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UNIDADE 2 – APLICAÇÃO DA LEI

PROCESSUAL PENAL NO TEMPO, NO


ESPAÇO E EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS.

1 – Aplicação da Lei Processual Penal no Tempo: o art. 2º do Código de


Processo Penal diz que a lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem
prejuízo dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. Trata-se do princípio
da imediata aplicação da nova lei processual. Assim, uma lei processual que
entra em vigor durante o tramitar de uma ação em que se está apurando fato
ocorrido no passado será aplicada de imediato, seja ou não benéfica ao
acusado. Entretanto, os atos já praticados de acordo com a lei antiga serão
considerados válidos. Tem se afirmado, por vezes, que a lei nova processual
não pode ser aplicada se for prejudicial ao réu em confronto com a lei anterior
face ao princípio da irretroatividade da lei mais severa. A doutrina moderna tem
rechaçado tal entendimento porque, na hipótese, não há retroatividade já que a
lei vai ser aplicada aos atos processuais que ocorrerem a partir do início de sua
vigência. A lei processual não está regulando o fato criminoso, esse sim,
anterior a ela, mas o processo, a partir do momento em que ela passa a viger.
Além disso, o princípio da irretroatividade da lei mais severa na Constituição
Federal refere-se apenas à lei penal (art. 5º, XXXIX e XL).

1.1 – Princípio do efeito imediato ou da imediata aplicação da lei processual


penal (tempus regit actum) – art. 2º, CPP: o legislador pátrio adotou, em
relação à lei processual penal, o princípio da imediata aplicação da lei: “a lei
processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos
realizados sob a vigência da lei anterior”. Isso significa que o ato será regulado
pela lei que estiver em vigor no dia em que for praticado. Quanto aos atos
anteriores, não haverá retroação, pois eles permanecem válidos, já que
praticados segundo a lei da época. Para a lei processual penal pouco importa
se o fato foi cometido antes ou depois de sua entrada em vigor, pois ela
retroage e o alcança, ainda que seja mais severa, ou seja, mesmo
prejudicando a situação do agente. Isso significa dizer que a lei processual
penal retroage, ao contrário da lei penal.

1.2 – Normas Processuais Penais Mistas ou Híbridas: normas processuais


penais mistas materiais ou mistas ou híbridas são aquelas que, apesar de
estarem no contexto do processo penal, têm forte conteúdo do Direito Penal.
São, portanto, normas que envolvem institutos mistos, previstos tanto no
Código de Processo Penal quanto no Código Penal, a exemplo da
Representação, do Perdão, Perempção, Renúncia, Decadência etc, que
promovem a extinção da punibilidade do agente, nos termos do art. 107,
incisos IV e V, do Código Penal. Ademais, é também considerada norma
processual mista aquela que diz respeito à prisão do réu, pois ela envolve o
direito material à liberdade. Nesses casos, deve-se seguir a regra do Direito
Material (Penal), não podendo retroagir se prejudicar o réu. São exemplos: a)
as que dizem respeito à Representação, ao Perdão, à Perempção, à Renúncia,
à Decadência, etc.; b) as que dizem respeito diretamente aos direitos e
garantias do acusado, como, por exemplo, o surgimento de uma lei que proíba
um r a produção de uma determinada prova etc.); e c) as que afetam
diretamente a liberdade, como por exemplo uma norma que proíba a
concessão de liberdade provisória.

2 – Aplicação da Lei Processual Penal no Espaço: de acordo com o art. 1º,


o Código de Processo Penal aplica-se em todo o território nacional,
ressalvadas eventuais exceções decorrentes de tratados, convenções ou
regras de direito internacional, e outras, descritas a seguir. Em suma, aos
processos penais que venham a tramitar no território nacional são aplicadas as
regras do CPP. Destaque-se, ainda, que em relação às infrações de menor
potencial ofensivo, aplica-se a Lei nº 9.099/95.

Art. 1º - O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este


Código, ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros
de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos
ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade
(Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100);
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122,
nº 17);
V - os processos por crimes de imprensa.
Parágrafo único - Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos
nos ns. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de
modo diverso.

