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EXAME DE ORDEM
DIREITO PROCESSUAL
PENAL
Capítulo 02
CAPÍTULOS
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SOBRE ESTE CAPÍTULO
A apostila de número 02 do nosso curso de Direito Processual Penal tratará sobre A Aplicação
da Lei processual Penal, matéria que é comumente cobrada no Exame de Ordem ao decorrer
desses anos! De acordo com a nossa equipe de inteligência, esse assunto esteve presente 1
Adicionamos questões de outras carreiras jurídicas para que você pudesse assimilar o conteúdo
visto, ok?
Vamos juntos!
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SUMÁRIO
Capítulo 2 .................................................................................................................................................. 5
2. Lei Processual Penal no Espaço. Lei Processual Penal no Tempo. Interpretação da lei
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GABARITO ............................................................................................................................................... 28
JURISPRUDÊNCIA................................................................................................................................... 33
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Capítulo 2
soberania nacional, por isso, em regra, não pode ser exercida além das fronteiras do respectivo
Estado – locus regit actum.
praticado no exterior (por exemplo, citar uma testemunha que mora na França), a lei processual
a ser aplicada é a do país onde o ato será realizado. Enquanto isso, aplica-se a lei processual
brasileira aos atos processuais praticados no Brasil, mas referentes a processos estrangeiros.
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O direito penal usa o princípio da territorialidade (art. 5º do CP) e da extraterritorialidade
Portanto, aplicamos o Código de Processo Penal (CPP) a todos os processos que tramitem
na justiça brasileira, ainda que o direito material aplicado seja outro.
Sempre?
Não! A doutrina elenca três situações em que a lei processual penal de um Estado pode
b) quando houver autorização do Estado onde deva ser praticado o ato processual;
brasileiros.
Art. 1º, do CPP – O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este
Código, ressalvados:
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II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado,
nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo
Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade;
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos.
IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
Obs.: os incisos IV e V estão riscados porque não foram recepcionados pela CF/88.
Por fim, o art. 5º, § 4º, da Constituição Federal, prevê que “o Brasil se submete à jurisdição
de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão”. Temos, portanto, mais
uma ressalva à regra do princípio da territorialidade: não aplicamos a lei processual penal
brasileira aos crimes praticados no país quando o Brasil reconhecer a jurisdição penal
O art. 1º do CPP acima citado deixa claro que devemos adotar o respectivo Código para
reger todos os processos penais do Brasil. Entretanto, logo após estabelecer essa premissa,
elenca algumas exceções, casos em que não vamos usar o CPP, mesmo em processos penais
pátrios.
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A primeira exceção legal ao princípio da territorialidade são as regras do direito
A partir dessa exceção, o STJ entende que não há ilegalidade quando utilizamos em
processo penal brasileiro, com base em acordo de cooperação internacional em matéria penal,
Relações Diplomáticas, temos que seguir as seguintes regras em detrimento das do CPP: Chefes
de governo estrangeiro ou de Estado estrangeiro, suas famílias e membros das comitivas,
seja, se cometerem delito no Brasil, só podem responder por ele em seu país de origem.
Aprofundando o assunto, essa imunidade pode ser expressamente renunciada pelo Estado
acreditante, aquele que envia o seu representante.
O inciso II do art. 1º do CPP afirma que não será aplicado o respectivo Código aos crimes
de responsabilidade cometidos pelo Presidente da República, pelos Ministros de Estado quando
o crime de responsabilidade for conexo com o do Presidente, e aqueles cometidos pelos
Nesse contexto, a título de exemplo, o art. 52 da CF/88 atribui como competência privativa
do Senado Federal processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes
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Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; e processar e
Não se aplica o CPP no âmbito da Justiça Militar porque ela tem o seu próprio Código
Penal Militar e o seu próprio Código de Processo Penal Militar. O CPP comum só deve ser
aplicado na Justiça Militar quando houver omissão da lei específica e sua aplicação não causar
crimes de imprensa, respectivamente, não foram recepcionados pena CF/88. Quando o Código
fez menção ao tribunal especial, referia-se ao instituto previsto na Constituição de 1937, o antigo
Tribunal de Segurança Nacional, extinto pela Constituição de 1946. Atualmente, os crimes contra
a segurança nacional são definidos pela Lei 7.170/83 e, segundo o art. 109, IV da CF/88, os
processos e julgamentos cabem à Justiça Federal. Os crimes de imprensa eram previstos na Lei
5.250/67, declarada não recepcionada pela CF/88 pelo Supremo através da ADPF 130.
janeiro de 1942, foram criados vários procedimentos distintos que, por foça do princípio da
especialidade, devem ser aplicados em detrimento do Código de Processo Penal.
