônio nas vias públicas:
defesa civil.
I - compreende a educação, engenharia e
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao fiscalização de trânsito, além de outras
órgão administrador do sistema penal da atividades previstas em lei, que assegurem
unidade federativa a que pertencem, cabe a ao cidadão o direito à mobilidade urbana
segurança dos estabelecimentos eficiente; e
penais. (Redação dada pela Emenda
II - compete, no âmbito dos Estados, do
Constitucional nº 104, de 2019)
Distrito Federal e dos Municípios, aos
§ 6º As polícias militares e os corpos de respectivos órgãos ou entidades executivos
bombeiros militares, forças auxiliares e e seus agentes de trânsito, estruturados em
reserva do Exército subordinam-se, Carreira, na forma da lei.
juntamente com as polícias civis e as
polícias penais estaduais e distrital, aos
Governadores dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 104, de
2019)
PROCESSO PENAL § 2o Do despacho que indeferir o
requerimento de abertura de inquérito
TÍTULO II caberá recurso para o chefe de Polícia.
DO INQUÉRITO POLICIAL § 3o Qualquer pessoa do povo que tiver
Art. 4º A polícia judiciária será exercida conhecimento da existência de infração
pelas autoridades policiais no território de penal em que caiba ação pública poderá,
suas respectivas circunscrições e terá por verbalmente ou por escrito, comunicá-la à
fim a apuração das infrações penais e da autoridade policial, e esta, verificada a
sua autoria. procedência das informações, mandará
instaurar inquérito.
Parágrafo único. A competência definida
neste artigo não excluirá a de autoridades § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação
administrativas, a quem por lei seja pública depender de representação, não
cometida a mesma função. poderá sem ela ser iniciado.

Art. 5o Nos crimes de ação pública o § 5o Nos crimes de ação privada, a


inquérito policial será iniciado: autoridade policial somente poderá
proceder a inquérito a requerimento de
I - de ofício;
quem tenha qualidade para intentá-la.
II - mediante requisição da autoridade
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da
judiciária ou do Ministério Público, ou a
prática da infração penal, a autoridade
requerimento do ofendido ou de quem tiver
policial deverá:
qualidade para representá-lo.
I - dirigir-se ao local, providenciando para
§ 1o O requerimento a que se refere o no II
que não se alterem o estado e conservação
conterá sempre que possível:
das coisas, até a chegada dos peritos
a) a narração do fato, com todas as criminais; (Redação dada pela Lei nº
circunstâncias; 8.862, de 28.3.1994)

b) a individualização do indiciado ou seus II - apreender os objetos que tiverem


sinais característicos e as razões de relação com o fato, após liberados pelos
convicção ou de presunção de ser ele o peritos criminais; (Redação dada pela
autor da infração, ou os motivos de Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
impossibilidade de o fazer;
III - colher todas as provas que servirem
c) a nomeação das testemunhas, com para o esclarecimento do fato e suas
indicação de sua profissão e residência. circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido; dos fatos, desde que esta não contrarie a
moralidade ou a ordem pública.
V - ouvir o indiciado, com observância, no
que for aplicável, do disposto no Capítulo III Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será
do Título Vll, deste Livro, devendo o observado o disposto no Capítulo II do
respectivo termo ser assinado por duas Título IX deste Livro.
testemunhas que Ihe tenham ouvido a
Art. 9o Todas as peças do inquérito policial
leitura;
serão, num só processado, reduzidas a
VI - proceder a reconhecimento de pessoas escrito ou datilografadas e, neste caso,
e coisas e a acareações; rubricadas pela autoridade.

VII - determinar, se for caso, que se proceda Art. 10. O inquérito deverá terminar no
a exame de corpo de delito e a quaisquer prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido
outras perícias; preso em flagrante, ou estiver preso
preventivamente, contado o prazo, nesta
VIII - ordenar a identificação do indiciado hipótese, a partir do dia em que se executar
pelo processo datiloscópico, se possível, e a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias,
fazer juntar aos autos sua folha de quando estiver solto, mediante fiança ou
antecedentes; sem ela.

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, § 1o A autoridade fará minucioso relatório


sob o ponto de vista individual, familiar e do que tiver sido apurado e enviará autos
social, sua condição econômica, sua atitude ao juiz competente.
e estado de ânimo antes e depois do crime
e durante ele, e quaisquer outros elementos § 2o No relatório poderá a autoridade
que contribuírem para a apreciação do seu indicar testemunhas que não tiverem sido
temperamento e caráter. inquiridas, mencionando o lugar onde
possam ser encontradas.
X - colher informações sobre a existência de
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação,
filhos, respectivas idades e se possuem
e o indiciado estiver solto, a autoridade
alguma deficiência e o nome e o contato de
poderá requerer ao juiz a devolução dos
eventual responsável pelos cuidados dos
autos, para ulteriores diligências, que serão
filhos, indicado pela pessoa presa.
realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Art. 7o Para verificar a possibilidade de
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem
haver a infração sido praticada de
como os objetos que interessarem à prova,
determinado modo, a autoridade policial
acompanharão os autos do inquérito.
poderá proceder à reprodução simulada
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a II - o número do inquérito policial;
denúncia ou queixa, sempre que servir de e (Incluído pela Lei nº 13.344, de
base a uma ou outra. 2016) (Vigência)

Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade III - a identificação da unidade de polícia


policial: judiciária responsável pela
investigação. (Incluído pela Lei nº
I - fornecer às autoridades judiciárias as
13.344, de 2016) (Vigência)
informações necessárias à instrução e
julgamento dos processos; Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à
repressão dos crimes relacionados ao
II - realizar as diligências requisitadas pelo
tráfico de pessoas, o membro do Ministério
juiz ou pelo Ministério Público;
Público ou o delegado de polícia poderão
III - cumprir os mandados de prisão requisitar, mediante autorização judicial, às
expedidos pelas autoridades judiciárias; empresas prestadoras de serviço de
telecomunicações e/ou telemática que
IV - representar acerca da prisão
disponibilizem imediatamente os meios
preventiva.
técnicos adequados – como sinais,
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. informações e outros – que permitam a
148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e localização da vítima ou dos suspeitos do
no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de delito em curso.
dezembro de 1940 (Código Penal), e no art.
§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal
239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990
significa posicionamento da estação de
(Estatuto da Criança e do Adolescente), o
cobertura, setorização e intensidade de
membro do Ministério Público ou o
radiofrequência.
delegado de polícia poderá requisitar, de
quaisquer órgãos do poder público ou de § 2o Na hipótese de que trata o caput, o
empresas da iniciativa privada, dados e sinal:
informações cadastrais da vítima ou de
I - não permitirá acesso ao conteúdo da
suspeitos.
comunicação de qualquer natureza, que
Parágrafo único. A requisição, que será dependerá de autorização judicial,
atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) conforme disposto em lei;
horas, conterá:
II - deverá ser fornecido pela prestadora de
I - o nome da autoridade telefonia móvel celular por período não
requisitante; (Incluído pela Lei nº superior a 30 (trinta) dias, renovável por
13.344, de 2016) (Vigência) uma única vez, por igual período;
III - para períodos superiores àquele de que dezembro de 1940 (Código Penal), o
trata o inciso II, será necessária a indiciado poderá constituir
apresentação de ordem judicial. defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o
inquérito policial deverá ser instaurado no § 1º Para os casos previstos no caput deste
prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, artigo, o investigado deverá ser citado da
contado do registro da respectiva instauração do procedimento
ocorrência policial. investigatório, podendo constituir defensor
no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a
§ 4o Não havendo manifestação judicial no
contar do recebimento da
prazo de 12 (doze) horas, a autoridade
citação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
competente requisitará às empresas
2019) (Vigência)
prestadoras de serviço de
telecomunicações e/ou telemática que
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste
disponibilizem imediatamente os meios
artigo com ausência de nomeação de
técnicos adequados – como sinais,
defensor pelo investigado, a autoridade
informações e outros – que permitam a
responsável pela investigação deverá
localização da vítima ou dos suspeitos do
intimar a instituição a que estava vinculado
delito em curso, com imediata comunicação
o investigado à época da ocorrência dos
ao juiz.
fatos, para que essa, no prazo de 48
Art. 14. O ofendido, ou seu representante (quarenta e oito) horas, indique defensor
legal, e o indiciado poderão requerer para a representação do
qualquer diligência, que será realizada, ou investigado. (Incluído pela Lei nº 13.964,
não, a juízo da autoridade. de 2019) (Vigência)

Art. 14-A. Nos casos em que servidores § 3º Havendo necessidade de indicação de


vinculados às instituições dispostas no art. defensor nos termos do § 2º deste artigo, a
144 da Constituição Federal figurarem defesa caberá preferencialmente à
como investigados em inquéritos policiais, Defensoria Pública, e, nos locais em que ela
inquéritos policiais militares e demais não estiver instalada, a União ou a Unidade
procedimentos extrajudiciais, cujo objeto da Federação correspondente à respectiva
for a investigação de fatos relacionados ao competência territorial do procedimento
uso da força letal praticados no exercício instaurado deverá disponibilizar
profissional, de forma consumada ou profissional para acompanhamento e
tentada, incluindo as situações dispostas realização de todos os atos relacionados à
no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de defesa administrativa do
investigado. (Incluído pela Lei nº 13.964, diligências, imprescindíveis ao
de 2019) (Vigência) oferecimento da denúncia.

§ 4º A indicação do profissional a que se Art. 17. A autoridade policial não poderá


refere o § 3º deste artigo deverá ser mandar arquivar autos de inquérito.
precedida de manifestação de que não
existe defensor público lotado na área Art. 18. Depois de ordenado o
territorial onde tramita o inquérito e com arquivamento do inquérito pela autoridade
atribuição para nele atuar, hipótese em que judiciária, por falta de base para a denúncia,
poderá ser indicado profissional que não a autoridade policial poderá proceder a
integre os quadros próprios da novas pesquisas, se de outras provas tiver
Administração. (Incluído pela Lei nº notícia.
13.964, de 2019) (Vigência)
Art. 19. Nos crimes em que não couber
§ 5º Na hipótese de não atuação da ação pública, os autos do inquérito serão
Defensoria Pública, os custos com o remetidos ao juízo competente, onde
patrocínio dos interesses dos investigados aguardarão a iniciativa do ofendido ou de
nos procedimentos de que trata este artigo seu representante legal, ou serão entregues
correrão por conta do orçamento próprio ao requerente, se o pedir, mediante
da instituição a que este esteja vinculado à traslado.
época da ocorrência dos fatos
investigados. (Incluído pela Lei nº Art. 20. A autoridade assegurará no
13.964, de 2019) (Vigência) inquérito o sigilo necessário à elucidação do
fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
§ 6º As disposições constantes deste artigo
se aplicam aos servidores militares Parágrafo único. Nos atestados de
vinculados às instituições dispostas no art. antecedentes que lhe forem solicitados, a
142 da Constituição Federal, desde que os autoridade policial não poderá mencionar
fatos investigados digam respeito a missões quaisquer anotações referentes a
para a Garantia da Lei e da instauração de inquérito contra os
Ordem. (Incluído pela Lei nº 13.964, de requerentes. (Redação dada pela Lei
2019) (Vigência) nº 12.681, de 2012)

Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado
nomeado curador pela autoridade policial. dependerá sempre de despacho nos autos
e somente será permitida quando o
Art. 16. O Ministério Público não poderá
interesse da sociedade ou a conveniência
requerer a devolução do inquérito à
da investigação o exigir.
autoridade policial, senão para novas
Parágrafo único. A incomunicabilidade, ou de representação do ofendido ou de
que não excederá de três dias, será quem tiver qualidade para representá-lo.
decretada por despacho fundamentado do
§ 1o No caso de morte do ofendido ou
Juiz, a requerimento da autoridade policial,
quando declarado ausente por decisão
ou do órgão do Ministério Público,
judicial, o direito de representação passará
respeitado, em qualquer hipótese, o
ao cônjuge, ascendente, descendente ou
disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto
irmão.
da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n.
4.215, de 27 de abril de 1963) § 2o Seja qual for o crime, quando
praticado em detrimento do patrimônio ou
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas interesse da União, Estado e Município, a
em que houver mais de uma circunscrição ação penal será pública.
policial, a autoridade com exercício em uma
delas poderá, nos inquéritos a que esteja Art. 25. A representação será irretratável,
procedendo, ordenar diligências em depois de oferecida a denúncia.
circunscrição de outra, independentemente Art. 26. A ação penal, nas contravenções,
de precatórias ou requisições, e bem assim será iniciada com o auto de prisão em
providenciará, até que compareça a flagrante ou por meio de portaria expedida
autoridade competente, sobre qualquer pela autoridade judiciária ou policial.
fato que ocorra em sua presença, noutra
circunscrição. Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá
provocar a iniciativa do Ministério Público,
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do nos casos em que caiba a ação pública,
inquérito ao juiz competente, a autoridade fornecendo-lhe, por escrito, informações
policial oficiará ao Instituto de Identificação sobre o fato e a autoria e indicando o
e Estatística, ou repartição congênere, tempo, o lugar e os elementos de convicção.
mencionando o juízo a que tiverem sido
Art. 28. Ordenado o arquivamento do
distribuídos, e os dados relativos à infração
inquérito policial ou de quaisquer
penal e à pessoa do indiciado.
elementos informativos da mesma
TÍTULO III natureza, o órgão do Ministério Público
comunicará à vítima, ao investigado e à
DA AÇÃO PENAL autoridade policial e encaminhará os autos
para a instância de revisão ministerial para
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta
fins de homologação, na forma da
será promovida por denúncia do Ministério
lei. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
Público, mas dependerá, quando a lei o
2019)
exigir, de requisição do Ministro da Justiça,
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, II - renunciar voluntariamente a bens e
não concordar com o arquivamento do direitos indicados pelo Ministério Público
inquérito policial, poderá, no prazo de 30 como instrumentos, produto ou proveito do
(trinta) dias do recebimento da crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
comunicação, submeter a matéria à revisão 2019) (Vigência)
da instância competente do órgão
ministerial, conforme dispuser a respectiva III - prestar serviço à comunidade ou a
lei orgânica. (Incluído pela Lei nº 13.964, entidades públicas por período
de 2019) (Vigência) correspondente à pena mínima cominada
ao delito diminuída de um a dois terços, em
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes local a ser indicado pelo juízo da execução,
praticados em detrimento da União, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848,
Estados e Municípios, a revisão do de 7 de dezembro de 1940 (Código
arquivamento do inquérito policial poderá Penal); (Incluído pela Lei nº 13.964, de
ser provocada pela chefia do órgão a quem 2019) (Vigência)
couber a sua representação
judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de IV - pagar prestação pecuniária, a ser
2019) (Vigência) estipulada nos termos do art. 45 do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento 1940 (Código Penal), a entidade pública ou
e tendo o investigado confessado formal e de interesse social, a ser indicada pelo juízo
circunstancialmente a prática de infração da execução, que tenha, preferencialmente,
penal sem violência ou grave ameaça e com como função proteger bens jurídicos iguais
pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o ou semelhantes aos aparentemente
Ministério Público poderá propor acordo de lesados pelo delito; ou (Incluído pela Lei
não persecução penal, desde que nº 13.964, de 2019) (Vigência)
necessário e suficiente para reprovação e
V - cumprir, por prazo determinado, outra
prevenção do crime, mediante as seguintes
condição indicada pelo Ministério Público,
condições ajustadas cumulativa e
desde que proporcional e compatível com a
alternativamente: (Incluído pela Lei nº
infração penal imputada. (Incluído pela
13.964, de 2019) (Vigência)
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

I - reparar o dano ou restituir a coisa à


§ 1º Para aferição da pena mínima
vítima, exceto na impossibilidade de fazê-
cominada ao delito a que se refere
lo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
o caput deste artigo, serão consideradas as
2019) (Vigência)
causas de aumento e diminuição aplicáveis
ao caso concreto. (Incluído pela Lei nº § 4º Para a homologação do acordo de não
13.964, de 2019) (Vigência) persecução penal, será realizada audiência
na qual o juiz deverá verificar a sua
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se
voluntariedade, por meio da oitiva do
aplica nas seguintes hipóteses: (Incluído
investigado na presença do seu defensor, e
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
sua legalidade. (Incluído pela Lei nº 13.964,
I - se for cabível transação penal de de 2019) (Vigência)
competência dos Juizados Especiais
Criminais, nos termos da lei; (Incluído § 5º Se o juiz considerar inadequadas,
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) insuficientes ou abusivas as condições
dispostas no acordo de não persecução
II - se o investigado for reincidente ou se penal, devolverá os autos ao Ministério
houver elementos probatórios que Público para que seja reformulada a
indiquem conduta criminal habitual, proposta de acordo, com concordância do
reiterada ou profissional, exceto se investigado e seu defensor. (Incluído pela
insignificantes as infrações penais Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
pretéritas; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência) § 6º Homologado judicialmente o acordo de
não persecução penal, o juiz devolverá os
III - ter sido o agente beneficiado nos 5
autos ao Ministério Público para que inicie
(cinco) anos anteriores ao cometimento da
sua execução perante o juízo de execução
infração, em acordo de não persecução
penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
penal, transação penal ou suspensão
2019) (Vigência)
condicional do processo; e (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) § 7º O juiz poderá recusar homologação à
IV - nos crimes praticados no âmbito de proposta que não atender aos requisitos
violência doméstica ou familiar, ou legais ou quando não for realizada a
praticados contra a mulher por razões da adequação a que se refere o § 5º deste
condição de sexo feminino, em favor do artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
agressor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
2019) (Vigência)
§ 8º Recusada a homologação, o juiz
§ 3º O acordo de não persecução penal será devolverá os autos ao Ministério Público
formalizado por escrito e será firmado pelo para a análise da necessidade de
membro do Ministério Público, pelo complementação das investigações ou o
investigado e por seu defensor. (Incluído oferecimento da denúncia. (Incluído pela
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 9º A vítima será intimada da homologação Código. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
do acordo de não persecução penal e de seu 2019) (Vigência)
descumprimento. (Incluído pela Lei nº
Art. 29. Será admitida ação privada nos
13.964, de 2019) (Vigência)
crimes de ação pública, se esta não for
§ 10. Descumpridas quaisquer das intentada no prazo legal, cabendo ao
condições estipuladas no acordo de não Ministério Público aditar a queixa, repudiá-
persecução penal, o Ministério Público la e oferecer denúncia substitutiva, intervir
deverá comunicar ao juízo, para fins de sua em todos os termos do processo, fornecer
rescisão e posterior oferecimento de elementos de prova, interpor recurso e, a
denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.964, de todo tempo, no caso de negligência do
2019) (Vigência) querelante, retomar a ação como parte
principal.
§ 11. O descumprimento do acordo de não
persecução penal pelo investigado também Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha
poderá ser utilizado pelo Ministério Público qualidade para representá-lo caberá
como justificativa para o eventual não intentar a ação privada.
oferecimento de suspensão condicional do
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou
processo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
quando declarado ausente por decisão
2019) (Vigência)
judicial, o direito de oferecer queixa ou
§ 12. A celebração e o cumprimento do prosseguir na ação passará ao cônjuge,
acordo de não persecução penal não ascendente, descendente ou irmão.
constarão de certidão de antecedentes
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz,
criminais, exceto para os fins previstos no
a requerimento da parte que comprovar a
inciso III do § 2º deste artigo. (Incluído pela
sua pobreza, nomeará advogado para
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
promover a ação penal.
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de
§ 1o Considerar-se-á pobre a pessoa que
não persecução penal, o juízo competente
não puder prover às despesas do processo,
decretará a extinção de
sem privar-se dos recursos indispensáveis
punibilidade. (Incluído pela Lei nº 13.964,
ao próprio sustento ou da família.
de 2019) (Vigência)
§ 2o Será prova suficiente de pobreza o
§ 14. No caso de recusa, por parte do
atestado da autoridade policial em cuja
Ministério Público, em propor o acordo de
circunscrição residir o ofendido.
não persecução penal, o investigado poderá
requerer a remessa dos autos a órgão Art. 33. Se o ofendido for menor de 18
superior, na forma do art. 28 deste anos, ou mentalmente enfermo, ou
retardado mental, e não tiver representante caso do art. 29, do dia em que se esgotar o
legal, ou colidirem os interesses deste com prazo para o oferecimento da denúncia.
os daquele, o direito de queixa poderá ser
Parágrafo único. Verificar-se-á a
exercido por curador especial, nomeado, de
decadência do direito de queixa ou
ofício ou a requerimento do Ministério
representação, dentro do mesmo prazo,
Público, pelo juiz competente para o
nos casos dos arts. 24, parágrafo único,
processo penal.
e 31.
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e
Art. 39. O direito de representação poderá
maior de 18 anos, o direito de queixa
ser exercido, pessoalmente ou por
poderá ser exercido por ele ou por seu
procurador com poderes especiais,
representante legal.
mediante declaração, escrita ou oral, feita
Art. 35. (Revogado pela Lei nº 9.520, de ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à
27.11.1997) autoridade policial.

Art. 36. Se comparecer mais de uma § 1o A representação feita oralmente ou


pessoa com direito de queixa, terá por escrito, sem assinatura devidamente
preferência o cônjuge, e, em seguida, o autenticada do ofendido, de seu
parente mais próximo na ordem de representante legal ou procurador, será
enumeração constante do art. 31, podendo, reduzida a termo, perante o juiz ou
entretanto, qualquer delas prosseguir na autoridade policial, presente o órgão do
ação, caso o querelante desista da instância Ministério Público, quando a este houver
ou a abandone. sido dirigida.