As leis penais, em algumas hipóteses (art. 7º CP), incidem sobre os fatos


delituosos cometidos fora do nosso território, apresentando, assim,
excepcionalmente, uma extraterritorialidade. Entretanto, as leis processuais
penais não ultrapassam os limites do território do Estado que as promulgou.
Mesmo que certos atos processuais devam ser praticados no exterior como
uma citação, intimação, busca e apreensão, ouvida de testemunhas, etc.,
aplicável será a lei processual penal do país onde tais atos devam ser
realizados, não podendo ter aplicação a nossa lei do processo.

2.1 – Princípio da Territorialidade (art. 1º, CPP)

Quanto à aplicação da Lei Processual Penal no espaço, vale, como regra geral,
o princípio da territorialidade (locus regit actum), consagrado no art. 1º, caput,
do Código de Processo Penal, segundo o qual é aplicada a lei processual
penal brasileira a todo crime ocorrido no território nacional. A esse respeito,
entende-se como lei processual penal brasileira, também como regra, o Código
de Processo Penal, que, no entanto, não se aplica para os crimes processados
no Brasil nas hipóteses previstas incisos I a V, do art. 1º, do Código de
Processo Penal.

a) Tratados, as convenções e regras de direito internacional

Firmando o Brasil um tratado ou convenção ou ainda participando o país de


uma organização mundial regida por regras internacionais, não há de ser
aplicado o Código de Processo Penal ao caso concreto e sim a legislação
internacional.
Um exemplo disso é o Tribunal Penal Internacional, criado pelo Estatuto de
Roma, de 17 de julho de 1998, e aprovado no Brasil pelo Decreto Legislativo n°
112/2002 e promulgado pelo Decreto Presidencial nº 4.388/2002. Este Tribunal
tem jurisdição subsidiária, no sentido de que deve atuar apenas quando o país
competente não faça valer a lei penal, especialmente os crimes de guerra e
contra a humanidade.

b) As prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros


de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos
ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade
(Jurisdição Política)

Em certos crimes de responsabilidade (infrações político-administrativas), não


será o judiciário que julgará o fato delitivo, mas sim determinado órgão do
Poder Legislativo. Assim, no âmbito federal, o Senado Federal tem
competência para o julgamento dos crimes de responsabilidade praticados
pelas autoridades mencionadas no art. 52, incisos I e II da Constituição
(Presidente e Vice-presidente da República, Ministros de Estado,
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, Ministros do Supremo
Tribunal Federal, membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho
Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-
Geral da União.
Quanto ao seu processamento, os crimes de responsabilidade são regidos pela
Lei nº 1.070/50.

c) Os processos da competência da Justiça Militar

A Justiça Militar é considerada justiça especial, assim como a Justiça Eleitoral,


possuindo regras próprias, motivo pelo qual a ela não se aplica o Código de
Processo Penal, mas sim o Código Penal Militar (que define os crimes
militares) e o Código de Processo Penal Militar (que define o procedimento dos
crimes militares).

d) Os processos da competência do tribunal especial (Tribunal de Segurança


Nacional)

O Tribunal de Segurança Nacional, instituído pelo art. 122, nº 17, da


Constituição Federal de 1937, não mais existe no ordenamento, tendo sido
extinto pela Lei Constitucional nº 14/45. Hoje os crimes contra a segurança
nacional, que eram julgados pelo referido Tribunal, estão previstos na Lei nº
7.170/83 e são, em regra, julgados pela Justiça Federal (art. 109, inciso IV, da
Constituição Federal)

e) Os processos por crimes de imprensa (Lei de Imprensa)

Os crimes de imprensa são julgados pela Justiça Comum. Para tais crimes era
respeitado o procedimento previsto na Lei nº 5.250/67. Havia, portanto, um
procedimento especial para o julgamento dos crimes de imprensa, de modo
que o Código de Processo Penal não era utilizado nesses crimes. Entretanto, o
STJ, no julgamento da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental
(ADPF) nº 130/DF, julgou pela não recepção ou revogação de toda a lei de
imprensa, daí porque, para esses casos, deve haver a aplicação do Código de
Processo Penal.