O Código Eleitoral define a competência da Justiça Eleitoral para julgar os crimes eleitorais
nele previstos; a Lei 4.898/65 prevê o processo e julgamento dos crimes de abuso de autoridade;
o procedimento dos crimes de competência originária dos Tribunais é previsto em lei especial
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(Lei 8.038/90); as infrações de menor potencial ofensivo devem ser processadas e julgadas nos
Juizados Especiais Criminais, regulamentados pela Lei 9.099/95; o Estatuto do Idoso, a Lei Maria
da Penha e a Lei de Drogas também possuem peculiaridades procedimentais que ressalvam a
aplicação do CPP. Nesses casos, o CPP deve ser aplicado apenas subsidiariamente.
de alterações normativas que sofremos durante os anos. Sabemos que a norma penal segue a
regra da irretroatividade, salvo para beneficiar o réu. Mas como funciona a aplicação da lei
processual penal no tempo?
Art. 2º, do CPP – A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade
dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
O art. 2º do CPP consagra o princípio tempus regit actum, o que significa dizer que a lei
processual penal tem aplicabilidade imediata. Mas o que isso quer dizer? A aplicabilidade
imediata da norma de processo penal faz com que a nova lei seja aplicada no momento em
que entra em vigor, não importando se vai agravar ou beneficiar a situação do réu, sem prejuízo
dos atos processuais já praticados.
A aplicação imediata da nova lei processual penal se fundamenta porque, em tese, uma
nova lei deve ser melhor do que a antiga, mais satisfatória aos interesses da justiça e trazer mais
garantias às partes.
Você já sabe quem em janeiro de 2020 entrou em vigor a Lei 13.904/19, conhecida como
“Pacote Anticrime”, certo? Quando uma lei processual nova entra em vigor, é claro que os novos
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processos devem seguir o novo procedimento e que os processos conclusos com base na lei
anterior devem ser respeitados. Mas o que acontece com os processos que estão em
andamento?
Esse problema também aconteceu com a reforma processual de 2008, que inovou
ser composto por atos distintos. Portanto, para essa corrente doutrinária, um processo
só poderia ser regulado por uma única lei. No caso em análise, o processo deve ser
regido pela lei mais antiga, com ultratividade, pois se fosse possível a aplicar a lei
nova, resultaria em efeitos retroativos da lei processual.
Sistema das fases processuais: considera que cada fase processual pode ser regulada
vigor.
Entretanto, a lei nova deve ser aplicada aos próximos atos, sem precisar observar a
mudança de fase processual. É o sistema adotado pelo Brasil, estabelecido pelo art.
2º do CPP e pelo princípio do tempus regit actum, e que deve ser adotado para os
processos penais atuais em relação à parte processual da nova lei do Pacote Anticrime.
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Não confunda, OABeiro: a aplicação da lei penal considera o momento da prática delituosa
(tempus delicti), enquanto a aplicação da lei processual penal considera o momento da prática
do ato processual (tempus regit actum).
normais processuais materiais. Essa divisão é doutrinária e tem um enorme efeito prático para
a aplicação da lei processual penal no tempo.
Quando uma norma atinge ao mesmo tempo matéria de direito penal e de direito
processual, a denominamos de norma mista. Diante de uma norma processual mista, devemos
usar os mesmos critérios da norma material para a sua sucessão no tempo, ou seja, se for mais
benéfica ao agente, deve continuar sendo aplicada para os fatos ocorrido em sua vigência,
mesmo depois de revogada – ultratividade da lei processual penal mista mais benéfica; e no
caso de a nova lei mista ser mais benéfica ao réu, deve ser adotada retroativamente para regular
os fatos ocorridos antes de sua vigência.
