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Adquira agora o material completo (PÓS EDITAL) e seja aprovado na PC GO

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Olá futuro(a) Agente / Escrivão da Polícia Civil de Goiás!

Esse material é totalmente focado no certame (PÓS EDITAL) e aborda os principais pontos
da legislação prevista no edital de Agente / Escrivão da PC GO.

Nele foi inserido títulos em cada artigo, para facilitar a sua compreensão, e marcações das
partes mais importantes.

Além disso, nos dispositivos mais importantes para a prova da PC GO, constam esquemas para
facilitar a compreensão do aluno.

A leitura da lei é fundamental para a sua aprovação, pois, em análise estatística, verificou-se
que 95% cobradas pela banca instituto AOCP são resolvidas com base da lei seca, súmulas e
jurisprudência.

No material completo você terá acesso as seguintes disciplinas:

Dia 1 Constitucional

Dia 2 Penal

Dia 3 Administrativo

Dia 4 Legislação penal e processual penal especial

Dia 5 Processo Penal

Dia 6 Legislação Estadual

Dia 7 Língua Portuguesa

E mais: como forma de demonstrar a qualidade de nosso material, apresentaremos a seguir


a amostra do: Legislação Mapeada Extreme para Agente / Escrivão da PC GO - PÓS EDITAL 2022:

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DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

O tópico 1 do edital de agente e escrivão da PC GO 2022 refere-se ao tema: “Aplicação da lei penal”.
Trata-se do título I do Código Penal, que vai do art. 1º ao 12. Dessa forma, verifica-se que os
subtópicos estão dentro desse tema macro, qual seja, aplicação da lei penal. Por isso trabalharemos
a ordem sequencial do Código Penal.

Princípios da legalidade e da anterioridade

Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina (princípio da reserva legal). Não há pena sem
prévia cominação legal (princípio da anterioridade).

Cláusula pétrea, pois também está previsto no art. 5º da CF/88

MP não pode cominar crime e pena. Há doutrina dizendo que pode, desde que seja pro reo.

Legalidade: Lei escrita (costume ñ), estrita (analogia prejudicial ñ), certa (taxatividade) e anterior.

Princípio da legalidade = reserva legal + anterioridade

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Lei penal no tempo

Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

Abolitio criminis

Abolitio criminis: descriminalização da conduta – não necessariamente legaliza a conduta,


ex.: adultério

Abolitio criminis x revogação do tipo penal

Abolitio crimines com revogação do Abolitio crimines sem revogação do tipo


tipo penal penal

Tipo penal é revogado, mas a conduta

passa a ser criminosa em outro tipo pena,


Adultério
ex.: atentado violento ao pudor foi

revogado e passou a ser estupro

Efeito penal da sentença condenatória

Principal Execução da pena


Efeito da sentença
penal condenatória Reincidência,
Secundário antecedentes
criminais, etc

A abolitio criminis não cessa os efeitos extrapenais: art. 91, 91-A e 92 do CP - reparação de dano,
perda do mandato, perda do poder familiar, etc.

Retroatividade da lei penal

Art. 2º, parágrafo único - lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos
fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

Desdobramento do princípio da legalidade

Cláusula pétrea, pois também está previsto no art. 5º da CF/88

Se houver o transito em julgado quem aplica a lei nova é o juízo da execução

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Entendimento jurisprudencial

STF/STJ: não é possível combinação de leis. Analisa-se a nova lei no todo, pois senão o juiz estaria
aplicando uma terceira lei que resultaria na junção de duas leis, atuando como legislador positivo.

Súmula 611, STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções
a aplicação de lei mais benigna.

Súmula 471, STJ: Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da
vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de
Execução Penal) para a progressão de regime prisional.

Súmula 501, STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da
incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação
da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.

Lei excepcional ou temporária

Art. 3º - lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas
as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

Lei excepcional e temporária

Lei temporária: prazo determinado para sua vigência. Ex.: Lei Geral da Copa.

Lei excepcional: vigora enquanto perdurarem as situações de instabilidade institucional.

Característica: autorevogabilidade, ultratividade (aplica a lei mesmo depois da lei não estiver mais
em vigor)

Leis intermitentes são as leis temporárias ou excepcionais.

Extra-atividade

Rogério Greco: extra-atividade é gênero do qual seriam espécies a ultra-atividade e a retroatividade.

Ultra-atividade: ocorre quando a lei, mesmo depois de revogada, continua a regular os fatos
ocorridos durante a sua vigência.

Retroatividade: possibilidade conferida à lei penal de retroagir no tempo, a fim de regular os


fatos ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor.

HORA DA MEMORIZAÇÃO!

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Ativas Retroatividade: retroage no


Aplicação da lei a fatos tempo para alcançar fatos
ocorridos durante sua vigência ocorridos antes de sua entrada
em vigor.
Leis penais

Extra-ativas
Aplicação da lei fora do seu
Ultra-atividade: quando a lei penal,
período de vigência
depois de revogada, avança no tempo
de modo a continuar a regular os fatos
ocorridos durante a vigência. Ex,: Leis
excepcionais, temporárias, crimes
continuados.

Tempo do crime

Art. 4º - considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o
momento do resultado.

Em que momento ocorre o crime? No momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o
momento do resultado.

Teoria da Atividade

Territorialidade

Art. 5º - aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território nacional.

Regra: Aplica-se a lei brasileira aos crimes ocorridos no território nacional.

Excepcionalmente tem-se a extraterritorialidade do art. 7°.

Essa territorialidade é mitigada ou temperada, porque admite exceções, seja os casos de


extraterritorialidade, seja as hipóteses de intraterritorialidade (é a lei estrangeira, aplicada por um juiz
estrangeiro, a um crime cometido no Brasil. Ex.: Casos de imunidade diplomática).

Extensão do território brasileiro para efeitos penais

Art. 5º, §1º - para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro
onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou
de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em
alto-mar.

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São extensões ao território brasileiro:

Embarcações e aeronaves públicas brasileiras ou privadas, mas que esteja a serviço do governo
brasileiro onde quer que se encontrem.

Embarcações e aeronaves privadas ou mercantes brasileiras, desde que se encontrem em alto-mar


ou em espaço aéreo correspondente (terra de ninguém, pois ninguém tem soberania sobre esses
lugares).