Art. 37. As fundações, associações ou § 2o A representação conterá todas as


sociedades legalmente constituídas informações que possam servir à apuração
poderão exercer a ação penal, devendo ser do fato e da autoria.
representadas por quem os respectivos
§ 3o Oferecida ou reduzida a termo a
contratos ou estatutos designarem ou, no
representação, a autoridade policial
silêncio destes, pelos seus diretores ou
procederá a inquérito, ou, não sendo
sócios-gerentes.
competente, remetê-lo-á à autoridade que
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o o for.
ofendido, ou seu representante legal,
§ 4o A representação, quando feita ao juiz
decairá no direito de queixa ou de
ou perante este reduzida a termo, será
representação, se não o exercer dentro do
remetida à autoridade policial para que esta
prazo de seis meses, contado do dia em que
proceda a inquérito.
vier a saber quem é o autor do crime, ou, no
§ 5o O órgão do Ministério Público aditada pelo Ministério Público, a quem
dispensará o inquérito, se com a caberá intervir em todos os termos
representação forem oferecidos elementos subsequentes do processo.
que o habilitem a promover a ação penal, e,
Art. 46. O prazo para oferecimento da
neste caso, oferecerá a denúncia no prazo
denúncia, estando o réu preso, será de 5
de quinze dias.
dias, contado da data em que o órgão do
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de Ministério Público receber os autos do
que conhecerem, os juízes ou tribunais inquérito policial, e de 15 dias, se o réu
verificarem a existência de crime de ação estiver solto ou afiançado. No último caso,
pública, remeterão ao Ministério Público as se houver devolução do inquérito à
cópias e os documentos necessários ao autoridade policial (art. 16), contar-se-á o
oferecimento da denúncia. prazo da data em que o órgão do Ministério
Público receber novamente os autos.
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a
exposição do fato criminoso, com todas as § 1o Quando o Ministério Público dispensar
suas circunstâncias, a qualificação do o inquérito policial, o prazo para o
acusado ou esclarecimentos pelos quais se oferecimento da denúncia contar-se-á da
possa identificá-lo, a classificação do crime data em que tiver recebido as peças de
e, quando necessário, o rol das informações ou a representação
testemunhas. § 2o O prazo para o aditamento da queixa
Art. 42. O Ministério Público não poderá será de 3 dias, contado da data em que o
desistir da ação penal. órgão do Ministério Público receber os
autos, e, se este não se pronunciar dentro
Art. 43. (Revogado pela Lei nº 11.719, de do tríduo, entender-se-á que não tem o que
2008). aditar, prosseguindo-se nos demais termos
do processo.
Art. 44. A queixa poderá ser dada por
procurador com poderes especiais, Art. 47. Se o Ministério Público julgar
devendo constar do instrumento do necessários maiores esclarecimentos e
mandato o nome do querelante e a menção documentos complementares ou novos
do fato criminoso, salvo quando tais elementos de convicção, deverá requisitá-
esclarecimentos dependerem de diligências los, diretamente, de quaisquer autoridades
que devem ser previamente requeridas no ou funcionários que devam ou possam
juízo criminal. fornecê-los.

Art. 45. A queixa, ainda quando a ação Art. 48. A queixa contra qualquer dos
penal for privativa do ofendido, poderá ser autores do crime obrigará ao processo de
todos, e o Ministério Público velará pela sua Art. 55. O perdão poderá ser aceito por
indivisibilidade. procurador com poderes especiais.

Art. 49. A renúncia ao exercício do direito Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão


de queixa, em relação a um dos autores do extraprocessual expresso o disposto no art.
crime, a todos se estenderá. 50.
Art. 50. A renúncia expressa constará de
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito
declaração assinada pelo ofendido, por seu
admitirão todos os meios de prova.
representante legal ou procurador com
poderes especiais. Art. 58. Concedido o perdão, mediante
declaração expressa nos autos, o querelado
Parágrafo único. A renúncia do
será intimado a dizer, dentro de três dias, se
representante legal do menor que houver
o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser
completado 18 (dezoito) anos não privará
cientificado de que o seu silêncio importará
este do direito de queixa, nem a renúncia do
aceitação.
último excluirá o direito do primeiro.

Art. 51. O perdão concedido a um dos Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz
querelados aproveitará a todos, sem que julgará extinta a punibilidade.
produza, todavia, efeito em relação ao que Art. 59. A aceitação do perdão fora do
o recusar. processo constará de declaração assinada
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e pelo querelado, por seu representante legal
maior de 18 anos, o direito de perdão ou procurador com poderes especiais.
poderá ser exercido por ele ou por seu
Art. 60. Nos casos em que somente se
representante legal, mas o perdão
procede mediante queixa, considerar-se-á
concedido por um, havendo oposição do
perempta a ação penal:
outro, não produzirá efeito.

Art. 53. Se o querelado for mentalmente I - quando, iniciada esta, o querelante


enfermo ou retardado mental e não tiver deixar de promover o andamento do
representante legal, ou colidirem os processo durante 30 dias seguidos;
interesses deste com os do querelado, a II - quando, falecendo o querelante, ou
aceitação do perdão caberá ao curador que sobrevindo sua incapacidade, não
o juiz Ihe nomear. comparecer em juízo, para prosseguir no
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 processo, dentro do prazo de 60 (sessenta)
anos, observar-se-á, quanto à aceitação do dias, qualquer das pessoas a quem couber
perdão, o disposto no art. 52. fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de Art. 282. As medidas cautelares previstas
comparecer, sem motivo justificado, a neste Título deverão ser aplicadas
qualquer ato do processo a que deva estar observando-se a:
presente, ou deixar de formular o pedido de
I - necessidade para aplicação da lei penal,
condenação nas alegações finais;
para a investigação ou a instrução criminal
IV - quando, sendo o querelante pessoa e, nos casos expressamente previstos, para
jurídica, esta se extinguir sem deixar evitar a prática de infrações penais;
sucessor.
II - adequação da medida à gravidade do
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o crime, circunstâncias do fato e condições
juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, pessoais do indiciado ou acusado.
deverá declará-lo de ofício.
§ 1o As medidas cautelares poderão ser
Parágrafo único. No caso de aplicadas isolada ou cumulativamente.
requerimento do Ministério Público, do
querelante ou do réu, o juiz mandará autuá- § 2º As medidas cautelares serão
lo em apartado, ouvirá a parte contrária e, decretadas pelo juiz a requerimento das
se o julgar conveniente, concederá o prazo partes ou, quando no curso da investigação
de cinco dias para a prova, proferindo a criminal, por representação da autoridade
decisão dentro de cinco dias ou reservando- policial ou mediante requerimento do
se para apreciar a matéria na sentença final. Ministério Público. (Redação dada pela Lei
nº 13.964, de 2019)
Art. 62. No caso de morte do acusado, o
juiz somente à vista da certidão de óbito, e § 3º Ressalvados os casos de urgência ou de
depois de ouvido o Ministério Público, perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao
declarará extinta a punibilidade. receber o pedido de medida cautelar,
determinará a intimação da parte contrária,
para se manifestar no prazo de 5 (cinco)
TÍTULO IX dias, acompanhada de cópia do
requerimento e das peças necessárias,
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E permanecendo os autos em juízo, e os
DA LIBERDADE PROVISÓRIA casos de urgência ou de perigo deverão ser
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de justificados e fundamentados em decisão
2011). que contenha elementos do caso concreto
que justifiquem essa medida
CAPÍTULO I
excepcional. (Redação dada pela Lei nº
DISPOSIÇÕES GERAIS 13.964, de 2019)
§ 4º No caso de descumprimento de § 1o As medidas cautelares previstas neste
qualquer das obrigações impostas, o juiz, Título não se aplicam à infração a que não
mediante requerimento do Ministério for isolada, cumulativa ou alternativamente
Público, de seu assistente ou do querelante, cominada pena privativa de liberdade.
poderá substituir a medida, impor outra em
§ 2o A prisão poderá ser efetuada em
cumulação, ou, em último caso, decretar a
qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas
prisão preventiva, nos termos do parágrafo
as restrições relativas à inviolabilidade do
único do art. 312 deste Código. (Redação
domicílio.
dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 284. Não será permitido o emprego de
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das força, salvo a indispensável no caso de
partes, revogar a medida cautelar ou resistência ou de tentativa de fuga do preso.
substituí-la quando verificar a falta de
Art. 285. A autoridade que ordenar a
motivo para que subsista, bem como voltar
prisão fará expedir o respectivo mandado.
a decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem. (Redação dada pela Lei nº Parágrafo único. O mandado de prisão:
13.964, de 2019) a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela
autoridade;
§ 6º A prisão preventiva somente será
determinada quando não for cabível a sua b) designará a pessoa, que tiver de ser
substituição por outra medida cautelar, presa, por seu nome, alcunha ou sinais
observado o art. 319 deste Código, e o não característicos;
cabimento da substituição por outra c) mencionará a infração penal que motivar
medida cautelar deverá ser justificado de a prisão;
forma fundamentada nos elementos
d) declarará o valor da fiança arbitrada,
presentes do caso concreto, de forma
quando afiançável a infração;
individualizada. (Redação dada pela Lei
nº 13.964, de 2019) e) será dirigido a quem tiver qualidade para
dar-lhe execução.
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão
Art. 286. O mandado será passado em
em flagrante delito ou por ordem escrita e
duplicata, e o executor entregará ao preso,
fundamentada da autoridade judiciária
logo depois da prisão, um dos exemplares
competente, em decorrência de prisão
com declaração do dia, hora e lugar da
cautelar ou em virtude de condenação
diligência. Da entrega deverá o preso passar
criminal transitada em julgado. (Redação
recibo no outro exemplar; se recusar, não
dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
souber ou não puder escrever, o fato será
mencionado em declaração, assinada por necessárias para averiguar a autenticidade
duas testemunhas. da comunicação.

Art. 287. Se a infração for inafiançável, a § 3o O juiz processante deverá providenciar


falta de exibição do mandado não obstará a a remoção do preso no prazo máximo de 30
prisão, e o preso, em tal caso, será (trinta) dias, contados da efetivação da
imediatamente apresentado ao juiz que medida. (Incluído pela Lei nº 12.403,
tiver expedido o mandado, para a realização de 2011).
de audiência de custódia. (Redação Art. 289-A. O juiz competente
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) providenciará o imediato registro do
mandado de prisão em banco de dados
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão,
mantido pelo Conselho Nacional de Justiça
sem que seja exibido o mandado ao
para essa finalidade.
respectivo diretor ou carcereiro, a quem
será entregue cópia assinada pelo executor § 1o Qualquer agente policial poderá
ou apresentada a guia expedida pela efetuar a prisão determinada no mandado
autoridade competente, devendo ser de prisão registrado no Conselho Nacional
passado recibo da entrega do preso, com de Justiça, ainda que fora da competência
declaração de dia e hora. territorial do juiz que o
expediu. (Incluído pela Lei nº 12.403,
Parágrafo único. O recibo poderá ser de 2011).
passado no próprio exemplar do mandado,
§ 2o Qualquer agente policial poderá
se este for o documento exibido.
efetuar a prisão decretada, ainda que sem
Art. 289. Quando o acusado estiver no registro no Conselho Nacional de Justiça,
território nacional, fora da jurisdição do juiz adotando as precauções necessárias para
processante, será deprecada a sua prisão, averiguar a autenticidade do mandado e
devendo constar da precatória o inteiro teor comunicando ao juiz que a decretou,
do mandado. devendo este providenciar, em seguida, o
registro do mandado na forma
§ 1o Havendo urgência, o juiz poderá do caput deste artigo.
requisitar a prisão por qualquer meio de
§ 3o A prisão será imediatamente
comunicação, do qual deverá constar o
comunicada ao juiz do local de
motivo da prisão, bem como o valor da
cumprimento da medida o qual
fiança se arbitrada.
providenciará a certidão extraída do
§ 2o A autoridade a quem se fizer a registro do Conselho Nacional de Justiça e
requisição tomará as precauções informará ao juízo que a decretou.
§ 4o O preso será informado de seus § 2o Quando as autoridades locais tiverem
direitos, nos termos do inciso LXIII do art. fundadas razões para duvidar da
5o da Constituição Federal e, caso o legitimidade da pessoa do executor ou da
autuado não informe o nome de seu legalidade do mandado que apresentar,
advogado, será comunicado à Defensoria poderão pôr em custódia o réu, até que
Pública. fique esclarecida a dúvida.

§ 5o Havendo dúvidas das autoridades Art. 291. A prisão em virtude de mandado


locais sobre a legitimidade da pessoa do entender-se-á feita desde que o executor,
executor ou sobre a identidade do preso, fazendo-se conhecer do réu, Ihe apresente
aplica-se o disposto no § 2o do art. 290 o mandado e o intime a acompanhá-lo.
deste Código.
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de
§ 6o O Conselho Nacional de Justiça terceiros, resistência à prisão em flagrante
regulamentará o registro do mandado de ou à determinada por autoridade
prisão a que se refere o caput deste competente, o executor e as pessoas que o
artigo. auxiliarem poderão usar dos meios
necessários para defender-se ou para
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, vencer a resistência, do que tudo se lavrará
passar ao território de outro município ou auto subscrito também por duas
comarca, o executor poderá efetuar lhe a testemunhas.
prisão no lugar onde o alcançar,
apresentando-o imediatamente à Parágrafo único. É vedado o uso de
autoridade local, que, depois de lavrado, se algemas em mulheres grávidas durante os
for o caso, o auto de flagrante, atos médico-hospitalares preparatórios
providenciará para a remoção do preso. para a realização do parto e durante o
trabalho de parto, bem como em mulheres
§ 1o - Entender-se-á que o executor vai em durante o período de puerpério
perseguição do réu, quando: imediato.

a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem Art. 293. Se o executor do mandado


interrupção, embora depois o tenha verificar, com segurança, que o réu entrou
perdido de vista; ou se encontra em alguma casa, o morador
será intimado a entregá-lo, à vista da ordem
b) sabendo, por indícios ou informações
de prisão. Se não for obedecido
fidedignas, que o réu tenha passado, há
imediatamente, o executor convocará duas
pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo
testemunhas e, sendo dia, entrará à força
lugar em que o procure, for no seu encalço.
na casa, arrombando as portas, se preciso;
sendo noite, o executor, depois da dos Territórios; (Redação dada pela
intimação ao morador, se não for atendido, Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
fará guardar todas as saídas, tornando a
VI - os magistrados;
casa incomunicável, e, logo que amanheça,
arrombará as portas e efetuará a prisão. VII - os diplomados por qualquer das
faculdades superiores da República;
Parágrafo único. O morador que se
recusar a entregar o réu oculto em sua casa VIII - os ministros de confissão religiosa;
será levado à presença da autoridade, para IX - os ministros do Tribunal de Contas;
que se proceda contra ele como for de
direito. X - os cidadãos que já tiverem exercido
efetivamente a função de jurado, salvo
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, quando excluídos da lista por motivo de
observar-se-á o disposto no artigo anterior, incapacidade para o exercício daquela
no que for aplicável. função;

Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a XI - os delegados de polícia e os guardas-


prisão especial, à disposição da autoridade civis dos Estados e Territórios, ativos e
competente, quando sujeitos a prisão antes inativos.
de condenação definitiva:
§ 1o A prisão especial, prevista neste Código
I - os ministros de Estado; ou em outras leis, consiste exclusivamente
no recolhimento em local distinto da prisão
II - os governadores ou interventores de comum.
Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito
§ 2o Não havendo estabelecimento
Federal, seus respectivos secretários, os
específico para o preso especial, este será
prefeitos municipais, os vereadores e os
recolhido em cela distinta do mesmo
chefes de Polícia; (Redação dada pela
estabelecimento.
Lei nº 3.181, de 11.6.1957)
§ 3o A cela especial poderá consistir em
III - os membros do Parlamento Nacional,
alojamento coletivo, atendidos os requisitos
do Conselho de Economia Nacional e das
de salubridade do ambiente, pela
Assembléias Legislativas dos Estados;
concorrência dos fatores de aeração,
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de insolação e condicionamento térmico
Mérito"; adequados à existência humana.

§ 4o O preso especial não será transportado


V – os oficiais das Forças Armadas e os
juntamente com o preso comum.
militares dos Estados, do Distrito Federal e
§ 5o Os demais direitos e deveres do preso DA PRISÃO EM FLAGRANTE
especial serão os mesmos do preso
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as
comum.
autoridades policiais e seus agentes
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, deverão prender quem quer que seja
onde for possível, serão recolhidos à prisão, encontrado em flagrante delito.
em estabelecimentos militares, de acordo
Art. 302. Considera-se em flagrante delito
com os respectivos regulamentos.
quem:
Art. 297. Para o cumprimento de mandado
I - está cometendo a infração penal;
expedido pela autoridade judiciária, a
autoridade policial poderá expedir tantos II - acaba de cometê-la;
outros quantos necessários às diligências,
III - é perseguido, logo após, pela
devendo neles ser fielmente reproduzido o
autoridade, pelo ofendido ou por qualquer
teor do mandado original.
pessoa, em situação que faça presumir ser
Art. 298. (Revogado pela Lei nº 12.403, de autor da infração;
2011).
IV - é encontrado, logo depois, com
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, instrumentos, armas, objetos ou papéis que
à vista de mandado judicial, por qualquer façam presumir ser ele autor da infração.
meio de comunicação, tomadas pela
autoridade, a quem se fizer a requisição, as Art. 303. Nas infrações permanentes,
precauções necessárias para averiguar a entende-se o agente em flagrante delito
autenticidade desta. enquanto não cessar a permanência.

Art. 300. As pessoas presas Art. 304. Apresentado o preso à autoridade


provisoriamente ficarão separadas das que competente, ouvirá esta o condutor e
já estiverem definitivamente condenadas, colherá, desde logo, sua assinatura,
nos termos da lei de execução penal. ( entregando a este cópia do termo e recibo
de entrega do preso. Em seguida, procederá
Parágrafo único. O militar preso em à oitiva das testemunhas que o
flagrante delito, após a lavratura dos acompanharem e ao interrogatório do
procedimentos legais, será recolhido a acusado sobre a imputação que lhe é feita,
quartel da instituição a que pertencer, onde colhendo, após cada oitiva suas respectivas
ficará preso à disposição das autoridades assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o
competentes. (Incluído pela Lei nº auto.
12.403, de 2011).
§ 1o Resultando das respostas fundada a
CAPÍTULO II suspeita contra o conduzido, a autoridade
mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso § 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após
de livrar-se solto ou de prestar fiança, e a realização da prisão, será encaminhado ao
prosseguirá nos atos do inquérito ou juiz competente o auto de prisão em
processo, se para isso for competente; se flagrante e, caso o autuado não informe o
não o for, enviará os autos à autoridade que nome de seu advogado, cópia integral para
o seja. a Defensoria Pública.