Concluindo: diante de uma norma híbrida, que apresenta preceitos materiais e processuais,
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2.2.3 Normas processuais heterotópicas
As normas heterotópicas podem ocorrer de duas formas: quando normas materiais estão
inseridas em leis processuais ou quando normas processuais estão inseridas em leis penais, de
direito material. No primeiro caso, aplicamos a regra da retroatividade para beneficiar o réu,
mas no segundo caso a norma processual deve ter aplicação imediata, característica das normas
estarem inseridas em uma lei de natureza distinta, enquanto isso, as normas processuais mistas
possuem uma dupla natureza – material e processual ao mesmo tempo.
interrogatório, norma material, está previsto no art. 186 do CPP, diploma processual.
Exemplo de norma processual mista: a Lei 9.099/95, que dispõe sobre os Juizados Especiais
Criminais, é uma norma processual mista ou híbrida tendo em vista que, apesar de prever o
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Toda norma, por mais objetiva que seja, precisa ser interpretada. A atividade interpretativa
da norma visa entender o seu verdadeiro significado e qual o real alcance dele.
O que o intérprete deve procurar é o conteúdo da lei e a sua vontade ( mens legis), e não
a intenção do legislador (mens legislatoris), pois, uma vez em vigor, a lei passa a ter uma
existência autônoma.
A lei processual penal deve seguir todas as regras e princípios hermenêuticos das demais
leis, mas o art. 3º do CPP expressa uma distinção entre o direito penal material e o direito penal
processual: no primeiro não cabe qualquer atividade hermenêutica que vise ampliar o objeto da
norma, como a analogia in malam partem, mas no processo penal a própria lei permite a
Restritiva: ocorre quando a norma “diz mais do que queria dizer”, cabendo ao
Extensiva: ocorre quando a norma “diz menos do que queria dizer”, como em uma
omissão involuntária do legislador, cabendo ao intérprete ampliar a sua incidência;
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O Código de Processo Penal admite expressamente a interpretação extensiva. Portanto, ela
entender que os jurados também estão sujeitos à suspeição. Ora, os jurados, apesar de leigos,
são juízes. Na interpretação extensiva, o intérprete amplia o conteúdo do termo para alcançar
2.3.2 Analogia
A analogia consiste em aplicar uma norma prevista em lei a um caso semelhante para o
qual não há previsão legal. A analogia não é uma forma de interpretação, mas sim um método
de integração das normas, que objetiva suprir as lacunas do ordenamento jurídico.
Por exemplo, o CPP não trata da superveniência de lei processual que altera as regras de
genérico do dispositivo legal, permitindo que todas as situações semelhantes sejam abrangidas.
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De forma diversa, a analogia, como já foi dito, é um método de integração das normas,
deve ser usada quando há uma omissão involuntária do legislador. Observe que na interpretação
analógica, apesar de não ser explicito na literalidade do dispositivo legal, a hipótese de aplicação
da norma já está prevista pelo legislador, pois o próprio dispositivo deixa aberta a sua aplicação
em casos semelhantes.
As normas jurídicas são abstratas e, em diante das situações concretas, podem ser
insuficientes. Os princípios gerais do direito suprem as lacunas normativas, é uma forma de
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB dispõe em seu art. 4º: Quando
a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios
gerais de direito. Outras normas fazem menção aos princípios gerais do direito, assim como no
nosso CPP, em seu art. 3º supracitado.
Mas quais são esses princípios? Trata-se de uma expressão bem vaga que nos remete a
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QUADRO SINÓTICO
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QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
(XXII EXAME DE ORDEM – FGV - 2017) Em 23 de novembro de 2015 (segunda feira), sendo o
dia seguinte dia útil em todo o país, Técio, advogado de defesa de réu em ação penal de
natureza condenatória, é intimado da sentença condenatória de seu cliente. No curso do prazo
recursal, porém, entrou em vigor nova lei de natureza puramente processual, que alterava o
Código de Processo Penal e passava a prever que o prazo para apresentação de recurso de
apelação seria de 03 dias e não mais de 05 dias. No dia 30 de novembro de 2015, dia útil, Técio
A) intempestivo, aplicando-se o princípio do tempus regit actum (o tempo rege o ato), e o novo
prazo recursal deve ser observado.
B) tempestivo, aplicando-se o princípio do tempus regit actum (o tempo rege o ato), e o antigo
prazo recursal deve ser observado.
Comentário:
Pelo princípio do tempus regit actum, a lei processual penal tem aplicação imediata aos
processos em curso, mas só se aplica aos ATOS PROCESSUAIS FUTUROS, ou seja, não se aplica
àqueles que já foram realizados, nos termos do art. 2º do CPP.