2.2 – Legislação Especial (art. 1º, parágrafo único, CPP)

O art. 1°, parágrafo único, do Código de Processo Penal assevera,


expressamente: “aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos
nos ns. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de
modo diverso”.

É certo que os incisos IV e V (Tribunal Especial e Lei de Imprensa) estão


prejudicados, como já mencionado. No entanto, o dispositivo legal em comento
ainda possui importância, devendo ser interpretado de forma a permitir a
aplicação subsidiária do Código de Processo Penal às leis especiais em geral,
caso não dispuseram de modo contrário. É o que ocorre, por exemplo, com a
Lei de Drogas (Lei 11.343/2006, Lei 8,038/90 etc.

3 – Aplicação da Lei Processual Penal em relação às pessoas:

3.1 – Imunidades Diplomáticas – não se aplicam as leis processuais nacionais


nas hipóteses de imunidades diplomáticas, fundadas no respeito e
consideração ao Estado que representam e na necessidade cercar sua
atividade de garantia para o perfeito desempenho de sua missão diplomática.
As denominadas imunidades diplomáticas advêm do Direito Internacional,
excluindo os Chefes de Estado e os representantes dos governos estrangeiros
da jurisdição criminal dos países onde se encontram acreditados. Os
funcionários do corpo diplomático também gozam dessa imunidade,
acontecendo o mesmo com os componentes da família do representante. A
embaixada é considerada território estrangeiro. Os lugares em que se exercem
os serviços da embaixada são invioláveis, não no sentido da
extraterritorialidade, mas em função da imunidade dos representantes. Assim,
cometida uma infração nesses locais por pessoa que não goza do privilégio, o
fato fica sujeito à jurisdição territorial.

3.2 – Imunidades Parlamentares – ao lado das imunidades diplomáticas, há as


parlamentares, que diferem das primeiras porque constituem, em parte, causas
funcionais de exclusão de pena e, em parte, prerrogativa processual, enquanto
aquelas não excluem o crime e suas conseqüências, apenas colocando os
seus titulares fora da jurisdição criminal do Estado onde estão acreditados,
submetendo-os às de seus países. A imunidade parlamentar pode ser:

a) material: que constitui causa de isenção de pena, referindo-se à imunidade


do parlamentar (senador, deputados federal e estadual e vereador), garantindo
que tais autoridades não podem ser punidas por crime de opinião quando no
desempenho da função. No caso específico dos vereadores, essa imunidade
restringe-se ao município de sua atuação.

A imunidade material está prevista no art. 53 da Constituição:

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por


quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.

b) formal (processual): que constitui prerrogativas processuais que, entretanto,


não se estendem a vereadores. As imunidades parlamentares processuais, ou
relativas, são as que se referem à prisão, ao processo, para servir como
testemunha e às prerrogativas de foro. No caso específico de vereador, não
têm eles imunidade processual.

3.3 – Imunidade Prisional: de acordo com o art. 53, § 2º, da Constituição,


“desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não
poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável”. Nesse caso, os
autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo
voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. Em crimes
afiançáveis os parlamentares jamais podem ser presos. Membros do Ministério
Público e da Magistratura também só podem ser presos em flagrante de crime
inafiançável.

Eis o que diz a Constituição:

Art. 53.

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não


poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os
autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para
que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.

3.4 – Imunidade processual: os deputados e senadores, além de serem


julgados por crime comum perante o Supremo Tribunal Federal, ainda tem a
possibilidade de terem o processo suspenso pelo voto da maioria dos
membros da respectiva casa.

Eis o que diz a Constituição:

Art. 53.

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão


submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) .
[...]
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido
após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa
respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto
da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento
da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo
improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa
Diretora. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o
mandato.

3.5 – Imunidade para servir de Testemunha: O agente diplomático não é


obrigado a prestar depoimento como testemunha; só é obrigado a depor sobre
fatos relacionados com o exercício de suas funções. Os deputados e
senadores não são obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou
prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
confiaram ou dele receberam informações (art. 53, § 6°, CF). Os presidentes da
República, do Senado e da Câmara poderão, inclusive, optar pelo depoimento
por escrito (art. 221, § 1º, CPP).

