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• Norma genuinamente processual

• Norma processual material (mista/híbrida)

Se tiver uma Norma genuinamente processual - são


aquelas que versam sobre o processo desde o seu início
até o final da execução ou extinção da punibilidade. En-
"Deus dá forças ao cansado e enche de vigor o fraco. Até os adolescentes tão, o critério a ser aplicado é o critério do art. 2°, CPP
se cansam e se fatigam e os jovens tropeçam e vacilam. Mas aqueles que (princípio da aplicação imediata)
confiam no SENHOR renovam as suas forças. Têm asas como a águia,
correm sem se cansar, marcham sem desfalecer." (ISAÍAS 40:29-31) Temos o princípio do efeito imediato, tempus regit ac-
tum, como consequência, a lei processual penal será apli-
Instagram:@professormarcosmoraes cada de imediato, seja benéfica ou maléfica.

Canal: Professor Marcos Moraes Se tiver uma Norma processual material (mista ou hí-
brida) - norma de direito penal + norma de direito proces-
sual penal. Norma de direito penal cuida do crime, da pe-
➢ Bacharel em Segurança Pública – 2002. na, da medida de segurança, dos efeitos da condenação e
➢ Bacharel em Direito – 2012.
do direito de punir do Estado.
➢ Pós Graduado em Ciências Jurídicas – 2012.
➢ Professor da Disciplina de Legislação da PMCE desde o ano de 2006. Então se tratar de norma processual mista, o critério a
➢ Professor da AESP das disciplinas: Legislação, Constitucional e
ser aplicado é o critério do direito penal, ou seja, irretroati-
Administrativo.
➢ Conteudista da Academia de Polícia: Direito Disciplinar.
vidade da lei mais grave e ultratividade da lei mais benig-
➢ Atuou por 8 (oito) vezes no cargo de Juiz Militar. na.
➢ Experiência processual: na confecção de processos administrativos e
inquérito policial militar; na condição de Juiz Militar na análise de 2 – LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO:
ações penais, deliberação sobre prisões e demais atos da ação penal.
➢ Aprovação em 17º colocado no CFO/PM, concluindo o curso em 3º
Vigora o princípio da territorialidade. As normas pro-
lugar entre os cearenses. cessuais penais brasileiras só se aplicam no território
➢ Aprovação nos concursos de ingresso na condição de aluno do IFCE, nacional, não tendo qualquer possibilidade de eficácia
UFC e UECE. extraterritorial.

Princípio da territorialidade absoluta, decorrência da


soberania, razão pela qual o CPP vale em todo território
nacional, SALVO nas hipóteses excludentes da jurisdição
criminal brasileira, casos em que o CPP possui aplicação
subsidiária:

Art. 1º - O processo penal reger-se-á, em todo o ter-


ritório brasileiro, por este Código, ressalvados:
1 – LEI PROCESSUAL NO TEMPO
I - os tratados, as convenções e regras de direito in-
Estudo regula a sucessão de leis no tempo, qual irá vi- ternacional;
gorar em um conflito.
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente
a) No Direito Penal temos: Art. 5, XL, da CF – a lei penal da República, dos ministros de Estado, nos crimes co-
não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; nexos com os do Presidente da República, e dos minis-
tros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de res-
Princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa,
ponsabilidade; (Ver art 52, inciso I e II da Constituição
assim temos o princípio da ultratividade da lei penal mais
federal que ampliou esse rol)
benéfica. Ex.: Lei nova mais gravosa só vai valer para os
crimes praticados a partir daquele momento. III - os processos da competência da Justiça Mili-
tar;
b) No Direito Processual Penal
IV - os processos da competência do tribunal espe-
Existem duas espécies de normas de Direito Proces-
cial;
sual Penal.
V - os processos por crimes de imprensa.
Parágrafo único - Aplicar-se-á, entretanto, este Có- A abrangência dessa imunidade deve ser analisada:
digo aos processos referidos nos nºs. IV e V, quando Se ofensa proferida nas dependências da casa legislativa:
as leis especiais que os regulam não dispuserem de O nexo funcional é presumido, há imunidade; Se a ofensa
modo diverso. é proferida fora das dependências da casa legislativa: O
nexo funcional NÃO é presumido, deve ter relação com o
Na lei penal aplica-se o princípio da territorialidade (CP, exercício do mandato e o ofendido deve comprovar a ine-
art. 5o) e da extraterritorialidade (CP, art. 7 o), o CPP, lei xistência de nexo com o mandato.
processual penal, objeto de estudo, a regra é diferente,
pois adota apenas o princípio da territorialidade – logo não • Imunidade Relativa ou formal: temos dois tipos:
pode ser exercida além das fronteiras do respectivo Esta-
do – Art. 1o, CPP, assim, mesmo que um ato processual Em relação a prisão:
tenha que ser praticado no exterior (ex.: interrogatório ou
Os parlamentares possuem imunidade formal para a
oitiva de testemunha), a lei processual a ser aplicada é a
prisão a partir do momento em que são diplomados. Des-
do país onde tais atos venham a ser realizados. No artigo
ta forma, os parlamentares só poderão ser presos nas
1º vemos exceções com relação ao fato da norma do CPP
hipóteses de flagrante de crime inafiançável. Então, os
não ser aplicada dentro do território nacional, e sim outra
autos deverão ser encaminhados a Casa Parlamentar
norma, ex: Julgamento do Presidente em crimes de res-
respectiva, no prazo de 24 hrs para que, pelo voto da mai-
ponsabilidade pelo Senado Federal, seguindo o regimento
oria absoluta de seus membros, resolva sobre a prisão.
do Senado e não o CPP.
Em relação ao processo
3 – LEI PROCESSUAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
Oferecida denúncia, o Ministro do STF (Parlamentar
Conforme art. 1º, do CPP, é possível que sejam institu-
Federal) ou Desembargador do T.J (Parlamentar Estadual)
ídas imunidades da lei processual penal, seja em virtude
poderá recebê-la sem prévia licença da Casa Parlamentar.
de tratados internacionais (imunidade diplomáticas e de
Após o recebimento da denúncia contra o Senador ou
chefes de governos estrangeiros) ou por regras constitu-
Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o STF
cionais (imunidades e regras de competência).
ou TJ (Tribunal de Justiça) dará ciência a Casa respectiva
I. Imunidades Diplomáticas: que, por iniciativa de partido político nela representado e
pelo voto da maioria absoluta de seus membros, decidirá
• Chefes de governo ou Estado estrangeiro, sua família e sustar o andamento da ação.
membros de sua comitiva;
• Embaixador e família; • Prerrogativa de foro: Desde a expedição de diploma,
• Funcionários das organizações internacionais (ONU) deputados federais e senadores serão julgados pelo
quando em serviço; STF pela prática de qualquer tipo de crime, já estadu-
• Se agentes consulares, são imunes apenas quanto aos ais TJ Casos:
crimes relacionados com a sua função
Infração cometida durante o exercício da função par-
OBS: A imunidade não subtrai o diplomata da investiga- lamentar: A competência será do STF ou TJ, sendo des-
ção, mas do processo e julgamento em território brasilei- necessário pedir autorização a Casa respectiva, bastando
ro. dar ciência ao Legislativo, que poderá sustar o andamento
da ação;
→ Imunidade diplomática: têm a prerrogativa de responder
no seu país de origem pelo delito praticado no Brasil ATENÇÃO: Se os fatos criminosos que teriam sido su-
(Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas). postamente cometidos pelo Deputado Federal não se
relacionam ao exercício do mandato, a competência para
Desta forma, em razão de tratados ou convenções que julgá-los não é do STF, mas sim do juízo de 1ª instância.
o Brasil haja firmado, ou mesmo em virtude de regras de
Direito Internacional, a lei processual deixa de ser aplica- → Outras exceções: Não esqueça que o CPP é de 1941, en-
da aos crimes praticados por tais agentes no território tão depois desta data outras leis trouxeram exceções ao
nacional. CPP quanto a aplicação, porém por força do princípio da
especialidade, aplica-se a legislação especial, e o CPP
II. Imunidades parlamentares: Podem ser absolutas ou subsidiariamente, exemplo: crimes eleitorais, crimes de
relativas: abuso de autoridade, crimes de competência originária
dos Tribunais possuem procedimento específico pre-
• Imunidade Absoluta: Prevê o art. 53, da CF/88, que de- visto na Lei 8.038/90, infrações de menor potencial
putados e senadores são invioláveis, civil e penalmen- ofensivo – contravenções penais e crimes cuja pena
te, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. máxima não ultrapasse 2 anos, lei Maria da Penha –
Lei 11.340/06, lei de drogas – Lei 11.340/06, entre ou- V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF
tros. nº 130)

4 – INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código
aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis
ART. 3°, CPP especiais que os regulam não dispuserem de modo diver-
so.
Art. 3° do CPP - A lei processual penal admitirá inter-
pretação extensiva e aplicação analógica, bem como o Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo,
suplemento dos princípios gerais de direito. sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigên-
cia da lei anterior.
a) Interpretação extensiva – art. 3°, CPP - Nesse caso,
aqui a Lei disse menos do que pretendia dizer. Por isso Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação
ela deve ser interpretada extensivamente para abranger extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento
outras situações. dos princípios gerais de direito.