No caso do recurso, como o prazo recursal já havia se iniciado antes da entrada em vigor da lei
nova, esse prazo será regido pela lei antiga (que vigorava quando o prazo começou a fluir).
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Assim, a lei processual nova só se aplica aos prazos recursais FUTUROS, não àqueles que já se
iniciaram antes de sua vigência.
Assim, considerando o prazo antigo (05 dias), o recurso é tempestivo, pois o prazo findou em
28.11.2015, que foi sábado, sendo prorrogado até dia 30.11.2015, dia útil seguinte.
Questão 2
(XIX EXAME DE ORDEM – FGV - 2016) João, no dia 2 de janeiro de 2015, praticou um crime
de apropriação indébita majorada. Foi, então, denunciado como incurso nas sanções penais do
Art. 168, §1º, inciso III, do Código Penal. No curso do processo, mas antes de ser proferida
sentença condenatória, dispositivos do Código de Processo Penal de natureza exclusivamente
processual sofrem uma reforma legislativa, de modo que o rito a ser seguido no recurso de
apelação é modificado. O advogado de João entende que a mudança foi prejudicial, pois é
Nesse caso, após a sentença condenatória, é correto afirmar que o advogado de João
A) deverá respeitar o novo rito do recurso de apelação, pois se aplica ao caso o princípio da
imediata aplicação da nova lei.
ultratividade da lei.
D) deverá respeitar o novo rito do recurso de apelação, pois se aplica ao caso o princípio da
extratividade.
Comentário:
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Importante salientar que a Lei Processual Penal tem aplicação imediata, sem prejuízo dos atos
"Art. 2º. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos
Questão 3
(FAURGS - 2016 - TJ-RS - Juiz de Direito Substituto - ADAPTADA) A lei processual penal
mais nova aplica-se retroativamente, determinando a necessidade de repetição de todos os atos
Comentário:
Como já vimos repetitivamente, a lei processual penal deve respeitar os atos processuais
já praticados, devendo ser aplicada imediatamente apenas aos atos produzidos após a sua
vigência.
Questão 4
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Comentário:
suplemento dos princípios gerais de direito”. Portanto, a alternativa “A” está errada porque
a lei processual penal admite a aplicação analógica, independentemente de beneficiar o
réu; a alternativa “B” está errada porque, apesar de realmente admitir a interpretação
extensiva, a lei processual penal também admite a aplicação analógica. A letra “C” está
errada porque, de acordo com o art. 2º do CPP, a lei processual tem aplicação imediata,
ou seja, aplica-se até mesmo nos processos em andamento; por fim, a letra “E” está errada
porque a lei processual admite o suplemento dos princípios gerais do direito.
Questão 5
Comentário:
O princípio da lex fori admite relativização no processo penal. Lembra das exceções
elencadas no art. 1º do CPP? Tratados, convenções e regras de direito internacional, as
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outras situações em função do princípio da especialidade, são casos de relativização do
Questão 6
B) Se o ato processual for complexo e iniciar-se sob a vigência de uma lei de natureza processual
penal e, antes de se completar, outra for promulgada, modificando-o, devem ser obedecidas as
D) Se a lei nova tiver natureza mista sua aplicação é imediata e irretroativa, posto que prejudicial
ao acusado.
Comentário:
O ato processual complexo pode ser iniciado sob a égide de uma lei e, antes de ser
concluído, passar a vigorar outra norma que o altere. A princípio parece complicada a
situação, as a doutrina e a jurisprudência são pacíficas e entendem que nesse caso o ato
processual complexo deve seguir os preceitos da lei mais antiga. Ademais, a alternativa “B”
fala que houve “promulgação” de lei nova. A simples promulgação de uma lei processual
em nada altera as regras dos processos em curso. Apenas quando essa lei promulgada
entrar em vigor, ou seja, a partir de sua vigência, é que podemos falar na sua aplicação e
debater em quais atos processuais ela deve incidir.
A lei processual penal que entrar em vigor, alterando as regras de competência, é aplicável
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retroage, mesmo em benefício do réu (irretroatividade da lei processual penal); se as leis
Questão 7
B) aplica-se desde logo, em prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei
anterior.
C) retroage no tempo para obrigar a refeitura dos atos processuais, caso seja mais benéfica ao
réu.