§ 2o A falta de testemunhas da infração § 2o No mesmo prazo, será entregue ao


não impedirá o auto de prisão em flagrante; preso, mediante recibo, a nota de culpa,
mas, nesse caso, com o condutor, deverão assinada pela autoridade, com o motivo da
assiná-lo pelo menos duas pessoas que prisão, o nome do condutor e os das
hajam testemunhado a apresentação do testemunhas.
preso à autoridade.
Art. 307. Quando o fato for praticado em
§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, presença da autoridade, ou contra esta, no
não souber ou não puder fazê-lo, o auto de exercício de suas funções, constarão do
prisão em flagrante será assinado por duas auto a narração deste fato, a voz de prisão,
testemunhas, que tenham ouvido sua as declarações que fizer o preso e os
leitura na presença deste. depoimentos das testemunhas, sendo tudo
assinado pela autoridade, pelo preso e
§ 4o Da lavratura do auto de prisão em pelas testemunhas e remetido
flagrante deverá constar a informação imediatamente ao juiz a quem couber
sobre a existência de filhos, respectivas tomar conhecimento do fato delituoso, se
idades e se possuem alguma deficiência e o não o for a autoridade que houver presidido
nome e o contato de eventual responsável o auto.
pelos cuidados dos filhos, indicado pela
pessoa presa. Art. 308. Não havendo autoridade no lugar
em que se tiver efetuado a prisão, o preso
Art. 305. Na falta ou no impedimento do será logo apresentado à do lugar mais
escrivão, qualquer pessoa designada pela próximo.
autoridade lavrará o auto, depois de
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser
prestado o compromisso legal.
posto em liberdade, depois de lavrado o
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o auto de prisão em flagrante.
local onde se encontre serão comunicados
Art. 310. Após receber o auto de prisão em
imediatamente ao juiz competente, ao
flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte
Ministério Público e à família do preso ou à
e quatro) horas após a realização da prisão,
pessoa por ele indicada.
o juiz deverá promover audiência de
custódia com a presença do acusado, seu criminosa armada ou milícia, ou que porta
advogado constituído ou membro da arma de fogo de uso restrito, deverá
Defensoria Pública e o membro do denegar a liberdade provisória, com ou sem
Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº
deverá, fundamentadamente: (Redação 13.964, de 2019) (Vigência)
dada pela Lei nº 13.964, de
§ 3º A autoridade que deu causa, sem
2019) (Vigência)
motivação idônea, à não realização da
I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído audiência de custódia no prazo
pela Lei nº 12.403, de 2011). estabelecido no caput deste artigo
responderá administrativa, civil e
II - converter a prisão em flagrante em
penalmente pela omissão. (Incluído pela
preventiva, quando presentes os requisitos
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
constantes do art. 312 deste Código, e se
revelarem inadequadas ou insuficientes as § 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas
medidas cautelares diversas da prisão; após o decurso do prazo estabelecido
ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de no caput deste artigo, a não realização de
2011). audiência de custódia sem motivação
III - conceder liberdade provisória, com ou idônea ensejará também a ilegalidade da
sem fiança. (Incluído pela Lei nº prisão, a ser relaxada pela autoridade
12.403, de 2011). competente, sem prejuízo da possibilidade
de imediata decretação de prisão
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão preventiva. (Incluído pela Lei nº 13.964,
em flagrante, que o agente praticou o fato de 2019) (Vigência) (Vide ADI
em qualquer das condições constantes 6.298) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)
dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de CAPÍTULO III
1940 (Código Penal), poderá,
DA PRISÃO PREVENTIVA
fundamentadamente, conceder ao acusado
liberdade provisória, mediante termo de Art. 311. Em qualquer fase da investigação
comparecimento obrigatório a todos os policial ou do processo penal, caberá a
atos processuais, sob pena de prisão preventiva decretada pelo juiz, a
revogação. (Renumerado do parágrafo requerimento do Ministério Público, do
único pela Lei nº 13.964, de querelante ou do assistente, ou por
2019) (Vigência) representação da autoridade
policial. (Redação dada pela Lei nº
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é
13.964, de 2019)
reincidente ou que integra organização
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser III - se o crime envolver violência doméstica
decretada como garantia da ordem pública, e familiar contra a mulher, criança,
da ordem econômica, por conveniência da adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com
instrução criminal ou para assegurar a deficiência, para garantir a execução das
aplicação da lei penal, quando houver prova medidas protetivas de
da existência do crime e indício suficiente de urgência; (Redação dada pela Lei nº
autoria e de perigo gerado pelo estado de 12.403, de 2011).
liberdade do imputado. (Redação dada
pela Lei nº 13.964, de 2019) IV - (revogado). (Revogado pela Lei nº
12.403, de 2011).
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser
decretada em caso de descumprimento de § 1º Também será admitida a prisão
qualquer das obrigações impostas por força preventiva quando houver dúvida sobre a
de outras medidas cautelares (art. 282, § identidade civil da pessoa ou quando esta
4o). (Redação dada pela Lei nº 13.964, de não fornecer elementos suficientes para
2019) esclarecê-la, devendo o preso ser colocado
imediatamente em liberdade após a
§ 2º A decisão que decretar a prisão
identificação, salvo se outra hipótese
preventiva deve ser motivada e
recomendar a manutenção da
fundamentada em receio de perigo e
medida. (Redação dada pela Lei nº 13.964,
existência concreta de fatos novos ou
de 2019)
contemporâneos que justifiquem a
aplicação da medida adotada. (Incluído
§ 2º Não será admitida a decretação da
pela Lei nº 13.964, de 2019)
prisão preventiva com a finalidade de
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste antecipação de cumprimento de pena ou
Código, será admitida a decretação da como decorrência imediata de investigação
prisão preventiva: criminal ou da apresentação ou
recebimento de denúncia. (Incluído pela Lei
I - nos crimes dolosos punidos com pena
nº 13.964, de 2019)
privativa de liberdade máxima superior a 4
(quatro) anos; Art. 314. A prisão preventiva em nenhum
II - se tiver sido condenado por outro crime caso será decretada se o juiz verificar pelas
doloso, em sentença transitada em julgado, provas constantes dos autos ter o agente
ressalvado o disposto no inciso I praticado o fato nas condições previstas
do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do
de 7 de dezembro de 1940 - Código Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
Penal; . 1940 - Código Penal.
Art. 315. A decisão que decretar, substituir V - limitar-se a invocar precedente ou
ou denegar a prisão preventiva será sempre enunciado de súmula, sem identificar seus
motivada e fundamentada. (Redação fundamentos determinantes nem
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) demonstrar que o caso sob julgamento se
ajusta àqueles fundamentos; (Incluído
§ 1º Na motivação da decretação da prisão
pela Lei nº 13.964, de 2019)
preventiva ou de qualquer outra cautelar, o
juiz deverá indicar concretamente a VI - deixar de seguir enunciado de súmula,
existência de fatos novos ou jurisprudência ou precedente invocado pela
contemporâneos que justifiquem a parte, sem demonstrar a existência de
aplicação da medida adotada. (Incluído distinção no caso em julgamento ou a
pela Lei nº 13.964, de 2019) superação do entendimento. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Não se considera fundamentada
qualquer decisão judicial, seja ela Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido
interlocutória, sentença ou acórdão, das partes, revogar a prisão preventiva se,
que: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) no correr da investigação ou do processo,
verificar a falta de motivo para que ela
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à
subsista, bem como novamente decretá-la,
paráfrase de ato normativo, sem explicar
se sobrevierem razões que a
sua relação com a causa ou a questão
justifiquem. (Redação dada pela Lei nº
decidida; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
13.964, de 2019) (Vigência)
2019)
Parágrafo único. Decretada a prisão
II - empregar conceitos jurídicos
preventiva, deverá o órgão emissor da
indeterminados, sem explicar o motivo
decisão revisar a necessidade de sua
concreto de sua incidência no
manutenção a cada 90 (noventa) dias,
caso; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
mediante decisão fundamentada, de ofício,
III - invocar motivos que se prestariam a sob pena de tornar a prisão
justificar qualquer outra ilegal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
decisão; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6581) (Vide
2019) ADI 6582)

IV - não enfrentar todos os argumentos


deduzidos no processo capazes de, em tese,
CAPÍTULO IV
infirmar a conclusão adotada pelo
julgador; (Incluído pela Lei nº 13.964, de DA APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA DO
2019) ACUSADO
CAPÍTULO IV Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à
DA PRISÃO DOMICILIAR mulher gestante ou que for mãe ou
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011- responsável por crianças ou pessoas com
2014/2011/Lei/L12403.htm - art1 deficiência será substituída por prisão
Art. 317. A prisão domiciliar consiste no domiciliar, desde que:
recolhimento do indiciado ou acusado em I - não tenha cometido crime com violência
sua residência, só podendo dela ausentar- ou grave ameaça a pessoa;
se com autorização judicial.
II - não tenha cometido o crime contra seu
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão filho ou dependente.
preventiva pela domiciliar quando o agente
for: Art. 318-B. A substituição de que tratam os
arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem
I - maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído prejuízo da aplicação concomitante das
pela Lei nº 12.403, de 2011). medidas alternativas previstas no art. 319
II - extremamente debilitado por motivo de deste Código.
doença grave; (Incluído pela Lei nº CAPÍTULO V
12.403, de 2011).
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
III - imprescindível aos cuidados especiais
de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
ou com deficiência; (Incluído pela Lei 2011).
nº 12.403, de 2011). Art. 319. São medidas cautelares diversas
IV - gestante; (Redação dada pela Lei da prisão:
nº 13.257, de 2016) I - comparecimento periódico em juízo, no
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para
de idade incompletos; (Incluído pela informar e justificar atividades;
Lei nº 13.257, de 2016) II - proibição de acesso ou frequência a
determinados lugares quando, por
VI - homem, caso seja o único responsável
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o
pelos cuidados do filho de até 12 (doze)
indiciado ou acusado permanecer distante
anos de idade incompletos. (Incluído
desses locais para evitar o risco de novas
pela Lei nº 13.257, de 2016)
infrações; http://www.planalto.gov.br/ccivil_
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz 03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm - art1
exigirá prova idônea dos requisitos
III - proibição de manter contato com
estabelecidos neste artigo.
pessoa determinada quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o § 2o (Revogado). (Revogado pela Lei nº
indiciado ou acusado dela permanecer 12.403, de 2011).
distante;
§ 3o (Revogado). (Revogado pela Lei nº
IV - proibição de ausentar-se da Comarca 12.403, de 2011).
quando a permanência seja conveniente ou § 4o A fiança será aplicada de acordo com
necessária para a investigação ou as disposições do Capítulo VI deste Título,
instrução; podendo ser cumulada com outras medidas
cautelares. (Incluído pela Lei nº
V - recolhimento domiciliar no período
12.403, de 2011).
noturno e nos dias de folga quando o
investigado ou acusado tenha residência e Art. 320. A proibição de ausentar-se do País
trabalho fixos. será comunicada pelo juiz às autoridades
encarregadas de fiscalizar as saídas do
VI - suspensão do exercício de função território nacional, intimando-se o indiciado
pública ou de atividade de natureza ou acusado para entregar o passaporte, no
econômica ou financeira quando houver
prazo de 24 (vinte e quatro) horas.
justo receio de sua utilização para a prática
de infrações penais; CAPÍTULO VI

DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU


VII - internação provisória do acusado nas
SEM FIANÇA
hipóteses de crimes praticados com
violência ou grave ameaça, quando os Art. 321. Ausentes os requisitos que
peritos concluírem ser inimputável ou semi- autorizam a decretação da prisão
imputável (art. 26 do Código Penal) e preventiva, o juiz deverá conceder liberdade
houver risco de reiteração; provisória, impondo, se for o caso, as
medidas cautelares previstas no art. 319
VIII - fiança, nas infrações que a admitem,
deste Código e observados os critérios
para assegurar o comparecimento a atos do
constantes do art. 282 deste Código.
processo, evitar a obstrução do seu
andamento ou em caso de resistência I - (revogado) (Revogado pela Lei nº
injustificada à ordem judicial; 12.403, de 2011).

IX - monitoração eletrônica. (Incluído II - (revogado). (Revogado pela Lei nº


pela Lei nº 12.403, de 2011). 12.403, de 2011).

Art. 322. A autoridade policial somente


§ 1o (Revogado). (Revogado pela Lei nº
poderá conceder fiança nos casos de
12.403, de 2011).
infração cuja pena privativa de liberdade
máxima não seja superior a 4 (quatro) III - (revogado); (Revogado pela Lei nº
anos. 12.403, de 2011).

Parágrafo único. Nos demais casos, a IV - quando presentes os motivos que


fiança será requerida ao juiz, que decidirá autorizam a decretação da prisão
em 48 (quarenta e oito) horas. preventiva (art. 312). (Redação dada
pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 323. Não será concedida fiança: .
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela
I - nos crimes de racismo;
autoridade que a conceder nos seguintes
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de limites:
entorpecentes e drogas afins, terrorismo e
nos definidos como crimes a) (revogada); (Redação dada pela Lei
hediondos; nº 12.403, de 2011).

III - nos crimes cometidos por grupos b) (revogada); (Redação dada pela Lei
armados, civis ou militares, contra a ordem nº 12.403, de 2011).
constitucional e o Estado c) (revogada). (Redação dada pela Lei
Democrático; nº 12.403, de 2011).
IV - (revogado); (Revogado pela Lei nº I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos,
12.403, de 2011). quando se tratar de infração cuja pena
V - (revogado). (Revogado pela Lei nº privativa de liberdade, no grau máximo, não
12.403, de 2011). for superior a 4 (quatro) anos;

Art. 324. Não será, igualmente, concedida II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários
fiança: (Redação dada pela Lei nº mínimos, quando o máximo da pena
12.403, de 2011). privativa de liberdade cominada for
superior a 4 (quatro) anos. (Incluído
I - aos que, no mesmo processo, tiverem
pela Lei nº 12.403, de 2011).
quebrado fiança anteriormente concedida
ou infringido, sem motivo justo, qualquer § 1o Se assim recomendar a situação
das obrigações a que se referem os arts. econômica do preso, a fiança poderá
327 e 328 deste Código; (Redação ser: (Redação dada pela Lei nº 12.403,
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). de 2011).

II - em caso de prisão civil ou I - dispensada, na forma do art. 350 deste


militar; (Redação dada pela Lei nº Código; (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011). 12.403, de 2011).
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem
terços); ou (Redação dada pela Lei nº comunicar àquela autoridade o lugar onde
12.403, de 2011). será encontrado.

III - aumentada em até 1.000 (mil) Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias
vezes. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). de polícia, haverá um livro especial, com
§ 2o (Revogado): (Revogado pela Lei nº termos de abertura e de encerramento,
12.403, de 2011). numerado e rubricado em todas as suas
folhas pela autoridade, destinado
I - (revogado); (Revogado pela Lei nº especialmente aos termos de fiança. O
12.403, de 2011). termo será lavrado pelo escrivão e assinado
pela autoridade e por quem prestar a
II - (revogado); (Revogado pela Lei nº
fiança, e dele extrair-se-á certidão para
12.403, de 2011).
juntar-se aos autos.
III - (revogado). (Revogado pela Lei nº
12.403, de 2011). Parágrafo único. O réu e quem prestar a
fiança serão pelo escrivão notificados das
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, obrigações e da sanção previstas nos arts.
a autoridade terá em consideração a 327 e 328, o que constará dos autos.
natureza da infração, as condições pessoais
de fortuna e vida pregressa do acusado, as Art. 330. A fiança, que será sempre
circunstâncias indicativas de sua definitiva, consistirá em depósito de
periculosidade, bem como a importância dinheiro, pedras, objetos ou metais
provável das custas do processo, até final preciosos, títulos da dívida pública, federal,
julgamento. estadual ou municipal, ou em hipoteca
inscrita em primeiro lugar.
Art. 327. A fiança tomada por termo
obrigará o afiançado a comparecer perante § 1o A avaliação de imóvel, ou de pedras,
a autoridade, todas as vezes que for objetos ou metais preciosos será feita
intimado para atos do inquérito e da imediatamente por perito nomeado pela
instrução criminal e para o julgamento. autoridade.
Quando o réu não comparecer, a fiança será
havida como quebrada. § 2o Quando a fiança consistir em caução
de títulos da dívida pública, o valor será
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob
determinado pela sua cotação em Bolsa, e,
pena de quebramento da fiança, mudar de
sendo nominativos, exigir-se-á prova de que
residência, sem prévia permissão da
se acham livres de ônus.
autoridade processante, ou ausentar-se por
Art. 331. O valor em que consistir a fiança Art. 336. O dinheiro ou objetos dados
será recolhido à repartição arrecadadora como fiança servirão ao pagamento das
federal ou estadual, ou entregue ao custas, da indenização do dano, da
depositário público, juntando-se aos autos prestação pecuniária e da multa, se o réu
os respectivos conhecimentos. for condenado.

Parágrafo único. Nos lugares em que o Parágrafo único. Este dispositivo terá
depósito não se puder fazer de pronto, o aplicação ainda no caso da prescrição
valor será entregue ao escrivão ou pessoa depois da sentença condenatória (art. 110
abonada, a critério da autoridade, e dentro do Código Penal). .
de três dias dar-se-á ao valor o destino que
Art. 337. Se a fiança for declarada sem
Ihe assina este artigo, o que tudo constará
efeito ou passar em julgado sentença que
do termo de fiança.
houver absolvido o acusado ou declarada
Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, extinta a ação penal, o valor que a constituir,
será competente para conceder a fiança a atualizado, será restituído sem desconto,
autoridade que presidir ao respectivo auto, salvo o disposto no parágrafo único do art.
e, em caso de prisão por mandado, o juiz 336 deste Código.
que o houver expedido, ou a autoridade Art. 338. A fiança que se reconheça não ser
judiciária ou policial a quem tiver sido cabível na espécie será cassada em
requisitada a prisão. qualquer fase do processo.
Art. 333. Depois de prestada a fiança, que Art. 339. Será também cassada a fiança
será concedida independentemente de quando reconhecida a existência de delito
audiência do Ministério Público, este inafiançável, no caso de inovação na
terá vista do processo a fim de requerer o classificação do delito.
que julgar conveniente.
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:
Art. 334. A fiança poderá ser prestada
I - quando a autoridade tomar, por engano,
enquanto não transitar em julgado a
fiança insuficiente;
sentença condenatória.
II - quando houver depreciação material ou
Art. 335. Recusando ou retardando a
perecimento dos bens hipotecados ou
autoridade policial a concessão da fiança, o
caucionados, ou depreciação dos metais ou
preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la,
pedras preciosas;
mediante simples petição, perante o juiz
competente, que decidirá em 48 (quarenta III - quando for inovada a classificação do
e oito) horas. delito.
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito imposição de outras medidas cautelares ou,
e o réu será recolhido à prisão, quando, na se for o caso, a decretação da prisão
conformidade deste artigo, não for preventiva.
reforçada.
Art. 344. Entender-se-á perdido, na
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança totalidade, o valor da fiança, se, condenado,
quando o acusado: (Redação dada o acusado não se apresentar para o início
pela Lei nº 12.403, de 2011). do cumprimento da pena definitivamente
imposta.
I - regularmente intimado para ato do
processo, deixar de comparecer, sem Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu
motivo justo; (Incluído pela Lei nº valor, deduzidas as custas e mais encargos
12.403, de 2011). a que o acusado estiver obrigado, será
recolhido ao fundo penitenciário, na forma
II - deliberadamente praticar ato de da lei.
obstrução ao andamento do
processo; (Incluído pela Lei nº 12.403, Art. 346. No caso de quebramento de
de 2011). fiança, feitas as deduções previstas no art.
345 deste Código, o valor restante será
III - descumprir medida cautelar imposta recolhido ao fundo penitenciário, na forma
cumulativamente com a da lei.
fiança; (Incluído pela Lei nº 12.403, de
2011). Art. 347. Não ocorrendo a hipótese
do art. 345, o saldo será entregue a quem
IV - resistir injustificadamente a ordem houver prestado a fiança, depois de
judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de deduzidos os encargos a que o réu estiver
2011). obrigado.

V - praticar nova infração penal Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver
dolosa. (Incluído pela Lei nº 12.403, de sido prestada por meio de hipoteca, a
2011). execução será promovida no juízo cível pelo
órgão do Ministério Público.
Art. 342. Se vier a ser reformado o
julgamento em que se declarou quebrada a Art. 349. Se a fiança consistir em pedras,
fiança, esta subsistirá em todos os seus objetos ou metais preciosos, o juiz
efeitos determinará a venda por leiloeiro ou
corretor.
Art. 343. O quebramento injustificado da
fiança importará na perda de metade do Art. 350. Nos casos em que couber fiança,
seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a o juiz, verificando a situação econômica do
preso, poderá conceder-lhe liberdade CAPÍTULO II
provisória, sujeitando-o às obrigações
DOS SUJEITOS DO CRIME
constantes dos arts. 327 e 328 deste
Código e a outras medidas cautelares, se for Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de
o caso. autoridade qualquer agente público,
Parágrafo único. Se o beneficiado servidor ou não, da administração direta,
descumprir, sem motivo justo, qualquer das indireta ou fundacional de qualquer dos
obrigações ou medidas impostas, aplicar- Poderes da União, dos Estados, do Distrito
se-á o disposto no § 4o do art. 282 deste Federal, dos Municípios e de Território,
Código. compreendendo, mas não se limitando a:

LEIS ESPECIAIS I - servidores públicos e militares ou


pessoas a eles equiparadas;

II - membros do Poder Legislativo;


ABUSO DE AUTOIRDADE
III - membros do Poder Executivo;

CAPÍTULO I IV - membros do Poder Judiciário;

DISPOSIÇÕES GERAIS V - membros do Ministério Público;

Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso VI - membros dos tribunais ou conselhos de
de autoridade, cometidos por agente contas.
público, servidor ou não, que, no exercício
de suas funções ou a pretexto de exercê-las, Parágrafo único. Reputa-se agente
abuse do poder que lhe tenha sido público, para os efeitos desta Lei, todo
atribuído. aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por
§ 1º As condutas descritas nesta Lei eleição, nomeação, designação, contratação
constituem crime de abuso de autoridade ou qualquer outra forma de investidura ou
quando praticadas pelo agente com a vínculo, mandato, cargo, emprego ou
finalidade específica de prejudicar outrem função em órgão ou entidade abrangidos
ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, pelo caput deste artigo.
ainda, por mero capricho ou satisfação
pessoal. CAPÍTULO III

§ 2º A divergência na interpretação de lei ou DA AÇÃO PENAL


na avaliação de fatos e provas não configura
Art. 3º (VETADO).
abuso de autoridade.
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de III - a perda do cargo, do mandato ou da
ação penal pública função pública.
incondicionada. (Promulgação partes
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos
vetadas)
incisos II e III do caput deste artigo são
§ 1º Será admitida ação privada se a ação condicionados à ocorrência de reincidência
penal pública não for intentada no prazo em crime de abuso de autoridade e não são
legal, cabendo ao Ministério Público aditar a automáticos, devendo ser declarados
queixa, repudiá-la e oferecer denúncia motivadamente na sentença.
substitutiva, intervir em todos os termos do
Seção II
processo, fornecer elementos de prova,
interpor recurso e, a todo tempo, no caso de Das Penas Restritivas de Direitos
negligência do querelante, retomar a ação
Art. 5º As penas restritivas de direitos
como parte principal.
substitutivas das privativas de liberdade
§ 2º A ação privada subsidiária será previstas nesta Lei são:
exercida no prazo de 6 (seis) meses,
I - prestação de serviços à comunidade ou a
contado da data em que se esgotar o prazo
entidades públicas;
para oferecimento da denúncia.
II - suspensão do exercício do cargo, da
CAPÍTULO IV
função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um)
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS a 6 (seis) meses, com a perda dos
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS vencimentos e das vantagens;
Seção I III - (VETADO).
Dos Efeitos da Condenação Parágrafo único. As penas restritivas de
Art. 4º São efeitos da condenação: direitos podem ser aplicadas autônoma ou
cumulativamente.
I - tornar certa a obrigação de indenizar o
dano causado pelo crime, devendo o juiz, a CAPÍTULO V
requerimento do ofendido, fixar na
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E
sentença o valor mínimo para reparação
ADMINISTRATIVA
dos danos causados pela infração,
considerando os prejuízos por ele sofridos;