Eis o que diz a Constituição em relação da deputados e senadores:

Art. 53.

§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre


informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem
sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.

3.6 – Imunidades Parlamentares em Estado de Sítio: as imunidades de


deputados e senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser
suspensas mediante o voto de 2/3 dos membros da respectiva Casa (art. 53, §
8º, CF)

Eis o que diz a Constituição:

Art. 53.

§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado


de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos
membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do
Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.

3.7 – Imunidade penal temporária do Presidente da República: Além de o


presidente da república ser julgado por crime comum perante o Supremo
Tribunal Federal, a Constituição Federal, no art. 86, § 4°, estabelece que
durante a vigência de seu mandato o presidente da república não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. Assim,
ocorrendo fatos relativos à sua função, não estará impedida a persecução
penal.

Estabelece ainda o § 3º do referido artigo, que enquanto não sobrevier


sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente não estará sujeito
a prisão.
Eis o que diz a Constituição:

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços
da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o
Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado
Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo
Supremo Tribunal Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo
Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver
concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular
prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o
Presidente da República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

3.8 – Imunidade de advogado: o artigo 7º, § 2º do Estatuto da OAB (Lei nº


8.906/94) estabelece que “o advogado tem imunidade profissional, não
constituindo injúria, difamação puníveis qualquer manifestação de sua parte, no
exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções
disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer”. O § 3º do mesmo
artigo estabelece ainda que: “o advogado somente poderá ser preso em
flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável”,
devendo “ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante,
por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo,
sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à
seccional da OAB” (inciso IV). Por sua vez, o art. 133, da Constituição Federal
estabelece o seguinte: “o advogado é indispensável à administração da justiça,
sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos
limites da lei”.

3.9 – Foro especial por prerrogativa de função (ratione personae) (art. 84): em
face da relevância do cargo ou da função exercida por determinadas pessoas,
são elas julgadas originariamente por órgãos superiores da jurisdição e não
pelos órgãos comuns. A competência por prerrogativa de função é do Supremo
Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais
Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal,
relativamente às pessoas que devam responder perante eles por crimes
comuns e de responsabilidade.
a) Supremo Tribunal Federal (STF) – julga, nas infrações comuns, o
Presidente da República, o Vice-Presidente, Deputados Federais, Senadores,
os próprios Ministros do Supremo Tribunal Federal, Procurador-Geral da
República. Julga, nas infrações comuns e nos crimes de responsabilidade,
os Ministros de Estado, membros dos Tribunais Superiores (STJ, TSE, TST e
STM), os membros dos Tribunais de Contas da União, os Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica e os chefes de missão diplomática de
caráter permanente (art. 102 da CF)
b) Superior Tribunal de Justiça (STJ) – julga, nos crimes comuns, os
Governadores de Estados e do Distrito Federal. Julga, nos crimes comuns e
nos de responsabilidade, os Desembargadores e membros dos Tribunais de
Contas dos Estados e Distrito Federal, dos Tribunais Regionais Federais,
Tribunais Regionais Eleitorais, Tribunais Regionais do Trabalho, membros dos
Tribunais de Contas dos Municípios e os Membros do Ministério Público da
União que oficiem perante os Tribunais (art. 105 da CF).
c) Tribunais Regionais Federais – julgam os Juízes Federais, incluídos os da
Justiça Militar Federal e da Justiça do Trabalho e os membros do Ministério
Público da União que oficiem junto à primeira instância. (art. 108 da CF).
d) Tribunais de Justiça Estaduais – julgam os Prefeitos, os Juízes Estaduais,
(abrangendo os integrantes dos Tribunais de Alçada, do Tribunal de Justiça
Militar Estadual, os Juízes de primeira instância e os auditores da Justiça
Militar) e os membros do Ministério Público Estadual.

Deve-se observar, por outro lado, que essa prerrogativa é relacionada à


função, significando dizer que, uma vez o agente deixando a função, será
processado por um órgão de jurisdição comum.

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