Comentário:
Mais uma vez o examinador requer que o candidato conheça os termos do art. 3º do CPP:
“a lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como
o suplemento dos princípios gerais de direito”.
A alternativa “B” está incorreta porque, apesar de a lei processual penal ser aplicada desde
logo, deve respeitar os atos já praticados sob a vigência da lei anterior (segurança jurídica).
A alternativa “C” também aborda o tema da sucessão de leis no tempo. Lembre-se sempre
que a lei processual penal não vai retroagir, mesmo que seja em benefício do réu (salvo
lei processual penal mista).
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A aplicação imediata da norma processual penal deve ser feita a partir de sua vigência e
não a partir de sua publicação. Portanto, nada impede que ela tenha um prazo de vacatio
legis, como afirma a alternativa “D”.
Por fim, o princípio adotado para a aplicação da norma processual penal brasileira no
espaço é o da territorialidade, previsto no art. 1º do CPP. Por ele, a lei processual penal
brasileira deve ser aplicada apenas nos atos processuais praticados em nosso território.
Questão 8
(FCC - 2015 - TJ-PE - Juiz Substituto) Antonio está sendo processado pela prática do delito
de furto qualificado. É correto dizer que, caso haja mudança nas normas que regulamentam o
instrução.
B) a nova lei apenas se aplica se benéfica ao acusado.
Comentário:
A alternativa “A” prevê o sistema das fases processuais, mas o nosso ordenamento jurídico
adota o sistema de isolamento dos atos. A nova lei processual penal deve ser aplicada ao
caso imediatamente, independentemente se ser ou não benéfica ao réu e
independentemente da fase processual em que esteja o processo. Ademais, os atos
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processuais já praticados de acordo com a lei anterior devem ser respeitados e não
Questão 9
(FGV - 2013 - TJ-AM - Juiz) Sobre a aplicação da Lei Processual Penal, é correto afirmar que;
A) no Brasil, adota-se integralmente o princípio da irretroatividade da lei processual penal, que
impede que as inovações na norma processual penal sejam aplicadas de imediato para fatos
a aplicação analógica.
C) o processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, pelo Código de Processo Penal,
de direito processual e de direito material, devem respeitar o princípio que veda a aplicação
retroativa da lei penal, quando seu conteúdo for prejudicial ao réu.
E) ela admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, mas não o suplemento dos
Comentário:
réu, devem ser aplicadas de forma retroativa; e se prejudiciais a ele, não devem retroagir.
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Por fim, de acordo com o art. 1º do CPP, os processos penais brasileiros devem seguir o
Questão 10
(CESPE - 2013 - PG-DF - Procurador) No que se refere à lei processual penal no espaço e no
realizados sob a vigência de lei processual anterior, salvo se esta for, de alguma maneira, mais
benéfica ao réu que aquela.
( ) CERTO
( ) ERRADO
ser afastada se, mediante tratado internacional celebrado pelo Brasil e referendado internamente
por decreto, houver disposição que determine, nos casos que ele indicar, a aplicação de norma
diversa.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Comentário:
A lei processual penal será aplicada desde logo (aplicabilidade imediata), sem prejuízo da
validade que quaisquer atos, inclusive instrutórios, já realizados sob a vigência de lei
processual anterior, mesmo que esta for, de alguma maneira, mais benéfica ao réu.
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O art. 1º do CPP determina como regra para a aplicação da lei processual penal no espaço
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GABARITO
Questão 1 – ALTERNATIVA B
Questão 2 – ALTERNATIVA A
Questão 3 – ERRADO
Questão 4 – ALTERNATIVA D
Questão 5 – CERTO
Questão 6 – ALTERNATIVA B
Questão 7 – ALTERNATIVA A
Questão 8 – ALTERNATIVA C
Questão 9 – ALTERNATIVA D
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QUESTÃO DESAFIO
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GABARITO QUESTÃO DESAFIO
autêntica ou legislativa
Segundo os juristas Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar (2017) a interpretação “autêntica
ou legislativa: é a realizada pelo próprio legislador que, através de outro texto de lei, faz os
esclarecimentos necessários sobre determinado assunto, podendo ser: contextual, leia-se, aquela
devida acepção ao conteúdo da norma interpretada, tem efeito retroativo. Ex.: o CPP, no -seu
art. 302, traz a acepção daquilo que se entende por prisão em flagrante.".
doutrinária ou científica
aquela realizada pelos estudiosos do direito. Atente-se que a exposição de motivos do Código
é forma de interpretação doutrinária, pois não tem conteúdo de lei.
judicial ou jurisprudencial
Por fim, a classificação da interpretação quanto à origem pode ser judicial ou jurisprudencial.