II - a inabilitação para o exercício de cargo, Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão
mandato ou função pública, pelo período de aplicadas independentemente das sanções
1 (um) a 5 (cinco) anos; de natureza civil ou administrativa cabíveis.
Parágrafo único. As notícias de crimes II - substituir a prisão preventiva por medida
previstos nesta Lei que descreverem falta cautelar diversa ou de conceder liberdade
funcional serão informadas à autoridade provisória, quando manifestamente cabível;
competente com vistas à apuração.
III - deferir liminar ou ordem de habeas
Art. 7º As responsabilidades civil e corpus, quando manifestamente cabível.’
administrativa são independentes da Art. 10. Decretar a condução coercitiva de
criminal, não se podendo mais questionar testemunha ou investigado
sobre a existência ou a autoria do fato manifestamente descabida ou sem prévia
quando essas questões tenham sido intimação de comparecimento ao juízo:
decididas no juízo criminal.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, e multa.
assim como no administrativo-disciplinar, a
Art. 11. (VETADO).
sentença penal que reconhecer ter sido o
ato praticado em estado de necessidade, Art. 12. Deixar injustificadamente de
em legítima defesa, em estrito comunicar prisão em flagrante à autoridade
cumprimento de dever legal ou no exercício judiciária no prazo legal:
regular de direito.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
CAPÍTULO VI anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena


DOS CRIMES E DAS PENAS
quem:
Art. 9º (VETADO). I - deixa de comunicar, imediatamente, a
execução de prisão temporária ou
Art. 9º Decretar medida de privação da
preventiva à autoridade judiciária que a
liberdade em manifesta desconformidade
decretou;
com as hipóteses legais: (Promulgação
partes vetadas) II - deixa de comunicar, imediatamente, a
prisão de qualquer pessoa e o local onde se
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
encontra à sua família ou à pessoa por ela
e multa.
indicada;
Parágrafo único. Incorre na mesma pena III - deixa de entregar ao preso, no prazo de
a autoridade judiciária que, dentro de prazo 24 (vinte e quatro) horas, a nota de culpa,
razoável, deixar de: assinada pela autoridade, com o motivo da
prisão e os nomes do condutor e das
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
testemunhas;
IV - prolonga a execução de pena privativa Parágrafo único. Incorre na mesma pena
de liberdade, de prisão temporária, de quem prossegue com o
prisão preventiva, de medida de segurança interrogatório: (Promulgação partes
ou de internação, deixando, sem motivo vetadas)
justo e excepcionalíssimo, de executar o
I - de pessoa que tenha decidido exercer o
alvará de soltura imediatamente após
direito ao silêncio; ou
recebido ou de promover a soltura do preso
quando esgotado o prazo judicial ou legal. II - de pessoa que tenha optado por ser
assistida por advogado ou defensor público,
Art. 13. Constranger o preso ou o detento,
sem a presença de seu patrono.
mediante violência, grave ameaça ou
redução de sua capacidade de resistência, Violência Institucional (Incluído pela
a: Lei nº 14.321, de 2022)

I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele Art. 15-A. Submeter a vítima de infração
exibido à curiosidade pública; penal ou a testemunha de crimes violentos
a procedimentos desnecessários,
II - submeter-se a situação vexatória ou a
repetitivos ou invasivos, que a leve a reviver,
constrangimento não autorizado em lei;
sem estrita necessidade: (Incluído pela
III - (VETADO). Lei nº 14.321, de 2022)

III - produzir prova contra si mesmo ou I - a situação de violência; ou (Incluído


contra terceiro: (Promulgação partes pela Lei nº 14.321, de 2022)
vetadas)
II - outras situações potencialmente
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, geradoras de sofrimento ou
e multa, sem prejuízo da pena cominada à estigmatização: (Incluído pela Lei nº
violência. 14.321, de 2022)

Art. 14. (VETADO). Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)


ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.321,
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça
de 2022)
de prisão, pessoa que, em razão de função,
ministério, ofício ou profissão, deva guardar § 1º Se o agente público permitir que
segredo ou resguardar sigilo: terceiro intimide a vítima de crimes
violentos, gerando indevida revitimização,
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
aplica-se a pena aumentada de 2/3 (dois
e multa.
terços). (Incluído pela Lei nº 14.321, de
Parágrafo único. (VETADO). 2022)
§ 2º Se o agente público intimidar a vítima prisão ou das circunstâncias de sua
de crimes violentos, gerando indevida custódia:
revitimização, aplica-se a pena em
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
dobro. (Incluído pela Lei nº 14.321, de
e multa.
2022)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o
Art. 16. (VETADO). magistrado que, ciente do impedimento ou
da demora, deixa de tomar as providências
Art. 16. Deixar de identificar-se ou
tendentes a saná-lo ou, não sendo
identificar-se falsamente ao preso por
competente para decidir sobre a prisão,
ocasião de sua captura ou quando deva
deixa de enviar o pedido à autoridade
fazê-lo durante sua detenção ou
judiciária que o seja.
prisão: (Promulgação partes vetadas)
Art. 20. (VETADO).
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos, e multa. Art. 20. Impedir, sem justa causa, a
entrevista pessoal e reservada do preso
Parágrafo único. Incorre na mesma pena com seu advogado: (Promulgação
quem, como responsável por interrogatório partes vetadas)
em sede de procedimento investigatório de
infração penal, deixa de identificar-se ao Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
preso ou atribui a si mesmo falsa anos, e multa.
identidade, cargo ou função. Parágrafo único. Incorre na mesma pena
quem impede o preso, o réu solto ou o
Art. 17. (VETADO).
investigado de entrevistar-se pessoal e
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório reservadamente com seu advogado ou
policial durante o período de repouso defensor, por prazo razoável, antes de
noturno, salvo se capturado em flagrante audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado
delito ou se ele, devidamente assistido, e com ele comunicar-se durante a
consentir em prestar declarações: audiência, salvo no curso de interrogatório
ou no caso de audiência realizada por
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) videoconferência.
anos, e multa.
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos
Art. 19. Impedir ou retardar, na mesma cela ou espaço de confinamento:
injustificadamente, o envio de pleito de
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
preso à autoridade judiciária competente
e multa.
para a apreciação da legalidade de sua
Parágrafo único. Incorre na mesma pena processo, o estado de lugar, de coisa ou de
quem mantém, na mesma cela, criança ou pessoa, com o fim de eximir-se de
adolescente na companhia de maior de responsabilidade ou de responsabilizar
idade ou em ambiente inadequado, criminalmente alguém ou agravar-lhe a
observado o disposto na Lei nº 8.069, de 13 responsabilidade:
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
Adolescente).
e multa.
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
astuciosamente, ou à revelia da vontade do
quem pratica a conduta com o intuito de:
ocupante, imóvel alheio ou suas
dependências, ou nele permanecer nas I - eximir-se de responsabilidade civil ou
mesmas condições, sem determinação administrativa por excesso praticado no
judicial ou fora das condições estabelecidas curso de diligência;
em lei:
II - omitir dados ou informações ou divulgar
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, dados ou informações incompletos para
e multa. desviar o curso da investigação, da
diligência ou do processo.
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma
prevista no caput deste artigo, quem: Art. 24. Constranger, sob violência ou grave
ameaça, funcionário ou empregado de
I - coage alguém, mediante violência ou instituição hospitalar pública ou privada a
grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a admitir para tratamento pessoa cujo óbito
imóvel ou suas dependências; já tenha ocorrido, com o fim de alterar local
II - (VETADO); ou momento de crime, prejudicando sua
apuração:
III - cumpre mandado de busca e apreensão
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
domiciliar após as 21h (vinte e uma horas)
e multa, além da pena correspondente à
ou antes das 5h (cinco horas).
violência.
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em
prestar socorro, ou quando houver
procedimento de investigação ou
fundados indícios que indiquem a
fiscalização, por meio manifestamente
necessidade do ingresso em razão de
ilícito:
situação de flagrante delito ou de desastre.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso
e multa.
de diligência, de investigação ou de
Parágrafo único. Incorre na mesma pena Parágrafo único. (VETADO).
quem faz uso de prova, em desfavor do
investigado ou fiscalizado, com prévio Art. 30. (VETADO).
conhecimento de sua ilicitude.
Art. 30. Dar início ou proceder à
Art. 26. (VETADO). persecução penal, civil ou administrativa
sem justa causa fundamentada ou contra
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar
quem sabe inocente: (Promulgação
procedimento investigatório de infração
partes vetadas)
penal ou administrativa, em desfavor de
alguém, à falta de qualquer indício da Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
prática de crime, de ilícito funcional ou de e multa.
infração administrativa: (Vide ADIN
6234) (Vide ADIN 6240) Art. 31. Estender injustificadamente a
investigação, procrastinando-a em prejuízo
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) do investigado ou fiscalizado: (Vide
anos, e multa. ADIN 6234) (Vide ADIN 6240)
Parágrafo único. Não há crime quando se
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
tratar de sindicância ou investigação
anos, e multa.
preliminar sumária, devidamente
justificada. Parágrafo único. Incorre na mesma pena
quem, inexistindo prazo para execução ou
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de
conclusão de procedimento, o estende de
gravação sem relação com a prova que se
forma imotivada, procrastinando-o em
pretenda produzir, expondo a intimidade
prejuízo do investigado ou do fiscalizado.
ou a vida privada ou ferindo a honra ou a
imagem do investigado ou acusado: Art. 32. (VETADO).
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor
e multa.
ou advogado acesso aos autos de
Art. 29. Prestar informação falsa sobre investigação preliminar, ao termo
procedimento judicial, policial, fiscal ou circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer
administrativo com o fim de prejudicar outro procedimento investigatório de
interesse de investigado: (Vide ADIN infração penal, civil ou administrativa, assim
6234) (Vide ADIN 6240) como impedir a obtenção de cópias,
ressalvado o acesso a peças relativas a
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
diligências em curso, ou que indiquem a
anos, e multa.
realização de diligências futuras, cujo sigilo
seja imprescindível: (Promulgação Art. 38. (VETADO).
partes vetadas)
Art. 38. Antecipar o responsável pelas
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) investigações, por meio de comunicação,
anos, e multa. inclusive rede social, atribuição de culpa,
antes de concluídas as apurações e
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento
formalizada a acusação: (Promulgação
de obrigação, inclusive o dever de fazer ou
partes vetadas)
de não fazer, sem expresso amparo legal:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos, e multa. anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena


quem se utiliza de cargo ou função pública
CRIMES HEDIONDO
ou invoca a condição de agente público para
se eximir de obrigação legal ou para obter
vantagem ou privilégio indevido.
Art. 1º São considerados hediondos os
Art. 34. (VETADO). seguintes crimes, todos tipificados
Art. 35. (VETADO). no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 - Código Penal, consumados ou
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a tentados:
indisponibilidade de ativos financeiros em
quantia que extrapole exacerbadamente o I - homicídio (art. 121), quando praticado em
valor estimado para a satisfação da dívida atividade típica de grupo de extermínio,
da parte e, ante a demonstração, pela parte, ainda que cometido por um só agente, e
da excessividade da medida, deixar de homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos
corrigi-la: I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII); (Redação dada
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
e multa. I-A – lesão corporal dolosa de natureza
gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal
Art. 37. Demorar demasiada e
seguida de morte (art. 129, § 3o), quando
injustificadamente no exame de processo
praticadas contra autoridade ou agente
de que tenha requerido vista em órgão
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
colegiado, com o intuito de procrastinar seu
Federal, integrantes do sistema prisional e
andamento ou retardar o julgamento:
da Força Nacional de Segurança Pública, no
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) exercício da função ou em decorrência dela,
anos, e multa. ou contra seu cônjuge, companheiro ou
parente consanguíneo até terceiro grau, em VII-B - falsificação, corrupção, adulteração
razão dessa condição; ou alteração de produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais (art.
II - roubo: (Redação dada pela Lei nº
273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a
13.964, de 2019)
redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de
a) circunstanciado pela restrição de julho de 1998).
liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso
VIII - favorecimento da prostituição ou de
V); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
outra forma de exploração sexual de
b) circunstanciado pelo emprego de arma criança ou adolescente ou de vulnerável
de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).
emprego de arma de fogo de uso proibido
IX - furto qualificado pelo emprego de
ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela
explosivo ou de artefato análogo que cause
Lei nº 13.964, de 2019)
perigo comum (art. 155, § 4º-A). (Incluído
c) qualificado pelo resultado lesão corporal pela Lei nº 13.964, de 2019)
grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído
Parágrafo único. Consideram-se também
pela Lei nº 13.964, de 2019)
hediondos, tentados ou
III - extorsão qualificada pela restrição da consumados: (Redação dada pela Lei nº
liberdade da vítima, ocorrência de lesão 13.964, de 2019)
corporal ou morte (art. 158, §
I - o crime de genocídio, previsto nos arts.
3º); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro
2019)
de 1956; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
IV - extorsão mediante sequestro e na 2019)
forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo,
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma
2o e 3o);
de fogo de uso proibido, previsto no art. 16
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
2o); 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
VI - estupro de vulnerável (art. 217-
A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); III - o crime de comércio ilegal de armas de
fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de
VII - epidemia com resultado morte (art.
22 de dezembro de 2003; (Incluído pela
267, § 1o).
Lei nº 13.964, de 2019)
VII-A – (VETADO) (Inciso incluído
IV - o crime de tráfico internacional de arma
pela Lei nº 9.695, de 1998)
de fogo, acessório ou munição, previsto
no art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de Art. 3º A União manterá estabelecimentos
dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº penais, de segurança máxima, destinados
13.964, de 2019) ao cumprimento de penas impostas a
condenados de alta periculosidade, cuja
V - o crime de organização criminosa,
permanência em presídios estaduais ponha
quando direcionado à prática de crime
em risco a ordem ou incolumidade pública.
hediondo ou equiparado. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019) Art. 4º (Vetado).

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é


tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e acrescido o seguinte inciso:
drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis
"Art. 83.
de: (Vide Súmula Vinculante)
..............................................................
I - anistia, graça e indulto; ........................................................................
II - fiança. (Redação dada pela V - cumprido mais de dois terços da pena,
Lei nº 11.464, de 2007) nos casos de condenação por crime
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito
será cumprida inicialmente em regime de entorpecentes e drogas afins, e
fechado. (Redação dada pela Lei terrorismo, se o apenado não for
nº 11.464, de 2007) reincidente específico em crimes dessa
natureza."
§ 2º (Revogado pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu
juiz decidirá fundamentadamente se o réu parágrafo único; 267, caput e 270; caput,
poderá apelar em todos do Código Penal, passam a vigorar
liberdade. (Redação dada pela com a seguinte redação:
Lei nº 11.464, de 2007)
"Art. 157.
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual .............................................................
dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal
de 1989, nos crimes previstos neste artigo,
grave, a pena é de reclusão, de cinco a
terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável
quinze anos, além da multa; se resulta
por igual período em caso de extrema e
morte, a reclusão é de vinte a trinta anos,
comprovada
sem prejuízo da multa.
necessidade. (Incluído pela Lei nº
11.464, de 2007) ........................................................................
Art. Art. 267.
159. ............................................................... ...............................................................

Pena - reclusão, de oito a quinze anos. Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

§ 1º ................................................................. ........................................................................

Pena - reclusão, de doze a vinte anos. Art. 270.


...............................................................
§ 2º .................................................................
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e
quatro anos. ......................................................................."

§ 3º ................................................................. Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica


acrescido o seguinte parágrafo:
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta
anos. "Art. 159.
..............................................................
........................................................................
........................................................................
Art. 213.
§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou
...............................................................
bando, o co-autor que denunciá-lo à
Pena - reclusão, de seis a dez anos. autoridade, facilitando a libertação do
seqüestrado, terá sua pena reduzida de um
Art. 214.
a dois terços."
...............................................................
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
a pena prevista no art. 288 do Código Penal,
........................................................................ quando se tratar de crimes hediondos,
prática da tortura, tráfico ilícito de
Art. 223.
entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
...............................................................
Parágrafo único. O participante e o
Pena - reclusão, de oito a doze anos.
associado que denunciar à autoridade o
Parágrafo único. bando ou quadrilha, possibilitando seu
........................................................ desmantelamento, terá a pena reduzida de
um a dois terços.
Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco
anos. Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os
crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, §
........................................................................
2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213,
caput e sua combinação com o art. 223, a) com o fim de obter informação,
caput e parágrafo único, 214 e sua declaração ou confissão da vítima ou de
combinação com o art. 223, terceira pessoa;
caput e parágrafo único, todos do Código
b) para provocar ação ou omissão de
Penal, são acrescidas de metade, respeitado
natureza criminosa;
o limite superior de trinta anos de reclusão,
estando a vítima em qualquer das hipóteses c) em razão de discriminação racial ou
referidas no art. 224 também do Código religiosa;
Penal.
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder
Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de ou autoridade, com emprego de violência
outubro de 1976, passa a vigorar acrescido ou grave ameaça, a intenso sofrimento
de parágrafo único, com a seguinte físico ou mental, como forma de aplicar
redação: castigo pessoal ou medida de caráter
"Art. 35. preventivo.
................................................................ Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Parágrafo único. Os prazos procedimentais
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete
deste capítulo serão contados em dobro
pessoa presa ou sujeita a medida de
quando se tratar dos crimes previstos nos
segurança a sofrimento físico ou mental,
arts. 12, 13 e 14."
por intermédio da prática de ato não
Art. 11. (Vetado). previsto em lei ou não resultante de medida
legal.
Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de
sua publicação. § 2º Aquele que se omite em face dessas
condutas, quando tinha o dever de evitá-las
Art. 13. Revogam-se as disposições em
ou apurá-las, incorre na pena de detenção
contrário.
de um a quatro anos.

§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza


CRIME DE TORTURA grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de
quatro a dez anos; se resulta morte, a
reclusão é de oito a dezesseis anos.
Art. 1º Constitui crime de tortura:
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um
I - constranger alguém com emprego de terço:
violência ou grave ameaça, causando-lhe
sofrimento físico ou mental: I - se o crime é cometido por agente público;
II - se o crime é cometido contra criança, Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção
gestante, deficiente e adolescente; integral à criança e ao adolescente.