Possibilidade de aplicação da lei brasileira aos crimes praticados a borde de aeronaves ou


embarcações estrangeiras de propriedade privada

Art. 5º, §2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território
nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

É importante observar que o Código Penal não trouxe qualquer regra específica atinente às embaixadas,
motivo pelo qual se conclui que elas, embora sejam invioláveis, não constituem extensão do território do
país que representam. Assim, a título de exemplo, a embaixada norte-americana no Brasil é território
brasileiro e ao crime nela praticado será aplicada a lei penal brasileira – salvo a incidência de convenção,
tratado ou regra de direito internacional.

Lugar do crime

Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou
em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

Teoria da Ubiquidade (mista)

Teoria da Ubiquidade (mista): aplicado nas hipóteses de crime à distância (crimes de espaço máximo).
Países distintos: Brasil e Chile.
Não se aplica a teoria da ubiquidade:

CPP: teoria do resultado (art. 70). Aplicado nas hipóteses de crimes plurilocais. Abrangem lugares
distintos, mas todos dentro do mesmo país.

Crimes conexos: crimes conexos são crimes que estão relacionados entre si. Não aceitam a
ubiquidade uma vez que não constituem unidade jurídica.

Crimes plurilocais: teoria do resultado

Infrações penais de menor potencial ofensivo (juizado especial): teoria da atividade

Crimes falimentares: local da decretação da falência.

Atos infracionais: teoria da atividade

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Crimes contra a vida: teoria da atividade - deve preponderar a teoria da atividade, devido à
dificuldade em se realizar o júri.

Se liga na dica: LU / TA

LU = Teoria da Ubiquidade = lugar do crime (art. 6º): Considera o crime praticado no

lugar da conduta, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

TA = Teoria da Atividade = tempo do crime (art. 4º): Considera o crime praticado no

momento que o agente pratica a conduta (ação ou omissão).

Teoria da Atividade e da Ubiquidade

Teoria da Atividade ou da Ação: Só tem relevância nos crimes materiais ou causais (crimes de
resultado = STF), isto é, nos crimes materiais que o resultado naturalístico é obrigatório. Já nos crimes
formais e de mera conduta, praticada a conduta, o crime está automaticamente consumado.

Teoria da Ubiquidade ou Mista: A palavra “ubíquo” é sinônimo de onipresente. Daí o nome da


teoria, tendo em vista que o crime é considerado praticado em qualquer dos lugares.

Crimes à distância X Crimes plurilocais

Crimes à distância (ou de espaço Crimes plurilocais (ou de espaço mínimo)


máximo)

São aqueles em que a conduta e o

resultado ocorrem em Comarcas diversas,


Envolvem países diversos, envolvendo
mas dentro do mesmo país. A questão aqui,
questão de soberania (art. 6º, CP – adota a
portanto, não é de soberania, mas de
Teoria da Ubiquidade).
competência, e essa problemática é

solucionada, via de regra, pelo art. 70, caput

do CPP – (teoria do resultado)

Nos crimes plurilocais, a regra é a teoria do resultado. Porém, há exceções:

1) Art. 63, Lei 9099/95: crimes de menor potencial ofensivo – Teoria da Atividade (regra);

2) Crimes de competência do Tribunal do Júri: Teoria da Atividade (criação jurisprudencial)

Extraterritorialidade incondicionada

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Aplica-se a lei penal brasileira aos crimes ocorridos fora do Brasil, independentemente de qualquer
condição.

Extraterritorialidade incondicionada: Crimes contra o Presidente

Art. 7º, inciso I - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes:

a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;

Apenas nos casos de crime contra a vida e liberdade

Princípio de proteção / real / da defesa: aplica-se a lei penal brasileira aos crimes praticados no exterior
quando o bem jurídico violado for brasileiro. O que importa nesse caso é a função pública exercida pelo
Presidente.

Extraterritorialidade incondicionada: Crimes contra o patrimônio ou a fé pública

Art. 7º, inciso I - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes:

b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de


Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo
Poder Público;

Apenas nos casos de crime contra o patrimônio ou a fé pública

Princípio de proteção / real / da defesa: aplica-se a lei penal brasileira aos crimes praticados no
exterior quando o bem jurídico violado for brasileiro.

Doutrina

Aduz Rogério Sanches (CP Comentado, 2012), que “Não somente a moeda nacional pode ser

objeto material do crime, mas também a estrangeira, sendo que ambas devem ter curso legal no

Brasil ou no país de origem, querendo isto dizer que, a moeda não pode ser recusada como meio

de pagamento”. Ou seja, a moeda estrangeira deve ser tida como válida no Brasil, vindo a ser

comercializada (para compra/venda) em casas de câmbio no território, a título de exemplo.

Extraterritorialidade incondicionada: Crimes contra a administração pública

Art. 7º, inciso I - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes:

c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;

Princípio de proteção / real / da defesa: aplica-se a lei penal brasileira aos crimes praticados no exterior
quando o bem jurídico violado for brasileiro.

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Extraterritorialidade incondicionada: Crimes de genocídio

Art. 7º, inciso I - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes:

d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;

Agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.

Genocídio: destruir no todo ou em parte um grupo étnico, racial, nacional ou religioso.

Princípio da nacionalidade ativa / personalidade ativa: aplica-se a lei penal brasileira porque o sujeito
ativo do crime é um brasileiro.

Princípio da Justiça Universal ou cosmopolita

Extraterritorialidade incondicionada: possibilidade de dupla condenação pelo mesmo fato

Art. 7º, §1º - Nos casos de extraterritorialidade incondicionada, o agente é punido segundo a lei
brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.

Crimes contra a vida ou a P. de proteção / real / da


O agente é punido segundo a lei
liberdade do PR defesa
brasileira, ainda que absolvido ou
condenado no estrangeiro.

Crimes contra ao
P. de proteção / real / da
patrimônio ou a fé pública
Extraterritorialidade defesa
da adm direta e indireta
incondicionada

Crimes contra a adm


P. de proteção / real / da
pública - por quem está a
defesa
seu serviço

Crimes de genocídio,
quando o agente for P. da Justiça Universal ou
brasileiro ou domiciliado cosmopolita
no Brasil

Extraterritorialidade condicionada

Crimes ocorridos fora do Brasil e que o Brasil irá pretender aplicar a sua lei penal brasileira desde
que estejam implementadas algumas condições previstas no art. 7º, II do CP.

Extraterritorialidade condicionada: tratado ou convenção – Brasil se obrigou a reprimir

Art. 7º, inciso II - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes:

a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;

Princípio da justiça universal / cosmopolita / jurisdição mundial

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Extraterritorialidade condicionada: praticados por brasileiro

Art. 7º, inciso II - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes:

b) praticados por brasileiro;

Princípio da nacionalidade ativa: é importante a aplicação da lei, pois o brasileiro nato não pode ser
extraditado.