Conforme Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar (2017) essa intepretação “judicial ou
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provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre
matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou
cancelamento, na forma estabelecida em lei. Ademais, a súmula terá por objetivo a validade, a
interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual
entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança
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LEGISLAÇÃO COMPILADA
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JURISPRUDÊNCIA
STJ - HC: 231633 PR 2012/0014377-1, Relator: Ministro JORGE MUSSI, Data de Julgamento:
25/11/2014, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 03/12/2014
(...) CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E LAVAGEM DE DINHEIRO (ARTIGOS 16 E 22 DA LEI
7.492/1986 E ARTIGO 1º, INCISO VI, DA LEI 9.613/1998). VIOLAÇÃO À LEI COMPLEMENTAR 105/2001. QUEBRA DO
SIGILO BANCÁRIO DOS PACIENTES NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO DA
JUSTIÇA BRASILEIRA. DESNECESSIDADE. MEDIDA QUE FOI IMPLEMENTADA EM INVESTIGAÇÃO EM CURSO EM
NOVA IORQUE. COMPARTILHAMENTO DAS PROVAS OBTIDAS COM A JUSTIÇA BRASILEIRA MEDIANTE ACORDO
DE COOPERAÇÃO ENTRE OS PAÍSES. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO CARACTERIZADO. 1. A competência
internacional é regulada ou pelo direito internacional ou pelas regras internas de determinado país acerca da
matéria, tendo por fontes os costumes, os tratados normativos e outras regras de direito internacional. 2. Em
matéria penal adota-se, em regra, o princípio da territorialidade, desenvolvendo-se na justiça pátria o processo e
os respectivos incidentes, não se podendo olvidar, outrossim, de eventuais tratados ou outras normas internacionais
a que o país tenha aderido, nos termos dos artigos 1º do Código de Processo Penal e 5º, caput, do Código Penal.
Doutrina. 3. No caso dos autos, inexiste qualquer ilegalidade na quebra do sigilo bancário dos acusados, uma vez
que a medida foi realizada para a obtenção de provas em investigação em curso nos Estados Unidos da América,
tendo sido implementada de acordo com as normas do ordenamento jurídico lá vigente, sendo certo que a
documentação referente ao resultado da medida invasiva foi posteriormente compartilhada com o Brasil por meio
de acordo existente entre os países. (...).
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EXPRESSÃO ARTÍSTICA, CIENTÍFICA, INTELECTUAL E COMUNICACIONAL. LIBERDADES QUE DÃO CONTEÚDO ÀS
RELAÇÕES DE IMPRENSA E QUE SE PÕEM COMO SUPERIORES BENS DE PERSONALIDADE E MAIS DIRETA
EMANAÇÃO DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. O CAPÍTULO CONSTITUCIONAL DA
COMUNICAÇÃO SOCIAL COMO SEGMENTO PROLONGADOR DAS LIBERDADES DE MANIFESTAÇÃO DO
PENSAMENTO, DE INFORMAÇÃO E DE EXPRESSÃO ARTÍSTICA, CIENTÍFICA, INTELECTUAL E COMUNICACIONAL.
TRANSPASSE DA FUNDAMENTALIDADE DOS DIREITOS PROLONGADOS AO CAPÍTULO PROLONGADOR.
PONDERAÇÃO DIRETAMENTE CONSTITUCIONAL ENTRE BLOCOS DE BENS DE PERSONALIDADE: O BLOCO DOS
DIREITOS QUE DÃO CONTEÚDO À LIBERDADE DE IMPRENSA E O BLOCO DOS DIREITOS À IMAGEM, HONRA,
INTIMIDADE E VIDA PRIVADA. PRECEDÊNCIA DO PRIMEIRO BLOCO. INCIDÊNCIA A POSTERIORI DO SEGUNDO
BLOCO DE DIREITOS, PARA O EFEITO DE ASSEGURAR O DIREITO DE RESPOSTA E ASSENTAR RESPONSABILIDADES
PENAL, CIVIL E ADMINISTRATIVA, ENTRE OUTRAS CONSEQUÊNCIAS DO PLENO GOZO DA LIBERDADE DE
IMPRENSA. PECULIAR FÓRMULA CONSTITUCIONAL DE PROTEÇÃO A INTERESSES PRIVADOS QUE, MESMO
INCIDINDO A POSTERIORI, ATUA SOBRE AS CAUSAS PARA INIBIR ABUSOS POR PARTE DA IMPRENSA.