II – se o crime é cometido contra criança, Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos


gestante, portador de deficiência, desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
adolescente ou maior de 60 (sessenta) incompletos, e adolescente aquela entre
anos; '(Redação dada pela Lei nº doze e dezoito anos de idade.
10.741, de 2003)
Parágrafo único. Nos casos expressos em
III - se o crime é cometido mediante lei, aplica-se excepcionalmente este
seqüestro. Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e
um anos de idade.
§ 5º A condenação acarretará a perda do
cargo, função ou emprego público e a Art. 3º A criança e o adolescente gozam de
interdição para seu exercício pelo dobro do todos os direitos fundamentais inerentes à
prazo da pena aplicada. pessoa humana, sem prejuízo da proteção
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e integral de que trata esta Lei, assegurando-
insuscetível de graça ou anistia. se-lhes, por lei ou por outros meios, todas
as oportunidades e facilidades, a fim de lhes
§ 7º O condenado por crime previsto nesta facultar o desenvolvimento físico, mental,
Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o moral, espiritual e social, em condições de
cumprimento da pena em regime fechado. liberdade e de dignidade.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda Parágrafo único. Os direitos enunciados
quando o crime não tenha sido cometido nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e
em território nacional, sendo a vítima adolescentes, sem discriminação de
brasileira ou encontrando-se o agente em nascimento, situação familiar, idade, sexo,
local sob jurisdição brasileira. raça, etnia ou cor, religião ou crença,
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de deficiência, condição pessoal de
sua publicação. desenvolvimento e aprendizagem, condição
econômica, ambiente social, região e local
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069,
de moradia ou outra condição que
de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança
diferencie as pessoas, as famílias ou a
e do Adolescente.
comunidade em que vivem. (incluído pela
Lei nº 13.257, de 2016)

Estatuto da criança e adolescente Art. 4º É dever da família, da comunidade,


da sociedade em geral e do poder público
Disposições Preliminares assegurar, com absoluta prioridade, a
efetivação dos direitos referentes à vida, à Título III
saúde, à alimentação, à educação, ao
Da Prevenção
esporte, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à Capítulo I
liberdade e à convivência familiar e
comunitária. Disposições Gerais

Parágrafo único. A garantia de prioridade Art. 70. É dever de todos prevenir a


compreende: ocorrência de ameaça ou violação dos
direitos da criança e do adolescente.
a) primazia de receber proteção e socorro
em quaisquer circunstâncias; Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito
b) precedência de atendimento nos serviços Federal e os Municípios deverão atuar de
públicos ou de relevância pública; forma articulada na elaboração de políticas
públicas e na execução de ações destinadas
c) preferência na formulação e na execução
a coibir o uso de castigo físico ou de
das políticas sociais públicas;
tratamento cruel ou degradante e difundir
d) destinação privilegiada de recursos formas não violentas de educação de
públicos nas áreas relacionadas com a crianças e de adolescentes, tendo como
proteção à infância e à juventude. principais ações: (Incluído pela Lei nº
13.010, de 2014)
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente
será objeto de qualquer forma de I - a promoção de campanhas educativas
negligência, discriminação, exploração, permanentes para a divulgação do direito
violência, crueldade e opressão, punido na da criança e do adolescente de serem
forma da lei qualquer atentado, por ação ou educados e cuidados sem o uso de castigo
omissão, aos seus direitos fundamentais. físico ou de tratamento cruel ou degradante
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se- e dos instrumentos de proteção aos direitos
ão em conta os fins sociais a que ela se humanos; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
dirige, as exigências do bem comum, os 2014)
direitos e deveres individuais e coletivos, e a II - a integração com os órgãos do Poder
condição peculiar da criança e do Judiciário, do Ministério Público e da
adolescente como pessoas em Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar,
desenvolvimento. com os Conselhos de Direitos da Criança e
do Adolescente e com as entidades não
governamentais que atuam na promoção,
proteção e defesa dos direitos da criança e
do adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, violência, com participação de profissionais
de 2014) de saúde, de assistência social e de
educação e de órgãos de promoção,
III - a formação continuada e a capacitação
proteção e defesa dos direitos da criança e
dos profissionais de saúde, educação e
do adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.010,
assistência social e dos demais agentes que
de 2014)
atuam na promoção, proteção e defesa dos
direitos da criança e do adolescente para o Parágrafo único. As famílias com crianças e
desenvolvimento das competências adolescentes com deficiência terão
necessárias à prevenção, à identificação de prioridade de atendimento nas ações e
evidências, ao diagnóstico e ao políticas públicas de prevenção e
enfrentamento de todas as formas de proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de
violência contra a criança e o 2014)
adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
Art. 70-B. As entidades, públicas e
2014)
privadas, que atuem nas áreas a que se
IV - o apoio e o incentivo às práticas de refere o art. 71, dentre outras, devem
resolução pacífica de conflitos que contar, em seus quadros, com pessoas
envolvam violência contra a criança e o capacitadas a reconhecer e comunicar ao
adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de Conselho Tutelar suspeitas ou casos de
2014) maus-tratos praticados contra crianças e
adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046,
V - a inclusão, nas políticas públicas, de
de 2014)
ações que visem a garantir os direitos da
criança e do adolescente, desde a atenção Parágrafo único. São igualmente
pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis pela comunicação de que
responsáveis com o objetivo de promover a trata este artigo, as pessoas encarregadas,
informação, a reflexão, o debate e a por razão de cargo, função, ofício,
orientação sobre alternativas ao uso de ministério, profissão ou ocupação, do
castigo físico ou de tratamento cruel ou cuidado, assistência ou guarda de crianças
degradante no processo e adolescentes, punível, na forma deste
educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, de Estatuto, o injustificado retardamento ou
2014) omissão, culposos ou dolosos. (Incluído
pela Lei nº 13.046, de 2014)
VI - a promoção de espaços intersetoriais
locais para a articulação de ações e a Art. 71. A criança e o adolescente têm
elaboração de planos de atuação conjunta direito a informação, cultura, lazer,
focados nas famílias em situação de esportes, diversões, espetáculos e produtos
e serviços que respeitem sua condição Parágrafo único. As crianças menores de
peculiar de pessoa em desenvolvimento. dez anos somente poderão ingressar e
permanecer nos locais de apresentação ou
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei
exibição quando acompanhadas dos pais
não excluem da prevenção especial outras
ou responsável.
decorrentes dos princípios por ela
adotados. Art. 76. As emissoras de rádio e televisão
Art. 73. A inobservância das normas de somente exibirão, no horário recomendado
prevenção importará em responsabilidade para o público infanto juvenil, programas
da pessoa física ou jurídica, nos termos com finalidades educativas, artísticas,
desta Lei. culturais e informativas.

Capítulo II Parágrafo único. Nenhum espetáculo será


Da Prevenção Especial apresentado ou anunciado sem aviso de
sua classificação, antes de sua transmissão,
Seção I apresentação ou exibição.
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes,
Art. 77. Os proprietários, diretores,
Diversões e Espetáculos
gerentes e funcionários de empresas que
Art. 74. O poder público, através do órgão explorem a venda ou aluguel de fitas de
competente, regulará as diversões e programação em vídeo cuidarão para que
espetáculos públicos, informando sobre a não haja venda ou locação em desacordo
natureza deles, as faixas etárias a que não com a classificação atribuída pelo órgão
se recomendem, locais e horários em que competente.
sua apresentação se mostre inadequada.
Parágrafo único. As fitas a que alude este
Parágrafo único. Os responsáveis pelas
artigo deverão exibir, no invólucro,
diversões e espetáculos públicos deverão
informação sobre a natureza da obra e a
afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à
faixa etária a que se destinam.
entrada do local de exibição, informação
destacada sobre a natureza do espetáculo e Art. 78. As revistas e publicações contendo
a faixa etária especificada no certificado de material impróprio ou inadequado a
classificação. crianças e adolescentes deverão ser
comercializadas em embalagem lacrada,
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá
com a advertência de seu conteúdo.
acesso às diversões e espetáculos públicos
classificados como adequados à sua faixa
Parágrafo único. As editoras cuidarão para
etária.
que as capas que contenham mensagens
pornográficas ou obscenas sejam V - revistas e publicações a que alude o art.
protegidas com embalagem opaca. 78;

Art. 79. As revistas e publicações VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.


destinadas ao público infanto-juvenil não
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança
poderão conter ilustrações, fotografias,
ou adolescente em hotel, motel, pensão ou
legendas, crônicas ou anúncios de bebidas
estabelecimento congênere, salvo se
alcoólicas, tabaco, armas e munições, e
autorizado ou acompanhado pelos pais ou
deverão respeitar os valores éticos e sociais
responsável.
da pessoa e da família.
Seção III
Art. 80. Os responsáveis por
estabelecimentos que explorem Da Autorização para Viajar
comercialmente bilhar, sinuca ou
congênere ou por casas de jogos, assim Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente
entendidas as que realizem apostas, ainda menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar
que eventualmente, cuidarão para que não para fora da comarca onde reside
seja permitida a entrada e a permanência desacompanhado dos pais ou dos
de crianças e adolescentes no local, responsáveis sem expressa autorização
afixando aviso para orientação do público. judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812,
de 2019)
Seção II
§ 1º A autorização não será exigida quando:
Dos Produtos e Serviços
a) tratar-se de comarca contígua à da
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao residência da criança ou do adolescente
adolescente de: menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma
unidade da Federação, ou incluída na
I - armas, munições e explosivos;
mesma região metropolitana; (Redação
II - bebidas alcoólicas; dada pela Lei nº 13.812, de 2019)

III - produtos cujos componentes possam b) a criança ou o adolescente menor de 16


causar dependência física ou psíquica ainda (dezesseis) anos estiver
que por utilização indevida; acompanhado: (Redação dada pela Lei nº
13.812, de 2019)
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto
aqueles que pelo seu reduzido potencial 1) de ascendente ou colateral maior, até o
sejam incapazes de provocar qualquer dano terceiro grau, comprovado
físico em caso de utilização indevida; documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente Art. 87. São linhas de ação da política de
autorizada pelo pai, mãe ou responsável. atendimento:

§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido I - políticas sociais básicas;


dos pais ou responsável, conceder
II - políticas e programas de assistência
autorização válida por dois anos.
social, em caráter supletivo, para aqueles
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao que deles necessitem
exterior, a autorização é dispensável, se a
II - serviços, programas, projetos e
criança ou adolescente:
benefícios de assistência social de garantia
I - estiver acompanhado de ambos os pais de proteção social e de prevenção e
ou responsável; redução de violações de direitos, seus
agravamentos ou reincidências; (Redação
II - viajar na companhia de um dos pais,
dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
autorizado expressamente pelo outro
através de documento com firma III - serviços especiais de prevenção e
reconhecida. atendimento médico e psicossocial às
vítimas de negligência, maus-tratos,
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização
exploração, abuso, crueldade e opressão;
judicial, nenhuma criança ou adolescente
nascido em território nacional poderá sair IV - serviço de identificação e localização de
do País em companhia de estrangeiro pais, responsável, crianças e adolescentes
residente ou domiciliado no exterior. desaparecidos;

Parte Especial V - proteção jurídico-social por entidades de


defesa dos direitos da criança e do
Título I
adolescente.
Da Política de Atendimento
VI - políticas e programas destinados a
Capítulo I prevenir ou abreviar o período de
afastamento do convívio familiar e a
Disposições Gerais
garantir o efetivo exercício do direito à
Art. 86. A política de atendimento dos convivência familiar de crianças e
direitos da criança e do adolescente far-se- adolescentes; (Incluído pela Lei nº 12.010,
á através de um conjunto articulado de de 2009) Vigência
ações governamentais e não-
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento
governamentais, da União, dos estados, do
sob forma de guarda de crianças e
Distrito Federal e dos municípios.
adolescentes afastados do convívio familiar
e à adoção, especificamente inter-racial, de VI - mobilização da opinião pública no
crianças maiores ou de adolescentes, com sentido da indispensável participação dos
necessidades específicas de saúde ou com diversos segmentos da sociedade.
deficiências e de grupos de
VI - integração operacional de órgãos do
irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Judiciário, Ministério Público, Defensoria,
2009) Vigência
Conselho Tutelar e encarregados da
Art. 88. São diretrizes da política de execução das políticas sociais básicas e de
atendimento: assistência social, para efeito de agilização
do atendimento de crianças e de
I - municipalização do atendimento; adolescentes inseridos em programas de
acolhimento familiar ou institucional, com
II - criação de conselhos municipais, vista na sua rápida reintegração à família de
estaduais e nacional dos direitos da criança origem ou, se tal solução se mostrar
e do adolescente, órgãos deliberativos e comprovadamente inviável, sua colocação
controladores das ações em todos os níveis, em família substituta, em quaisquer das
assegurada a participação popular paritária modalidades previstas no art. 28 desta
por meio de organizações representativas, Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
segundo leis federal, estaduais e 2009) Vigência
municipais;
VII - mobilização da opinião pública para a
III - criação e manutenção de programas indispensável participação dos diversos
específicos, observada a descentralização segmentos da sociedade. (Incluído pela Lei
político-administrativa; nº 12.010, de 2009) Vigência

IV - manutenção de fundos nacional, VIII - especialização e formação continuada


estaduais e municipais vinculados aos dos profissionais que trabalham nas
respectivos conselhos dos direitos da diferentes áreas da atenção à primeira
criança e do adolescente; infância, incluindo os conhecimentos sobre
direitos da criança e sobre desenvolvimento
V - integração operacional de órgãos do infantil; (Incluído pela Lei nº 13.257, de
Judiciário, Ministério Público, Defensoria, 2016)
Segurança Pública e Assistência Social,
IX - formação profissional com abrangência
preferencialmente em um mesmo local,
dos diversos direitos da criança e do
para efeito de agilização do atendimento
adolescente que favoreça a
inicial a adolescente a quem se atribua
intersetorialidade no atendimento da
autoria de ato infracional;
criança e do adolescente e seu
desenvolvimento integral; (Incluído pela Lei V - prestação de serviços à
nº 13.257, de 2016) comunidade; (Redação dada pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)
X - realização e divulgação de pesquisas
sobre desenvolvimento infantil e sobre VI - semi-liberdade;
prevenção da violência. (Incluído pela Lei nº
VI - liberdade assistida; (Redação dada pela
13.257, de 2016)
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 89. A função de membro do conselho
VII - internação.
nacional e dos conselhos estaduais e
municipais dos direitos da criança e do VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei
adolescente é considerada de interesse nº 12.594, de 2012) (Vide)
público relevante e não será remunerada.
VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594,
Capítulo II de 2012) (Vide)
Das Entidades de Atendimento Parágrafo único. As entidades
Seção I governamentais e não-governamentais
deverão proceder à inscrição de seus
Disposições Gerais programas, especificando os regimes de
Art. 90. As entidades de atendimento são atendimento, na forma definida neste
responsáveis pela manutenção das artigo, junto ao Conselho Municipal dos
próprias unidades, assim como pelo Direitos da Criança e do Adolescente, o qual
planejamento e execução de programas de manterá registro das inscrições e de suas
proteção e sócio-educativos destinados a alterações, do que fará comunicação ao
crianças e adolescentes, em regime Conselho Tutelar e à autoridade judiciária.
de: (Vide) § 1 o As entidades governamentais e não
I - orientação e apoio sócio-familiar; governamentais deverão proceder à
inscrição de seus programas, especificando
II - apoio sócio-educativo em meio aberto; os regimes de atendimento, na forma
definida neste artigo, no Conselho
III - colocação familiar;
Municipal dos Direitos da Criança e do
I V - abrigo; Adolescente, o qual manterá registro das
inscrições e de suas alterações, do que fará
IV - acolhimento institucional; (Redação
comunicação ao Conselho Tutelar e à
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº
V - liberdade assistida; 12.010, de 2009) Vigência
§ 2 o Os recursos destinados à considerados os índices de sucesso na
implementação e manutenção dos reintegração familiar ou de adaptação à
programas relacionados neste artigo serão família substituta, conforme o
previstos nas dotações orçamentárias dos caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
órgãos públicos encarregados das áreas de 2009) Vigência
Educação, Saúde e Assistência Social, dentre
Art. 91. As entidades não-governamentais
outros, observando-se o princípio da
somente poderão funcionar depois de
prioridade absoluta à criança e ao
registradas no Conselho Municipal dos
adolescente preconizado pelo caput do art.
Direitos da Criança e do Adolescente, o qual
227 da Constituição Federal e pelo caput e
comunicará o registro ao Conselho Tutelar
parágrafo único do art. 4 o desta
e à autoridade judiciária da respectiva
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
localidade.
2009) Vigência
Parágrafo único. Será negado o registro à
§ 3 o Os programas em execução serão
entidade que:
reavaliados pelo Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, no § 1 o Será negado o registro à entidade
máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo- que: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
se critérios para renovação da autorização 2009) Vigência
de funcionamento: (Incluído pela Lei nº
a) não ofereça instalações físicas em
12.010, de 2009) Vigência
condições adequadas de habitabilidade,
I - o efetivo respeito às regras e princípios higiene, salubridade e segurança;
desta Lei, bem como às resoluções relativas b) não apresente plano de trabalho
à modalidade de atendimento prestado compatível com os princípios desta Lei;
expedidas pelos Conselhos de Direitos da
Criança e do Adolescente, em todos os c) esteja irregularmente constituída;
níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de d) tenha em seus quadros pessoas
2009) Vigência inidôneas.
II - a qualidade e eficiência do trabalho e) não se adequar ou deixar de cumprir as
desenvolvido, atestadas pelo Conselho resoluções e deliberações relativas à
Tutelar, pelo Ministério Público e pela modalidade de atendimento prestado
Justiça da Infância e da Juventude; (Incluído expedidas pelos Conselhos de Direitos da
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Criança e do Adolescente, em todos os
níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010, de
III - em se tratando de programas de
2009) Vigência
acolhimento institucional ou familiar, serão
§ 2 o O registro terá validade máxima de 4 V - não desmembramento de grupos de
(quatro) anos, cabendo ao Conselho irmãos;
Municipal dos Direitos da Criança e do
VI - evitar, sempre que possível, a
Adolescente, periodicamente, reavaliar o
transferência para outras entidades de
cabimento de sua renovação, observado o
crianças e adolescentes abrigados;
disposto no § 1 o deste artigo. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VII - participação na vida da comunidade
local;
Art. 92. As entidades que desenvolvam
programas de abrigo deverão adotar os VIII - preparação gradativa para o
seguintes princípios: desligamento;

Art. 92. As entidades que desenvolvam IX - participação de pessoas da comunidade


programas de acolhimento familiar ou no processo educativo.
institucional deverão adotar os seguintes
Parágrafo único. O dirigente de entidade
princípios: (Redação dada pela Lei nº
de abrigo e equiparado ao guardião, para
12.010, de 2009) Vigência
todos os efeitos de direito.
I - preservação dos vínculos familiares;
§ 1 o O dirigente de entidade que
I - preservação dos vínculos familiares e desenvolve programa de acolhimento
promoção da reintegração institucional é equiparado ao guardião, para
familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, todos os efeitos de direito. (Incluído pela Lei
de 2009) Vigência nº 12.010, de 2009) Vigência

II - integração em família substituta, quando § 2 o Os dirigentes de entidades que


esgotados os recursos de manutenção na desenvolvem programas de acolhimento
família natural ou extensa; (Redação dada familiar ou institucional remeterão à
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência autoridade judiciária, no máximo a cada 6
(seis) meses, relatório circunstanciado
II - integração em família substituta, quando acerca da situação de cada criança ou
esgotados os recursos de manutenção na adolescente acolhido e sua família, para fins
família de origem; da reavaliação prevista no § 1 o do art. 19
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
III - atendimento personalizado e em
2009) Vigência
pequenos grupos;
§ 3 o Os entes federados, por intermédio
IV - desenvolvimento de atividades em
dos Poderes Executivo e Judiciário,
regime de co-educação;
promoverão conjuntamente a permanente
qualificação dos profissionais que atuam § 7 o Quando se tratar de criança de 0 (zero)
direta ou indiretamente em programas de a 3 (três) anos em acolhimento institucional,
acolhimento institucional e destinados à dar-se-á especial atenção à atuação de
colocação familiar de crianças e educadores de referência estáveis e
adolescentes, incluindo membros do Poder qualitativamente significativos, às rotinas
Judiciário, Ministério Público e Conselho específicas e ao atendimento das
Tutelar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de necessidades básicas, incluindo as de afeto
2009) Vigência como prioritárias. (Incluído pela Lei nº
13.257, de 2016)
§ 4 o Salvo determinação em contrário da
autoridade judiciária competente, as Art. 93. As entidades que mantenham
entidades que desenvolvem programas de programas de abrigo poderão, em caráter
acolhimento familiar ou institucional, se excepcional e de urgência, abrigar crianças
necessário com o auxílio do Conselho e adolescentes sem prévia determinação da
Tutelar e dos órgãos de assistência social, autoridade competente, fazendo
estimularão o contato da criança ou comunicação do fato até o 2º dia útil
adolescente com seus pais e parentes, em imediato.
cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII Art. 93. As entidades que mantenham
do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº programa de acolhimento institucional
12.010, de 2009) Vigência poderão, em caráter excepcional e de
urgência, acolher crianças e adolescentes
§ 5 o As entidades que desenvolvem
sem prévia determinação da autoridade
programas de acolhimento familiar ou
competente, fazendo comunicação do fato
institucional somente poderão receber
em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da
recursos públicos se comprovado o
Infância e da Juventude, sob pena de
atendimento dos princípios, exigências e
responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº
finalidades desta Lei. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Recebida a comunicação,
§ 6 o O descumprimento das disposições
a autoridade judiciária, ouvido o Ministério
desta Lei pelo dirigente de entidade que
Público e se necessário com o apoio do
desenvolva programas de acolhimento
Conselho Tutelar local, tomará as medidas
familiar ou institucional é causa de sua
necessárias para promover a imediata
destituição, sem prejuízo da apuração de
reintegração familiar da criança ou do
sua responsabilidade administrativa, civil e
adolescente ou, se por qualquer razão não
criminal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
for isso possível ou recomendável, para seu
2009) Vigência
encaminhamento a programa de
acolhimento familiar, institucional ou a IX - oferecer cuidados médicos,
família substituta, observado o disposto no psicológicos, odontológicos e
§ 2 o do art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei farmacêuticos;
nº 12.010, de 2009) Vigência
X - propiciar escolarização e
Art. 94. As entidades que desenvolvem profissionalização;
programas de internação têm as seguintes
XI - propiciar atividades culturais, esportivas
obrigações, entre outras:
e de lazer;
I - observar os direitos e garantias de que
são titulares os adolescentes; XII - propiciar assistência religiosa àqueles
que desejarem, de acordo com suas
II - não restringir nenhum direito que não crenças;
tenha sido objeto de restrição na decisão de
internação; XIII - proceder a estudo social e pessoal de
cada caso;
III - oferecer atendimento personalizado,
em pequenas unidades e grupos reduzidos; XIV - reavaliar periodicamente cada caso,
com intervalo máximo de seis meses, dando
IV - preservar a identidade e oferecer ciência dos resultados à autoridade
ambiente de respeito e dignidade ao competente;
adolescente;
XV - informar, periodicamente, o
V - diligenciar no sentido do adolescente internado sobre sua situação
restabelecimento e da preservação dos processual;
vínculos familiares;
XVI - comunicar às autoridades
VI - comunicar à autoridade judiciária, competentes todos os casos de
periodicamente, os casos em que se mostre adolescentes portadores de moléstias
inviável ou impossível o reatamento dos infecto-contagiosas;
vínculos familiares;
XVII - fornecer comprovante de depósito
VII - oferecer instalações físicas em
dos pertences dos adolescentes;
condições adequadas de habitabilidade,
higiene, salubridade e segurança e os XVIII - manter programas destinados ao
objetos necessários à higiene pessoal; apoio e acompanhamento de egressos;