b) Analogia, pode ser usada independentemente de ser Juiz das Garantias


em bonam partem ou em malam partem, é um método de
integração (busca suprir lacunas), na analogia, há uma (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)(Vigência)
lacuna na norma. Por isso, busca-se suprir tal lacuna va-
lendo-se de um dispositivo pensado para um caso seme- Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória,
lhante. vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a
substituição da atuação probatória do órgão de acusa-
c) princípios gerais de direito, nas lacunas, muitas ve- ção. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide
zes para resolver conflitos. ADI 6.298) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)

DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941. Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo con-
trole da legalidade da investigação criminal e pela salva-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição guarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido
que Ihe confere o art. 180 da Constituição, decreta a se- reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, com-
guinte Lei: petindo-lhe especialmente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)(Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.299) (Vide
LIVRO I
ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)
DO PROCESSO EM GERAL
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos
TÍTULO I termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição
Federal; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
II - receber o auto da prisão em flagrante para o con-
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o territó- trole da legalidade da prisão, observado o disposto no art.
rio brasileiro, por este Código, ressalvados: 310 deste Código; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
I - os tratados, as convenções e regras de direito inter-
nacional; III - zelar pela observância dos direitos do preso, po-
dendo determinar que este seja conduzido à sua presen-
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da ça, a qualquer tempo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos 2019) (Vigência)
com os do Presidente da República, e dos ministros do
Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilida- IV - ser informado sobre a instauração de qualquer in-
de (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); vestigação criminal; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
III - os processos da competência da Justiça Militar;
V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória
IV - os processos da competência do tribunal especial ou outra medida cautelar, observado o disposto no § 1º
(Constituição, art. 122, no 17); deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigên-
cia)
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cau- XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessá-
telar, bem como substituí-las ou revogá-las, assegurado, rio, o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor
no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiên- de acesso a todos os elementos informativos e provas
cia pública e oral, na forma do disposto neste Código ou produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no
em legislação especial pertinente; (Incluído pela Lei nº que concerne, estritamente, às diligências em andamento;
13.964, de 2019) (Vigência) (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

VII - decidir sobre o requerimento de produção anteci- XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico
pada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, para acompanhar a produção da perícia; (Incluído pela Lei
assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiên- nº 13.964, de 2019) (Vigência)
cia pública e oral; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Vigência) XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não
persecução penal ou os de colaboração premiada, quando
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estan- formalizados durante a investigação; (Incluído pela Lei nº
do o investigado preso, em vista das razões apresentadas 13.964, de 2019) (Vigência)
pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º
deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigên- XVIII - outras matérias inerentes às atribuições defini-
cia) das no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência)
IX - determinar o trancamento do inquérito policial
quando não houver fundamento razoável para sua instau- § 1º (VETADO).
ração ou prosseguimento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de § 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de
2019) (Vigência) prisão provisória será encaminhado à presença do juiz de
X - requisitar documentos, laudos e informações ao garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, momento
delegado de polícia sobre o andamento da investigação; em que se realizará audiência com a presença do Ministé-
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) rio Público e da Defensoria Pública ou de advogado cons-
tituído, vedado o emprego de videoconferência. (Incluído
XI - decidir sobre os requerimentos de: (Incluído pela pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garanti-
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações as poderá, mediante representação da autoridade policial
em sistemas de informática e telemática ou de outras e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a
formas de comunicação; (Incluído pela Lei nº 13.964, de duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que,
2019) (Vigência) se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão
será imediatamente relaxada. (Incluído pela Lei nº 13.964,
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e de 2019) (Vigência)
telefônico; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)(Vigência)
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abran-
c) busca e apreensão domiciliar; (Incluído pela Lei nº ge todas as infrações penais, exceto as de menor poten-
13.964, de 2019) (Vigência) cial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou
d) acesso a informações sigilosas; (Incluído pela Lei queixa na forma do art. 399 deste Código. (Incluído pela
nº 13.964, de 2019) (Vigência) Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide
ADI 6.299) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam
direitos fundamentais do investigado; (Incluído pela Lei nº § 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pen-
13.964, de 2019) (Vigência) dentes serão decididas pelo juiz da instrução e julgamen-
to. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do ofere-
cimento da denúncia; (Incluído pela Lei nº 13.964, de § 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias
2019) (Vigência) não vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, após
o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar
XIII - determinar a instauração de incidente de insani- a necessidade das medidas cautelares em curso, no pra-
dade mental; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi- zo máximo de 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº 13.964,
gência) de 2019) (Vigência)

XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou


queixa, nos termos do art. 399 deste Código; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 3º Os autos que compõem as matérias de compe-
tência do juiz das garantias ficarão acautelados na secre-
taria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da
defesa, e não serão apensados aos autos do processo
enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados
os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas 1. Objeto do direito processual penal
de obtenção de provas ou de antecipação de provas, que
Obs: Persecução penal: inquérito policial e processo.
deverão ser remetidos para apensamento em apartado.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (art. 2º, §1º, da lei 12.830/13).§ 1º Ao delegado de polícia,
na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos
investigação criminal por meio de inquérito policial ou
autos acautelados na secretaria do juízo das garantias.
outro procedimento previsto em lei, que tem como objeti-
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
vo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar autoria das infrações penais.
qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e 5º
- É o procedimento administrativo preliminar
deste Código ficará impedido de funcionar no processo.
- de caráter informativo
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI
- presidido pela autoridade policial (delegado: art. 144
6.298) (Vide ADI 6.299) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)
CF c/c art. 3º da Lei 12830/13)
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar - que tem por objetivo apurar a autoria, a materialidade,
apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio as circunstâncias do fato e eventuais fontes de prova (art
de magistrados, a fim de atender às disposições deste 2º, §1º, da Lei 12.830/13)
Capítulo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigên- - o inquérito servirá para subsidiar o titular da ação (Mi-
cia) (Vide ADI 6.299) nistério Público), quanto ao início ou não da ação pe-
nal.
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado con-
forme as normas de organização judiciária da União, dos 2. Características do Inquérito Policial.
Estados e do Distrito Federal, observando critérios objeti-
vos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo - Inquisitivo
tribunal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
concentração de poder em autoridade única, falta do con-
(Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.299) (Vide ADI 6.300) (Vide
traditório e da ampla defesa.
ADI 6.305)
- Investigatório
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o
cumprimento das regras para o tratamento dos presos, - Preparatório e informativo
impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com
órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa - Obrigatório
submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil,
administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de Se ação penal pública incondicionada, então a abertura
2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.299) (Vide do IP é obrigatório para o delegado
ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)
- Ausência e Contraditório
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autori-
dades deverão disciplinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o - Escrito
modo pelo qual as informações sobre a realização da
Por mais rasteiro que possa parecer, prepondera a forma
prisão e a identidade do preso serão, de modo padroniza-
documental. Art 9º CPP:
do e respeitada a programação normativa aludida no ca-
put deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a - Discricionariedade
efetividade da persecução penal, o direito à informação e
a dignidade da pessoa submetida à prisão. (Incluído Conveniência e oportunidade na condução da investiga-
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) ção, de forma que o delegado organiza o inquérito dentro
da sua estratégia investigativa, art 14.
- Sigiloso 3. Inquérito Policial produz provas

Art. 20 CPP - A autoridade assegurará no inquérito o sigilo O inquérito policial não produz provas, e sim elementos
necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse indiciários ou de informação, devido a falta do contraditó-
da sociedade. rio.

O sigilo é o aplicado aos terceiros estranhos ao procedi- Atenção: Art. 155, CPP - O juiz formará sua convicção pela
mento. livre apreciação da prova produzida em contraditório judi-
cial, não podendo fundamentar sua decisão exclusiva-
O MP, o juiz e até mesmo o advogado e o defensor, pode- mente nos elementos informativos colhidos na investiga-
rão acessar os autos da investigação, tendo contato com ção, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
as diligências já realizadas e documentadas. Súmula vin- antecipadas.
culante 14 do STF. É direito do defensor, no interesse do
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova 4. Incomunicabilidade
que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, O preso, durante o inquérito, não teria contato com tercei-
digam respeito ao exercício do direito de defesa. ros por decisão judicial, pelo prazo máximo de três dias e
sem prejuízo do acesso do advogado.
- Unidirecionalidade
- O art. 21, CPP, não foi recepcionado, porém continua no
O inquérito é direcionado ao titular da ação. texto do CPP.