Extraterritorialidade condicionada: praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras –


quando não julgados em território estrangeiro

Art. 7º, inciso II - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes:

c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,


quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.

Quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados

Princípio da bandeira / pavilhão / representação / subsidiário / substituição

Extraterritorialidade condicionada: condições (cumulativas) para aplicação da lei brasileira

Art. 7º, §2º - Nos casos de extraterritorialidade condicionada, a aplicação da lei brasileira depende
do concurso das seguintes condições (cumulativas):

a) entrar o agente no território nacional;

b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;

c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;

d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;

e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a
punibilidade, segundo a lei mais favorável.

HORA DA MEMORIZAÇÃO!

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Crimes que, por tratado P. justiça universal /


ou convenção, o Brasil se cosmopolita / jurisdição
obrigou a reprimir mundial

Extraterritorialidade
Crimes praticados por P. Princípio da
condicionada brasileiro nacionalidade ativa:

Crimes praticados em
P. da bandeira /
aeronaves ou embarcações
pavilhão /
brasileiras, mercantes ou de
representação /
propriedade privada, quando
subsidiário /
em território estrangeiro e aí
substituição
não sejam julgados

Extraterritorialidade supercondicionada

Art. 7º, §3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro
fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:

a) não foi pedida ou foi negada a extradição;

b) houve requisição do Ministro da Justiça.

Princípio da nacionalidade passiva – sujeito passivo brasileiro

Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil

Além das 5 condições citadas anteriormente, exige-se a reunião de mais duas, quais sejam: (i) não foi
pedida ou negada a extradição; (ii) houve requisição do Ministro da Justiça.

Art. 7º, § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro
fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:

Lembre-se: é necessário que o sujeito ativo do crime (estrangeiro) esteja no Brasil.

a) não foi pedida ou foi negada a extradição;

Não foi pedido: porque se pediu e o Brasil aceitou, não há que se falar no julgamento do
estrangeiro pelo Brasil.

Foi negada a extradição: o Brasil por algum motivo nega o pedido do outro país.

b) houve requisição do Ministro da Justiça.

É necessário que o Ministro da Justiça faça a requisição para início do processo.

Fique atento!

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Crimes de APP condicionada a requisição do Ministro da Justiça do CP:

Crime contra a honra do Presidente da República


Crime contra a honra de Chefe de Governo Estrangeiro
Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7º, §3º)

Pena cumprida no estrangeiro

Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime,
quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

Exceção ao bis in idem (julgado mais de uma vez pelo mesmo fato). Doutrina critica

Atenua -> diversas

Computa -> idênticas

O princípio do ne bis in idem é previsto na legislação brasileira? No Direito Brasileiro, embora


ausente sua previsão na CF/88 (ao menos de modo explícito), pode-se identificar a influência do ne bis
in idem, em maior ou em menor grau, na legislação ordinária, tal como ocorre no art. 8º do CP, no art.
110 do CPP e no art. 82, V, da Lei de Migração. A incorporação do princípio do ne bis in idem ao
ordenamento jurídico brasileiro, ainda que sem o caráter de preceito constitucional, vem complementar
o rol dos direitos e das garantias individuais já previsto pela CF/88, em razão de que a interpretação
constitucional sistemática leva à conclusão de que se impõe a prevalência do direito do indivíduo à
liberdade em detrimento do poder-dever do Estado-juiz de acusar (STF. Plenário. HC 80.263/SP, Rel.
Ministro Ilmar Galvão, DJ 27/6/03).

Eficácia da sentença estrangeira

Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas
consequências, pode ser homologada no Brasil para:

I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;

II - sujeitá-lo a medida de segurança.

Parágrafo único - A homologação depende:

a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;

b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade
judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.

Eficácia da sentença estrangeira

A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas


consequências, pode ser homologada (STJ) no Brasil para:
a) obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis

Depende de requerimento da parte interessada

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b) sujeitá-lo a medida de segurança

Não pode homologar a sentença estrangeira para imposição de pena.

MS: inimputabilidade por doença mental – (i) internação ou (ii) tratamento ambulatorial.

Depende de tratado de extradição com o país que emanou a sentença OU requisição do Ministro
da Justiça.

Contagem do prazo

Art. 10º O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos
pelo calendário comum.

Prazo penal: dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Prazos de prescrição e decadência (apenas
naquelas situações em que há a necessidade de atuação do ofendido para tomar a iniciativa da ação penal).

Prazo processual: exclui o primeiro dia da contagem e começa a contagem a partir do primeiro dia
útil subsequente. Porém, a contagem do prazo no CPP é em dias corridos, diferente do CPC.

Contagem do prazo

Prazo penal Inclui o do começo Art. 10 do CP

Exclui o do final

Prazo processual penal Exclui o do começo Art. 798 do CPP

Inclui o do final

Frações não computáveis da pena

Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de
dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.

Não importa o horário em que o sujeito foi preso, ali será o primeiro dia.

Vale para qualquer prazo penal, como, por exemplo, na prescrição.

Às vezes essas regras se aplicam a questões processuais penais, como, por exemplo, o prazo para o
Delegado concluir o inquérito policial. Assim, quando o investigado estiver preso a contagem observa os
prazos do direito penal (pois envolve a privação da liberdade do sujeito), ao passo que quando estiver solto
a contagem observa o prazo do direito processual.

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Frações não computáveis da pena

Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não
dispuser de modo diverso (princípio da especialidade).

Analogia

Analogia é considerada uma integração normativa. Isso porque possui como pré-requisito uma
lacuna (vazio) legislativa, de modo que para preencher essa lacuna utiliza-se um caso paradigma
para a solução do caso concreto.

Ao analisar sob o ponto de vista penal, tem-se que a analogia pode ser dividida em:

Analogia in bonam partem (benéfica ao réu) - pode ser aplicada no direito penal

Analogia in malam partem (prejudicial ao réu) - não pode ser aplicada no direito penal.

Tome nota!

A interpretação analógica ocorre quando o intérprete está interpretando um texto legal.

Ex.: a interpretação dada ao motivo fútil previsto no art. 121, §2º, inciso I, do Código Penal.

Ou seja, interpretação analógica é diferente de analogia, cuidado com isso.

DO CRIME

Esse assunto (do crime) é muito importante para a prova de agente / escrivão da PC GO. Trata-se de
título II, da parte geral do Código Penal – arts. 13 ao 25.

