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DIREITO PENAL P/CURSO
SUPERIOR SEQUENCIAL
Prof. Ismael Souto

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LEI PENAL NO TEMPO
Prof. Ismael Souto

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Anterioridade da Lei
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Lei penal no tempo


Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude
dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores,
ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 1984)

Tempo do crime
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento
do resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Tempo do crime
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro
seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)


Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no
todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
L U T A
U B E T
I I
G Q M V
A U P I
R I O D
D A
A D
D E
E
TEMPO DO CRIME
- Quando no tempo um crime se considera praticado? No
tocante ao tempo do crime, existem três teorias que discutem
a respeito de qual seria o tempo considerado para a pratico
do delito.

1.Teoria da Atividade;
2.Teoria do Resultado;
3.Teoria Mista/Ubiquidade.
SUCESSÃO DE LEIS PENAIS NO TEMPO
Regra: irretroatividade da lei penal (art. 1º do CP).
Exceção: retroatividade benéfica da lei penal (art. 2º, parágrafo único do CP).

 Abolitio criminis – art. 2º CP (≠ Continuidade normativo-típica)


 Novatio legis in pejus (Lei Nova Incriminadora) - art. 2, parágrafo único –
irretroativa.
 Novatio legis in melius (Lei nova mais benéfica) – aplica-se
independentemente de qualquer situação.
2.3.6 - Princípio da continuidade normativo-típica
O princípio da continuidade normativa, também conhecido como princípio da continuidade
típico-normativa, pois o fato subsiste criminoso, embora disciplinado em tipo penal
diverso.
Atentado Violento ao Pudor (Revogado ESTUPRO (Redação anterior à Lei nº ESTUPRO (Redação dada pela Lei nº
pela Lei nº12.015, de 2009) 12.015/09) 12.015/09)

Art. 214 - Constranger alguém, Art. 213 - Constranger mulher à Art. 213. Constranger alguém,
mediante violência ou grave ameaça, a conjunção carnal, mediante violência mediante violência ou grave ameaça, a
praticar ou permitir que com ele se ou grave ameaça: ter conjunção carnal ou a praticar ou
pratique ato libidinoso diverso da permitir que com ele se pratique outro
conjunção carnal: Pena - reclusão, de três a oito anos. ato libidinoso:

Pena - reclusão de dois a sete anos Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez)


anos.
SUCESSÃO DE LEI MAIS GRAVE NO CRIME
CONTINUADO E NO CRIME PERMANENTE
Súmula nº 711 do STF, “a lei penal mais grave
aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior a
cessação da continuidade ou da permanência”.
LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA
Art. 3º, CP – “A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que determinaram,
aplica-se ao fato praticado durante a vigência”.

- Lei temporária: tempo/prazo determinado;


- Lei excepcional : evento transitório (guerra, calamidade pública).

 são autorrevogáveis
 possuem ultratividade
LEI PENAL NO ESPAÇO
Prof. Ismael Souto

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Territorialidade
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 1984)

§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional


as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
1984)

§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de


aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas
em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas
em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
EXTRATERRITORIALIDADE INCONCIDICIONADA EXTRATERRITORIALIDADE INCONCIDICIONADA
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro: § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo
a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no
I - os crimes: estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da
República; (Princípio da Proteção ou Defesa Real)

b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito


Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação
instituída pelo Poder Público; (Princípio da Proteção ou
Defesa Real)

c) contra a administração pública, por quem está a seu


serviço; (Princípio da Proteção ou Defesa Real)