- Temporário 5. Prazo

Art. 10 do CPP - O inquérito deverá terminar no prazo de a) Delegado Estadual: Suspeito preso, o inquérito deve
10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou ser concluído em 10 dias (improrrogáveis), pois a pror-
estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta rogação prevista do Pacote Anticrime se encontra
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de suspensa; suspeito solto, o inquérito deve ser concluí-
prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, me- do em 30 dias (prorrogáveis por deliberação do juiz.
diante fiança ou sem ela. O delegado pode pedir ao juiz a
extensão desse prazo quando o caso for de difícil eluci- b) Delegado Federal: Suspeito preso, prazo de 15 dias
dação e o indiciado estiver solto. (prorrogáveis, uma vez por 15 dias). Suspeito estiver
solto, prazo de 30 dias (prorrogáveis por deliberação
- Indisponível do juiz, pelo tempo e pelas vezes que ele autorizar.

O delegado não poderá arquivar o inquérito, (art. 17 do c) Inquérito Policial no âmbito dos crimes contra econo-
CPP) mia popular: o prazo é de 10 dias.

- Oficioso d) Inquérito no tráfico de drogas e condutas comparadas


é de 30 dias se o indiciado estiver preso (prorrogáveis,
Obrigatoriedade de instauração do inquérito quando a uma vez por mais 30 dias). Se o indiciado estiver solto
autoridade policial toma conhecimento de crime de ação o prazo é de 90 dias (prorrogáveis, uma vez por mais
penal pública incondicionada. 90 dias).

- Oficialidade e) Inquérito Militar: se preso, 20 dias (improrrogáveis). Se


solto, 40 dias (prorrogáveis, por mais 20 dias)..
A cargo de órgão oficial do Estado.
6. Procedimento do Inquérito Policial
- Dispensável
- Início: Portaria: Contém o fato a ser investigado, os
O inquérito policial é dispensável para a ação penal, pois o
eventuais envolvidos, possíveis testemunhas, diligências
titular da ação (MP) poderá prospectar lastro indiciário de
imediatamente cumpridas e o desfecho onde o delegado
outras fontes autônomas.
determina que o escrivão a reduza a termo, instaurando-
Atenção: (Súmula 234 STJ - A participação de membro do se assim o inquérito
Ministério Público na fase investigatória criminal não
OBS: a portaria pode ser substituída por outras peças pelo
acarreta o seu impedimento ou suspeição para o ofereci-
auto de prisão em flagrante ou até mesmo a requisição
mento da denúncia.).
emanada do juiz ou do MP.
- Como o Delegado toma conhecimento do fato de sentença condenatória que imprima pena privativa de
liberdade, serão cumpridos nos moldes dos artigos 282 a
Notícia crime: é a comunicação da ocorrência do delito à 300 do CPP
autoridade que possui atribuição para agir.
IV - Representar acerca da prisão preventiva: a autoridade
Classificação da notícia crime policial pode representar pela decretação da prisão pre-
ventiva, desde que existam indícios de autoria e prova da
a) Notícia crime direta ou de cognição imediata ou es-
materialidade, além da constatação de ao menos uma das
pontânea: é aquela atribuída às forças policiais ou pa-
hipóteses legais de decretação.
pel desempenhado pela imprensa.
b) Notícia crime indireta ou notícia crime de cognição - REQUISIÇÃO DE DADOS
mediata ou provocada: é aquela prestada por pessoa
Requisição direta de dados cadastrais
estranha à polícia, mas devidamente identificada.
Exemplo: vítima ou representante legal (vítima menor (art. 13-A): o membro do Ministério Público ou o delegado
de 18 anos), MP ou Juiz, através de requisição. de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder
público ou de empresas da iniciativa privada, dados e
c) Notícia crime apócrifa ou inqualificada é a conhecida
informações cadastrais da vítima ou de suspeitos.
denúncia anônima, STF, entende que a notícia crime
apócrifa, por si só, não autoriza a instauração de in- Crimes que admitem a requisição direta: Sequestro e cár-
quérito policial. cere privado (art. 148, CP); Redução a condição análoga à
d) Notícia crime com força coercitiva. É aquela da prisão de escravo (art. 149, CP); Tráfico de Pessoas (art. 149-A,
em flagrante, podendo ser direta ou indireta, nesta úl- CP); Extorsão mediante restrição da liberdade da vítima
tima quando o flagrante for determinado por qualquer ou sequestro-relâmpago (art. 158, § 3º, CP); Extorsão
do povo. art 301 CPP. mediante sequestro (art. 159, CP); Tráfico internacional de
criança ou adolescente (art. 239, ECA).
OBS.:
Prazo e conteúdo da requisição: a requisição, que será
delatio simples – quando qualquer do povo comunica à atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá:
Autoridade Policial.
I - o nome da autoridade requisitante;
delatio criminis com força postulatória: é a representação.
II - o número do inquérito policial; e
- Diligências
III - a identificação da unidade de polícia judiciária res-
Artigos 6º e 7º do CPP, o rol dos artigos são meramente ponsável pela investigação.
exemplificativos.
Requisição de sinal telefônico de localização, nos crimes
- Outras atribuições da autoridade policial (art. 13): relacionados ao tráfico de pessoas (art. 13-B): Se neces-
sário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados
I - Fornecer às autoridades judiciárias as informações ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou
necessárias à instrução e julgamento dos processos: o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autori-
Como auxiliar do Poder Judiciário, cabe à autoridade poli- zação judicial, às empresas prestadoras de serviço de
cial fornecer as informações que lhe forem requisitadas e telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem
que possam elucidar os fatos, mesmo após a conclusão imediatamente os meios técnicos adequados – como
das investigações. sinais, informações e outros – que permitam a localiza-
ção da vítima ou dos suspeitos do delito em curso.
II - Realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo
Ministério Público: Mesmo não havendo subordinação Conceito de sinal: para os efeitos deste artigo, sinal signi-
hierárquica, a autoridade policial tem o dever de cumprir fica posicionamento da estação de cobertura, setorização
as diligências requisitadas pelo MP e pela autoridade e intensidade de radiofrequência.
judicial. Havendo recusa, pode incorrer em prevaricação
(caso haja a pretensão de satisfazer interesse ou senti- Regras para utilização do sinal:
mento pessoal), salvo se a ordem for manifestamente
ilegal. I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de
qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial,
III - Cumprir os mandados de prisão expedidos pelas auto- conforme disposto em lei;
ridades judiciárias: Os mandados prisionais, sejam de
medidas cautelares ou em razão do trânsito em julgado
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia mó- cadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação
vel celular por período não superior a 30 (trinta) dias, re- ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designa-
novável por uma única vez, por igual período; rá outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou
insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então
III - para períodos superiores a 30 dias, será necessária a estará o juiz obrigado a atender.
apresentação de ordem judicial.
OBS: A nova redação do artigo 28 do pacote anticrime se
Instauração do inquérito no crime de tráfico de pessoas: o encontra suspensa.
inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo
de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da res- OBS.: Súmula 524 STF - Arquivado o inquérito policial, por
pectiva ocorrência policial. despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça,
não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas. X
ATENÇÃO: Não havendo manifestação judicial no prazo art. 18 do CPP - Depois de ordenado o arquivamento do
de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para
às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas
e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
meios técnicos adequados – como sinais, informações e
outros – que permitam a localização da vítima ou dos Caso o arquivamento seja por coisa julgada formal, pode-
suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação rá ser desarquivado, regra que não vale para coisa julgada
ao juiz. material.

- Restituição de coisas: Fundamentos para o arquivamento e coisa julgada 1:

Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final, ✓ Por ausência de condição da ação ou de pressuposto
as coisas apreendidas não poderão ser restituídas en- processual: coisa julgada formal (exemplo: um crime
quanto interessarem ao processo. Art. 119. As coisas a de ação penal condicionada que não conta com a re-
que se referem os arts. 74 e 100 (instrumentos e produtos presentação da vítima);
do crime) do Código Penal não poderão ser restituídas, ✓ Por ausência de lastro probatório mínimo (justa cau-
mesmo depois de transitar em julgado a sentença final, sa): coisa julgada formal;
salvo se pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa- ✓ Atipicidade do fato: coisa julgada material,
fé.Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser or- ✓ Excludente de culpabilidade: coisa julgada material
denada pela autoridade policial ou juiz, mediante termo ✓ Causa extintiva da punibilidade: coisa julgada mate-
nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito rial,
do reclamante. ✓ Excludente de ilicitude: coisa julgada material

