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762.114.603-68
João Gonçalves Mendes Neto
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quer que se encontrem, bem como as aeronaves e
as embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, que se achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente
ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos
crimes praticados a bordo de aeronaves ou
TÍTULO I embarcações estrangeiras de propriedade privada,
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL achando-se aquelas em pouso no território nacional
ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e
Anterioridade da Lei estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o Lugar do crime
defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Art. 6º - Considera-se praticado o crime no
Lei penal no tempo lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo
ou em parte, bem como onde se produziu ou
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que deveria produzir-se o resultado.
lei posterior deixa de considerar crime, cessando
em virtude dela a execução e os efeitos penais da Extraterritorialidade
sentença condenatória. Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora
Parágrafo único - A lei posterior, que de cometidos no estrangeiro:
qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos I - os crimes:
fatos anteriores, ainda que decididos por sentença
condenatória transitada em julgado. a) contra a vida ou a liberdade do Presidente
João Gonçalves Mendes Neto
da República;
STF: Súmula 611 - Transitada em julgado a sentença
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condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação b) contra o patrimônio ou a fé pública da União,
de lei mais benigna. 762.114.603-68
do Distrito Federal, de Estado, de Território, de
Lei excepcional ou temporária Município, de empresa pública, sociedade de
economia mista, autarquia ou fundação instituída
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, pelo Poder Público;
embora decorrido o período de sua duração ou
c) contra a administração pública, por quem
cessadas as circunstâncias que a determinaram,
está a seu serviço;
aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro
Tempo do crime
ou domiciliado no Brasil;
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no II - os crimes:
momento da ação ou omissão, ainda que outro seja
o momento do resultado. a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se
obrigou a reprimir;
STF: Súmula 711 - A lei penal mais grave aplica-se ao
crime continuado ou ao crime permanente, se a sua b) praticados por brasileiro;
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da
permanência. c) praticados em aeronaves ou embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
Territorialidade quando em território estrangeiro e aí não sejam
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo julgados.
de convenções, tratados e regras de direito § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido
internacional, ao crime cometido no território segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou
nacional. condenado no estrangeiro.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei
como extensão do território nacional as brasileira depende do concurso das seguintes
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza condições:
pública ou a serviço do governo brasileiro onde
a) entrar o agente no território nacional;
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b) ser o fato punível também no país em que Frações não computáveis da pena
foi praticado;
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações
quais a lei brasileira autoriza a extradição; de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.
d) não ter sido o agente absolvido no Legislação especial
estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
Art. 12 - As regras gerais deste Código
e) não ter sido o agente perdoado no
aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial,
estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a
se esta não dispuser de modo diverso.
punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do TÍTULO II
Brasil, se, reunidas as condições previstas no DO CRIME
parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; Relação de causalidade
b) houve requisição do Ministro da Justiça. Art. 13 - O resultado, de que depende a
Pena cumprida no estrangeiro existência do crime, somente é imputável a quem
lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, Superveniência de causa independente
quando diversas, ou nela é computada, quando
idênticas. § 1º - A superveniência de causa relativamente
independente exclui a imputação quando, por si só,
Eficácia de sentença estrangeira produziuNeto
João Gonçalves Mendes o resultado; os fatos anteriores,
entretanto,
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Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a imputam-se a quem os praticou.
aplicação da lei brasileira produz na espécie as 762.114.603-68Relevância da omissão
mesmas consequências, pode ser homologada no
§ 2º - A omissão é penalmente relevante
Brasil para:
quando o omitente devia e podia agir para evitar o
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a resultado. O dever de agir incumbe a quem:
restituições e a outros efeitos civis;
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção
II - sujeitá-lo a medida de segurança. ou vigilância;
Parágrafo único - A homologação depende: b) de outra forma, assumiu a responsabilidade
a) para os efeitos previstos no inciso I, de de impedir o resultado;
pedido da parte interessada; c) com seu comportamento anterior, criou o
b) para os outros efeitos, da existência de risco da ocorrência do resultado.
tratado de extradição com o país de cuja autoridade Art. 14 - Diz-se o crime:
judiciária emanou a sentença, ou, na falta de
tratado, de requisição do Ministro da Justiça. Crime consumado
Compete ao STJ processar e julgar, originariamente, a I - consumado, quando nele se reúnem todos
homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de
os elementos de sua definição legal;
exequatur às cartas rogatórias. Tentativa
Contagem de prazo II - tentado, quando, iniciada a execução, não
se consuma por circunstâncias alheias à vontade
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no do agente.
cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e
os anos pelo calendário comum. Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em
contrário, pune-se a tentativa com a pena
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correspondente ao crime consumado, diminuída de § 1º - É isento de pena quem, por erro
um a dois terços. plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe
Desistência voluntária e arrependimento situação de fato que, se existisse, tornaria a ação
eficaz legítima. Não há isenção de pena quando o erro
deriva de culpa e o fato é punível como crime
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, culposo.
desiste de prosseguir na execução ou impede que Erro determinado por terceiro
o resultado se produza, só responde pelos atos já
praticados. § 2º - Responde pelo crime o terceiro que
determina o erro.