CONCEITO DE CRIME
Enfoque formal Conduta descrita na norma penal incriminadora. Ou seja, é aquilo que está
rotulado em uma norma penal com ameaça de pena.
Enforque material Comportamento humano causador de uma lesão ou ameaça de lesão ao
bem jurídico tutelado.
Enfoque analítico Bipartite Crime = fato típico + ilícito (culpabilidade é pressuposto de
aplicação da pena)
Tripartite Crime = fato típico, ilícito e culpável (corrente adotada no
Brasil)
Enfoque legal Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou
de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com
a pena de multa (art. 1° da LICP)

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DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Esse é o tópico 3 do edital de agente / escrivão da PC GO (2022) e corresponde ao título II da


Constituição Federal, que aborda os direitos e garantias fundamentais.

Nesse tópico, o edital abordou os seguintes assuntos:

Direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º, CF);

Direitos sociais (arts. 5º ao 11, CF);

Direitos de nacionalidade (arts. 12 e 13, CF);

Direitos políticos (arts. 14 e 16, CF);

Partidos políticos (art. 17, CF).

Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Em direito constitucional, sem dúvidas, esse é o assunto mais importante, uma vez que verificou-se
que a banca Instituto AOCP tem abordado bastante esse assunto.

Direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

Súmula Vinculante 6: Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao


salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.

Igualdade de gênero / igualdade material

I - Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

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Ações afirmativas: discriminação positiva, buscam realizar a igualdade material.

Exemplos:

I – Cotas raciais para negros e índios ingressarem em Universidades Públicas

II – Bolsas de estudo em universidades privadas para alunos de baixa renda

Limite de idade em concurso público: É autorizado, porém não pode apenas o edital prever
essa limitação, é necessário a previsão em lei

Súmula vinculante 37: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia

Legalidade

II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

Administração pública: apenas pode fazer o que a lei permite, a margem de atuação a
administração é mais restrita

Particular: podem fazer tudo o que a lei não proíbe

Vedação à tortura

III - Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

Liberdade de pensamento

IV - É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

Direito de resposta

V - É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano


material, moral ou à imagem;

Liberdade de consciência e de crença

VI - É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos


cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

Prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva

VII - É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva;

Escusa de Consciência

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VIII - Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei;

Liberdade de expressão da atividade intelectual

IX - É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


independentemente de censura ou licença;

Liberdade de imprensa: Direito a crítica jornalística, porém não exclui a possibilidade de o


jornalista ser responsabilizado, direito de resposta e indenização.

A censura estatal é vedada, pois é incompatível com a liberdade de expressão.

Direito à intimidade

X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

Direito à inviolabilidade do domicílio

XI - A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
dia, por determinação judicial;

MAPEANDO O DIREITO À INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO

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Sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas

XII - É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das


comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que
a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

A administração penitenciária pode violar o sigilo da correspondência dos presos por questões de
segurança

Livre exercício profissional

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações


profissionais que a lei estabelecer;

Acesso à informação

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando


necessário ao exercício profissional;

Liberdade de locomoção em tempo de paz

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

Liberdade de reunião

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

Fique atento!

O STF, através do Recurso Extraordinário n° 806339/SE, cujo Relator foi o Ministro Marco Aurélio,
entendeu que não há nenhuma forma pré-estabelecida para o prévio aviso, de modo que basta que
o conhecimento sobre a reunião chegue ao conhecimento do Poder público.

Nesse sentido: “A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é


satisfeita com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício
se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo local”. STF. Plenário. RE
806339/SE, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 14/12/2020
(Repercussão Geral – Tema 855) (Info 1003).

Liberdade de associação

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

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Criação de associações e cooperativas

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização,


sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

Dissolução e suspensão das associações

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades


suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

Dissolução compulsória – exige ordem judicial trânsito em julgado

Suspensão das atividades – exige decisão judicial

Direito de não ser compelido a se associar

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

Legitimidade das entidades associativas

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para


representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

Direito de propriedade

XXII - é garantido o direito de propriedade;

Propriedade e função social

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

Desapropriação

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos nesta Constituição;

Requisição Administrativa

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

Pequena propriedade rural

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não
será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

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JURISPRUDÊNCIA
A pequena propriedade rural é impenhorável (art. 5º, XXVI, da CF/88 e o art. 833, VIII, do CPC) mesmo
que a dívida executada não seja oriunda da atividade produtiva do imóvel. De igual modo, a
pequena propriedade rural é impenhorável mesmo que o imóvel não sirva de moradia ao
executado e à sua família. Desse modo, para que o imóvel rural seja impenhorável, nos termos do
art. 5º, XXVI, da CF/88 e do art. 833, VIII, do CPC, é necessário que cumpra apenas dois requisitos
cumulativos: 1) seja enquadrado como pequena propriedade rural, nos termos definidos pela lei; e 2)
seja trabalhado pela família. STJ. 3ª Turma. REsp 1591298-RJ (Info 616)

Direitos autorais

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

Direitos autorais sobre obras coletivas

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz


humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que


participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

Propriedade intelectual

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização,
bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e
econômico do País;

Direito de herança

XXX - é garantido o direito de herança;

Sucessão de bens de estrangeiro

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal
do "de cujus";

Defesa do consumidor

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

Direito de acesso à informação

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XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

Direito de petição e certidão

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de


situações de interesse pessoal;

Inafastabilidade do provimento jurisdicional

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

Direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

Tribunal de exceção

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

Tribunal do júri

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

Legalidade penal (reserva legal e anterioridade)

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

Irretroatividade da lei penal

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

Discriminação de direitos e liberdades fundamentais

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

Criminalização do racismo

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XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei;

Tortura, tráfico ilícito de entorpecentes, terrorismo e hediondos

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da


tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem;

Proteção à ordem constitucional e à democracia

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou


militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

Esquematizando o conteúdo

Crimes inafiançáveis e imprescritíveis Crimes inafiançáveis e insuscetíveis de


graça e anistia

Racismo Tortura

Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas

Ação de grupos armado civis ou militares, afins

contra a ordem constitucional e o estado Terrorismo

democrático. Crimes hediondos

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DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AO DIREITO PROCESSUAL PENAL

O assunto: "Disposições constitucionais aplicáveis ao Direito Processual Penal" foi previsto no edital
da PC GO - agente / escrivão (2022) - no tópico 4 da disciplina de Noções de Direito Processual
Penal.

Todavia, para facilitar a compreensão do aluno, trabalharemos esse tópico já no início, uma vez que,
em tese, se trata dos princípios constitucionais previstos na Constituição Federal que possuem
aplicabilidade no âmbito do direito processual penal.