- Relatório e encerramento 8. Termo circunstanciado de ocorrência: Caracteriza-se


pelo primo na celeridade dos atos e pela investigação
a) Peça final do IP de natureza opinativa e descritiva, nar- simplificada na apuração das infrações de menor poten-
ra as diligências realizadas. cial ofensivo, quais sejam, os crimes com pena de até
dois anos e as contravenções penais.
- Indiciamento
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da
Indiciar significa direcionar o inquérito, as investigações à
ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminha-
determinada pessoa.
rá imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a
§6º do art. 2º da Lei 12.830/13 - O indiciamento, privativo vítima, providenciando-se as requisições dos exames
do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, periciais necessários.
mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indi-
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do
car a autoria, materialidade e suas circunstâncias.
termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou
O Código de Processo Penal não define em qual momento assumir o compromisso de a ele comparecer, não se im-
o investigado passará para condição de indiciado. porá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso
de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como
7. Arquivamento do Inquérito medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou
local de convivência com a vítima.
Art. 28 do CPP. Se o órgão do Ministério Público, ao invés
de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do
inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o
juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invo-
Legitimidade: ADI 3954, julgada em 27/03/2020: defesa, estrito cumprimento do dever legal e exercícios
regular de direito).
O Plenário virtual do STF decidiu que TCO lavrado pela
Polícia Militar não é inconstitucional. Citação do investigado: O investigado deverá ser citado
da instauração do procedimento investigatório, podendo
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito)
ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Não horas a contar do recebimento da citação.
participou deste julgamento, por motivo de licença médi-
ca, o Ministro Celso de Mello. Plenário, Sessão Virtual de Intimação da instituição: Esgotado o prazo de 48 horas
20.3.2020 a 26.3.2020. com ausência de nomeação de defensor pelo investigado,
a autoridade responsável pela investigação deverá intimar
10. A nulidade dos elementos informativos a instituição a que estava vinculado o investigado à época
da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48
A princípio, o inquérito policial apenas fornece elementos
(quarenta e oito) horas, indique defensor para a represen-
informativos, que se prestam para a formação da opinio
tação do investigado.
delicti do órgão acusador, assim qualquer irregularidade
da colheita de elementos informativos, não podem causar Militares das Forças Armadas – direito de defesa: O direi-
nulidade, pois como já decidiu reiteradamente o STJ e o to de constituir defensor no IP se aplica aos servidores
STF militares vinculados à Marinha, ao Exército e à Aeronáuti-
ca, desde que os fatos investigados digam respeito a
11. Trancamento
missões para a Garantia da Lei e da Ordem.
Art. 647
15. CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
12. Acordo de não persecução penal
De acordo com o Código de Processo Penal (art. 10, § 1º),
Art 28 o inquérito policial deverá ser concluído com a elabora-
ção, pela autoridade policial, de minucioso relatório do
13. Denúncia anônima que tiver sido apurado, fazendo um esboço das principais
diligências levadas a efeito na fase investigatória e indi-
ART 5 §3º cando a classificação jurídica do fato, com posterior re-
messa dos autos ao juiz competente.
14. DIREITO DE APRESENTAR DEFENSOR NO IP (ART. 14-
A DO CPP) Deve a autoridade policial abster-se de fazer qualquer
juízo de valor no relatório, não devendo emitir opiniões ou
Quem tem direito: Poderão constituir defensor os indicia-
julgamentos, mas apenas prestar todas as informações
dos que figurarem como investigados em inquéritos poli-
colhidas durante as investigações e as diligências reali-
ciais, inquéritos policiais militares e demais procedimen-
zadas.
tos extrajudiciais que sejam servidores vinculados às
instituições dispostas no art. 144 da Constituição Federal, No relatório a autoridade policial poderá indicar testemu-
ou seja: nhas que não tiverem sido ouvidas, mencionando o lugar
onde possam ser encontradas (art. 10, § 2°).
I - Polícia Federal;
TÍTULO II
II - Polícia Rodoviária Federal;
DO INQUÉRITO POLICIAL
III - Polícia Ferroviária Federal;
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autori-
IV - Polícias Civis; dades policiais no território de suas respectivas circuns-
crições e terá por fim a apuração das infrações penais e
V - Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares. da sua autoria. (Redação dada pela Lei nº 9.043, de
9.5.1995)
VI - Polícias Penais Federal, Estaduais e Distrital.
Parágrafo único. A competência definida neste artigo
Requisitos: Para o investigado fazer jus à defesa no IP, é não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por
necessário que o objeto do procedimento seja a investi- lei seja cometida a mesma função.
gação de fatos relacionados ao uso da força letal pratica- Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial
dos no exercício profissional, de forma consumada ou será iniciado:
tentada, incluindo, ainda, as situações envolvendo as
I - de ofício;
excludentes de ilicitude (estado de necessidade, legítima
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o pon-
Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de to de vista individual, familiar e social, sua condição eco-
quem tiver qualidade para representá-lo. nômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do
crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá
contribuírem para a apreciação do seu temperamento e
sempre que possível:
caráter.
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
X - colher informações sobre a existência de filhos,
b) a individualização do indiciado ou seus sinais ca- respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
racterísticos e as razões de convicção ou de presunção nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados
de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibi- dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei
lidade de o fazer; nº 13.257, de 2016)
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infra-
sua profissão e residência. ção sido praticada de determinado modo, a autoridade
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos,
abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polí- desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem
cia. pública.

§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será observado o
da existência de infração penal em que caiba ação pública disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro.
poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autori- Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão,
dade policial, e esta, verificada a procedência das infor- num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas
mações, mandará instaurar inquérito. e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 di-
depender de representação, não poderá sem ela ser inici- as, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver
ado. preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no
somente poderá proceder a inquérito a requerimento de prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou
quem tenha qualidade para intentá-la. sem ela.

Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da in- § 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver
fração penal, a autoridade policial deverá: sido apurado e enviará autos ao juiz competente.

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se § 2o No relatório poderá a autoridade indicar teste-
alterem o estado e conservação das coisas, até a chega- munhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o
da dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, lugar onde possam ser encontradas.
de 28.3.1994) § 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indici-
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fa- ado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a
to, após liberados pelos peritos criminais; (Redação dada devolução dos autos, para ulteriores diligências, que se-
pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) rão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

III - colher todas as provas que servirem para o escla- Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os obje-
recimento do fato e suas circunstâncias; tos que interessarem à prova, acompanharão os autos do
inquérito.
IV - ouvir o ofendido;
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for apli-
ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
cável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro,
devendo o respectivo termo ser assinado por duas teste- Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
munhas que Ihe tenham ouvido a leitura; I - fornecer às autoridades judiciárias as informações
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e necessárias à instrução e julgamento dos processos;
a acareações; II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pe-
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame lo Ministério Público;
de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo proces- autoridades judiciárias;
so datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua IV - representar acerca da prisão preventiva.
folha de antecedentes;
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 § 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de
e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará às
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. empresas prestadoras de serviço de telecomunicações
239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os
Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Públi- meios técnicos adequados – como sinais, informações e
co ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quais- outros – que permitam a localização da vítima ou dos
quer órgãos do poder público ou de empresas da iniciati- suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação
va privada, dados e informações cadastrais da vítima ou ao juiz. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
de suspeitos. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vi-
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o in-
gência) diciado poderão requerer qualquer diligência, que será
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no realizada, ou não, a juízo da autoridade.
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: (Incluído pela
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
instituições dispostas no art. 144 da Constituição Fede-
I - o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela ral figurarem como investigados em inquéritos policiais,
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) inquéritos policiais militares e demais procedimentos
II - o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos rela-
cionados ao uso da força letal praticados no exercício
nº 13.344, de 2016) (Vigência)
profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo
III - a identificação da unidade de polícia judiciária as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848,
responsável pela investigação. (Incluído pela Lei nº de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado
13.344, de 2016) (Vigência) poderá constituir defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão 2019) (Vigência)
dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro § 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o
do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão investigado deverá ser citado da instauração do procedi-
requisitar, mediante autorização judicial, às empresas mento investigatório, podendo constituir defensor no pra-
prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemá- zo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebi-
tica que disponibilizem imediatamente os meios técnicos mento da citação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
adequados – como sinais, informações e outros – que
permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do § 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo
delito em curso. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) com ausência de nomeação de defensor pelo investigado,
(Vigência) a autoridade responsável pela investigação deverá intimar
a instituição a que estava vinculado o investigado à época
§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posi- da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48
cionamento da estação de cobertura, setorização e inten- (quarenta e oito) horas, indique defensor para a represen-
sidade de radiofrequência. (Incluído pela Lei nº 13.344, de tação do investigado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2016) (Vigência) 2019) (Vigência)
§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluí- § 3º (VETADO).
do pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 4º (VETADO).
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação
de qualquer natureza, que dependerá de autorização judi- § 5º (VETADO).
cial, conforme disposto em lei; (Incluído pela Lei nº § 3º Havendo necessidade de indicação de defensor
13.344, de 2016) (Vigência) nos termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá prefe-
rencialmente à Defensoria Pública, e, nos locais em que
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia
ela não estiver instalada, a União ou a Unidade da Federa-
móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias,
ção correspondente à respectiva competência territorial
renovável por uma única vez, por igual período; (Incluído
do procedimento instaurado deverá disponibilizar profis-
pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
sional para acompanhamento e realização de todos os
III - para períodos superiores àquele de que trata o in- atos relacionados à defesa administrativa do investigado.
ciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º
§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito po- deste artigo deverá ser precedida de manifestação de que
licial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 (se- não existe defensor público lotado na área territorial onde
tenta e duas) horas, contado do registro da respectiva tramita o inquérito e com atribuição para nele atuar, hipó-
ocorrência policial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) tese em que poderá ser indicado profissional que não
(Vigência)
integre os quadros próprios da Administração. (Incluído Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade
com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que
§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Públi-
esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição
ca, os custos com o patrocínio dos interesses dos inves-
de outra, independentemente de precatórias ou requisi-
tigados nos procedimentos de que trata este artigo corre-
ções, e bem assim providenciará, até que compareça a
rão por conta do orçamento próprio da instituição a que
autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra
este esteja vinculado à época da ocorrência dos fatos
em sua presença, noutra circunscrição.
investigados. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi-
gência) Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao
juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto
§ 6º As disposições constantes deste artigo se apli-
de Identificação e Estatística, ou repartição congênere,
cam aos servidores militares vinculados às instituições
mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os
dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que
dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.
os fatos investigados digam respeito a missões para a
Garantia da Lei e da Ordem. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) (Vigência) ATENÇÃO: Outros artigos relacionados à Parte de Inquéri-
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado to Policial:
curador pela autoridade policial.
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a ou de quaisquer elementos informativos da mesma natu-
devolução do inquérito à autoridade policial, senão para reza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima,
novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os
denúncia. autos para a instância de revisão ministerial para fins de
homologação, na forma da lei. (Redação dada pela Lei nº
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar ar-
13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI
quivar autos de inquérito.
6.300) (Vide ADI 6.305)
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inqué-
rito pela autoridade judiciária, por falta de base para a § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não con-
denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas cordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá,
no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunica-
pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
ção, submeter a matéria à revisão da instância competen-
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, te do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei
os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competen- orgânica. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
te, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu
representante legal, ou serão entregues ao requerente, se § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados
o pedir, mediante traslado. em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão
do arquivamento do inquérito policial poderá ser provoca-
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo da pela chefia do órgão a quem couber a sua representa-
necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse ção judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigên-
da sociedade. cia)
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o
lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá investigado confessado formal e circunstancialmente a
mencionar quaisquer anotações referentes a instauração prática de infração penal sem violência ou grave ameaça
de inquérito contra os requerentes. (Redação dada pela e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério
Lei nº 12.681, de 2012) Público poderá propor acordo de não persecução penal,
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá desde que necessário e suficiente para reprovação e pre-
sempre de despacho nos autos e somente será permitida venção do crime, mediante as seguintes condições ajus-
quando o interesse da sociedade ou a conveniência da tadas cumulativa e alternativamente: (Incluído pela Lei nº
investigação o exigir. 13.964, de 2019) (Vigência)

Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não exce- I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto
derá de três dias, será decretada por despacho fundamen- na impossibilidade de fazê-lo; (Incluído pela Lei nº 13.964,
tado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do de 2019) (Vigência)
órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipó- II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indica-
tese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da dos pelo Ministério Público como instrumentos, produto
Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de ou proveito do crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
abril de 1963) (Redação dada pela Lei nº 5.010, de 2019) (Vigência)
30.5.1966)
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades pú- § 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes
blicas por período correspondente à pena mínima comi- ou abusivas as condições dispostas no acordo de não
nada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Públi-
ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 co para que seja reformulada a proposta de acordo, com
do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Códi- concordância do investigado e seu defensor. (Incluído
go Penal); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos § 6º Homologado judicialmente o acordo de não per-
termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezem- secução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério
bro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de inte- Público para que inicie sua execução perante o juízo de
resse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que execução penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
tenha, preferencialmente, como função proteger bens (Vigência)
jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesa-
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta
dos pelo delito; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
que não atender aos requisitos legais ou quando não for
(Vigência)
realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo.
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição in- (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
dicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e § 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os au-
compatível com a infração penal imputada. (Incluído pela
tos ao Ministério Público para a análise da necessidade
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
de complementação das investigações ou o oferecimento
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito da denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi-
a que se refere o caput deste artigo, serão consideradas gência)
as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso § 9º A vítima será intimada da homologação do acor-
concreto.(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) do de não persecução penal e de seu descumprimento.
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
nas seguintes hipóteses: (Incluído pela Lei nº 13.964, de
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipu-
2019) (Vigência)
ladas no acordo de não persecução penal, o Ministério
I - se for cabível transação penal de competência dos Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua resci-
Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei; (Incluído são e posterior oferecimento de denúncia. (Incluído pela
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
II - se o investigado for reincidente ou se houver ele- § 11. O descumprimento do acordo de não persecu-
mentos probatórios que indiquem conduta criminal habi- ção penal pelo investigado também poderá ser utilizado
tual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as pelo Ministério Público como justificativa para o eventual
infrações penais pretéritas; (Incluído pela Lei nº 13.964, não oferecimento de suspensão condicional do processo.
de 2019) (Vigência) (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos § 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não
anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não persecução penal não constarão de certidão de antece-
persecução penal, transação penal ou suspensão condi- dentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso
cional do processo; e (Incluído pela Lei nº 13.964, de III do § 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência) 2019) (Vigência)
IV - nos crimes praticados no âmbito de violência do- § 13. Cumprido integralmente o acordo de não perse-
méstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por cução penal, o juízo competente decretará a extinção de
razões da condição de sexo feminino, em favor do agres- punibilidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi-
sor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) gência)
§ 3º O acordo de não persecução penal será formali- § 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Públi-
zado por escrito e será firmado pelo membro do Ministé- co, em propor o acordo de não persecução penal, o inves-
rio Público, pelo investigado e por seu defensor. (Incluído tigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão su-
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) perior, na forma do art. 28 deste Código. (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecu-
ção penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá Art. 39. O direito de representação poderá ser exerci-
verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do inves- do, pessoalmente ou por procurador com poderes especi-
tigado na presença do seu defensor, e sua legalidade. ais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
§ 1o A representação feita oralmente ou por escrito, Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem
sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de de condução, os requisitos mencionados no art. 352, no
seu representante legal ou procurador, será reduzida a que Ihe for aplicável.
termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competen-
órgão do Ministério Público, quando a este houver sido
te, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assi-
dirigida.
natura, entregando a este cópia do termo e recibo de en-
§ 2o A representação conterá todas as informações trega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das teste-
que possam servir à apuração do fato e da autoria. munhas que o acompanharem e ao interrogatório do acu-
§ 3o Oferecida ou reduzida a termo a representação, a sado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após
cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a au-
autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo
toridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei nº 11.113,
competente, remetê-lo-á à autoridade que o for.
de 2005)
§ 4o A representação, quando feita ao juiz ou perante
§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita
este reduzida a termo, será remetida à autoridade policial
contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à
para que esta proceda a inquérito.
prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar
§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o in- fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo,
quérito, se com a representação forem oferecidos elemen- se para isso for competente; se não o for, enviará os au-
tos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste ca- tos à autoridade que o seja.
so, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.
§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá
Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o
ação civil: condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas
I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das que hajam testemunhado a apresentação do preso à au-
peças de informação; toridade.

Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autorida- § 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não sou-
des policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas de- ber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante
clarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal. será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido
sua leitura na presença deste. (Redação dada pela Lei nº
Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade
11.113, de 2005)
mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a reque-
rimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do § 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante deve-
ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, rá constar a informação sobre a existência de filhos, res-
seja este submetido a exame médico-legal. pectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados
§ 1o O exame poderá ser ordenado ainda na fase do
dos filhos, indicado pela pessoa presa
inquérito, mediante representação da autoridade policial
ao juiz competente. Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou
do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apre-
pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do quere-
ciação da prova produzida em contraditório judicial, não
lante ou do assistente, ou por representação da autorida-
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos
de policial.
elementos informativos colhidos na investigação, ressal-
vadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Art. 378. A aplicação provisória de medida de segu-
(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) rança obedecerá ao disposto nos artigos anteriores, com
as modificações seguintes:
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pes-
soas serão observadas as restrições estabelecidas na lei ...
civil. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) II - a aplicação poderá ser determinada ainda no curso
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será in- do inquérito, mediante representação da autoridade poli-
dispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, cial;
não podendo supri-lo a confissão do acusado. Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
o interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº
que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá 11.719, de 2008).
mandar conduzi-lo à sua presença. (Vide ADPF 395)(Vide
ADPF 444)
II - faltar pressuposto processual ou condição para o
exercício da ação penal; ou (Incluído pela Lei nº 11.719,
de 2008).
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 1. AÇÃO PENAL PÚBLICA
Parágrafo único. (Revogado).(Incluído pela Lei nº
11.719, de 2008). A ação penal pública pode ser:

Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo 1) Ação penal pública incondicionada
em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, con-
tendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos. 2) Ação penal pública condicionada à representação
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
3) Ação penal pública subsidiária da pública
§ 1o Sempre que possível, o registro dos depoimentos
do investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será 1.1 Ação Penal Pública Incondicionada
feito pelos meios ou recursos de gravação magnética,
estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisu- O CPP Adota como critério a titularidade da ação penal.
al, destinada a obter maior fidelidade das informações
Ação penal pública incondicionada é a regra, de modo
Art. 549. Se a autoridade policial tiver conhecimento que, no silêncio da lei, o crime será de ação penal pública
de fato que, embora não constituindo infração penal, pos- incondicionada
sa determinar a aplicação de medida de segurança
(Código Penal, arts. 14 e 27), deverá proceder a inquérito, a) Titular: Ministério Público, sem necessidade de mani-
a fim de apurá-lo e averiguar todos os elementos que festação da vontade de terceiros (a ação é deflagrada
possam interessar à verificação da periculosidade do de ofício pelo MP)
agente.
b) Peça inicial: Denúncia é a peça privativa do Ministério
Público que dá início à ação penal pública.