Arrependimento posterior
Erro sobre a pessoa
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o
ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
crime é praticado não isenta de pena. Não se
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia
consideram, neste caso, as condições ou
ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena
qualidades da vítima, senão as da pessoa contra
será reduzida de um a dois terços.
quem o agente queria praticar o crime.
Crime impossível
Erro sobre a ilicitude do fato
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por
Art. 21 - O desconhecimento da lei é
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá
o crime.
diminuí-la de um sexto a um terço.
STF: Súmula 145 - Não há crime, quando a preparação do
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. Parágrafo único - Considera-se evitável o erro
STJ: Súmula 567 - Sistema de vigilânciaJoão Gonçalves
realizado por
se o
Mendes agente atua ou se omite sem a consciência da
Neto
ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas
monitoramento eletrônico ou por existênciajnetomarketing789@gmail.com
de segurança
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
no interior de estabelecimento comercial, por si só,762.114.603-68
não
torna impossível a configuração do crime de furto.
Coação irresistível e obediência hierárquica
Art. 18 - Diz-se o crime:
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação
Crime doloso irresistível ou em estrita obediência a ordem, não
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é
assumiu o risco de produzi-lo; punível o autor da coação ou da ordem.
Crime culposo Exclusão de ilicitude
II - culposo, quando o agente deu causa ao Art. 23 - Não há crime quando o agente
resultado por imprudência, negligência ou pratica o fato:
imperícia.
I - em estado de necessidade;
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em
II - em legítima defesa;
lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como
crime, senão quando o pratica dolosamente. III - em estrito cumprimento de dever legal ou
no exercício regular de direito.
Agravação pelo resultado
Excesso punível
Art. 19 - Pelo resultado que agrava
especialmente a pena, só responde o agente que o Parágrafo único - O agente, em qualquer das
houver causado ao menos culposamente. hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso
doloso ou culposo.
Erro sobre elementos do tipo
Estado de necessidade
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do
Art. 24 - Considera-se em estado de
tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a
punição por crime culposo, se previsto em lei. necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que não provocou por sua vontade,
Descriminantes putativas nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou
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alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo
razoável exigir-se. álcool ou substância de efeitos análogos.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade § 1º - É isento de pena o agente que, por
quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. embriaguez completa, proveniente de caso fortuito
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o ou força maior, era, ao tempo da ação ou da
sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser omissão, inteiramente incapaz de entender o
reduzida de um a dois terços. caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento.
Legítima defesa
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa terços, se o agente, por embriaguez, proveniente
quem, usando moderadamente dos meios de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao
necessários, repele injusta agressão, atual ou tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade
iminente, a direito seu ou de outrem. de entender o caráter ilícito do fato ou de
Parágrafo único. Observados os requisitos determinar-se de acordo com esse entendimento.
previstos no caput deste artigo, considera-se
também em legítima defesa o agente de segurança TÍTULO IV
pública que repele agressão ou risco de agressão a
DO CONCURSO DE PESSOAS
vítima mantida refém durante a prática de crimes.
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§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao STF: Súmula 711 - A lei penal mais grave aplica-se ao
agente tiver sido aplicada pena privativa de crime continuado ou ao crime permanente, se a sua
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da
liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para permanência.
os demais será incabível a substituição de que trata
o art. 44 deste Código. Multas no concurso de crimes
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra § 2º - Sobrevindo condenação por fato
vítimas diferentes, cometidos com violência ou posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-
grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, á nova unificação, desprezando-se, para esse fim,
considerando a culpabilidade, os antecedentes, a o período de pena já cumprido.
conduta social e a personalidade do agente, bem Concurso de infrações
como os motivos e as circunstâncias, aumentar a
Art. 76 - No concurso de infrações, executar-
pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais
grave, se diversas, até o triplo, observadas as se-á primeiramente a pena mais grave.
regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75
deste Código.
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STJ: Súmula 444 - É vedada a utilização de inquéritos
policiais e ações penais em curso para agravar a pena-
base.
STJ: Súmula 171 - Cominadas cumulativamente, em lei
especial, penas privativas de liberdade e pecuniária, é
defeso a substituição da prisão por multa.
STJ: Súmula 545 - Quando a confissão for utilizada para a
formação do convencimento do julgador, o réu fará jus à
atenuante prevista no artigo 65, III, d, do Código Penal.
STJ: Súmula 231 - A incidência da circunstância atenuante
não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo
legal.
STJ: Súmula 241 - A reincidência penal não pode ser
considerada como circunstância agravante e,
simultaneamente, como circunstância judicial.