Cumpre frisar que não abordaremos todos esses princípios, uma vez que eles já estão previstos na
parte de direito constitucional, ao ser estudado o artigo 5º da Constituição. Porém, daremos ênfase
aos mais importantes, que possui grandes chances de ser cobrado em sua prova.

1) PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA (NÃO CULPABILIDADE)

a) Fundamento Constitucional

CF art. 5º LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

b) Conceito

É ônus da acusação demonstrar os elementos que comprovem que o acusado é culpado, uma vez
que resta inerte seu status de inocente até prolação de sentença condenatória criminal transitada
em julgada.

c) Desdobramento

Do princípio da presunção de inocência decorre:

1) in dubio pro reo (favor rei, favor libertatis)

Decorre do sistema acusatório e da presunção de inocência. Quem acusa deve provar essa alegação.
Caso não prove a acusação, será́ o réu inocente. Esse princípio implica que a dúvida milita em favor
do acusado, uma vez que a garantia da liberdade deve prevalecer sobre a pretensão punitiva do
Estado.

Princípio da presunção da inocência x Princípio do in dubio pro reo


Os princípios da presunção de inocência e in dubio pro reo não se confundem, mas sim um decorre do
outro. Nesse sentido, Tourinho filho afirma que [...] "no conflito entre o jus puniendi do Estado e o jus
libertatis do acusado, a balança deve inclinar-se a favor deste último."

2) não autoincriminação (Nemo tenetur se detegere)

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Expressamente previsto no Pacto de São Jose da Costa Rica.

Garante ao cidadão o direito de não gerar prova contra si.

Investigado não pode ser compelido a participar ativamente de uma reprodução simulada.
(Doutrina diverge se é obrigado a comparecer)

3) direito ao silêncio

Garantia constitucional, de cujo exercício não lhe poderão advir consequências prejudiciais.

É o direito que o indivíduo tem de não produzir provas contra si mesmo e até mesmo mentir
sobre fato criminoso que lhe foi imputado, é um modo de defesa do indivíduo contra o Estado.

2) PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA DO JUIZ

Não está expresso na Constituição de 1988, é implícito.

O juiz é dotado da independência funcional, pois decide de acordo com o livre convencimento
motivado, que é fundamental para que possa proferir decisão com imparcialidade.

3) PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ

Não está expresso na Constituição de 1988, é implícito.

Ausência de interesse no processo por parte do juiz da causa. O magistrado não deve favorecer
nenhuma das partes para que sua sentença seja o mais justa possível.

Tome nota
A motivação per relationem é uma técnica de fundamentação em que uma decisão é fundamentada fazendo
referência a alegação das partes ou decisão anterior no mesmo processo, é chamada motivação por
referência ou por remissão. O STF entende que não há ausência de fundamentação na motivação per
relationem. Sobre tal instituto, não há previsão no CPP, é uma criação doutrinária e jurisprudencial.

4) PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA DA PENA

a) Fundamento Constitucional

O Princípio da Instranscendência da Pena está previsto no artigo 5º, inciso XLV, da Constituição
Federal.

CF, art. 5º, XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano
e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

b) Finalidade

O princípio da intranscendência impede que uma pessoa que não tenha cometido um crime, cumpra
pena pela a autora do delito.

Ex.: Daniel furta uma farmácia, mas pouco tempo depois acaba falecendo e não cumpre a pena do
crime. Daí surge uma pergunta: poderia seu filho Miguel ser responsabilizado pelo crime praticado

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por Daniel? A resposta é NÃO, pois o princípio da Intranscendência da pena veda essa transferência
de responsabilidade penal.

Mas você deve ter ficado com a seguinte dúvida: Mas professor, no artigo 5º, inciso XLV, da
Constituição Federal, há a previsão de que os sucessores podem ser obrigados a reparar o dano.

Sim, exatamente. A parte final do dispositivo limita essa obrigação ao patrimônio deixado pelo
infrator. É dizer: os herdeiros não cumpriram pena em seu lugar, nem responderão com o seu próprio
patrimônio, mas apenas até o limite do valor do patrimônio transferido.

Por fim, vale dizer que a multa é uma espécie de pena, por isso não poderá ser cobrada dos herdeiros,
nem mesmo no limite da herança. Isso porque espécies de pena não podem transcender a esfera do
infrator.

INQUÉRITO POLICIAL

O assunto inquérito policial é muito importante para a sua prova da PC GO – agente / escrivão (2022).
Por isso, você deve dominá-lo. É essencial que você, candidato, conheça todos os pontos desse tema
previsto no Código Processo Penal. Afinal, trata-se de poucos dispositivos legais (artigos 4º ao 23).

Finalidade da polícia judiciária

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas
circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.

Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades


administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.

Início do inquérito policial

Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

I - de ofício;

II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do


ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

§ 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:

a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;

b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de


presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;

c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.

§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe
de Polícia.

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§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba
ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada
a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.

§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela
ser iniciado.

§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.

Atitudes da autoridade policial após o conhecimento da prática da infração penal

Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas,
até a chegada dos peritos criminais;

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título
Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham
ouvido a leitura;

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;

VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos
autos sua folha de antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua
condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e
quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma


deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela
pessoa presa.

Da reprodução simulada dos fatos

Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a
autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie
a moralidade ou a ordem pública.

Prisão em flagrante

Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste
Livro.

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Peças do Inquérito policial

Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou
datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.

Prazo do inquérito policial

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em
que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança
ou sem ela.

PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL

Preso Solto

Regra do CPP 10 dias 30 dias

Justiça federal 15 + 15 dias 30 dias

Crimes contra a 10 dias 10 dias


economia popular
Legislação especial

Lei de drogas 30 + 30 dias 90 + 90 dias

Inquérito militar 20 dias 40 + 20 dias

§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz
competente.

§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas,
mencionando o lugar onde possam ser encontradas.

§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer
ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado
pelo juiz.

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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

1) NOTA INTRODUTÓRIA

O administrador público só pode realizar o que está na lei, enquanto que o administrador privado
pode realizar tudo o que a lei não proíba.

A Administração Pública é composta de entes políticos e entes administrativos, que, por sua vez, são
compostos por órgãos públicos.

A competência conferida à administração é irrenunciável.

As prerrogativas da administração são típicas do direito público, fato que não existe no direito
privado, no qual predomina a igualdade entre as partes.

2) SUPRAPRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, são dois os supraprincípios: a) supremacia do interesse
público sobre o privado; b) indisponibilidade do interesse público.