d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado


no Brasil; (Princípio da Justiça Universal)
FORA DO CÓDIGO PENAL, EXISTE HIPÓTESE DE
EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL BRASILEIRA?
EXTRATERRITORIALIDADE INCONCIDICIONADA
Lei 9.455/97 – Lei de Tortura
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando
o crime não tenha sido cometido em território
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-
se o agente em local sob jurisdição brasileira.
EXTRATERRITORIALIDADE CONCIDICIONADA EXTRATERRITORIALIDADE CONCIDICIONADA
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira
cometidos no estrangeiro: depende do concurso das seguintes condições: (Incluído
II - os crimes: pela Lei nº 7.209, de 1984)
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se a) entrar o agente no território nacional; (Incluído
obrigou a reprimir; (Princípio da Justiça Universal) pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi
b) praticados por brasileiro; (Princípio da praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Nacionalidade ativa) c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a
c) praticados em aeronaves ou embarcações lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, 7.209, de 1984)
quando em território estrangeiro e aí não sejam d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro
julgados. (Princípio da Representação, Pavilhão ou ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº
Substituição da Baneira) 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro
ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade,
segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 1984)
EXTRATERRITORIALIDADE EXTRATERRITORIALIDADE CONCIDICIONADA
HIPERCONCIDICIONADA
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, depende do concurso das seguintes condições: (Incluído
embora cometidos no estrangeiro: pela Lei nº 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído
§ 3º - A lei brasileira aplica-se pela Lei nº 7.209, de 1984)
também ao crime cometido por b) ser o fato punível também no país em que foi
estrangeiro contra brasileiro fora do praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Brasil,se, reunidas as condições c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a
previstas no parágrafo anterior: lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº
a) não foi pedida ou foi negada a 7.209, de 1984)
extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro
b) houve requisição do Ministro da ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº
Justiça. 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro
(PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade,
PASSIVA) segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 1984)
Sabendo que um fato punível pode, eventualmente, atingir os
interesses de dois ou mais Estados igualmente soberanos, o
estudo da lei penal no espaço visa:

• Descobrir qual é o âmbito territorial de


aplicação da lei penal brasileira.

• De que forma o Brasil se relaciona com


outros países em matéria penal.
Qual o critério utilizado no Brasil para aplicação da lei penal?

• Como regra o Princípio da Territorialidade – art. 5º do CP.

No entanto, trata-se da territorialidade absoluta ou relativa?

Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções,


tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no
território nacional.
Consequência Prática:

1ª situação: local do crime (Brasil), lei a ser aplicada (brasileira) –


princípio da territorialidade
2ª situação: local do crime (Brasil), lei a ser aplicada
(estrangeira) – intraterritorialidade
3ª situação: local do crime (estrangeiro), lei a ser aplicada
(brasileira) – principio da extraterritorialidade
Se a lei brasileira está delimitada pelo território nacional, o que
seria território nacional?

ESPAÇO ESPAÇO
FÍSICO JURÍDICO
Conclusão do art. 5º, §§ 1º e 2º do CP

I - Quando os navios ou aeronaves brasileiros forem públicos, ou


estiverem a serviço do governo brasileiro, quer se encontrem no
território nacional ou estrangeiro, são considerados parte do nosso
território.
II - Quando os navios ou aeronaves forem privados, quando em
alto-mar ou espaço aéreo correspondente, seguem a lei da
bandeira que ostentam. Em alto-mar nenhum país exerce
soberania.
III - Quando os navios ou aeronaves forem públicos estrangeiros,
não são considerados partes de nosso território brasileiro.
Contagem de prazo
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.
Frações não computáveis da pena
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e
nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de
multa, as frações de cruzeiro.
Legislação especial
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos
incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo
diverso.
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME
Prof. Ismael Souto

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Conceito analítico de crime:

Crime

Fato Típico Ilicitude Culpabilidade


ELEMENTOS DO CRIME
Fato Típico Ilicitude Culpabilidade
Conduta Legítima defesa Imputabilidade

Resultado Estado de necessidade Potencial consciência da


ilicitude
Nexo Causal Estrito cumprimento do
dever legal Exigibilidade de conduta
Tipicidade diversa
Exercício regular de direito
Conceito Analítico de Crime:

1º corrente: Tripartido - É um fato típico + antijurídico + culpável.


(Prevalece)

2º corrente: Bipartido - Fato (formalmente) típico + antijurídico.

