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Revisão - Direito Penal - SEFA PA (Edital 2021_001)

Prof. Thiago Pacheco

Aula 01
Revisão - Direito Penal - SEFA PA (Edital 2021_001)
Prof. Thiago Pacheco

Aula 01

Olá estudante!
Sou o professor Thiago Pacheco. Delegado de Polícia em Minas Gerais, professor da ACADEPOL/
MG e cursos preparatórios, coordenados do Plano de Aprovação - Coaching e Mentoria para Con-
cursos Públicos.
Para que você possa alcançar seu objetivo de aprovação, desenvolvemos um guia de estudos
diferenciado, direto e simplificado: incluímos dicas, comentários, questões, posicionamentos es-
pecíficos da banca e principais tendências. Vamos fazer da sua experiência de preparação algo
agradável. Orientamos que você acompanhe as videoaulas com o guia de estudos e treine o que
aprendeu com a resolução de questões.
Bons estudos!

Sumário
Lei penal no tempo................................................................................................................................................3
Lei penal no espaço....................................................................................................................................................3
Iter Criminis.................................................................................................................................................................4
Desistência voluntária e arrependimento eficaz........................................................................................................4
Arrependimento eficaz................................................................................................................................................5
Arrependimento Posterior..........................................................................................................................................5
Crimes praticados por funcionários públicos contra a Adm. em geral.....................................................................5
Caiu na prova........................................................................................................................................................6

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É aquela que tem prefixado no seu texto o tempo


Lei penal no tempo de sua vigência. Ex: a lei A, com vigência de 1º
janeiro de 2022 à 31 de dezembro de 2022.
1. Eficácia da Lei Penal no TEMPO: c.2 Lei excepcional (ou temporária em sentido amplo):
• Como decorrência do princípio da legalidade, apli- Consiste em norma que tem por escopo atender
ca-se, em regra, a lei penal vigente no tempo da necessidades estatais transitórias, tais como
realização do fato criminoso. guerra ou calamidade, perdurando por todo o pe-
• A lei penal, para produzir efeitos no caso concreto, ríodo considerado excepcional.
deve ser editada antes da prática da conduta que • Principais caraterísticas das leis temporárias e
visa incriminar. excepcionais:
• Exceção: será autorizada a retroatividade da lei
penal para alcançar fatos passados, desde que • Autorrevogabilidade (autorrevogáveis) - não
benéfica ao réu. precisam de outra lei para revogá-las.
• Ultratividade (ultrativas) – os fatos cometi-
Tempo do crime: dos dentro de sua vigência, mesmo após a
extinção, continuam a ter efeitos.
Para a correta e justa aplicação da lei penal é im-
prescindível definir o tempo do crime.
Com isso, questiona-se: quando um crime se con-
Lei penal no espaço
sidera praticado? 2. Eficácia da Lei Penal no ESPAÇO:
Art. 4º do CP: “considera-se praticado o crime no momento • Sabendo que um fato punível pode, eventualmen-
da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do te, atingir os interesses de dois ou mais Estados
resultado” (Teoria da Atividade). igualmente soberanos, gerando, nesses casos,
um conflito internacional de jurisdição, o estudo
Qual a lei aplicável ao caso concreto? da lei penal no espaço visa apurar as fronteiras
REGRA: Lei penal vigente ao tempo da realização de atuação da lei penal nacional.
da conduta criminosa.
REGRA:
EXCEÇÕES: TERRITORIALIDADE: aplica-se a lei penal do local do
a. Abolitio criminis: art. 2º, caput do CP. crime, não importando a nacionalidade do agente, da
vítima ou do bem jurídico.
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que É a regra adotada pelo art. 5º do CP:
lei posterior deixa de considerar crime, cessando
em virtude dela a execução e os efeitos penais da Art. 5º - “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de conven-
sentença condenatória. ções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território nacional.
b. Novatio legis in mellius: art. 2º, parágrafo único
do CP. Extensão do território nacional:
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão
modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos an- do território nacional as embarcações e aeronaves bra-
teriores, ainda que decididos por sentença con- sileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
denatória transitada em julgado. brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as
c. Lei excepcional ou temporária: art. 3º do CP. aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou
de propriedade privada, que se achem, respectivamen-
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora
te, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
decorrido o período de sua duração ou cessadas
as circunstâncias que a determinaram, aplica-se § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes prati-
ao fato praticado durante sua vigência. cados a bordo de aeronaves ou embarcações estran-
geiras de propriedade privada, achando-se aquelas
c.1 Lei temporária (ou temporária em sentido estrito): em pouso no território nacional ou em vôo no espaço
aéreo correspondente, e estas em porto ou mar terri-
torial do Brasil.

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LUGAR DO CRIME: Iter Criminis


Da mesma forma que uma infração penal pode CONCEITO:
se fracionar em tempos diversos, é possível que ela
É o caminho percorrido ou a ser percorrido para
se desenvolva em lugares diversos, percorrendo, in-
a realização do delito.
clusive, territórios de dois ou mais países igualmente
soberanos. Trata-se, portanto, do conjunto de fases que se
sucedem cronologicamente no desenvolvimento do
Nesse sentido, é preciso avaliar qual o lugar do
crime.
crime.
É dividido em 04 etapas:
Conduta + Resultado = Teoria da Ubiquidade a. Cogitação;
Art. 6º do CP: Considera-se praticado o crime no lugar em b. Preparação;
que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem c. Execução;
como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. d. Consumação.