2.1) Supremacia do interesse público sobre o privado

Significa que os interesses da coletividade são mais importantes do que os interesses individuais,
razão pela qual a Administração Pública, como defensora dos interesses públicos, recebe da lei
poderes especiais não extensivos aos particulares.

Registro inicial: (doutrina majoritária) o princípio da supremacia pode ser encontrado expressamente
na Lei 9.784/1999, mas, na CF, acha-se implicitamente.

Trata da possibilidade de constituir obrigações para terceiros mediante atos unilaterais, sendo tais
atos imperativos como quaisquer atos do Estado.

O interesse público é indisponível.

Exemplos desse princípio: a) desapropriação; b) requisição de bens; c) possibilidade de convocação


de particulares; d) prerrogativas processuais; e) cláusulas exorbitantes nos contratos.

2.2) Indisponibilidade do interesse público

Os agentes públicos não são donos do interesse por eles defendido e, por essa razão, não se admite
que eles renunciem aos poderes legalmente conferidos ou que transacionem em juízo.

Mazza traz dois exemplos de mitigação desse princípio: 1) possibilidade de a Fazenda transigir nos
JEFs; 2) utilização dos mecanismos privados para resolução de disputas nos contratos de concessão
e nas PPPs.

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DOS PRINCÍPIOS

1) PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS

1.1) Princípio da segurança jurídica

É a estabilidade das relações jurídicas, evitando mudanças abruptas, sobressaltos e surpresas


decorrentes de ações governamentais.

Em tese, havendo conflito entre os princípios da legalidade x segurança, prevalece o princípio da


segurança jurídica.

Ex.: proibição de aplicação retroativa de novas interpretações da lei e das normas administrativas.

1.2) Princípio da confiança legítima

É basicamente a crença do administrado de que os atos administrativos serão mantidos e respeitados


pela Administração, tendo em vista a presunção de que esses atos são sempre lícitos;

Faz-se necessário, portanto, a manutenção dos atos administrativos, ainda que estes sejam
qualificados como antijurídicos, quando verificada a expectativa legítima.

1.3) Teoria do fato consumado

Atos das partes podem influenciar a aplicação da teoria, tais como: ausência de dolo e sem
contestação de ninguém, vigorando por anos com aparência de legalidade;

Não se aplica essa teoria nos seguintes casos:

Remoção ilegal de servidor (STJ);

Em tema de Direito Ambiental (súmula 613 do STJ);

Nas tutelas provisórias contra a Fazenda Pública.

Quando o assunto for concurso público e tutela provisória para nomeação, você tem que defender
que não pode haver o instituto da posse precária (quando alguém assume cargo mediante tutela
provisória), porque depende de prévia aprovação.

1.4) Princípio da continuidade dos serviços públicos

Esse princípio impede a interrupção do fornecimento de serviço prestado ao cidadão.

Tome nota!

Exceções à continuidade do serviço público: (i) situações emergenciais; (ii) caso fortuito e força maior;
(iii) interrupção por aviso prévio, quando justificada por razões de ordem técnica; (iv) inadimplência
do usuário.

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As exceções à continuidade do serviço público estão presentes em situações emergenciais, como,


por exemplo, quedas de energia elétrica em razão de tempestade, ou situações de caso fortuito e
força maior.

Outra exceção é a interrupção por aviso prévio, quando justificada por razões de ordem técnica, em
função de manutenções para segurança ou mesmo melhor funcionamento do sistema.

Cumpre frisar que o aviso prévio também é necessário quando há inadimplência do usuário, o que
se dá para priorizar a coletividade, que não pode ser prejudicada.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça já estabeleceu que nem sempre os serviços


prestados ao usuário inadimplente poderão ser interrompidos. É dizer: o corte no fornecimento de
energia elétrica em razão de débito irrisório é ilegítimo. Do mesmo modo, o corte pressupõe o
inadimplemento da conta relativa ao mês do consumo, sendo inviável a suspensão do abastecimento
por débitos antigos.

1.5) Princípio da autotutela

É o direito que a Administração tem de anular e revogar seus atos. Se dá por:

A anulação ocorre quando o ato é iLegal = anuLação;

A revogação ocorre quando o ato não é mais de interesse da Administração, pois passou a ser
inoportuno ou inconveniente (ou seja, não tem a ver com a legalidade).

1.6) Princípio da proporcionalidade

É a adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.

1.7) Princípio da oficialidade

O princípio da oficialidade é um princípio que torna o impulso oficial muito mais amplo no processo
administrativo do que no judicial. Trata-se do poder-dever de instaurar, fazer andar e rever de ofício
a decisão. Está previsto no inciso XII, do art. 2º, da Lei n. 9.784/99.

1.8) Princípio da especialidade

Reflete a ideia de descentralização da administração, em que se criam entidades (por meio de lei)
para o desempenho de finalidades específicas.

2) PRINCÍPIOS EXPRESSOS

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Legalidade

Impessoalidade

Princípios expressos da Adm


Pública Moralidade

Publicidade
Mnemônico: L-I-M-P-E

Eficiência

2.1) Princípio da legalidade

A administração tem o poder-dever de só fazer o que estiver previsto em lei. Diferentemente do que
ocorre na órbita privada, onde o indivíduo pode fazer tudo o que a lei não vede.

A lei baliza toda a atuação da administração pública. Ninguém pode fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei.

O princípio da legalidade pode ser analisado sob dois sentidos:

a) aos particulares: ninguém é obrigado a fazer algo, senão em virtude de lei.

É dizer: o particular pode fazer tudo que não for proibido pela lei (trata-se do princípio da autonomia
da vontade)

b) à Administração Pública: a Administração Pública apenas pode agir quando houver previsão
legal (princípio da legalidade estrita)

2.2) Princípio da impessoalidade

É o dever de realizar o interesse público sem a promoção do servidor público ou autoridade que
realizou o ato;

O princípio da impessoalidade possui cinco sentidos:

i) p. da finalidade (= interesse público): o ato administrativo deve seguir o fim público e a finalidade
discriminada em lei

ii) p. da igualdade (= isonomia): atender todos os administrados sem discriminação indevida.

iii) vedação à promoção pessoal

iv) impedimento e suspeição: visa evitar que as pessoas atuem com imparcialidade

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v) validado dos atos dos agentes de fato: diz-se agente de fato aquele cuja investidura no cargo
ou seu exercício esteja maculada por algum vício, como, por ex., agente que não possui formação
universitária exigida em cargo público, etc.