A culpabilidade está fora do crime, seria um é pressuposto da


pena e juízo de reprovação do agente. Não fazendo parte do fato
em si.
Fato Típico

• Conceito

• Elementos

• Causas excludentes de tipicidade


ITER CRIMINIS
O crime passa por quatro fases:
1ª) cogitação;

2 ª) preparação;

3 ª) execução;

4 ª) consumação.

A primeira constitui a fase interna e as demais a fase externa. Alguns autores ainda
acrescentam uma quinta fase, que seria a do exaurimento.
Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
legal; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à
vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Pena de tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.(Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede
que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Arrependimento posterior (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano
ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do
agente, a pena será reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Crime impossível (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.(Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
TENTATIVA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA/ ARREPENDIMENTO REPRARAÇÃO DO DANO NO
ARREPENDIMENTO EFICAZ POSTERIOR PECULATO CULPOSO
Art. 14, Parágrafo único - Art. 15 - O agente que, Art. 16 - Nos crimes Art. 312, § 3º - No caso do
Salvo disposição em voluntariamente, desiste de cometidos sem violência ou parágrafo anterior, a
contrário, pune-se a tentativa prosseguir na execução ou grave ameaça à pessoa, reparação do dano, se
com a pena correspondente impede que o resultado se reparado o dano ou restituída precede à sentença
ao crime consumado, produza, só responde pelos a coisa, até o recebimento da irrecorrível, extingue a
diminuída de um a dois atos já praticados. denúncia ou da queixa, por punibilidade; se lhe é
terços. ato voluntário do agente, a posterior, reduz de metade a
pena será reduzida de um a pena imposta.
dois terços.

SEM CONSUMAÇÃO SEM CONSUMAÇÃO CRIME CONSUMADO CRIME CONSUMADO


DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA TENTATIVA
O agente diz: “posso O agente diz: “quero
prosseguir, mas não prosseguir, mas não
quero” posso”.
Tentativa
Elementos

1) Dolo voltado para a consumação do delito


2) Prática de atos executórios (início da execução)
3) Ausência de consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente
4) Resultado possível
Espécies de Tentativa
Tentativa vermelha ou cruenta
O objeto material do delito é atingido pela conduta do agente. A vítima é atingida.

Tentativa branca ou incruenta


O objeto material do delito não chega a ser atingido pela conduta do agente. A vítima não é
atingida.
Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Arrependimento posterior (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena
será reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Crime impossível (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
INFRAÇÕES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA
Contravenções Penais
Culposos
Habituais
Unissubsistentes
Preterdolosos
Atentado
Omissivos Próprios
DOLO
Conceito: É a vontade consciente de praticar (ou aceitar praticar) a conduta delituosa. O dolo
pode ser definido pela seguinte fórmula:

Dolo = Vontade + Consciência

Art. 18 - Diz-se o crime:


Crime doloso
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
DOLO DIRETO (Teoria da Vontade) DOLO EVENTUAL (Teoria do
Consentimento)
O agente quis produzir o resultado O agente assume o risco de produzir o
delituoso. resultado delituoso previsto
ESPÉCIES DE DOLO:
A doutrina classifica o dolo de várias formas, conforme veremos a seguir.

DOLO DIRETO
Configura-se quando o agente PREVÊ UM RESULTADO, dirigindo sua conduta na busca de realizar esse evento.

Ex: Tício, com a finalidade de matar Mévio, efetua 6 disparos de arma de fogo contra a vítima, causando a sua
morte.

 DOLO DIRETO DE 1º GRAU

 DOLO DIRETO DE 2º GRAU


DOLO INDIRETO/INDETERMINADO:
O agente, com a sua conduta, não busca resultado certo e determinado. Essa espécie de dolo se subdivide em:

DOLO ALTERNATIVO:
O agente prevê uma pluralidade de resultados, dirigindo sua conduta para realizar qualquer deles. No dolo
alternativo, o agente tem a mesma intensidade de vontade de realizar os resultados previstos. Este dolo
alternativo pode ser:

objetivo;

subjetivo:

DOLO EVENTUAL: o agente não quer o resultado, por ele previsto, mas assume o risco de produzi-lo.
DOLO DE 2º GRAU DOLO EVENTUAL

Felipe Melo quer explodir o avião para Atirar contra um motociclista em


matar o piloto movimento para matá-lo, mas ele dava
carona a sua namorada.