VIII - oferecer vestuário e alimentação XIX - providenciar os documentos


suficientes e adequados à faixa etária dos necessários ao exercício da cidadania
adolescentes atendidos; àqueles que não os tiverem;
XX - manter arquivo de anotações onde Capítulo I
constem data e circunstâncias do
Disposições Gerais
atendimento, nome do adolescente, seus
pais ou responsável, parentes, endereços, Art. 98. As medidas de proteção à criança e
sexo, idade, acompanhamento da sua ao adolescente são aplicáveis sempre que
formação, relação de seus pertences e os direitos reconhecidos nesta Lei forem
demais dados que possibilitem sua ameaçados ou violados:
identificação e a individualização do
atendimento. I - por ação ou omissão da sociedade ou do
Estado;
§ 1º Aplicam-se, no que couber, as
obrigações constantes deste artigo às II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou
entidades que mantêm programa de responsável;
abrigo.
III - em razão de sua conduta.
§ 1 o Aplicam-se, no que couber, as
Capítulo II
obrigações constantes deste artigo às
entidades que mantêm programas de Das Medidas Específicas de Proteção
acolhimento institucional e
familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo
de 2009) Vigência poderão ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, bem como substituídas a
§ 2º No cumprimento das obrigações a que qualquer tempo.
alude este artigo as entidades utilizarão
preferencialmente os recursos da Art. 100. Na aplicação das medidas levar-
comunidade. se-ão em conta as necessidades
pedagógicas, preferindo-se aquelas que
Art. 94-A. As entidades, públicas ou visem ao fortalecimento dos vínculos
privadas, que abriguem ou recepcionem familiares e comunitários.
crianças e adolescentes, ainda que em
caráter temporário, devem ter, em seus Parágrafo único. São também princípios
quadros, profissionais capacitados a que regem a aplicação das
reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
suspeitas ou ocorrências de maus- 2009) Vigência
tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
I - condição da criança e do adolescente
Título II como sujeitos de direitos: crianças e
adolescentes são os titulares dos direitos
Das Medidas de Proteção
previstos nesta e em outras Leis, bem como
na Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº direito à imagem e reserva da sua vida
12.010, de 2009) Vigência privada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
II - proteção integral e prioritária: a
interpretação e aplicação de toda e VI - intervenção precoce: a intervenção das
qualquer norma contida nesta Lei deve ser autoridades competentes deve ser
voltada à proteção integral e prioritária dos efetuada logo que a situação de perigo seja
direitos de que crianças e adolescentes são conhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
VII - intervenção mínima: a intervenção deve
III - responsabilidade primária e solidária do ser exercida exclusivamente pelas
poder público: a plena efetivação dos autoridades e instituições cuja ação seja
direitos assegurados a crianças e a indispensável à efetiva promoção dos
adolescentes por esta Lei e pela direitos e à proteção da criança e do
Constituição Federal, salvo nos casos por adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
esta expressamente ressalvados, é de 2009) Vigência
responsabilidade primária e solidária das 3
(três) esferas de governo, sem prejuízo da VIII - proporcionalidade e atualidade: a
municipalização do atendimento e da intervenção deve ser a necessária e
possibilidade da execução de programas adequada à situação de perigo em que a
por entidades não criança ou o adolescente se encontram no
governamentais; (Incluído pela Lei nº momento em que a decisão é
12.010, de 2009) Vigência tomada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
IV - interesse superior da criança e do
adolescente: a intervenção deve atender IX - responsabilidade parental: a
prioritariamente aos interesses e direitos da intervenção deve ser efetuada de modo que
criança e do adolescente, sem prejuízo da os pais assumam os seus deveres para com
consideração que for devida a outros a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei
interesses legítimos no âmbito da nº 12.010, de 2009) Vigência
pluralidade dos interesses presentes no
X - prevalência da família: na promoção de
caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010,
direitos e na proteção da criança e do
de 2009) Vigência
adolescente deve ser dada prevalência às
V - privacidade: a promoção dos direitos e medidas que os mantenham ou reintegrem
proteção da criança e do adolescente deve na sua família natural ou extensa ou, se isto
ser efetuada no respeito pela intimidade, não for possível, que promovam a sua
integração em família substituta; (Incluído competente poderá determinar, dentre
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência outras, as seguintes medidas:

X - prevalência da família: na promoção de I - encaminhamento aos pais ou


direitos e na proteção da criança e do responsável, mediante termo de
adolescente deve ser dada prevalência às responsabilidade;
medidas que os mantenham ou reintegrem II - orientação, apoio e acompanhamento
na sua família natural ou extensa ou, se isso temporários;
não for possível, que promovam a sua
integração em família adotiva; (Redação III - matrícula e freqüência obrigatórias em
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) estabelecimento oficial de ensino
fundamental;
XI - obrigatoriedade da informação: a
IV - inclusão em programa comunitário ou
criança e o adolescente, respeitado seu
oficial de auxílio à família, à criança e ao
estágio de desenvolvimento e capacidade
adolescente;
de compreensão, seus pais ou responsável
devem ser informados dos seus direitos, IV - inclusão em serviços e programas
dos motivos que determinaram a oficiais ou comunitários de proteção, apoio
intervenção e da forma como esta se e promoção da família, da criança e do
processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de adolescente; (Redação dada pela Lei nº
2009) Vigência 13.257, de 2016)

XII - oitiva obrigatória e participação: a V - requisição de tratamento médico,


criança e o adolescente, em separado ou na psicológico ou psiquiátrico, em regime
companhia dos pais, de responsável ou de hospitalar ou ambulatorial;
pessoa por si indicada, bem como os seus VI - inclusão em programa oficial ou
pais ou responsável, têm direito a ser comunitário de auxílio, orientação e
ouvidos e a participar nos atos e na
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
definição da medida de promoção dos
direitos e de proteção, sendo sua opinião VII - abrigo em entidade;
devidamente considerada pela autoridade VII - acolhimento institucional; (Redação
judiciária competente, observado o dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de VIII - colocação em família substituta.
2009) Vigência VIII - inclusão em programa de acolhimento
familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010,
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses
de 2009) Vigência
previstas no art. 98, a autoridade
IX - colocação em família meio de uma Guia de Acolhimento,
substituta. (Incluído pela Lei nº 12.010, de expedida pela autoridade judiciária, na qual
2009) Vigência obrigatoriamente constará, dentre
outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Parágrafo único. O abrigo é medida
2009) Vigência
provisória e excepcional, utilizável como
forma de transição para a colocação em I - sua identificação e a qualificação
família substituta, não implicando privação completa de seus pais ou de seu
de liberdade. responsável, se conhecidos; (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1 o O acolhimento institucional e o
acolhimento familiar são medidas II - o endereço de residência dos pais ou do
provisórias e excepcionais, utilizáveis como responsável, com pontos de
forma de transição para reintegração referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
familiar ou, não sendo esta possível, para 2009) Vigência
colocação em família substituta, não
III - os nomes de parentes ou de terceiros
implicando privação de liberdade. (Incluído
interessados em tê-los sob sua
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 2 o Sem prejuízo da tomada de medidas 2009) Vigência
emergenciais para proteção de vítimas de
IV - os motivos da retirada ou da não
violência ou abuso sexual e das
reintegração ao convívio familiar. (Incluído
providências a que alude o art. 130 desta
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei, o afastamento da criança ou
adolescente do convívio familiar é de § 4 o Imediatamente após o acolhimento da
competência exclusiva da autoridade criança ou do adolescente, a entidade
judiciária e importará na deflagração, a responsável pelo programa de acolhimento
pedido do Ministério Público ou de quem institucional ou familiar elaborará um plano
tenha legítimo interesse, de procedimento individual de atendimento, visando à
judicial contencioso, no qual se garanta aos reintegração familiar, ressalvada a
pais ou ao responsável legal o exercício do existência de ordem escrita e
contraditório e da ampla defesa. (Incluído fundamentada em contrário de autoridade
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência judiciária competente, caso em que
também deverá contemplar sua colocação
§ 3 o Crianças e adolescentes somente
em família substituta, observadas as regras
poderão ser encaminhados às instituições
e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº
que executam programas de acolhimento
12.010, de 2009) Vigência
institucional, governamentais ou não, por
§ 5 o O plano individual será elaborado sob e de promoção social, sendo facilitado e
a responsabilidade da equipe técnica do estimulado o contato com a criança ou com
respectivo programa de atendimento e o adolescente acolhido. (Incluído pela Lei nº
levará em consideração a opinião da criança 12.010, de 2009) Vigência
ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do
§ 8 o Verificada a possibilidade de
responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
reintegração familiar, o responsável pelo
2009) Vigência
programa de acolhimento familiar ou
§ 6 o Constarão do plano individual, dentre institucional fará imediata comunicação à
outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de autoridade judiciária, que dará vista ao
2009) Vigência Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco)
dias, decidindo em igual prazo. (Incluído
I - os resultados da avaliação
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
interdisciplinar; (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência § 9 o Em sendo constatada a
impossibilidade de reintegração da criança
II - os compromissos assumidos pelos pais
ou do adolescente à família de origem, após
ou responsável; e (Incluído pela Lei nº
seu encaminhamento a programas oficiais
12.010, de 2009) Vigência
ou comunitários de orientação, apoio e
III - a previsão das atividades a serem promoção social, será enviado relatório
desenvolvidas com a criança ou com o fundamentado ao Ministério Público, no
adolescente acolhido e seus pais ou qual conste a descrição pormenorizada das
responsável, com vista na reintegração providências tomadas e a expressa
familiar ou, caso seja esta vedada por recomendação, subscrita pelos técnicos da
expressa e fundamentada determinação entidade ou responsáveis pela execução da
judicial, as providências a serem tomadas política municipal de garantia do direito à
para sua colocação em família substituta, convivência familiar, para a destituição do
sob direta supervisão da autoridade poder familiar, ou destituição de tutela ou
judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de guarda. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência 2009) Vigência

§ 7 o O acolhimento familiar ou institucional § 10. Recebido o relatório, o Ministério


ocorrerá no local mais próximo à residência Público terá o prazo de 30 (trinta) dias para
dos pais ou do responsável e, como parte o ingresso com a ação de destituição do
do processo de reintegração familiar, poder familiar, salvo se entender necessária
sempre que identificada a necessidade, a a realização de estudos complementares ou
família de origem será incluída em outras providências que entender
programas oficiais de orientação, de apoio indispensáveis ao ajuizamento da
demanda. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Art. 102. As medidas de proteção de que
2009) Vigência trata este Capítulo serão acompanhadas da
regularização do registro civil. (Vide Lei nº
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério
12.010, de 2009) Vigência
Público terá o prazo de 15 (quinze) dias para
o ingresso com a ação de destituição do § 1º Verificada a inexistência de registro
poder familiar, salvo se entender necessária anterior, o assento de nascimento da
a realização de estudos complementares ou criança ou adolescente será feito à vista dos
de outras providências indispensáveis ao elementos disponíveis, mediante requisição
ajuizamento da demanda. (Redação dada da autoridade judiciária.
pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2º Os registros e certidões necessários à
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em
regularização de que trata este artigo são
cada comarca ou foro regional, um cadastro
isentos de multas, custas e emolumentos,
contendo informações atualizadas sobre as
gozando de absoluta prioridade.
crianças e adolescentes em regime de
acolhimento familiar e institucional sob sua § 3 o Caso ainda não definida a
responsabilidade, com informações paternidade, será deflagrado
pormenorizadas sobre a situação jurídica procedimento específico destinado à sua
de cada um, bem como as providências averiguação, conforme previsto pela Lei
tomadas para sua reintegração familiar ou n o 8.560, de 29 de dezembro de
colocação em família substituta, em 1992. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
qualquer das modalidades previstas no art. 2009) Vigência
28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 4 o Nas hipóteses previstas no § 3 o deste
artigo, é dispensável o ajuizamento de ação
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério
de investigação de paternidade pelo
Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor
Ministério Público se, após o não
da Assistência Social e os Conselhos
comparecimento ou a recusa do suposto
Municipais dos Direitos da Criança e do
pai em assumir a paternidade a ele
Adolescente e da Assistência Social, aos
atribuída, a criança for encaminhada para
quais incumbe deliberar sobre a
adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
implementação de políticas públicas que
2009) Vigência
permitam reduzir o número de crianças e
adolescentes afastados do convívio familiar § 5 o Os registros e certidões necessários à
e abreviar o período de permanência em inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai
programa de acolhimento. (Incluído pela Lei no assento de nascimento são isentos de
nº 12.010, de 2009) Vigência multas, custas e emolumentos, gozando de
absoluta prioridade. (Incluído dada pela Lei Parágrafo único. O adolescente tem direito
nº 13.257, de 2016) à identificação dos responsáveis pela sua
apreensão, devendo ser informado acerca
§ 6 o São gratuitas, a qualquer tempo, a
de seus direitos.
averbação requerida do reconhecimento de
paternidade no assento de nascimento e a Art. 107. A apreensão de qualquer
certidão correspondente. (Incluído dada adolescente e o local onde se encontra
pela Lei nº 13.257, de 2016) recolhido serão incontinenti comunicados à
autoridade judiciária competente e à família
Título III
do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
Da Prática de Ato Infracional
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo
Capítulo I e sob pena de responsabilidade, a
Disposições Gerais possibilidade de liberação imediata.

Art. 103. Considera-se ato infracional a Art. 108. A internação, antes da sentença,
conduta descrita como crime ou pode ser determinada pelo prazo máximo
contravenção penal. de quarenta e cinco dias.

Art. 104. São penalmente inimputáveis os Parágrafo único. A decisão deverá ser
menores de dezoito anos, sujeitos às fundamentada e basear-se em indícios
medidas previstas nesta Lei. suficientes de autoria e materialidade,
demonstrada a necessidade imperiosa da
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei,
medida.
deve ser considerada a idade do
adolescente à data do fato. Art. 109. O adolescente civilmente
identificado não será submetido a
Art. 105. Ao ato infracional praticado por
identificação compulsória pelos órgãos
criança corresponderão as medidas
policiais, de proteção e judiciais, salvo para
previstas no art. 101.
efeito de confrontação, havendo dúvida
Capítulo II fundada.

Dos Direitos Individuais Capítulo III


Art. 106. Nenhum adolescente será privado
Das Garantias Processuais
de sua liberdade senão em flagrante de ato
infracional ou por ordem escrita e Art. 110. Nenhum adolescente será privado
fundamentada da autoridade judiciária de sua liberdade sem o devido processo
competente. legal.
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, V - inserção em regime de semi-liberdade;
entre outras, as seguintes garantias:
VI - internação em estabelecimento
I - pleno e formal conhecimento da educacional;
atribuição de ato infracional, mediante
citação ou meio equivalente; VII - qualquer uma das previstas no art. 101,
I a VI.
II - igualdade na relação processual,
podendo confrontar-se com vítimas e § 1º A medida aplicada ao adolescente
testemunhas e produzir todas as provas levará em conta a sua capacidade de
necessárias à sua defesa; cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade
da infração.
III - defesa técnica por advogado;
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto
IV - assistência judiciária gratuita e integral
algum, será admitida a prestação de
aos necessitados, na forma da lei;
trabalho forçado.
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela
autoridade competente; § 3º Os adolescentes portadores de doença
ou deficiência mental receberão tratamento
VI - direito de solicitar a presença de seus individual e especializado, em local
pais ou responsável em qualquer fase do adequado às suas condições.
procedimento.
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o
Capítulo IV disposto nos arts. 99 e 100.
Das Medidas Sócio-Educativas
Art. 114. A imposição das medidas
Seção I previstas nos incisos II a VI do art. 112
pressupõe a existência de provas
Disposições Gerais
suficientes da autoria e da materialidade da
Art. 112. Verificada a prática de ato infração, ressalvada a hipótese de remissão,
infracional, a autoridade competente nos termos do art. 127.
poderá aplicar ao adolescente as seguintes
Parágrafo único. A advertência poderá ser
medidas:
aplicada sempre que houver prova da
I - advertência; materialidade e indícios suficientes da
II - obrigação de reparar o dano; autoria.

III - prestação de serviços à comunidade; Seção II

IV - liberdade assistida; Da Advertência


Art. 115. A advertência consistirá em Seção V
admoestação verbal, que será reduzida a
Da Liberdade Assistida
termo e assinada.
Art. 118. A liberdade assistida será adotada
Seção III
sempre que se afigurar a medida mais
Da Obrigação de Reparar o Dano adequada para o fim de acompanhar,
auxiliar e orientar o adolescente.
Art. 116. Em se tratando de ato infracional
com reflexos patrimoniais, a autoridade § 1º A autoridade designará pessoa
poderá determinar, se for o caso, que o capacitada para acompanhar o caso, a qual
adolescente restitua a coisa, promova o poderá ser recomendada por entidade ou
ressarcimento do dano, ou, por outra programa de atendimento.
forma, compense o prejuízo da vítima. § 2º A liberdade assistida será fixada pelo
Parágrafo único. Havendo manifesta prazo mínimo de seis meses, podendo a
impossibilidade, a medida poderá ser qualquer tempo ser prorrogada, revogada
substituída por outra adequada. ou substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o
Seção IV defensor.
Da Prestação de Serviços à Comunidade Art. 119. Incumbe ao orientador, com o
Art. 117. A prestação de serviços apoio e a supervisão da autoridade
comunitários consiste na realização de competente, a realização dos seguintes
tarefas gratuitas de interesse geral, por encargos, entre outros:
período não excedente a seis meses, junto I - promover socialmente o adolescente e
a entidades assistenciais, hospitais, escolas sua família, fornecendo-lhes orientação e
e outros estabelecimentos congêneres, inserindo-os, se necessário, em programa
bem como em programas comunitários ou oficial ou comunitário de auxílio e
governamentais. assistência social;
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas II - supervisionar a freqüência e o
conforme as aptidões do adolescente, aproveitamento escolar do adolescente,
devendo ser cumpridas durante jornada promovendo, inclusive, sua matrícula;
máxima de oito horas semanais, aos
III - diligenciar no sentido da
sábados, domingos e feriados ou em dias
profissionalização do adolescente e de sua
úteis, de modo a não prejudicar a
inserção no mercado de trabalho;
freqüência à escola ou à jornada normal de
trabalho. IV - apresentar relatório do caso.
Seção VI § 3º Em nenhuma hipótese o período
máximo de internação excederá a três anos.
Do Regime de Semi-liberdade
§ 4º Atingido o limite estabelecido no
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode parágrafo anterior, o adolescente deverá
ser determinado desde o início, ou como ser liberado, colocado em regime de semi-
forma de transição para o meio aberto,
liberdade ou de liberdade assistida.
possibilitada a realização de atividades
externas, independentemente de § 5º A liberação será compulsória aos vinte
autorização judicial. e um anos de idade.

§ 1º São obrigatórias a escolarização e a § 6º Em qualquer hipótese a desinternação


profissionalização, devendo, sempre que será precedida de autorização judicial,
possível, ser utilizados os recursos ouvido o Ministério Público.
existentes na comunidade. § 7 o A determinação judicial mencionada
no § 1 o poderá ser revista a qualquer
§ 2º A medida não comporta prazo
tempo pela autoridade judiciária. (Incluído
determinado aplicando-se, no que couber,
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
as disposições relativas à internação.
Art. 122. A medida de internação só poderá
Seção VII
ser aplicada quando:
Da Internação
I - tratar-se de ato infracional cometido
Art. 121. A internação constitui medida mediante grave ameaça ou violência a
privativa da liberdade, sujeita aos princípios pessoa;
de brevidade, excepcionalidade e respeito à II - por reiteração no cometimento de outras
condição peculiar de pessoa em infrações graves;
desenvolvimento.
III - por descumprimento reiterado e
§ 1º Será permitida a realização de injustificável da medida anteriormente
atividades externas, a critério da equipe imposta.
técnica da entidade, salvo expressa
§ 1º O prazo de internação na hipótese do
determinação judicial em contrário.
inciso III deste artigo não poderá ser
§ 2º A medida não comporta prazo superior a três meses.
determinado, devendo sua manutenção ser
§ 1 o O prazo de internação na hipótese do
reavaliada, mediante decisão
inciso III deste artigo não poderá ser
fundamentada, no máximo a cada seis
superior a 3 (três) meses, devendo ser
meses.
decretada judicialmente após o devido
processo legal. (Redação dada pela Lei nº VIII - corresponder-se com seus familiares e
12.594, de 2012) (Vide) amigos;

§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a IX - ter acesso aos objetos necessários à
internação, havendo outra medida higiene e asseio pessoal;
adequada.
X - habitar alojamento em condições
Art. 123. A internação deverá ser cumprida adequadas de higiene e salubridade;
em entidade exclusiva para adolescentes,
em local distinto daquele destinado ao XI - receber escolarização e
abrigo, obedecida rigorosa separação por profissionalização;
critérios de idade, compleição física e
XII - realizar atividades culturais, esportivas
gravidade da infração.
e de lazer:
Parágrafo único. Durante o período de
XIII - ter acesso aos meios de comunicação
internação, inclusive provisória, serão
social;
obrigatórias atividades pedagógicas.