2.3) Princípio da moralidade

Moralidade administrativa é um conceito jurídico indeterminado;

A Súmula Vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal (nepotismo) é um exemplo da moralidade


administrativa;

Tome nota

Súmula Vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

Consiste no respeito da Administração a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e


probidade.

O princípio da moralidade administrativa tem estreita ligação com a probidade administrativa.


Exemplo: Organizações Sociais que, apesar de não precisarem fazer concurso público para contratar
pessoal, devem adotar um processo de seleção imparcial e moral.

2.4) Princípio da publicidade

Dá início à produção de efeitos do contrato administrativo, salvo previsão de alguma condição


suspensiva, permitindo a todos os administrados o conhecimento do negócio celebrado.

A publicação resumida do contrato é condição indispensável para a eficácia e deve ser feita em até
5 dias úteis.

“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.

Possibilidade de mitigação desse princípio diante de situações excepcionais e justificadas: quando o


sigilo for imprescindível à segurança do estado e da sociedade ou para intimidade dos envolvidos
(art. 5º, X, da CF).

Princípio intimamente ligado à perspectiva de transparência, dever da administração pública e direito


da sociedade.

2.5) Princípio da eficiência

O princípio da eficiência possui dois sentidos:

a) Modo de atuação do agente público

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b) Organização e funcionamento da administração pública (Administração Gerencial)

Fique atento!

O princípio da eficiência é o mais recente dos princípios constitucionais da Administração Pública


brasileira, tendo sido adotado a partir da promulgação, da Emenda Constitucional nº 19, de 1998
– Reforma Administrativa.

Quando se fala em eficiência na administração pública, significa que o gestor público deve gerir a
coisa pública com efetividade, economicidade, transparência e moralidade visando cumprir as metas
estabelecidas.

Alexandre de Moraes

O princípio da eficiência é o que impõe à administração pública direta e indireta e a seus agentes a
persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra,
transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade, primando pela
adoção dos critérios legais e morais necessários para melhor utilização possível dos recursos públicos, de
maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior rentabilidade social.

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LEI ESTADUAL Nº 16.901/10

O tópico 1 da disciplina de Noções de Legislação Estadual do edital da PC GO – agente / escrivão


(2022) refere-se à Lei Estadual nº 16.901/2010, que dispõe sobre a Lei Orgânica da Polícia Civil do
Estado de Goiás.

TÍTULO I: DISPOSIÇÕES INSTITUCIONAIS, DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E DOS


SERVIDORES DA POLÍCIA CIVIL

Capítulo I: Disposições institucionais

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os princípios, a organização, o funcionamento, as competências, as


prerrogativas, as garantias e os deveres da Polícia Civil do Estado de Goiás, na forma do art. 24, inciso
XVI, da Constituição Federal e do art. 4º, inciso II, alínea o, da Constituição Estadual.

Art. 2º A Polícia Civil, órgão permanente do Estado de Goiás, vinculada à Secretaria da Segurança
Pública, essencial à segurança pública e à defesa das instituições democráticas e fundada na
promoção da cidadania, da dignidade humana e dos direitos e garantias fundamentais, tem por
finalidade a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

Parágrafo único. A Polícia Civil é órgão integrante do Sistema Único de Segurança Pública –SUSP.

Art. 3º São princípios institucionais da Polícia Civil:

I – proteção dos direitos humanos;

II – participação e interação comunitária;

III – resolução pacífica de conflitos;

IV – uso proporcional da força;

V – eficiência na repressão das infrações penais;

VI – indivisibilidade da investigação policial;

VII – indelegabilidade das atribuições funcionais;

VIII – hierarquia e disciplina funcionais;

IX – atuação técnico-científica e imparcial na condução da atividade investigativa.

Parágrafo único. No conceito de atuação técnico-científica não se compreende o exercício de


perícia oficial.

Art. 4º A atuação da Polícia Civil deverá atender às seguintes diretrizes:

I – atendimento imediato ao cidadão;

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II – planejamento estratégico e sistêmico;

III – integração com os outros órgãos do sistema de segurança pública, as demais instituições do
poder público e a comunidade;

IV – distribuição proporcional do efetivo policial;

V – interdisciplinaridade da ação investigativa;

VI – cooperação técnico-científica na investigação policial;

VII – uniformidade de procedimentos;

VIII – prevalência da competência territorial na atuação policial;

IX – complementaridade da atuação policial especializada;

X – desburocratização das atividades policiais;

XI – cooperação e compartilhamento de experiências;

XII – utilização de sistema integrado de informações e de dados disponíveis;

XIII – capacitação fundamentada nas regras e nos procedimentos do SUSP, com ênfase em direitos
humanos.

Diretrizes da atuação da PC Princípios institucionais da PC


atendimento imediato ao cidadão proteção dos direitos humanos
planejamento estratégico e sistêmico participação e interação comunitária
integração com os outros órgãos do sistema resolução pacífica de conflitos
de segurança pública, as demais instituições
do poder público e a comunidade
distribuição proporcional do efetivo policial uso proporcional da força
interdisciplinaridade da ação investigativa eficiência na repressão das infrações penais
cooperação técnico-científica na investigação indivisibilidade da investigação policial
policial
uniformidade de procedimentos indelegabilidade das atribuições funcionais
prevalência da competência territorial na hierarquia e disciplina funcionais
atuação policial
complementaridade da atuação policial atuação técnico-científica e imparcial na
especializada condução da atividade investigativa
desburocratização das atividades policiais
cooperação e compartilhamento de
experiências
utilização de sistema integrado de informações
e de dados disponíveis

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capacitação fundamentada nas regras e nos


procedimentos do SUSP, com ênfase em
direitos humanos.