A morte de todos os tripulantes é A morte de sua carona não é certa e


inevitável, certa. necessária
CULPA

Art. 18 - Diz-se o crime:


(...)
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,
negligência ou imperícia.

Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por
fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
CULPA
Ocorre quando o agente pratica uma conduta voluntária, atingindo um resultado delituoso
involuntário, que lhe era previsível (ou excepcionalmente previsto), e que podia ser evitado
com as cautelas necessárias.

Na conduta culposa, ao contrário da dolosa, o agente não pretende produzir o resultado


criminoso. Seu comportamento se dirige a um fim lícito (permitido pelo direito), mas acaba,
por acidente, produzindo um resultado ilícito.

Ex: Cidadão que, pretendendo não se atrasar para uma consulta médica (resultado
pretendido), emprega velocidade excessiva em seu automóvel e acaba atropelando um
pedestre, causando-lhe lesões corporais (resultado não pretendido).
ELEMENTOS DA CULPA:
1 – Comportamento humano voluntário
2 – Resultado delituoso involuntário
3 – Nexo causal entre o resultado e a conduta
4 – Violação de um dever de cuidado objetivo
*Imprudência,
*Negligência, e
*Imperícia
5 – Previsibilidade do resultado delituoso involuntário
6 – Tipicidade
Ilicitude

• Conceito

• Causas excludentes de ilicitude


CAUSAS GENÉRICAS CAUSAS ESPECÍFICAS CAUSA SUPRALEGAL
Art. 23 - Não há crime quando o a) Aborto para salvar a vida da Consentimento do Ofendido
agente pratica o fato: gestante ou quando a gravidez
I - em Estado de necessidade; resulta de estupro – art. 128, I e • O CONSENTIMENTO
II - em Legítima defesa; II; DEVE SER VÁLIDO
III - em Estrito cumprimento de • Consentimento tem que
dever legal ou no Exercício b) Injúria e difamação, quando a ser anterior ou simultâneo ao
regular de direito. ofensa é irrogada em juízo na ato
discussão da causa, na opinião
desfavorável da crítica artística,
literária ou científica e no
conceito emitido por
funcionário público em
informação prestada no
desempenho de suas funções;
Culpabilidade

• Conceito

• Elementos

• Causas excludentes de culpabilidade


Excesso nas Justificantes - (art. 23, parágrafo único do CP)
A doutrina traz algumas classificações de excesso:
Excesso crasso ocorre quando o agente desde o princípio já atua
completamente fora dos limites legais.
Ex.: matar criança que subtrai laranja
Excesso extensivo (excesso na causa) Ocorre quando o agente reage antes da efetiva agressão
futura, porém esperada. Não exclui a ilicitude, podendo,
conforme o caso, excluir a culpabilidade (hipótese de
inexigibilidade de conduta diversa).
Excesso intensivo ocorre quando o agente, que inicialmente agia dentro do
direito, diante de uma situação fática agressiva, intensifica
a reação justificada e ultrapassa os limites permitidos (de
reação moderada, passa para a imoderada).

Excesso acidental ocorre quando o agente, ao reagir moderadamente, por


força de acidente, causa lesão além da reação moderada
(caso fortuito ou força maior).
Exclusão de ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito.

Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo,
responderá pelo excesso doloso ou culposo.
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito
próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o
perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços.

