Você está na página 1de 6

APLICAÇÃO DA LEI PENAL

- Art. 5º XXXIX – “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem R
prévia cominação legal”. E
Princípio da - RESERVA LEGAL: Exigência de lei formal para a criação de crimes; L
Legalidade - ANTERIORIDADE: A lei penal deve ser anterior à conduta do agente; A
- TAXATIVIDADE: Lei penal com conteúdo certo e determinado. TA

Ausência de Periculosidade Social P


Princípio da  Reduzido grau de Reprovabilidade do fato R
Insignificância Mínima Ofensividade da conduta O
Ínfimo grau de Lesão Jurídica. L
EXC.: STJ, 589 – Não cabe o princípio da insignificância em infrações
praticadas mediante violência doméstica ou familiar contra a mulher.
STJ, 599 – Não cabe o princípio da insignificância em crimes contra a
administração pública.
STJ, 606 – Não cabe a insignificância no crime de transmissão clandestina
de sinal de internet via radiofrequência.
LEI PENAL NO TEMPO

“Lex mitior” – retroativa

Abolitio criminis – nova lei que descriminaliza condutas.  Não confundir os termos descriminalização
com despenalização (significa suprimir/dificultar/impedir a aplicação de pena privativa de liberdade).
Novatio legis in mellius – nova lei que mantém a criminalização do ato, mas lhe confere tratamento
mais brando (611, STF – compete ao juízo da execução a aplicação da nova lei benéfica na execução
penal).

“Lex gravior“ – irretroativa

Novatio legis incriminadora – nova lei que criminaliza condutas. 


Novatio legis in pejus – nova lei que mantém a criminalização, mas da ao fato tratamento mais severo.  
            Ex: inclusão do §2º ao artigo 157 do CP.
Tempo do crime e lugar do crime
Lei penal no espaço

Espaço terrestre, marítimo ou aéreo, sujeito à


soberania do Estado (solo, rios, lagos, mares
interiores, baías, faixa do mar exterior ao longo da
Espaço físico (geográfico)
costa – 12 milhas marítimas de largura, medidas a
partir da linha de baixa-mar do litoral continente e
insular – e espaço aéreo correspondente.
Para os efeitos penais, consideram-se como espaço
físico por ficção as embarcações e aeronaves
brasileiras, de natureza pública ou a serviço do
governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem
como as embarcações e aeronaves brasileiras
(matriculadas no Brasil), mercantes ou de
propriedade privada, que se achem, respectivamente
Espaço físico por extensão ou ficção em alto mar ou no espaço aéreo correspondente (art.
5º, §1º, CP). 
É também aplicável a lei brasileira aos crimes
cometidos a bordo de aeronaves ou embarcações
estrangeiras de propriedade privada, achando-se
aquelas em pouso no território nacional ou voo no
espaço aéreo corresponde, e estas em porto ou mar
territorial do brasil (art. 5º, §2º, CP). 
Quando navios ou aeronaves forem públicos ou estiverem a serviço do governo brasileiro, quer se
A)
encontrem em território nacional ou estrangeiro, são considerados parte do nosso território.
Se os navios ou aeronaves forem privados, quando em alto-mar ou espaço aéreo correspondente, seguem a lei
B)
da bandeira que trazem consigo.

C)
Quanto aos navios e aeronaves estrangeiros, em território brasileiro, desde que privados são considerados
parte de nosso território. 
Princípios aplicáveis a
extraterritorialidade

PRINCÍPIOS APLICÁVEIS E TERRITORIALIDADE

Aplica-se a lei penal do local do crime, não importando a


Princípio da territorialidade
nacionalidade do agente, da vítima ou do bem jurídico.

Aplica-se a lei do país a que pertence o agente criminoso,


Princípio da nacionalidade ou personalidade ativa pouco importando o local do crime, a nacionalidade da
vítima ou do bem jurídico violado.

Princípio da nacionalidade ou personalidade passiva Aplica-se a lei penal da nacionalidade da vítima.

Aplica-se a lei penal da nacionalidade do bem jurídico


Princípio da defesa lesado (ou colocado em perigo), não importando o local
da infração penal ou a nacionalidade do sujeito ativo.

O agente fica sujeito à lei do País onde for encontrado,


não importando sua nacionalidade, do bem jurídico
Extraterritorialidade
Princípio da Justiça Penal Universal ou da Justiça lesado ou do local do crime. Esse princípio está
cosmopolita normalmente presente nos tratados internacionais de
cooperação de repressão a determinados delitos de
alcance transnacional. 

A lei penal nacional aplica-se aos crimes cometidos em


Princípio da representação, do pavilhão, da
aeronaves e embarcações privadas, quando praticados
substituição ou da bandeira.
no estrangeiro e aí não sejam julgados. 
Dispositivo legal Princípio Espécie de extraterritorialidade

Art. 7º, I, a, b, c Princípio da defesa Incondicionada

Art. 7º, I, d Princípio da justiça universal Incondicionada

Art. 7º, II, a Princípio da justiça universal Condicionada

Art. 7º, II, b Princípio da nacionalidade ativa Condicionada

Art. 7º, II, c Princípio da representação Condicionada

Conflito aparente de normas
Crime progressivo Progressão criminosa Antefato impunível Pós-fato Impunível

O agente possui, desde o Aqui o indivíduo inicia o Ocorre quando um fato Essa, por sua vez, se
princípio, o mesmo caminho do crime com o anterior menos grave é dá quando o agente, após
escopo e o persegue até o objetivo específico de praticado como meio praticar o fato, provoca
final, ou seja, praticar determinado necessário para a nova violação o mesmo
pretendendo um crime (por exemplo, realização de outro. bem jurídico, pertencente
resultado determinado lesões Preste atenção nesse ao mesmo sujeito passivo.
de maior lesividade (por corporais), entretanto, exemplo, caríssimo: o Outro exemplo, meu
exemplo a morte de seu após alcançar esse crime de amigo (a): o indivíduo que
algoz), pratica outro fato resultado (já houve lesão falsidade exclusivamente  após furtar um relógio
de menor intensidade a sua vítima) o agente utilizado com o fim de simplesmente o quebra
(p.ex. lesão corporal, ao criminoso MUDA de cometer estelionato, nos (crime de dano). Nesse
lhe desferir facadas que ideia e resolve matá-la. termos da súmula 17 do caso, haverá apenas
causam a morte). Nesse Desse modo, haverá a STJ. punição pelo crime de
caso, as lesões corporais progressão criminosa e o furto.
serão absorvidas e o indivíduo responderá
agente responderá apenas pelo homicídio,
somente pelo crime de ficando as lesões
homicídio. inicialmente praticadas,
absorvida pelo crime do
art. 121, do Código Penal. 

Você também pode gostar