Obs.: Mais adiante veremos os pressupostos para a de-


núncia em contraposição à queixa crime (pena inicial
ofertada pelo ofendido nas ações penais privadas).

c) Prazos para oferecer a denúncia, segundo CPP:

Réu preso: 05 dias;

Réu solto: 15 dias.

1.2 Ação Penal Pública Condicionada

A ação penal pública condicionada é aquela que depende


da manifestação de vontade do legítimo interessado para
que a persecução penal possa se iniciar.

A ação penal pública condicionada pode ser:

1) Ação penal pública condicionada à representação do


ofendido

2) Ação penal pública condicionada à requisição do Mi-


nistro da Justiça.

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida


por denúncia do Ministério Público, mas dependerá,
quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça,
ou de representação do ofendido ou de quem tiver quali-
dade para representá-lo.
1.2.1 Ação Penal Pública Condicionada à Representação do guir na ação, caso o querelante desista da instância ou a
Ofendido abandone.

• Representação do ofendido é o pedido e a autorização • Forma da representação: De acordo com o


que condiciona o início da persecução penal. Sem ela STJ/STF, ela tem forma livre, podendo ser oral ou
inexiste processo, IP e até mesmo lavratura de flagrante. por escrito. Ou seja: não precisa ser através de
peça formal.
Art. 5ª, § 4º, CPP O inquérito, nos crimes em que a ação
pública depender de representação, não poderá sem ela • Prazo para a representação: seis meses contados
ser iniciado. do conhecimento da autoria. Não interessa a data
do fato.
• Natureza jurídica: é uma condição de procedibilidade
Obs.: O prazo para oferecimento da representação tem
• Legitimidade para receber a representação da vítima: natureza decadencial, não se admite suspensão, prorro-
gação ou interrupção.
1) Delegado
RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO
2) MP
Regra: a retratação da representação é possível até antes
3) Juiz
do oferecimento da denúncia.
• Legitimidade para oferecer a representação:
Art. 25. A representação será irretratável, depois de ofere-
1) Vítima ou seu representante legal. cida a denúncia.

Obs.: A representação pode ser feita pessoalmente ou por • Exceção: Na Lei Maria da Penha, a retratação é possível
procurador maior de 18 anos, desde que possua poderes até o recebimento da denúncia, em audiência perante o
especiais. juiz designada especialmente para esse fim!

Súmula 594 STF: Os direitos de queixa e de representação ATENÇÃO! A vítima poderá se arrepender da retratação e
podem ser exercidos, independentemente, pelo ofendido renovar a representação, desde que esteja dentro do pra-
ou por seu representante legal; zo. Ou seja: “cabe retratação da retratação da representa-
ção”!
Diante da morte ou da declaração judicial de ausência da
vítima teremos os sucessores: cônjuge/companheiros, Porém, há DUAS EXCEÇÕES, a qual a retratação da repre-
ascendentes, descendentes e irmãos - CADI. sentação por lei extingue a punibilidade: Juizado da Vio-
lência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, e Juizado,
Obs.: Deve-se respeitar a ordem preferencial (CADI) quan- JECRIM.
do houver morte, declaração judicial de ausência ou inca-
pacidade civil superveniente. Por outro lado, em caso de • Eficácia Objetiva da Representação: Feita a represen-
abandono ou desistência da ação, o art. 36 preconiza que tação por um fato delituoso ela abrange todos os pos-
qualquer dessas pessoas do CADI poderá prosseguir com síveis coautores e participes.
a ação, independentemente de obedecer à ordem prefe-
1.2.2 Ação Penal Pública Condicionada à Requisição do Mi-
rencial!
nistro da Justiça
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida
É ato de conveniência política, autorizando a persecução
por denúncia do Ministério Público, mas dependerá,
penal em alguns crimes.
quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça,
ou de representação do ofendido ou de quem tiver quali- • Prazo: A lei é omissa. Logo, pode ocorrer desde que
dade para representá-lo. não extinta a punibilidade;
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado • Destinatário: MP (PGJ);
ausente por decisão judicial, o direito de representação
passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. Há discricionariedade do Ministro da Justiça

Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito A requisição NÃO vincula o MP. Ou seja: o MP não está
de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o obrigado a oferecer denúncia!
parente mais próximo na ordem de enumeração constan-
te do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas prosse-
Hipóteses: Deve constar da procuração com poderes especiais: no-
me do querelante + menção ao fato criminoso.
1) Crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro
fora do Brasil; Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com
poderes especiais, devendo constar do instrumento do
2) Crimes contra a honra praticados contra o Presidente mandato o nome do querelante e a menção do fato crimi-
ou Chefe de Governo Estrangeiro. noso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de
diligências que devem ser previamente requeridas no
Obs.: exemplos art. 141 c/c parágrafo único do art. 145 do
juízo criminal.
CP, art. 7º, §3º, b do CP.
• Peça inicial: queixa crime:

Vítima: é chamado de querelante


Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo au-
mentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é come- Réu: é chamado de querelado
tido:
• Prazo para interpor a queixa crime: 6 meses a partir do
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe conhecimento de quem é o autor do fato, prazo decaden-
de governo estrangeiro; cial.

............ Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu


representante legal, decairá no direito de queixa ou de
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somen-
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis
te se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do
meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor
art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do o prazo para o oferecimento da denúncia.
Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art.
• A ação penal privada pode ser:
141 deste Código, e mediante representação do ofendido,
no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso a) Ação penal privada personalíssima
do § 3o do art. 140 deste Código b) Ação penal privada propriamente dita ou exclusiva
c) Ação penal privada subsidiária da pública
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime co-
metido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, a) AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA
reunidas as condições previstas no parágrafo anteri-
or: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Somente o ofendido pode ingressar em juízo, ou seja, o
direito não é transmitido ao representante legal e nem
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído haverá sucessão processual.
pela Lei nº 7.209, de 1984)
Assim, a morte da vítima extingue a punibilidade do autor
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído do delito.
pela Lei nº 7.209, de 1984)
Ex.: Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro es-
sencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento
que não seja casamento anterior
2. AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA:
b) AÇÃO PENAL PRIVADA EXCLUSIVA OU PROPRIAMEN-
Ocorre quando o Estado autoriza o ofendido ou seu repre-
TE DITA
sentante legal a ingressar com ação penal, pleiteando a
condenação do agressor. É aquela que pode ser proposta pelo ofendido ou seu re-
presentante legal. Na hipótese de ser proposta pelo re-
O particular, portanto, passa a ter o direito de ação, a legi-
presentante legal, sucessão processual.
timidade para o oferecimento da ação penal privada, em-
bora a titularidade da ação penal permaneça com o Esta- Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declara-
do. do ausente por decisão judicial, o direito de oferecer quei-
xa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascenden-
• Titularidade: ofendido ou representante legal
te, descendente ou irmão.
A queixa pode ser proposta por procurador, desde que
Exemplo: OS CRIMES CONTRA HONRA.
seja mediante procuração com poderes especiais.
c) AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA OBS: Se o querelante for negligente, o MP reassume o
polo ativo da ação penal
Chamada também de ação penal acidentalmente priva-
da/supletiva e será admitida quando estiver caracterizada Prazo: Tem-se 06 meses para oferecer a queixa subsidiá-
a inércia do MP. ria (prazo penal).