Legítima defesa
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se
também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de
agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes.
CRIME TENTADO

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 Natureza Jurídica da Tentativa

 Elementos da Tentativa
FORMAS DE TENTATIVA

1) Quanto ao Iter Criminis percorrido:

 TENTATIVA PERFEITA ou ACABADA (CRIME FALHO)

 TENTATIVA IMPERFEITA ou INACABADA


2) Quanto ao Resultado produzido na Vítima:

 TENTATIVA CRUENTA ou VERMELHA

 TENTATIVA INCRUENTA ou BRANCA


3) Quanto à Possibilidade de Alcançar o Resultado:

 TENTATIVA IDÔNEA

 TENTATIVA INIDÔNIA (CRIME IMPOSSÍVEL, QUASE


CRIME ou CRIME OCO)
INFRAÇÕES PENAIS QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA:

1)Crime CULPOSO
2)Crime PRETERDOLOSO
3)CONTRAVENÇÃO PENAL
4)Crime de ATENTADO
5)Crime HABITUAL
6)Crimes que só são puníveis quando há uma determinado
RESULTADO
7)Crime UNISSUBSISTENTE
Formas de Tentativa Qualificada ou abandonada

Previsão Legal: Art. 15 CP

Espécies: Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz


TENTATIVA SIMPLES DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA

Início da Execução: não consumação por Início da Execução: não consumação por
circunstâncias ALHEIAS à vontade do gente circunstâncias INERENTES à vontade do
agente (por isso é uma espécie de tentativa
ABANDONADA.
O agente quer prosseguir, mas não pode. O agente pode prosseguir, mas não quer, ele
abandona o intento criminoso.
Consequências: responde por tentativa Consequências: o agente não responde pela
com pena reduzida de 1/3 a 2/3 tentativa, mas apenas pelos atos já
praticados.
Ex.: Fulano furta, pula o muro e entra na Ex.: Fulano furta, pula o muro e entra na
casa, mas é impedido de subtrair o veículo, casa, mas abandona o intento criminoso,
responde por tentativa de furto. responde por violação de domicílio.
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA ARREPENDIMENTO EFICAZ

Início da Execução: Não consumação Início da Execução: não consumação


por circunstâncias INERENTES à vontade por circunstâncias INERENTES à vontade
do agente (por isso é uma espécie de do agente (por isso é uma espécie de
tentativa ABANDONADA). tentativa ABANDONADA).

Consequências: o agente não responde Consequências: o agente não responde


pela tentativa, mas apenas pelos atos já pela tentativa, mas apenas pelos atos já
praticados. praticados.
DIFERENÇA entre o ARREPENDIMENTO EFICAZ e a DESISTÊNCIA
VOLUNTÁRIA?

Obs: Na Desistência Voluntária não se esgotam os meios de execução. No


Arrependimento Eficaz esgotam-se os meios de execução.

ATENÇÃO!!!
Arrependimento Eficaz só é possível em crimes materiais, não é
possível em crimes formais e de mera conduta, pois neste últimos os
crimes já estão consumados, não consegue-se evitar a consumação
(Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120) – vol. 1 / Cleber Masson. – 13. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2019).
CRIME CONSUMADO
Prof. Ismael Souto

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CONSUMAÇÃO

Instante da composição plena do fato criminoso.

Art. 14 - Diz-se o crime:


Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os
elementos de sua definição legal;
Considera-se crime consumado a realização do tipo penal por
inteiro, nele encerrando o iter criminis.

Cuidado com a Súmula 610 do STF – críticas à consumação do


latrocínio.
Súmula 610
Há crime de latrocínio, quando o homicídio se
consuma, ainda que não realize o agente a
subtração de bens da vítima.
CLASSIFICAÇÃO DO CRIME QUANTO AO MOMENTO CONSUMATIVO:

1) CRIME MATERIAL: Ex: Art 121, CP.