PROPORCIONALIDADE ENTRE LIBERDADE DE IMPRENSA E RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS MORAIS E
MATERIAIS A TERCEIROS. RELAÇÃO DE MÚTUA CAUSALIDADE ENTRE LIBERDADE DE IMPRENSA E DEMOCRACIA.
RELAÇÃO DE INERÊNCIA ENTRE PENSAMENTO CRÍTICO E IMPRENSA LIVRE. A IMPRENSA COMO INSTÂNCIA
NATURAL DE FORMAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA E COMO ALTERNATIVA À VERSÃO OFICIAL DOS FATOS.
PROIBIÇÃO DE MONOPOLIZAR OU OLIGOPOLIZAR ÓRGÃOS DE IMPRENSA COMO NOVO E AUTÔNOMO FATOR
DE INIBIÇÃO DE ABUSOS. NÚCLEO DA LIBERDADE DE IMPRENSA E MATÉRIAS APENAS PERIFERICAMENTE DE
IMPRENSA. AUTORREGULAÇÃO E REGULAÇÃO SOCIAL DA ATIVIDADE DE IMPRENSA. NÃO RECEPÇÃO EM BLOCO
DA LEI Nº 5.250/1967 PELA NOVA ORDEM CONSTITUCIONAL. EFEITOS JURÍDICOS DA DECISÃO. PROCEDÊNCIA
DA AÇÃO. (...)
10- NÃO RECEPÇÃO EM BLOCO DA LEI 5.250 PELA NOVA ORDEM CONSTITUCIONAL.
10.1. Óbice lógico à confecção de uma lei de imprensa que se orne de compleição estatutária ou orgânica. A
própria Constituição, quando o quis, convocou o legislador de segundo escalão para o aporte regratório da parte
restante de seus dispositivos (art. 29, art. 93 e § 5º do art. 128). São irregulamentáveis os bens de personalidade
que se põem como o próprio conteúdo ou substrato da liberdade de informação jornalística, por se tratar de bens
jurídicos que têm na própria interdição da prévia interferência do Estado o seu modo natural, cabal e ininterrupto
de incidir. Vontade normativa que, em tema elementarmente de imprensa, surge e se exaure no próprio texto da
Lei Suprema.
10.2. Incompatibilidade material insuperável entre a Lei n° 5.250/67 e a Constituição de 1988. Impossibilidade de
conciliação que, sobre ser do tipo material ou de substância (vertical), contamina toda a Lei de Imprensa: a) quanto
ao seu entrelace de comandos, a serviço da prestidigitadora lógica de que para cada regra geral afirmativa da
liberdade é aberto um leque de exceções que praticamente tudo desfaz; b) quanto ao seu inescondível efeito
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prático de ir além de um simples projeto de governo para alcançar a realização de um projeto de poder, este a se
eternizar no tempo e a sufocar todo pensamento crítico no País.
10.3 São de todo imprestáveis as tentativas de conciliação hermenêutica da Lei 5.250/67 com a Constituição, seja
mediante expurgo puro e simples de destacados dispositivos da lei, seja mediante o emprego dessa refinada técnica
de controle de constitucionalidade que atende pelo nome de “interpretação conforme a Constituição”. A técnica
da interpretação conforme não pode artificializar ou forçar a descontaminação da parte restante do diploma legal
interpretado, pena de descabido incursionamento do intérprete em legiferação por conta própria. Inapartabilidade
de conteúdo, de fins e de viés semântico (linhas e entrelinhas) do texto interpretado. Caso-limite de interpretação
necessariamente conglobante ou por arrastamento teleológico, a pré-excluir do intérprete/aplicador do Direito
qualquer possibilidade da declaração de inconstitucionalidade apenas de determinados dispositivos da lei sindicada,
mas permanecendo incólume uma parte sobejante que já não tem significado autônomo. Não se muda, a golpes
de interpretação, nem a inextrincabilidade de comandos nem as finalidades da norma interpretada. Impossibilidade
de se preservar, após artificiosa hermenêutica de depuração, a coerência ou o equilíbrio interno de uma lei (a Lei
federal nº 5.250/67) que foi ideologicamente concebida e normativamente apetrechada para operar em bloco ou
como um todo pro indiviso.