5) Exaurimento: Desistência voluntária


Trata-se de acontecimento posterior ao término e arrependimento eficaz:
da consumação do delito, ou seja, não constitui fase/
etapa do iter criminis. São espécies de tentativa abandonada ou quali-
ficada (art. 15 do CP):
Ex.: venda ou dano do objeto de furto.
Ponte de Ouro
Crimes formais:
Art. 15- O agente que, voluntariamente, desiste de prosse-
O exaurimento significa a produção de resultado guir na execução ou impede que o resultado se produza,
lesivo a bem jurídico após o delito já estar consuma- só responde pelos atos já praticados.
do, ou seja, é o esgotamento da atividade criminosa,
implicando em prejuízos além dos atingidos pela con- OBS: Na tentativa a conduta não se consuma por
sumação. circunstâncias alheias à vontade do agente.
É o que ocorre nos crimes formais e crimes de
mera conduta, quando atingem o resultado previsto
no tipo (mas não obrigatório para a consumação do
delito).
Ex.: recebimento do resgate na extorsão mediante
sequestro (a consumação se dá após a realização
da privação da liberdade da vítima).

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Tentativa simples Tentativa abandonada Arrependimento Posterior:


– art. 14, II do CP (Desistência voluntária e
arrependimento posterior) É causa geral de diminuição de pena (art. 16 do
– art. 15 do CP CP):

O agente inicia a execução. Ponte de Prata


Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave
O resultado não ocorre por O resultado não ocorre por ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até
circunstâncias alheias à circunstâncias inerentes à
o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário
vontade do agente. vontade do agente.
do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.

O agente quer prosseguir, O agente pode prosseguir, Pressupõe a consumação do crime.


mas não pode. mas não quer. OBS: os requisitos são cumulativos.
OBS: basta a voluntariedade; não se confunde
com espontaneidade (não se exige espontanei-
dade, ou seja, admite-se interferência externa).
OBS: crimes violentos culposos admitem arrepen-
Desistência voluntária
dimento posterior.
Na desistência voluntária, o agente, por manifes-
tação exclusiva da própria vontade, desiste de pros- Crime impossível:
seguir na execução da conduta .
Crime impossível (tentativa inidônea) – art. 17
OBS: basta a voluntariedade; não se confunde do CP:
com espontaneidade (não se exige espontanei-
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia
dade, ou seja, admite-se interferência externa).
absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto,
Consequência: o agente só responde pelos atos é impossível consumar-se o crime.
até então praticados (diferentemente da tentativa
onde há redução da pena de 1 a 2/3). Crime impossível por
ineficácia absoluta do meio:
Arrependimento eficaz: A inidoneidade absoluta do meio se verifica
Ocorre quando os atos executórios já foram todos quando falta potencialidade causal, pois os instru-
praticados, porém o agente, decidindo retroceder na mentos postos a serviço da conduta não são eficazes,
atividade criminosa, desenvolve novo comportamento em hipótese alguma, para a produção do resultado.
ativo (após terminada a execução criminosa) com o
objetivo de impedir a produção do resultado (consu- Crime impossível por impropriedade
mação). absoluta do objeto:
O agente esgota os atos executórios e passa a A pessoa ou a coisa que representa o alvo da
agir de forma inversa, retrocedendo no seu compor- conduta criminosa (objeto material) não serve à con-
tamento. sumação do delito.
OBS: compatível apenas com os crimes materiais.
OBS: basta a voluntariedade; não se confunde Crimes praticados por funcionários
com espontaneidade (não se exige espontanei- públicos contra a Adm. em geral
dade, ou seja, admite-se interferência externa).
Consequência: o agente só responde pelos atos CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES FUNCIONAIS:
até então praticados (diferentemente da tentativa O Capítulo I do Título XI do CP trata dos crimes
onde há redução da pena de 1 a 2/3). funcionais, praticados por funcionários públicos,
O arrependimento ineficaz é mera circunstância sendo dividido em duas espécies:
atenuante de pena (o crime é consumado).

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a) Crimes Funcionais Próprios (puros ou pro-


priamente ditos):
Faltando a qualidade de funcionário público ao
autor, o fato passa a ser tratado como um indiferente
penal, não se subsumindo a nenhum outro tipo incri-
minador (atipicidade absoluta).
Ex.: prevaricação (art. 319 do CP);

b) Crimes Funcionais Impróprios (impuros ou


impropriamente ditos):
Desaparecendo a qualidade de servidor do agente,
desaparece também o crime funcional, operando-se,
porém, a desclassificação da conduta para outro
delito, de natureza diversa (atipicidade relativa).
Ex.: peculato furto (art. 312, §1º, do CP).

CONCEITO DE FUNCIONÁRIO
PÚBLICO PARA FINS PENAIS:
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos
penais, quem, embora transitoriamente ou sem remunera-
ção, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem
trabalha para empresa prestadora de serviço contrata-
da ou conveniada para a execução de atividade típica
da Administração Pública.
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os
autores dos crimes previstos neste Capítulo forem
ocupantes de cargos em comissão ou de função de
direção ou assessoramento de órgão da administração
direta, sociedade de economia mista, empresa pública
ou fundação instituída pelo poder público.

Caiu na prova
1. QUESTÃO 23 (PC/MG – Investigador de Polícia –
FUMARC/2014) – Sobre a Lei Penal, é CORRETO afir-
mar que
a) não retroage, salvo para beneficiar o réu.
b) não retroage, salvo se o fato criminoso ainda não
for conhecido.
c) retroage, salvo disposição expressa em contrário.
d) retroage, se ainda não houver processo penal
instaurado.

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