2)CRIME FORMAL (ou CRIME DE CONSUMAÇÃO ANTECIPADA):


Ex: Art 158, CP – Extorsão - Súm 96 do STJ

3) CRIME DE MERA CONDUTA: Ex: 150, CP – Violação de


Domicílio.
CONCURSO DE PESSOAS
Prof. Ismael Souto

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• CONCEITO:

• CLASSIFICAÇÃO do crime quanto ao concurso de pessoas:

a) Monossubjetivo

b) Plurissubjetivo
• PERSONAGENS DO DELITO:

a) Autor

b) Coautor

c) Partícipe
REQUISITOS
Pluralidade de conduta e agentes
Relevância casual das condutas
Liame Subjetivo entre os agentes
Identidade de infrações

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para
o crime incide nas penas a este cominadas, na Teoria Monista
medida de sua culpabilidade.

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a


pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de
crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste;
essa pena será aumentada até metade, na hipótese Exceção
de ter sido previsível o resultado mais grave. Teoria Monista
ATENÇÃO:

• Autoria Mediata

• Autoria Colateral
CRIMES CONTRA A PESSOA
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ESPÉCIES DE HOMICÍDIO

SIMPLES PRIVILEGIADO QUALIFICADO CULPOSO MAJORADO


(art. 121, caput) (art. 121, § 1º) (art. 121, § 2º) (art. 121, § 3º) (art. 121, § 4º,§6ºe §7º)

Pode admitir
perdão judicial
• Motivo de relevante valor social; (Art. 121 § 5º)

• Motivo de relevante valor moral;


• Sob o domínio de violenta emoção, logo
em seguida a injusta provação da vítima
↓ 1/6 a 1/3
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Caso de diminuição de pena (HOMICÍDIO PRIVILEGIADO)
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor
social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
ATENÇÃO
 Influência de violenta emoção: Atenuante > Homicídio simples (art. 65, III, “c”)

 Domínio de violenta emoção: Diminuição > Homicídio privilegiado


Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou
cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou
torne impossivel a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Homicídio qualificado
Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104,
de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de
2015)
VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)
Homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos (Incluído pela Lei nº 14.344, de
2022) Vigência
IX - contra menor de 14 (quatorze) anos: (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime
envolve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104,
de 2015)

§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada


de: (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença
que implique o aumento de sua vulnerabilidade; (Incluído pela Lei nº 14.344, de
2022) Vigência
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão,
cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por
qualquer outro título tiver autoridade sobre ela. (Incluído pela Lei nº 14.344, de
2022) Vigência
PRIVILÉGIOS, Art. 121, §1º QUALIFICADORAS, Art. 121, §2º
Motivo de relevante valor social (subjetivo) Motivo torpe (subjetiva)

Motivo de relevante valor moral (subjetivo) Motivo Fútil (subjetiva)

Meio cruel ou insidioso (objetiva)


Meio que dificulta ou impede a defesa (objetiva)

Conexão (subjetiva)
Feminicídio (OBJETIVA)
Domínio de violenta emoção (subjetivo)
Agentes de segurança pública (subjetiva)

Emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido

contra menor de 14 (quatorze) anos


Matar, sob a influência do estado puerperal, o
próprio filho, durante o parto ou logo após. Bem Jurídico é a Vida Extrauterina

Legislador criou nova figura


típica
CONCEITO Forma Privilegiada de homicídio
Pena sensivelmente menor
INFANTICÍDIO Crime bipróprio
CLASSIFICAÇÃO Crime material e instantâneo
(ART. 123)
Crime unissubjetivo (em regra)
Sujeito ativo próprio
Não se admite culpa
Sujeito passivo próprio
Admite-se a tentativa ESTRUTURA DO TIPO
Elemento cronológico
Elemento Psíquico
PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM SEU
CONSENTIMENTO (ART. 124)

PROVOCADO POR TERCEIRO SEM O


CONSENTIMENTO DA GESTANTE (ART. 125)
ABORTO
PROVOCADO POR TERCEIRO COM O
CONSENTIMENTO DA GESTANTE (ART. 126)

NA FORMA QUALIFICADA (ART. 127)

LEGAL OU PERMITITDO (ART. 128, I E II)


Necessário ou Caso de Gravidez Resultante de Estupro
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
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SIMPLES (ART. 155)

MARJORADO OU CIRCUNSTANCIADO (art. 155, § 1º) É o proprietário, possuidor ou


mero detentor da coisa.