CF Art. 5º, LIX - será admitida ação privada nos crimes de É a chamada DECADÊNCIA IMPRÓPRIA.
ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;

CPP - Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de


ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, 3. PRINCÍPIOS
cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e
Ação Penal Pública (Legalidade, Indisponibilidade, In-
oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os ter-
transcendência; Divisibilidade e Oficialidade) e a Ação
mos do processo, fornecer elementos de prova, interpor
Penal Privada (Conveniência; Disponibilidade; Instrans-
recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do quere-
cendência; Indivisibilidade) fundamentada em análise da
lante, retomar a ação como parte principal.
doutrina e jurisprudência.
Poderes do Ministério Público:
3.1. Princípios que regem a Ação Penal Pública
O Ministério Público, em face da queixa substitutiva, as-
São cinco os princípios que regem a ação penal pública: o
sume a posição de um litisconsorte, porém de natureza
da legalidade ou obrigatoriedade; o da indisponibilidade; o
sui generis, na medida em que não há cumulação de
da intranscendência; o da divisibilidade e o da oficialida-
ações contra o mesmo réu. A doutrina fala que o MP atua
de.
como uma espécie de “assistente litisconsorcial”
3.1.1 Princípio da legalidade ou da obrigatoriedade
O Ministério Público, “na ação privada subsidiária, deve
atuar em todos os termos do processo, sob pena de nuli- Preliminarmente, nota-se que a doutrina não faz distinção
dade (art. 564, III, d, CPP), tendo amplos poderes. entre as duas formas terminológicas que se referem a
esse princípio, o qual poderá ser chamado de “princípio da
Assim, o MP pode:
obrigatoriedade” ou “princípio da legalidade”.
- Repudiar a queixa, oferecendo denúncia substitutiva
O conceito do princípio da obrigatoriedade da ação penal
Repudiar a queixa proposta pela vítima, caso entenda que pública encontra-se no artigo 24 do Código de Processo
não foi desidioso, e, em seu lugar, oferecer denúncia Penal, e diz que o Ministério Público tem o dever de pro-
SUBSTITUTIVA. mover a ação penal tão só tenha ele notícia do crime e
não existam obstáculos que o impeça de atuar.
- Aditar a queixa, tanto em seus aspectos formais, como
materiais Nota-se, já de início, que o princípio da obrigatoriedade é o
que melhor atende aos interesses do Estado, e, desta
Exemplo: Pode aditar para incluir coautores, afinal de forma, dispondo o Ministério Público dos elementos mí-
contas. Prazo para o MP aditar a queixa: 3 dias nimos para a propositura da ação penal, deve promovê-la.

Art. 46, § 2º O prazo para o aditamento da queixa será de Para a aplicação do princípio da obrigatoriedade, podem-
3 dias, contado da data em que o órgão do Ministério se adotar duas formas: a regra da oficialidade e a regra da
Público receber os autos, e, se este não se pronunciar legalidade. Pela regra da oficialidade fazer-se valer por um
dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar, órgão público, e pela regra da legalidade, é no cumprimen-
prosseguindo-se nos demais termos do processo. to de do dever funcional que, verificadas concretamente
as condições da lei, o órgão público competente deve
- Intervir em todo os termos do processo fazer valer a pretensão punitiva do Estado derivante do
crime.
O MP pode, a qualquer momento: fornecer elementos de
prova , interpor recurso ou opinar pela rejeição da queixa 3.1.2 Princípio da Indisponibilidade

Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa Princípio da indisponibilidade, sendo que, uma vez ofere-
do ofendido, poderá ser aditada pelo Ministério Público, a cida a denuncia o Ministério Público não poderá dispor da
quem caberá intervir em todos os termos subseqüentes mesma, conforme positivado no artigo 42 do Código de
do processo. Processo Penal; também não poderá a autoridade policial
mandar arquivar o inquérito policial, consoante previsto
no artigo 17. É nessa lógica que o Ministério Público não Por fim, vale lembrar que a divisibilidade da ação penal
poderá desistir do recurso que interpor. A dogmática da não se confunde com uma “carta branca” para o MP se
indisponibilidade e da obrigatoriedade é tão presente que eximir de ajuizá-la com base em critérios de conveniência
é possível observar os seus efeitos mesmo antes de rece- e oportunidade, uma vez que o princípio da obrigatorieda-
bida à denúncia, e instaurada a relação processual, ainda de determina que, sendo o fato punível (não alcançado
na fase de investigação criminal, a exemplo do que ocorre pela prescrição, por exemplo), seja ajuizada a ação penal
com o inquérito policial que é oficioso e obrigatório, e contra todos os agentes da conduta delitiva cujos indícios
cabendo somente ao Ministério Público promover o arqui- de autoria sejam perceptíveis.
vamento, afinal, pela lógica, é este o titular da ação (arti-
go 28, do CPP). 3.1.5 Princípio da oficialidade

É importante destacar que tal sistemática não rege todo o Este princípio estabelece que o Estado tem o dever sobe-
processo penal, e sim tão somente as ações de natureza rano de agir e de determinar as normas de conduta deli-
pública e incondicionada, já que na ação penal de iniciati- tuosa bem como a sanção penal correspondente, estando
va privada, bem como na ação pública condicionada á inicialmente relacionado com os princípios da legalidade
representação, incidirá o princípio da oportunidade e da e da obrigatoriedade.
disponibilidade da ação penal.
Tal princípio consiste na atribuição da legitimidade para a
3.1.3 Princípio da intranscendência persecução criminal aos órgãos do Estado. Em outras
palavras, a apuração das infrações penais fica, em regra,
Por força do princípio da instranscendência, entende-se a cargo da policia investigativa, enquanto que a promoção
que a denúncia ou a queixa só podem ser oferecidas con- da ação penal pública incumbe ao Ministério Público, nos
tra o provável autor do fato delituoso. A sentença penal exatos termos do art. 129, I, da Constituição Federal.
condenatória não pode passar da pessoa do suposto au-
tor do crime para incluir seus familiares, que nenhuma As exceções ao princípio da oficialidade estão previstas
participação tiveram na infração penal. Aplica-se também no art. 30 do Código de Processo Penal, em relação a
especialmente à pena. ação penal privada; e no art. 29 do mesmo código, para a
ação penal privada subsidiária da pública.
Esse princípio funciona como evidente desdobramento do
princípio da pessoalidade da pena, previsto no art.5º, XLV, 3.2. Princípios que regem a Ação Penal Privada
da Constituição Federal:
São quatro os princípios que regem a ação penal privada:
“XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, o da conveniência ou oportunidade; o da disponibilidade;
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do o da instranscendência; e o da indivisibilidade.
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
3.2.1 Princípios da conveniência (ou oportunidade)
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor
do patrimônio transferido." Basicamente significa que o ofendido ou seu representan-
te legal não são obrigados a propor a ação penal contra o
Esse princípio é aplicável tanto à ação penal pública
autor do delito.
quanto à ação penal de iniciativa privada.
3.2.2. Princípios da disponibilidade
3.1.4 Princípio da divisibilidade
Uma vez proposta a ação penal, em face desses princí-
Esse princípio autoriza que, já havendo uma ação penal
pios, dela poderão desistir, bem como de eventual recurso
pública em face de determinado réu, será sempre possível
interposto. Apenas para efeito de comparação é o posto
que o MP intente outra ação pelo mesmo fato em face de
do que ocorre com a ação penal pública. O ofendido ou
outro acusado.
seu representante legal se despojam da ação penal medi-
Ainda em razão do mesmo princípio, é possível que o pro- ante certos atos, que constituem causas extintivas da
cesso seja desmembrado em tantos quantos forem os punibilidade, a saber: a decadência e a renúncia – ambos
réus, não sendo necessária a persecução penal através de antes do exercício da ação – e a perempção, a desistên-
uma única ação. cia e o perdão, estas últimas depois de seu exercício.

A posição dominante na doutrina é que à ação penal pú- 3.2.3 Princípio da intranscendência
blica aplica-se o princípio da divisibilidade, pois o Ministé-
3.2.4 Princípio da indivisibilidade
rio Público pode eleger processar apenas um dos ofenso-
res, optando por coletar maiores evidências para proces-
sar posteriormente os demais.
O Princípio da indivisibilidade encontra-se previsto no 4. INSTITUTOS:
Código de Processo Penal nos artigos 48, 49 e 51, veja-
mos: 4.1. Decadência: é a perda da oportunidade de entrar com
ação privada em razão do decurso do prazo, qual seja,
“Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime seis meses, em regra, contados do conhecimento da auto-
obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público ria do crime (art. 38 CPP). O prazo decadencial nem sus-
velará pela sua indivisibilidade.” pende nem interrompe. Consequência: extinção da punibi-
lidade. Se o inquérito não for concluído, O prazo para a
“Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em ação privada não se prorroga, suspende-se ou se inter-
relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá.” rompe e a vítima deverá exercê-la sem o inquérito, reque-
rendo ao juiz que o mesmo seja acostado aos autos, as-
“Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados apro-
sim que encerrado.
veitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em rela-
ção ao que o recusar.” Obs: na ação pública condicionada o prazo de seis meses
é para simplesmente representar, independentemente do
Diante do exposto, não resta dúvida, pois, que a indivisibi-
tempo que leve a investigação.
lidade rege a ação penal privada e sua inobservância tem
como consequência a extinção da punibilidade em rela- 4.2. Renúncia: tem relação de coerência. ocorre até o
ção à todos os autores do crime. A causa extintiva será a oferecimento da queixa, sendo um ato unilateral, inde-
renúncia (antes da ação) ou perdão aceito ou ainda a pendente da vontade do acusado. Ocorre com a declara-
desistência. ção expressa da vítima de que não pretende entrar com a
ação ou pela prática de um ato incompatível com essa
A desistência não encontra-se prevista no Código de Pro-
vontade. Fala-se em renúncia até o oferecimento da ação.
cesso Penal, tampouco no rol das causas extintivas de
Art. 49 do CPP. Consequência: extinção da punibilidade,
punibilidade insculpido no artigo 107, do Código Penal,
salvo no caso de subsidiária da pública (art. 107 CP).
decorrendo de criação doutrinaria a qual revela que aque-
Obs.: o nosso código não disciplina o arquivamento do
le rol é meramente exemplificativo. A desistência será
inquérito nos crimes de ação privada. Todavia, se o advo-
veiculada por petição ao juiz da causa e independe de
gado da vítima requerer o arquivamento, haverá renúncia
aceitação, porquanto consiste em ato unilateral.
ao direito de ação e essa situação é irreversível, mesmo
Se intencionalmente não incluir algum dos coautores, se surgirem novas provas, afinal a extinção da punibilida-
ocorre a renúncia tácita, devendo esta ser declarada em de. A renúncia é irretratável, pois ocasiona a extinção da
relação a todos os participantes do delito (artigo 49, CPP). punibilidade. Decadência e renúncia ocorrem na fase pré-
processual. Não se pode falar em renúncia ao direito de
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: representação.