11. EFEITOS JURÍDICOS DA DECISÃO. Aplicam-se as normas da legislação comum, notadamente o Código Civil,
o Código Penal, o Código de Processo Civil e o Código de Processo Penal às causas decorrentes das relações
de imprensa. O direito de resposta, que se manifesta como ação de replicar ou de retificar matéria publicada é
exercitável por parte daquele que se vê ofendido em sua honra objetiva, ou então subjetiva, conforme estampado
no inciso V do art. 5º da Constituição Federal. Norma, essa, “de eficácia plena e de aplicabilidade imediata”,
conforme classificação de José Afonso da Silva. “Norma de pronta aplicação”, na linguagem de Celso Ribeiro Bastos
e Carlos Ayres Britto, em obra doutrinária conjunta.
12. PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. Total procedência da ADPF, para o efeito de declarar como não recepcionado pela
Constituição de 1988 todo o conjunto de dispositivos da Lei federal nº 5.250, de 9 de fevereiro de 1967.
STF - ADI: 1719/DF, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 18/06/2007, Tribunal Pleno, DJe 072 02-08-
2007.
PENAL E PROCESSO PENAL. JUIZADOS ESPECIAIS. ART. 90 DA LEI 9.099/1995. APLICABILIDADE. INTERPRETAÇÃO
CONFORME PARA EXCLUIR AS NORMAS DE DIREITO PENAL MAIS FAVORÁVEIS AO RÉU. O art. 90 da lei 9.099/1995
determina que as disposições da lei dos Juizados Especiais não são aplicáveis aos processos penais nos quais a
fase de instrução já tenha sido iniciada. Em se tratando de normas de natureza processual, a exceção estabelecida
por lei à regra geral contida no art. 2º do CPP não padece de vício de inconstitucionalidade. Contudo, as normas
de direito penal que tenham conteúdo mais benéfico aos réus devem retroagir para beneficiá-los, à luz do que
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determina o art. 5º, XL da Constituição federal. Interpretação conforme ao art. 90 da Lei 9.099/1995 para excluir de
sua abrangência as normas de direito penal mais favoráveis aos réus contidas nessa lei.
APn 912-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, Corte Especial, por unanimidade, julgado em 07/08/2019, DJe
22/08/2019
Comentário: a interpretação extensiva da norma processual penal tem autorização expressa no art. 3.º do CPP ("A
lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios
gerais de direito")
STF. Plenário. Inq 3983/DF, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, julgado
em 3/9/2015 (Info 797).
É cabível a aplicação analógica do art. 191 do CPC (“Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-
lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos”), ao
prazo previsto no art. 4º da Lei 8.038/1990 (“Apresentada a denúncia ou a queixa ao Tribunal, far-se-á a notificação
do acusado para oferecer resposta no prazo de quinze dias”). Com base nesse entendimento, o Plenário resolveu
questão de ordem suscitada pelo Ministro Teori Zavascki (relator) e, em consequência, deferiu, por maioria, o
pedido formulado por denunciado no sentido de que lhe fosse duplicado o prazo de oferecimento de resposta à
acusação. A Corte reiterou, desse modo, o que decidido na AP 470 AgR-vigésimo segundo e vigésimo quinto/MG
(DJe de 24.9.2013 e de 17.2.2014, respectivamente). Vencidos os Ministros Teori Zavascki, Edson Fachin, Roberto
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Barroso e Rosa Weber, que indeferiam o pleito por considerarem incabível a aplicação analógica do art. 191 do
CPC ao prazo previsto no art. 4º da Lei 8.038/1990.
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MAPA MENTAL
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIMA, Renato Brasileiro. Manual de Processo Penal. 6ª ed. Salvador – Jus Podivm. 2018.
SOUZA, Carlos Fernando Mathias. Princípios Gerais do Direito. Revista de Informação Legislativa – Brasília a. 38 n.
152 out./dez. 2001.
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