FURTO PRIVILEGIADO OU MÍNIMO (art. 155, § 2º)

CLÁUSULA DE EQUIPARAÇÃO (art. 155, § 3º)

QUALIFICADO (art. 155, §§ 4º, 4º-A, 5º, 6º e 7º)


Qualquer pessoa, salvo o proprietário, possuidor ou detentor da coisa. Veja-se,
porém, que na figura qualificada relativa ao abuso de confiança a lei prevê um
crime próprio ou especial, pois somente pode ser praticado pela pessoa em quem a
vítima depositava uma especial confiança.
Súmula n.º 567 - STJ:
“Sistema de vigilância realizado por monitoramento
eletrônico ou por existência de segurança no interior de
estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível
a configuração do crime de furto”.

Súmula n.º 511:


“É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2.ᵒ
do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado,
FURTO se estiverem presentes a primariedade do agente, o
pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem
objetiva”.

Funcionário Público que subtrai → Peculato Impróprio

Famulato → o furto cometido por pessoas que têm a detenção


da coisa alheia móvel, especialmente os empregados
domésticos, razão pela qual este crime é também rotulado de
furto doméstico.
SIMPLES (ART. 157) É o proprietário,
possuidor ou
mero detentor
da coisa, bem
IMPRÓPRIO (art. 157, § 1º) como a pessoa
contra quem se
ROUBO dirige a violência
ou grave
MARJORADO OU CIRCUNSTANCIADO (art. 157, §§ 2º, ameaça.
2º-A, 2º-b)

QUALIFICADO (art. 155, §§ 4º, 4º-A, 5º, 6º e 7º)


Qualquer pessoa, salvo o proprietário, possuidor ou detentor da
coisa. Se o proprietário rouba coisa sua em poder de outrem,
pratica exercício arbitrário das próprias razões.
ESTELIONATO

Alteração da natureza da ação penal


Art.171..........................................................................................................

§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a


vítima for:

I - a Administração Pública, direta ou


indireta;
II - criança ou adolescente;
III - pessoa com deficiência mental; ou
IV- maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.”
Inclusão do §5º ao art. 171 do CP.
Estelionato passa a ser, como regra, crime de ação penal pública
CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO.

Todavia, a ação penal pública CONTINUARÁ incondicionada se a vítima for:


a) Administração Pública (direta ou indireta)
b) Criança ou adolescente
c) Pessoa com deficiência mental
d) Maior de 70 (setenta) anos de idade
e) Incapaz ***
Estelionato contra o idoso
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em
prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro,
mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil
réis a dez
contos de réis.
...

§ 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra


idoso.
Observação Importante:

• Aplicação da majorante (§4º) basta que a vítima tenha


60 anos ou mais.

a vítima deve ter mais


• Ação penal pública incondicionada
de 70 anos de idade
CRIMES CONTRA A ADM. PÚBLICA
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01) INTRODUÇÃO
A) SUBDIVISÃO DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O Código Penal subdivide o seu Título XI (Crimes contra a administração pública) em alguns capítulos, dentre
eles:

CAPÍTULO I - DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

CAPÍTULO II - DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

B) BENS JURÍDICOS TUTELADOS


Os crimes contra a Administração Pública são tipos penais que tutelam a Administração Pública e a moralidade
administrativa.
# Princípio da insignificância nos Crimes contra a Administração Pública
Súmula 599, STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a Administração Pública.
(STJ. Corte Especial. Aprovada em 20/11/2017.)