Art. 5º Compete à Polícia Civil:

I – exercer, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e apurar as


infrações penais, exceto as militares;

II – planejar, coordenar, dirigir e executar as ações de polícia judiciária e de apuração de infrações


penais, que consistem na produção e na realização de inquérito policial e de outros atos formais de
investigações;

III – cumprir mandados de prisão e de busca domiciliar, bem como outras ordens expedidas pela
autoridade judiciária competente, no âmbito de suas atribuições;

IV – preservar locais, apreender instrumentos, materiais e produtos de infração penal, bem como
requisitar perícia oficial e exames complementares;

V – organizar e realizar ações de inteligência, destinadas ao exercício das funções da polícia


judiciária e à apuração de infrações penais, na esfera de sua competência;

VI – realizar correições e inspeções, em caráter permanente ou extraordinário, na esfera de sua


competência;

VII – organizar e realizar pesquisas técnico-científicas relacionadas com as funções de polícia


judiciária e com a apuração de infrações penais;

VIII – elaborar estudos e promover a organização e o tratamento de dados e informações


indispensáveis ao exercício de suas funções;

IX – estimular e participar do processo de integração dos bancos de dados existentes no âmbito


dos órgãos do SUSP;

X – manter, na apuração das infrações penais, o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido
pelo interesse da sociedade;

XI – propor ao Secretário da Segurança Pública o planejamento e a programação dos investimentos


da Polícia Civil;

XII – coordenar, controlar, orientar e exercer as atividades de polícia judiciária, a cargo das
delegacias de polícia, excetuando-se a competência da Polícia Federal, bem como executar em todo
o Estado as atividades de repressão da criminalidade, ressalvadas as atribuições da Polícia Militar;

XIII – propor ao Secretário da Segurança Pública a ampliação do aparelho policial nas áreas em que
ocorrer aumento da criminalidade;

XIV – formar e treinar permanentemente os policiais civis;

XV – articular-se com a Polícia Militar e com os demais órgãos da Secretaria da Segurança Pública,
do Departamento de Polícia Federal e das Forças Armadas, a fim de colaborar na defesa e na
segurança do Estado e das instituições;

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XVI – manter atualizados:

a) os arquivos sobre mandados de prisão e documentos correlatos;

b) o cadastro de fotografias de criminosos procurados, providenciando, sempre que necessário,


sua divulgação pelos meios cabíveis;

c) as estatísticas sobre crimes e contravenções.

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se policiais civis os servidores públicos efetivos legalmente
investidos nos cargos isolados e de carreira da Polícia Civil.

§ 1º Considera-se autoridade policial o Delegado de Polícia que, legalmente investido, exerce, no


âmbito da polícia judiciária, competência para consecução dos fins do Estado, tendo a seu cargo a
direção das atividades da unidade integrante da Polícia Civil.

§ 2º O Delegado de Polícia goza de autonomia e independência no exercício das atribuições de


seu cargo, observado o disposto nesta Lei.

§ 3º Considera-se agente da autoridade policial todo e qualquer policial civil investido nas
atribuições de seu cargo.

Art. 7º São símbolos oficiais da Polícia Civil o hino, a bandeira, o brasão e o distintivo, conforme os
modelos estabelecidos por ato do Chefe do Poder Executivo, mediante proposta do Secretário da
Segurança Pública, ouvida a direção da Polícia Civil.

Art. 8º O exercício da função policial, por suas características e finalidades, fundamenta-se nos
princípios da hierarquia e da disciplina, exceto em relação aos atos de autoridades próprios da
atividade-fim, e no cumprimento de leis, regulamentos e normas de serviço de acordo com os
preceitos abaixo:

I – a hierarquia da função prevalecerá sobre a hierarquia do cargo, na forma desta Lei;

II – a precedência entre os integrantes das Classes dos Quadros de Pessoal da Polícia Civil será
estabelecida pela subordinação funcional.

Art. 9º A função policial é incompatível com qualquer outra atividade, salvo, no caso daquela de
natureza técnico-científica, com o exercício de um cargo de professor, privado ou público, respeitada
a compatibilidade de horários entre este e o regime de trabalho definido nesta Lei.

Capítulo II: Da estrutura organizacional

Seção I: Normas Gerais

Art. 10. A Polícia Civil tem a seguinte estrutura organizacional básica:

I – Direção e Assessoramento Superior;

II – Execução Estratégica;

III – Execução Tática;

IV – Execução Operativa.

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Direção e Assessoramento Superior

Estrutura organizacional básica da Execução Estratégica


Polícia Civil
Execução Tática

Execução Operativa

Art. 11. São unidades de Direção Superior da Polícia Civil:

I – Gabinete do Delegado-Geral da Polícia Civil;

II – Conselho Superior da Polícia Civil.

Unidades de Direção Superior da Gabinete do Delegado-Geral da Polícia Civil


Polícia Civil
Conselho Superior da Polícia Civil

Parágrafo único. As unidades de Direção Superior têm por finalidade a proposição, a deliberação e
a definição das políticas de caráter institucional.

Art. 12. São unidades de Assessoramento Superior:

I – Adjuntoria-Geral;

II – Gerência de Administração e Finanças;

III – Assessoria Técnico-Policial.

Unidades de assessoramento Adjuntoria-Geral


superior
Gerência de Administração e Finanças

Assessoria Técnico-Policial

Parágrafo único. As unidades de Assessoramento Superior têm por finalidade a assistência


administrativa, financeira, técnico-científica, doutrinária, jurídico-policial e de planejamento, nos
âmbitos estratégico, tático e operacional.

Art. 13. É unidade de Execução Estratégica o Departamento de Polícia Judiciária, que tem por
finalidade as ações de polícia judiciária e investigações.

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Art. 14. São unidades de Execução Tática:

I – as Delegacias Regionais de Polícia, no âmbito de polícia territorial;

II – a Gerência de Planejamento Operacional, no âmbito de polícia especializada.

Delegacias Regionais de Polícia, no âmbito de polícia

territorial
Unidades de execução tática

Gerência de Planejamento Operacional, no âmbito de

polícia especializada

Parágrafo único. As unidades de Execução Tática têm por finalidade a coordenação e o comando
das unidades operativas.

Art. 15. São unidades de Execução Operativa:

I – no âmbito de polícia territorial:

a) Delegacias de Polícia Distritais;

b) Delegacias de Polícia Municipais;

II – no âmbito de polícia especializada:

a) Delegacias de Polícia Especializadas Estaduais;

b) Delegacias de Polícia Especializadas Municipais.

No âmbito de política Delegacias de Polícia Distritais

territorial
Unidades de Delegacias de Polícia Municipais
Execução Operativa
No âmbito de polícia Delegacias de Polícia Especializadas Estaduais

especializada
Delegacias de Polícia Especializadas Municipais

Parágrafo único. As unidades de Execução Operativa têm por finalidade o exercício das funções de
polícia judiciária e a investigação policial.

Art. 16. As Delegacias de Polícia Civil existentes na data da publicação desta Lei, regionais, distritais,
especializadas municipais e estaduais, ficam mantidas, dependendo de lei sua extinção, desativação,
alteração ou criação de novas, ressalvado o disposto no art. 84, inciso VI, da Constituição Federal.

Art. 17. Os grupos de Polícia Civil existentes ficam mantidos, podendo ser extintos, desativados,
alterados ou criados por meio de portaria do Delegado-Geral da Polícia Civil.

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