Art. 124. São direitos do adolescente XIV - receber assistência religiosa, segundo
privado de liberdade, entre outros, os a sua crença, e desde que assim o deseje;
seguintes:
XV - manter a posse de seus objetos
I - entrevistar-se pessoalmente com o pessoais e dispor de local seguro para
representante do Ministério Público; guardá-los, recebendo comprovante
daqueles porventura depositados em poder
II - peticionar diretamente a qualquer
da entidade;
autoridade;
XVI - receber, quando de sua desinternação,
III - avistar-se reservadamente com seu
os documentos pessoais indispensáveis à
defensor;
vida em sociedade.
IV - ser informado de sua situação
processual, sempre que solicitada; § 1º Em nenhum caso haverá
incomunicabilidade.
V - ser tratado com respeito e dignidade;
§ 2º A autoridade judiciária poderá
VI - permanecer internado na mesma
suspender temporariamente a visita,
localidade ou naquela mais próxima ao
inclusive de pais ou responsável, se
domicílio de seus pais ou responsável;
existirem motivos sérios e fundados de sua
VII - receber visitas, ao menos, prejudicialidade aos interesses do
semanalmente; adolescente.
Art. 125. É dever do Estado zelar pela Das Medidas Pertinentes aos Pais ou
integridade física e mental dos internos, Responsável
cabendo-lhe adotar as medidas adequadas
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou
de contenção e segurança.
responsável:
Capítulo V
I - encaminhamento a programa oficial ou
Da Remissão comunitário de proteção à família;
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento
I - encaminhamento a serviços e programas
judicial para apuração de ato infracional, o
oficiais ou comunitários de proteção, apoio
representante do Ministério Público poderá
e promoção da família; (Redação dada dada
conceder a remissão, como forma de
pela Lei nº 13.257, de 2016)
exclusão do processo, atendendo às
circunstâncias e conseqüências do fato, ao II - inclusão em programa oficial ou
contexto social, bem como à personalidade comunitário de auxílio, orientação e
do adolescente e sua maior ou menor tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
participação no ato infracional.
III - encaminhamento a tratamento
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a psicológico ou psiquiátrico;
concessão da remissão pela autoridade
judiciária importará na suspensão ou IV - encaminhamento a cursos ou
extinção do processo. programas de orientação;

Art. 127. A remissão não implica V - obrigação de matricular o filho ou pupilo


necessariamente o reconhecimento ou e acompanhar sua freqüência e
comprovação da responsabilidade, nem aproveitamento escolar;
prevalece para efeito de antecedentes,
VI - obrigação de encaminhar a criança ou
podendo incluir eventualmente a aplicação
adolescente a tratamento especializado;
de qualquer das medidas previstas em lei,
exceto a colocação em regime de semi- VII - advertência;
liberdade e a internação.
VIII - perda da guarda;
Art. 128. A medida aplicada por força da
remissão poderá ser revista judicialmente, a IX - destituição da tutela;
qualquer tempo, mediante pedido expresso X - suspensão ou destituição do pátrio
do adolescente ou de seu representante poder poder familiar . (Expressão
legal, ou do Ministério Público. substituída pela Lei nº 12.010, de
Título IV 2009) Vigência
Parágrafo único. Na aplicação das medidas comunidade local para mandato de três
previstas nos incisos IX e X deste artigo, anos, permitida uma recondução. (Redação
observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24. dada pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)

Art. 130. Verificada a hipótese de maus- Art. 132. Em cada Município e em cada
tratos, opressão ou abuso sexual impostos Região Administrativa do Distrito Federal
pelos pais ou responsável, a autoridade haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar
judiciária poderá determinar, como medida como órgão integrante da administração
cautelar, o afastamento do agressor da pública local, composto de 5 (cinco)
moradia comum. membros, escolhidos pela população local
para mandato de 4 (quatro) anos, permitida
Parágrafo único. Da medida cautelar
1 (uma) recondução, mediante novo
constará, ainda, a fixação provisória dos
processo de escolha. (Redação dada pela
alimentos de que necessitem a criança ou o
Lei nº 12.696, de 2012)
adolescente dependentes do
agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de Art. 132. Em cada Município e em cada
2011) Região Administrativa do Distrito Federal
haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar
Título V
como órgão integrante da administração
Do Conselho Tutelar pública local, composto de 5 (cinco)
membros, escolhidos pela população local
Capítulo I
para mandato de 4 (quatro) anos, permitida
Disposições Gerais recondução por novos processos de
escolha. (Redação dada pela Lei nº 13.824,
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão
de 2019)
permanente e autônomo, não jurisdicional,
encarregado pela sociedade de zelar pelo Art. 133. Para a candidatura a membro do
cumprimento dos direitos da criança e do Conselho Tutelar, serão exigidos os
adolescente, definidos nesta Lei. seguintes requisitos:

Art. 132. Em cada Município haverá, no I - reconhecida idoneidade moral;


mínimo, um Conselho Tutelar composto de II - idade superior a vinte e um anos;
cinco membros, eleitos pelos cidadãos
locais para mandato de três anos, permitida III - residir no município.
uma reeleição. Art. 134. Lei municipal disporá sobre local,
Art. 132. Em cada Município haverá, no dia e horário de funcionamento do
mínimo, um Conselho Tutelar composto de Conselho Tutelar, inclusive quanto a
cinco membros, escolhidos pela eventual remuneração de seus membros.
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá relevante, estabelecerá presunção de
sobre o local, dia e horário de idoneidade moral e assegurará prisão
funcionamento do Conselho Tutelar, especial, em caso de crime comum, até o
inclusive quanto à remuneração dos julgamento definitivo.
respectivos membros, aos quais é
Art. 135. O exercício efetivo da função de
assegurado o direito a: (Redação dada pela
conselheiro constituirá serviço público
Lei nº 12.696, de 2012)
relevante e estabelecerá presunção de
I - cobertura previdenciária; (Incluído pela idoneidade moral. (Redação dada pela Lei
Lei nº 12.696, de 2012) nº 12.696, de 2012)

II - gozo de férias anuais remuneradas, Capítulo II


acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da Das Atribuições do Conselho
remuneração mensal; (Incluído pela Lei nº
12.696, de 2012) Art. 136. São atribuições do Conselho
Tutelar:
III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei
I - atender as crianças e adolescentes nas
nº 12.696, de 2012)
hipóteses previstas nos arts. 98 e 105,
IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº aplicando as medidas previstas no art. 101,
12.696, de 2012) I a VII;

V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº II - atender e aconselhar os pais ou


12.696, de 2012) responsável, aplicando as medidas
previstas no art. 129, I a VII;
Parágrafo único. Constará da lei
orçamentária municipal previsão dos III - promover a execução de suas decisões,
recursos necessários ao funcionamento do podendo para tanto:
Conselho Tutelar. a) requisitar serviços públicos nas áreas de
Parágrafo único. Constará da lei saúde, educação, serviço social,
orçamentária municipal e da do Distrito previdência, trabalho e segurança;
Federal previsão dos recursos necessários b) representar junto à autoridade judiciária
ao funcionamento do Conselho Tutelar e à nos casos de descumprimento injustificado
remuneração e formação continuada dos de suas deliberações.
conselheiros tutelares. (Redação dada pela
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia
Lei nº 12.696, de 2012)
de fato que constitua infração
Art. 135. O exercício efetivo da função de administrativa ou penal contra os direitos
conselheiro constituirá serviço público da criança ou adolescente;
V - encaminhar à autoridade judiciária os tratos em crianças e adolescentes. (Incluído
casos de sua competência; pela Lei nº 13.046, de 2014)

VI - providenciar a medida estabelecida pela Parágrafo único. Se, no exercício de suas


autoridade judiciária, dentre as previstas no atribuições, o Conselho Tutelar entender
art. 101, de I a VI, para o adolescente autor necessário o afastamento do convívio
de ato infracional; familiar, comunicará incontinenti o fato ao
Ministério Público, prestando-lhe
VII - expedir notificações;
informações sobre os motivos de tal
VIII - requisitar certidões de nascimento e de entendimento e as providências tomadas
óbito de criança ou adolescente quando para a orientação, o apoio e a promoção
necessário; social da família. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
IX - assessorar o Poder Executivo local na
elaboração da proposta orçamentária para Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar
planos e programas de atendimento dos somente poderão ser revistas pela
direitos da criança e do adolescente; autoridade judiciária a pedido de quem
tenha legítimo interesse.
X - representar, em nome da pessoa e da
família, contra a violação dos direitos Capítulo III
previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Da Competência
Constituição Federal ;
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a
XI - representar ao Ministério Público, para regra de competência constante do art. 147.
efeito das ações de perda ou suspensão do
Capítulo IV
pátrio poder.
Da Escolha dos Conselheiros
XI - representar ao Ministério Público para
efeito das ações de perda ou suspensão do Art. 139. O processo eleitoral para a escolha
poder familiar, após esgotadas as dos membros do Conselho Tutelar será
possibilidades de manutenção da criança estabelecido em Lei Municipal e realizado
ou do adolescente junto à família sob a presidência de Juiz eleitoral e a
natural. (Redação dada pela Lei nº 12.010, fiscalização do Ministério Público.
de 2009) Vigência
Art. 139. O processo para a escolha dos
XII - promover e incentivar, na comunidade membros do Conselho Tutelar será
e nos grupos profissionais, ações de estabelecido em lei municipal e realizado
divulgação e treinamento para o sob a responsabilidade do Conselho
reconhecimento de sintomas de maus- Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, e a fiscalização do Ministério representante do Ministério Público com
Público. (Redação dada pela Lei nº 8.242, de atuação na Justiça da Infância e da
12.10.1991) Juventude, em exercício na comarca, foro
regional ou distrital.
§ 1 o O processo de escolha dos membros
do Conselho Tutelar ocorrerá em data
unificada em todo o território nacional a
Estatuto do desarmamento
cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo
do mês de outubro do ano subsequente ao CAPÍTULO I
da eleição presidencial. (Incluído pela Lei nº
12.696, de 2012) DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

§ 2 o A posse dos conselheiros tutelares Art. 1o O Sistema Nacional de Armas –


ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano Sinarm, instituído no Ministério da Justiça,
subsequente ao processo de no âmbito da Polícia Federal, tem
escolha. (Incluído pela Lei nº 12.696, de circunscrição em todo o território nacional.
2012)
Art. 2o Ao Sinarm compete:
§ 3 o No processo de escolha dos membros
I – identificar as características e a
do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato
propriedade de armas de fogo, mediante
doar, oferecer, prometer ou entregar ao
cadastro;
eleitor bem ou vantagem pessoal de
qualquer natureza, inclusive brindes de II – cadastrar as armas de fogo
pequeno valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, produzidas, importadas e vendidas no País;
de 2012)
III – cadastrar as autorizações de porte
Capítulo V de arma de fogo e as renovações expedidas
pela Polícia Federal;
Dos Impedimentos
IV – cadastrar as transferências de
Art. 140. São impedidos de servir no
propriedade, extravio, furto, roubo e outras
mesmo Conselho marido e mulher,
ocorrências suscetíveis de alterar os dados
ascendentes e descendentes, sogro e genro
cadastrais, inclusive as decorrentes de
ou nora, irmãos, cunhados, durante o
fechamento de empresas de segurança
cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou
privada e de transporte de valores;
madrasta e enteado.
V – identificar as modificações que
Parágrafo único. Estende-se o impedimento
alterem as características ou o
do conselheiro, na forma deste artigo, em
funcionamento de arma de fogo;
relação à autoridade judiciária e ao
VI – integrar no cadastro os acervos Art. 3o É obrigatório o registro de arma
policiais já existentes; de fogo no órgão competente.

VII – cadastrar as apreensões de armas Parágrafo único. As armas de fogo de


de fogo, inclusive as vinculadas a uso restrito serão registradas no Comando
procedimentos policiais e judiciais; do Exército, na forma do regulamento desta
Lei.
VIII – cadastrar os armeiros em
atividade no País, bem como conceder Art. 4o Para adquirir arma de fogo de
licença para exercer a atividade; uso permitido o interessado deverá, além
de declarar a efetiva necessidade, atender
IX – cadastrar mediante registro os
aos seguintes requisitos:
produtores, atacadistas, varejistas,
exportadores e importadores autorizados I - comprovação de idoneidade, com a
de armas de fogo, acessórios e munições; apresentação de certidões negativas de
antecedentes criminais fornecidas pela
X – cadastrar a identificação do cano da
Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e
arma, as características das impressões de
de não estar respondendo a inquérito
raiamento e de microestriamento de
policial ou a processo criminal, que poderão
projétil disparado, conforme marcação e
ser fornecidas por meios
testes obrigatoriamente realizados pelo
eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº
fabricante;
11.706, de 2008)
XI – informar às Secretarias de
II – apresentação de documento
Segurança Pública dos Estados e do Distrito
comprobatório de ocupação lícita e de
Federal os registros e autorizações de porte
residência certa;
de armas de fogo nos respectivos
territórios, bem como manter o cadastro III – comprovação de capacidade
atualizado para consulta. técnica e de aptidão psicológica para o
manuseio de arma de fogo, atestadas na
Parágrafo único. As disposições deste
forma disposta no regulamento desta Lei.
artigo não alcançam as armas de fogo das
Forças Armadas e Auxiliares, bem como as § 1o O Sinarm expedirá autorização de
demais que constem dos seus registros compra de arma de fogo após atendidos os
próprios. requisitos anteriormente estabelecidos, em
nome do requerente e para a arma
CAPÍTULO II
indicada, sendo intransferível esta
DO REGISTRO autorização.
§ 2o A aquisição de munição somente interessado em adquirir arma de fogo de
poderá ser feita no calibre correspondente uso permitido que comprove estar
à arma registrada e na quantidade autorizado a portar arma com as mesmas
estabelecida no regulamento desta características daquela a ser
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706,
de 2008) de 2008)

§ 3o A empresa que comercializar arma Art. 5o O certificado de Registro de


de fogo em território nacional é obrigada a Arma de Fogo, com validade em todo o
comunicar a venda à autoridade território nacional, autoriza o seu
competente, como também a manter banco proprietário a manter a arma de fogo
de dados com todas as características da exclusivamente no interior de sua
arma e cópia dos documentos previstos residência ou domicílio, ou dependência
neste artigo. desses, ou, ainda, no seu local de trabalho,
desde que seja ele o titular ou o responsável
§ 4o A empresa que comercializa armas
legal pelo estabelecimento ou
de fogo, acessórios e munições responde
empresa. (Redação dada pela Lei nº
legalmente por essas mercadorias, ficando
10.884, de 2004)
registradas como de sua propriedade
enquanto não forem vendidas. § 1o O certificado de registro de arma
de fogo será expedido pela Polícia Federal e
§ 5o A comercialização de armas de
será precedido de autorização do Sinarm.
fogo, acessórios e munições entre pessoas
físicas somente será efetivada mediante § 2o Os requisitos de que tratam os
autorização do Sinarm. incisos I, II e III do art. 4o deverão ser
comprovados periodicamente, em período
§ 6o A expedição da autorização a que
não inferior a 3 (três) anos, na
se refere o § 1o será concedida, ou recusada
conformidade do estabelecido no
com a devida fundamentação, no prazo de
regulamento desta Lei, para a renovação do
30 (trinta) dias úteis, a contar da data do
Certificado de Registro de Arma de
requerimento do interessado.
Fogo.
§ 7o O registro precário a que se refere
§ 3o O proprietário de arma de fogo
o § 4o prescinde do cumprimento dos
com certificados de registro de propriedade
requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.
expedido por órgão estadual ou do Distrito
§ 8o Estará dispensado das exigências Federal até a data da publicação desta Lei
constantes do inciso III do caput deste que não optar pela entrega espontânea
artigo, na forma do regulamento, o prevista no art. 32 desta Lei deverá renová-
lo mediante o pertinente registro federal, extensão do respectivo imóvel
até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a rural. (Incluído pela Lei nº 13.870, de
apresentação de documento de 2019)
identificação pessoal e comprovante de
CAPÍTULO III
residência fixa, ficando dispensado do
pagamento de taxas e do cumprimento das DO PORTE
demais exigências constantes dos incisos I a
III do caput do art. 4o desta Art. 6o É proibido o porte de arma de
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, fogo em todo o território nacional, salvo
de 2008) (Prorrogação de prazo) para os casos previstos em legislação
própria e para:
§ 4o Para fins do cumprimento do
I – os integrantes das Forças Armadas;
disposto no § 3o deste artigo, o proprietário
de arma de fogo poderá obter, no II - os integrantes de órgãos referidos
Departamento de Polícia Federal, nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 14
certificado de registro provisório, expedido 4 da Constituição Federal e os da
na rede mundial de computadores - Força Nacional de Segurança Pública
internet, na forma do regulamento e (FNSP); (Redação dada pela Lei nº
obedecidos os procedimentos a 13.500, de 2017)
seguir: (Redação dada pela Lei nº
11.706, de 2008) III – os integrantes das guardas
municipais das capitais dos Estados e dos
I - emissão de certificado de registro Municípios com mais de 500.000
provisório pela internet, com validade inicial (quinhentos mil) habitantes, nas condições
de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela Lei estabelecidas no regulamento desta
nº 11.706, de 2008) Lei; (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN
5948) (Vide ADC 38)
II - revalidação pela unidade do
Departamento de Polícia Federal do IV - os integrantes das guardas
certificado de registro provisório pelo prazo municipais dos Municípios com mais de
que estimar como necessário para a 50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000
emissão definitiva do certificado de registro (quinhentos mil) habitantes, quando em
de propriedade. (Incluído pela Lei nº serviço; (Redação dada pela Lei nº
11.706, de 2008) 10.867, de 2004) (Vide ADIN
5538) (Vide ADIN 5948) (Vide ADC 38)
§ 5º Aos residentes em área rural, para os
fins do disposto no caput deste artigo, V – os agentes operacionais da Agência
considera-se residência ou domicílio toda a Brasileira de Inteligência e os agentes do
Departamento de Segurança do Gabinete Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo
de Segurança Institucional da Presidência Conselho Nacional do Ministério Público -
da República; (Vide Decreto nº 9.685, CNMP. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
de 2019) 2012)

VI – os integrantes dos órgãos policiais § 1o As pessoas previstas nos incisos I,


referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da II, III, V e VI do caput deste artigo terão
Constituição Federal; direito de portar arma de fogo de
propriedade particular ou fornecida pela
VII – os integrantes do quadro efetivo
respectiva corporação ou instituição,
dos agentes e guardas prisionais, os
mesmo fora de serviço, nos termos do
integrantes das escoltas de presos e as
regulamento desta Lei, com validade em
guardas portuárias; âmbito nacional para aquelas constantes
VIII – as empresas de segurança privada dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada
e de transporte de valores constituídas, nos pela Lei nº 11.706, de 2008)
termos desta Lei; § 1o-A (Revogado pela Lei nº
IX – para os integrantes das entidades 11.706, de 2008)
de desporto legalmente constituídas, cujas § 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de
atividades esportivas demandem o uso de agentes e guardas prisionais poderão
armas de fogo, na forma do regulamento portar arma de fogo de propriedade
desta Lei, observando-se, no que couber, a particular ou fornecida pela respectiva
legislação ambiental. corporação ou instituição, mesmo fora de
serviço, desde que estejam: (Incluído
X - integrantes das Carreiras de
pela Lei nº 12.993, de 2014)
Auditoria da Receita Federal do Brasil e de
Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de I - submetidos a regime de dedicação
Auditor-Fiscal e Analista exclusiva; (Incluído pela Lei nº 12.993, de
Tributário. (Redação dada pela Lei nº 2014)
11.501, de 2007)
II - sujeitos à formação funcional, nos
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos termos do regulamento; e (Incluído pela
no art. 92 da Constituição Federal e os Lei nº 12.993, de 2014)
Ministérios Públicos da União e dos Estados,
III - subordinados a mecanismos de
para uso exclusivo de servidores de seus
fiscalização e de controle
quadros pessoais que efetivamente estejam
interno. (Incluído pela Lei nº 12.993, de
no exercício de funções de segurança, na
2014)
forma de regulamento a ser emitido pelo
§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº alimentar familiar será concedido pela
12.993, de 2014) Polícia Federal o porte de arma de fogo, na
categoria caçador para subsistência, de
§ 2o A autorização para o porte de
uma arma de uso permitido, de tiro simples,
arma de fogo aos integrantes das
com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e
instituições descritas nos incisos V, VI, VII e
de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis),
X do caput deste artigo está condicionada à
desde que o interessado comprove a efetiva
comprovação do requisito a que se refere o
necessidade em requerimento ao qual
inciso III do caput do art. 4o desta Lei nas
deverão ser anexados os seguintes
condições estabelecidas no regulamento
documentos: (Redação dada pela Lei nº
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
11.706, de 2008)
11.706, de 2008)
I - documento de identificação
§ 3o A autorização para o porte de arma
pessoal; (Incluído pela Lei nº 11.706, de
de fogo das guardas municipais está
2008)
condicionada à formação funcional de seus
integrantes em estabelecimentos de ensino II - comprovante de residência em área
de atividade policial, à existência de rural; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de
mecanismos de fiscalização e de controle 2008)
interno, nas condições estabelecidas no
III - atestado de bons
regulamento desta Lei, observada a
antecedentes. (Incluído pela Lei nº 11.706,
supervisão do Ministério da
de 2008)
Justiça. (Redação dada pela Lei nº
10.884, de 2004) § 6o O caçador para subsistência que
der outro uso à sua arma de fogo,
§ 4o Os integrantes das Forças
independentemente de outras tipificações
Armadas, das polícias federais e estaduais e
penais, responderá, conforme o caso, por
do Distrito Federal, bem como os militares
porte ilegal ou por disparo de arma de fogo
dos Estados e do Distrito Federal, ao
de uso permitido. (Redação dada pela
exercerem o direito descrito no art. 4o,
Lei nº 11.706, de 2008)
ficam dispensados do cumprimento do
disposto nos incisos I, II e III do mesmo § 7o Aos integrantes das guardas
artigo, na forma do regulamento desta Lei. municipais dos Municípios que integram
regiões metropolitanas será autorizado
§ 5o Aos residentes em áreas rurais,
porte de arma de fogo, quando em
maiores de 25 (vinte e cinco) anos que
serviço. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
comprovem depender do emprego de arma
2008)
de fogo para prover sua subsistência
Art. 7o As armas de fogo utilizadas Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos
pelos empregados das empresas de servidores das instituições descritas no
segurança privada e de transporte de inciso XI do art. 6o serão de propriedade,
valores, constituídas na forma da lei, serão responsabilidade e guarda das respectivas
de propriedade, responsabilidade e guarda instituições, somente podendo ser
das respectivas empresas, somente utilizadas quando em serviço, devendo
podendo ser utilizadas quando em serviço, estas observar as condições de uso e de
devendo essas observar as condições de armazenagem estabelecidas pelo órgão
uso e de armazenagem estabelecidas pelo competente, sendo o certificado de registro
órgão competente, sendo o certificado de e a autorização de porte expedidos pela
registro e a autorização de porte expedidos Polícia Federal em nome da
pela Polícia Federal em nome da empresa. instituição. (Incluído pela Lei nº 12.694,
de 2012)
§ 1o O proprietário ou diretor
responsável de empresa de segurança § 1o A autorização para o porte de arma de
privada e de transporte de valores fogo de que trata este artigo independe do
responderá pelo crime previsto no pagamento de taxa. (Incluído pela Lei
parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem nº 12.694, de 2012)
prejuízo das demais sanções
§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do
administrativas e civis, se deixar de registrar
Ministério Público designará os servidores
ocorrência policial e de comunicar à Polícia
de seus quadros pessoais no exercício de
Federal perda, furto, roubo ou outras
funções de segurança que poderão portar
formas de extravio de armas de fogo,
arma de fogo, respeitado o limite máximo
acessórios e munições que estejam sob sua
de 50% (cinquenta por cento) do número de
guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)
servidores que exerçam funções de
horas depois de ocorrido o fato.
segurança. (Incluído pela Lei nº 12.694,
§ 2o A empresa de segurança e de de 2012)
transporte de valores deverá apresentar
§ 3o O porte de arma pelos servidores das
documentação comprobatória do
instituições de que trata este artigo fica
preenchimento dos requisitos constantes
condicionado à apresentação de
do art. 4o desta Lei quanto aos empregados
documentação comprobatória do
que portarão arma de fogo.
preenchimento dos requisitos constantes
§ 3o A listagem dos empregados das do art. 4o desta Lei, bem como à formação
empresas referidas neste artigo deverá ser funcional em estabelecimentos de ensino
atualizada semestralmente junto ao de atividade policial e à existência de
Sinarm. mecanismos de fiscalização e de controle
interno, nas condições estabelecidas no em competição internacional oficial de tiro
regulamento desta Lei. (Incluído pela realizada no território nacional.
Lei nº 12.694, de 2012)
Art. 10. A autorização para o porte de
§ 4o A listagem dos servidores das arma de fogo de uso permitido, em todo o
instituições de que trata este artigo deverá território nacional, é de competência da
ser atualizada semestralmente no Polícia Federal e somente será concedida
Sinarm. (Incluído pela Lei nº 12.694, de após autorização do Sinarm.
2012)
§ 1o A autorização prevista neste artigo
§ 5o As instituições de que trata este artigo poderá ser concedida com eficácia
são obrigadas a registrar ocorrência policial temporária e territorial limitada, nos termos
e a comunicar à Polícia Federal eventual de atos regulamentares, e dependerá de o
perda, furto, roubo ou outras formas de requerente:
extravio de armas de fogo, acessórios e I – demonstrar a sua efetiva
munições que estejam sob sua guarda, nas necessidade por exercício de atividade
primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois profissional de risco ou de ameaça à sua
de ocorrido o fato. (Incluído pela Lei nº integridade física;
12.694, de 2012)
II – atender às exigências previstas no
Art. 8o As armas de fogo utilizadas em art. 4o desta Lei;
entidades desportivas legalmente
III – apresentar documentação de
constituídas devem obedecer às condições
propriedade de arma de fogo, bem como o
de uso e de armazenagem estabelecidas
pelo órgão competente, respondendo o seu devido registro no órgão competente.
possuidor ou o autorizado a portar a arma § 2o A autorização de porte de arma de
pela sua guarda na forma do regulamento fogo, prevista neste artigo, perderá
desta Lei. automaticamente sua eficácia caso o
portador dela seja detido ou abordado em
Art. 9o Compete ao Ministério da
estado de embriaguez ou sob efeito de
Justiça a autorização do porte de arma para
substâncias químicas ou alucinógenas.
os responsáveis pela segurança de cidadãos
estrangeiros em visita ou sediados no Brasil Art. 11. Fica instituída a cobrança de
e, ao Comando do Exército, nos termos do taxas, nos valores constantes do Anexo
regulamento desta Lei, o registro e a desta Lei, pela prestação de serviços
concessão de porte de trânsito de arma de relativos:
fogo para colecionadores, atiradores e
I – ao registro de arma de fogo;
caçadores e de representantes estrangeiros
II – à renovação de registro de arma de honorários profissionais para realização de
fogo; avaliação psicológica constante do item 1.16
da tabela do Conselho Federal de
III – à expedição de segunda via de
Psicologia. (Incluído pela Lei nº 11.706,
registro de arma de fogo;
de 2008)
IV – à expedição de porte federal de
§ 2o Na comprovação da capacidade
arma de fogo;
técnica, o valor cobrado pelo instrutor de
V – à renovação de porte de arma de armamento e tiro não poderá exceder R$
fogo; 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da
munição. (Incluído pela Lei nº 11.706,
VI – à expedição de segunda via de de 2008)
porte federal de arma de fogo.
§ 3o A cobrança de valores superiores
§ 1o Os valores arrecadados destinam-
aos previstos nos §§ 1o e 2o deste artigo
se ao custeio e à manutenção das atividades
implicará o descredenciamento do
do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando
profissional pela Polícia
do Exército, no âmbito de suas respectivas
Federal. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
responsabilidades.
2008)
§ 2o São isentas do pagamento das
CAPÍTULO IV
taxas previstas neste artigo as pessoas e as
instituições a que se referem os incisos I a DOS CRIMES E DAS PENAS
VII e X e o § 5o do art. 6o desta
Posse irregular de arma de fogo de uso
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706,
permitido
de 2008)
Art. 12. Possuir ou manter sob sua
Art. 11-A. O Ministério da Justiça
guarda arma de fogo, acessório ou
disciplinará a forma e as condições do
munição, de uso permitido, em desacordo
credenciamento de profissionais pela
com determinação legal ou regulamentar,
Polícia Federal para comprovação da
no interior de sua residência ou
aptidão psicológica e da capacidade técnica
dependência desta, ou, ainda no seu local
para o manuseio de arma de
de trabalho, desde que seja o titular ou o
fogo. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
responsável legal do estabelecimento ou
2008)
empresa:
§ 1o Na comprovação da aptidão
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três)
psicológica, o valor cobrado pelo psicólogo
anos, e multa.
não poderá exceder ao valor médio dos
Omissão de cautela de fogo estiver registrada em nome do
agente. (Vide Adin 3.112-1)
Art. 13. Deixar de observar as cautelas
necessárias para impedir que menor de 18 Disparo de arma de fogo
(dezoito) anos ou pessoa portadora de
deficiência mental se apodere de arma de Art. 15. Disparar arma de fogo ou
fogo que esteja sob sua posse ou que seja acionar munição em lugar habitado ou em
de sua propriedade: suas adjacências, em via pública ou em
direção a ela, desde que essa conduta não
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) tenha como finalidade a prática de outro
anos, e multa. crime:
Parágrafo único. Nas mesmas penas
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)
incorrem o proprietário ou diretor
anos, e multa.
responsável de empresa de segurança e
transporte de valores que deixarem de Parágrafo único. O crime previsto neste
registrar ocorrência policial e de comunicar artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-
à Polícia Federal perda, furto, roubo ou 1)
outras formas de extravio de arma de fogo,
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de
acessório ou munição que estejam sob sua
uso restrito
guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro)
horas depois de ocorrido o fato. Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir,
Porte ilegal de arma de fogo de uso fornecer, receber, ter em depósito,
permitido transportar, ceder, ainda que
gratuitamente, emprestar, remeter,
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, empregar, manter sob sua guarda ou
receber, ter em depósito, transportar, ocultar arma de fogo, acessório ou munição
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, de uso restrito, sem autorização e em
remeter, empregar, manter sob guarda ou desacordo com determinação legal ou
ocultar arma de fogo, acessório ou regulamentar: (Redação dada pela Lei nº
munição, de uso permitido, sem 13.964, de 2019)
autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis)
anos, e multa.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)
anos, e multa. § 1º Nas mesmas penas incorre
quem: (Redação dada pela Lei nº 13.964,
Parágrafo único. O crime previsto neste
de 2019)
artigo é inafiançável, salvo quando a arma
I – suprimir ou alterar marca, Art. 17. Adquirir, alugar, receber,
numeração ou qualquer sinal de transportar, conduzir, ocultar, ter em
identificação de arma de fogo ou artefato; depósito, desmontar, montar, remontar,
adulterar, vender, expor à venda, ou de
II – modificar as características de arma qualquer forma utilizar, em proveito
de fogo, de forma a torná-la equivalente a próprio ou alheio, no exercício de atividade
arma de fogo de uso proibido ou restrito ou comercial ou industrial, arma de fogo,
para fins de dificultar ou de qualquer modo acessório ou munição, sem autorização ou
induzir a erro autoridade policial, perito ou em desacordo com determinação legal ou
juiz; regulamentar:

III – possuir, detiver, fabricar ou Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze)


empregar artefato explosivo ou incendiário, anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
sem autorização ou em desacordo com 13.964, de 2019)
determinação legal ou regulamentar;
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou
IV – portar, possuir, adquirir, industrial, para efeito deste artigo, qualquer
transportar ou fornecer arma de fogo com forma de prestação de serviços, fabricação
numeração, marca ou qualquer outro sinal ou comércio irregular ou clandestino,
de identificação raspado, suprimido ou inclusive o exercido em
adulterado; residência. (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019)
V – vender, entregar ou fornecer, ainda
que gratuitamente, arma de fogo, acessório, § 2º Incorre na mesma pena quem vende ou
munição ou explosivo a criança ou entrega arma de fogo, acessório ou
adolescente; e munição, sem autorização ou em desacordo
com a determinação legal ou regulamentar,
VI – produzir, recarregar ou reciclar,
a agente policial disfarçado, quando
sem autorização legal, ou adulterar, de
presentes elementos probatórios razoáveis
qualquer forma, munição ou explosivo.
de conduta criminal
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964,
§ 1º deste artigo envolverem arma de fogo de 2019)
de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4
Tráfico internacional de arma de fogo
(quatro) a 12 (doze) anos. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019) Art. 18. Importar, exportar, favorecer a
entrada ou saída do território nacional, a
Comércio ilegal de arma de fogo
qualquer título, de arma de fogo, acessório
ou munição, sem autorização da autoridade CAPÍTULO V
competente:
DISPOSIÇÕES GERAIS
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá
(dezesseis) anos, e multa. (Redação dada
celebrar convênios com os Estados e o
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Distrito Federal para o cumprimento do
Parágrafo único. Incorre na mesma pena disposto nesta Lei.
quem vende ou entrega arma de fogo,
Art. 23. A classificação legal, técnica e
acessório ou munição, em operação de
geral bem como a definição das armas de
importação, sem autorização da autoridade
fogo e demais produtos controlados, de
competente, a agente policial disfarçado,
usos proibidos, restritos, permitidos ou
quando presentes elementos probatórios
obsoletos e de valor histórico serão
razoáveis de conduta criminal
disciplinadas em ato do chefe do Poder
preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964,
Executivo Federal, mediante proposta do
de 2019)
Comando do Exército. (Redação dada
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. pela Lei nº 11.706, de 2008)
17 e 18, a pena é aumentada da metade se
§ 1o Todas as munições
a arma de fogo, acessório ou munição
comercializadas no País deverão estar
forem de uso proibido ou restrito.
acondicionadas em embalagens com
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. sistema de código de barras, gravado na
14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da caixa, visando possibilitar a identificação do
metade se: (Redação dada pela Lei nº fabricante e do adquirente, entre outras
13.964, de 2019) informações definidas pelo regulamento
desta Lei.
I - forem praticados por integrante dos
órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º § 2o Para os órgãos referidos no art. 6o,
e 8º desta Lei; ou (Incluído pela Lei nº somente serão expedidas autorizações de
13.964, de 2019) compra de munição com identificação do
lote e do adquirente no culote dos projéteis,
II - o agente for reincidente específico em
na forma do regulamento desta Lei.
crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019) § 3o As armas de fogo fabricadas a
partir de 1 (um) ano da data de publicação
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16,
desta Lei conterão dispositivo intrínseco de
17 e 18 são insuscetíveis de liberdade
segurança e de identificação, gravado no
provisória. (Vide Adin 3.112-1)
corpo da arma, definido pelo regulamento
desta Lei, exclusive para os órgãos previstos parecer favorável à doação, obedecidos o
no art. 6o. padrão e a dotação de cada Força Armada
ou órgão de segurança pública, atendidos
§ 4o As instituições de ensino policial
os critérios de prioridade estabelecidos pelo
e as guardas municipais referidas nos
Ministério da Justiça e ouvido o Comando
incisos III e IV do caput do art. 6o desta Lei e
do Exército, serão arroladas em relatório
no seu § 7o poderão adquirir insumos e
reservado trimestral a ser encaminhado
máquinas de recarga de munição para o fim
àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo
exclusivo de suprimento de suas atividades,
para manifestação de
mediante autorização concedida nos
interesse. (Incluído pela Lei nº 11.706,
termos definidos em
de 2008)
regulamento. (Incluído pela Lei nº
11.706, de 2008) § 1º-A. As armas de fogo e munições
apreendidas em decorrência do tráfico de
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que drogas de abuso, ou de qualquer forma
se refere o art. 2º desta Lei, compete ao utilizadas em atividades ilícitas de produção
Comando do Exército autorizar e fiscalizar a ou comercialização de drogas abusivas, ou,
produção, exportação, importação, ainda, que tenham sido adquiridas com
desembaraço alfandegário e o comércio de recursos provenientes do tráfico de drogas
armas de fogo e demais produtos de abuso, perdidas em favor da União e
controlados, inclusive o registro e o porte de encaminhadas para o Comando do Exército,
trânsito de arma de fogo de colecionadores, devem ser, após perícia ou vistoria que
atiradores e caçadores. atestem seu bom estado, destinadas com
prioridade para os órgãos de segurança
Art. 25. As armas de fogo apreendidas,
pública e do sistema penitenciário da
após a elaboração do laudo pericial e sua
unidade da federação responsável pela
juntada aos autos, quando não mais
apreensão. (Incluído pela Lei nº 13.886, de
interessarem à persecução penal serão
2019)
encaminhadas pelo juiz competente ao
Comando do Exército, no prazo de até 48 § 2o O Comando do Exército
(quarenta e oito) horas, para destruição ou encaminhará a relação das armas a serem
doação aos órgãos de segurança pública ou doadas ao juiz competente, que
às Forças Armadas, na forma do determinará o seu perdimento em favor da
regulamento desta Lei. (Redação dada instituição beneficiada. (Incluído pela
pela Lei nº 13.886, de 2019) Lei nº 11.706, de 2008)

§ 1o As armas de fogo encaminhadas § 3o O transporte das armas de fogo


ao Comando do Exército que receberem doadas será de responsabilidade da
instituição beneficiada, que procederá ao Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte
seu cadastramento no Sinarm ou no e cinco) anos adquirir arma de fogo,
Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706, de ressalvados os integrantes das entidades
2008) constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X
do caput do art. 6o desta Lei. (Redação
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
11.706, de 2008)
Art. 29. As autorizações de porte de
§ 5o O Poder Judiciário instituirá armas de fogo já concedidas expirar-se-ão
instrumentos para o encaminhamento ao 90 (noventa) dias após a publicação desta
Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)
arma de uso permitido ou de uso restrito,
Parágrafo único. O detentor de
semestralmente, da relação de armas
autorização com prazo de validade superior
acauteladas em juízo, mencionando suas
a 90 (noventa) dias poderá renová-la,
características e o local onde se
perante a Polícia Federal, nas condições dos
encontram. (Incluído pela Lei nº 11.706,
arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no prazo de 90
de 2008)
(noventa) dias após sua publicação, sem
Art. 26. São vedadas a fabricação, a ônus para o requerente.
venda, a comercialização e a importação de Art. 30. Os possuidores e proprietários
brinquedos, réplicas e simulacros de armas de arma de fogo de uso permitido ainda não
de fogo, que com estas se possam registrada deverão solicitar seu registro até
confundir. o dia 31 de dezembro de 2008, mediante
Parágrafo único. Excetuam-se da apresentação de documento de
proibição as réplicas e os simulacros identificação pessoal e comprovante de
destinados à instrução, ao adestramento, residência fixa, acompanhados de nota
ou à coleção de usuário autorizado, nas fiscal de compra ou comprovação da origem
condições fixadas pelo Comando do lícita da posse, pelos meios de prova
Exército. admitidos em direito, ou declaração
firmada na qual constem as características
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército da arma e a sua condição de proprietário,
autorizar, excepcionalmente, a aquisição de ficando este dispensado do pagamento de
armas de fogo de uso restrito. taxas e do cumprimento das demais
exigências constantes dos incisos I a III
Parágrafo único. O disposto neste do caput do art. 4o desta Lei. (Redação
artigo não se aplica às aquisições dos dada pela Lei nº 11.706, de
Comandos Militares. 2008) (Prorrogação de prazo)
Parágrafo único. Para fins do sem a devida autorização ou com
cumprimento do disposto no caput deste inobservância das normas de segurança;
artigo, o proprietário de arma de fogo
poderá obter, no Departamento de Polícia II – à empresa de produção ou comércio
Federal, certificado de registro provisório, de armamentos que realize publicidade
expedido na forma do § 4o do art. 5o desta para venda, estimulando o uso
Lei. (Incluído pela Lei nº 11.706, de indiscriminado de armas de fogo, exceto
2008) nas publicações especializadas.

Art. 31. Os possuidores e proprietários Art. 34. Os promotores de eventos em


de armas de fogo adquiridas regularmente locais fechados, com aglomeração superior
poderão, a qualquer tempo, entregá-las à a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob
Polícia Federal, mediante recibo e pena de responsabilidade, as providências
indenização, nos termos do regulamento necessárias para evitar o ingresso de
desta Lei. pessoas armadas, ressalvados os eventos
garantidos pelo inciso VI do art. 5o da
Art. 32. Os possuidores e proprietários
Constituição Federal.
de arma de fogo poderão entregá-la,
espontaneamente, mediante recibo, e,
Parágrafo único. As empresas
presumindo-se de boa-fé, serão
responsáveis pela prestação dos serviços de
indenizados, na forma do regulamento,
transporte internacional e interestadual de
ficando extinta a punibilidade de eventual
passageiros adotarão as providências
posse irregular da referida
necessárias para evitar o embarque de
arma. (Redação dada pela Lei nº
passageiros armados.
11.706, de 2008)

Parágrafo único. (Revogado pela Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de


Lei nº 11.706, de 2008) registros balísticos serão armazenados no
Banco Nacional de Perfis
Art. 33. Será aplicada multa de R$ Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 2019)
(trezentos mil reais), conforme especificar o
regulamento desta Lei: § 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos
tem como objetivo cadastrar armas de fogo
I – à empresa de transporte aéreo,
e armazenar características de classe e
rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou
individualizadoras de projéteis e de estojos
lacustre que deliberadamente, por
de munição deflagrados por arma de
qualquer meio, faça, promova, facilite ou
fogo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
permita o transporte de arma ou munição
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos território nacional, salvo para as entidades
será constituído pelos registros de previstas no art. 6o desta Lei.
elementos de munição deflagrados por
§ 1o Este dispositivo, para entrar em
armas de fogo relacionados a crimes, para
vigor, dependerá de aprovação mediante
subsidiar ações destinadas às apurações
referendo popular, a ser realizado em
criminais federais, estaduais e
outubro de 2005.
distritais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) § 2o Em caso de aprovação do
referendo popular, o disposto neste artigo
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos
entrará em vigor na data de publicação de
será gerido pela unidade oficial de perícia
seu resultado pelo Tribunal Superior
criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
Eleitoral.
2019)
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional
de fevereiro de 1997.
de Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e
aquele que permitir ou promover sua
utilização para fins diversos dos previstos
nesta Lei ou em decisão judicial responderá
civil, penal e
administrativamente. (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)

§ 5º É vedada a comercialização, total ou


parcial, da base de dados do Banco
Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao


Banco Nacional de Perfis Balísticos serão
regulamentados em ato do Poder Executivo
federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. É proibida a comercialização de


arma de fogo e munição em todo o

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