Crime de Descaminho: o STF e o STJ têm aplicado ao crime de DESCAMINHO quando o débito
tributário não for maior do que R$ 20.000,00.
STJ STF
Na jurisprudência do STJ é pacífico que, Na jurisprudência do STF encontram-se alguns
EM REGRA, é inaplicável o princípio da julgados reconhecendo a aplicação do princípio
insignificância aos crimes contra a da insignificância em relação ao crime de
administração pública, pois a punição do PECULATO (HC 112388/SP, caso de carcereiro
agente, nesse caso, tem o propósito de que subtraiu farol de milha de motocicleta
resguardar não apenas o aspecto apreendida avaliado em 13 reais).
patrimonial, mas, principalmente, a moral
administrativa (RHC 51356 / SC, 5ª Turma,
Rel. Min. Félix Fisher, DJe 18/02/2015)
C) CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO
Art. 327,CP - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

D) FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS POR EQUIPARAÇÃO


Art. 327. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em
entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.

Importante! A equiparação prevista nesse dispositivo se restringe aos casos em que o agente
é sujeito ativo do delito, ou seja, aos crimes funcionais, não se estendendo a equiparação nos
casos em que o funcionário público é sujeito passivo do delito.
Ex.: Pessoa equiparada a funcionário público não pode ser vítima de desacato
As pessoas equiparadas a funcionários públicos para fins de responsabilização pelos crimes
funcionais são as seguintes:

01) As que exercem cargos, empregos ou funções em entidades paraestatais.

02) As pessoas que trabalham para empresa prestadora de serviço contratada ou


conveniada para execução de atividade típica da Administração Pública.
Ex.: concessionárias de rodovias.

Obs.: Os empregados das empresas contratadas para os serviços de limpeza, de alimentação


e de vigilância de órgãos e entidades da Administração Pública não são equiparados a
funcionários públicos para fins penais, por não serem tais atividades consideradas como
típicas da Administração Pública.
E) CAUSA GERAL DE AUMENTO DE PENA NOS CRIMES FUNCIONAIS
CP. Art. 327. § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos
neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de
órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída
pelo poder público.
A pena será aumentada de 1/3, se o autor do crime funcional for ocupante de cargo em comissão ou
de função de direção ou assessoramento em:

 Órgão da Administração Direta;


 Os crimes funcionais praticados por ocupantes de cargos eletivos, por serem considerados
cargos de direção na Administração Pública Direta, geram o aumento de pena previsto neste
dispositivo (STF, Inq. 1769 – Jader Barbalho – Ex-Governador do Paraná).
 Sociedade de Economia Mista;
 Empresa Pública; ou
 Fundação Pública.
F) CONCURSO DE PESSOAS NOS CRIMES FUNCIONAIS

# É possível que particular responda por um crime funcional?


SIM! Desde que pratique o crime em concurso com um funcionário público e que saibam da condição
de funcionário público do agente.

Art.30, CP - As condições e circunstâncias de caráter pessoal não se comunicam, salvo quando


elementares do delito

Elementares são dados essenciais da figura típica, cuja ausência pode produzir uma atipicidade
absoluta ou relativa.
G) CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES FUNCIONAIS
Vimos que os crimes funcionais são crimes próprios, pois para sua caracterização se exige uma
qualidade especial do sujeito ativo, qual seja, a qualidade de funcionário público. Assim, se o sujeito
ativo do delito não for funcionário público não haverá crime funcional. Isso não quer dizer, no entanto,
que não haverá crime algum. Há certas condutas tipificadas como crimes funcionais em que a
ausência da qualidade de funcionário público não torna o fato atípico, pois há previsão em outro tipo
penal. De acordo com a existência ou não de delito diante da ausência da condição de funcionário
público, a doutrina classifica os crimes funcionais em duas espécies:
Crimes funcionais próprios (puros ou Crimes funcionais impróprios (impuros
propriamente ditos) ou impropriamente ditos)
São aqueles em que a conduta se São aqueles em que a conduta não se
torna atípica se estiver ausente a torna atípica diante da ausência da
qualidade de funcionário público. qualidade de funcionário público, pois
Atipicidade absoluta! restará caracterizado outro delito.
Atipicidade relativa!
Ex.: Prevaricação (art. 319, CP)
Ex.: Peculato-furto
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