I - pela morte do agente; 4.3. Perdão: lembra benevolência (seja por motivos religi-
osos, econômicos, espirituais). Parece muito com a re-
II - pela anistia, graça ou indulto; núncia, mas tem um divisor de águas, que é o momento. O
perdão ocorre quando a vítima declara expressamente
III - pela retroatividade de lei que não mais considera
que não pretende continuar com a ação ou quando ela
o fato como criminoso;
pratica ato incompatível com essa vontade, dessa forma
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; pode ser expresso ou tácito (art. 51 e 51 CPP). Obs.: bila-
teralidade. Para que o perdão surta o efeito jurídico pre-
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão tendido, qual seja a extinção da punibilidade, é necessário
aceito, nos crimes de ação privada; que o réu o aceite, o que pode ocorrer de forma expressa
ou tácita. Se a vítima declara nos autos o perdão, o réu
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei será notificado, disponde de três dias para dizer se aceita.
a admite; A omissão faz presumir que ele aceitou. (tacitamente).
Tanto a oferta como a aceitação pode ocorrer por meio de
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
procurador, pressupondo poderes especiais.

Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados apro-


veitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em rela-
ção ao que o recusar. Art. 52. Se o querelante for menor
de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdão poderá ser
exercido por ele ou por seu representante legal, mas o
perdão concedido por um, havendo oposição do outro, 5. INICIAL ACUSATÓRIA
não produzirá efeito.
5.1. Considerações
4.4. Perempção – descaso, desídia. A vítima precisa de
dedicar à ação. É a SANÇÃO judicialmente imposta pelo a) Enquadramento: ação pública – denúncia; ação
descaso da vítima na condução da ação privada. A negli- privada – queixa crime.
gência de um querelante não prejudica o outro. O art. 60
b) Formalidade: Regra – escrita. Exceção – oral (jui-
do CPP, de forma não exaustiva, apresenta cinco hipóte-
zados especiais)..
ses de perempção e que ocasionam a extinção da punibi-
lidade (art. 107, CP), destacando-se as seguintes: 5.2. Requisitos (art. 41 CPP – denúncia e queixa)
✓ Paralisação do processo por 30 dias seguidos, por Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato
culpa do querelante. Obs.: atrasos justificados criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualifica-
não caracterizam perempção. Não haverá o so- ção do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa
matório de paralisações individuais para atingir identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessá-
os 30 dias. Prevalece o entendimento de que an- rio, o rol das testemunhas.
tes de extinguir a punibilidade, deve o magistrado
intimar o querelante. Exposição do fato criminoso com todas as suas circuns-
tâncias.
✓ Morte ou incapacidade do querelante, os suces-
sores possuem 60 dias para habilitação no pro- Obs1.: conteúdo – O quê? Quando? Como? Quem? Contra
cesso, sob pena de perempção. Nessa hipótese, o quem? Por quê? Qual o objetivo? Onde? De que modo? A
direito de ação passa ao CADI (art. 31). Obs.: o exposição tem que ser narrativa e demonstrativa.
prazo é contado do óbito do querelante, não ha-
vendo intimação dos sucessores. Obs2.:Inépcia da inicial. Ela se caracteriza por um defeito
formal grave que normalmente compromete a narrativa
✓ Ausência injustificada do querelante a um ato do fática e neste caso a inicial deve ser rejeitada (art. 395, I
processo. A ausência justificada inibe a caracteri- CPP). Se o juiz por equívoco recebe essa inicial, haverá
zação da perempção. Ausência em audiência de nulidade absoluta, que pode ser discutida até antes da
conciliação em primeiro grau (crime contra honra) prolação da sentença, já que após este marco vamos
– não é perempção. discutir em grau de recurso os vícios da decisão e não
mais da inicial.
✓ Se o querelante deixar de formular o pedido de
condenação nas alegações finais (memoriais). Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:

Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante I - for manifestamente inepta;
queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:
II - faltar pressuposto processual ou condição para o
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover exercício da ação penal; ou
o andamento do processo durante 30 dias seguidos;
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua
incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir 5.3 qualificação do acusado.
no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qual-
Obs1.: Conteúdo – é a colheita de informações que indivi-
quer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o
dualizam uma pessoa, diferenciando-a das demais, inclu-
disposto no art. 36;
sive em aspectos sociais: nome, sobrenome, filiação, pro-
II - quando o querelante deixar de comparecer, sem moti- fissão, estado civil, RG, CPF, endereço e atualmente idade.
vo justificado, a qualquer ato do processo a que deva
Obs2.: não havendo elementos para qualificação exauri-
estar presente, ou deixar de formular o pedido de conde-
ente, o MP pode se valer de elementos acessórios, o que
nação nas alegações finais;
engloba apelido (epíteto), e até mesmo de indicações
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se biológicas (ex. art. 41 c/c 259 CPP). O legislador deixou
extinguir sem deixar sucessor clara a tendência de rechaçar a instauração de processo
criminal contra pessoa incerta, pelo que deve-se aplicar
com cautela os citados dispositivos.
Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado 6. AÇÃO DE PREVENÇÃO PENAL
com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não
retardará a ação penal, quando certa a identidade física. A Ação a ser proposta contra o inimputável do art. 26, ca-
qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou put, pois é uma denúncia que não pede condenação, mas
da execução da sentença, se for descoberta a sua qualifi- medida de segurança, a chamada absolvição imprópria.
cação, far-se-á a retificação, por termo, nos autos, sem CP
prejuízo da validade dos atos precedentes.
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental
5.4 Rol de testemunhas ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era,
ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
Se as testemunhas não forem arroladas na inicial, haverá entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
preclusão acordo com esse entendimento.

Obs.: mesmo havendo preclusão as testemunhas podem 7. SÚMULAS IMPORTANTES SOBRE O TEMA:
ser ouvidas como testemunhas do juízo, já que o magis-
trado tem iniciativa probatória, segundo art. 156 CPP. Súmula 714/STF: É concorrente a legitimidade do ofendi-
do, mediante queixa, e do Ministério Público, condiciona-
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a da à representação do ofendido, para a ação penal por
fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício. crime contra a honra de servidor público em razão do
exercício de suas funções.
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a
produção antecipada de provas consideradas urgentes e Súmula 234/STJ: A participação de membro do Ministério
relevantes, observando a necessidade, adequação e pro- Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu
porcionalidade da medida. impedimento ou suspeição para o oferecimento da de-
núncia.
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de
proferir sentença, a realização de diligências para dirimir Súmula 542/STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão
dúvida sobre ponto relevante. corporal resultante de violência doméstica contra a mu-
lher é pública incondicionada.
5.5 Subscrição pelo MP e pelo advogado do querelante

Obs.:ausência de assinatura do promotor na denúncia é


mera irregularidade, se for facilmente demonstrável que a
inicial foi realmente ofertada pelo órgão acusatório ha-
vendo mero esquecimento da assinatura. Quanto ao ad-
vogado do querelante é necessário que ele possua pode-
res especiais. A firma tem que ser reconhecida – STJ. Art.
44 do CPP.

Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com


poderes especiais, devendo constar do instrumento do
mandato o nome do querelante e a menção do fato crimi-
noso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de
diligências que devem ser previamente requeridas no
juízo criminal.

5.6. Prazos

- Queixa crime, 6 meses.

- Denúncia

- Regra geral ( art. 46 do CPP)

a) 5 dias (denunciado preso).

b) 15 dias (denunciado solto).


Desta forma o Juiz não não deve estabelecer “peso” a
alguma prova. Por exemplo: no caso de o acusado venha
a confessar o crime, o Juiz não está obrigado a dar a esta
prova (confissão) valor absoluto, devendo avaliá-la em
conjunto com as demais provas produzidas no processo,
de forma a atribuir a esta prova o valor que reputar perti-
1. INTRODUÇÃO nentes.

produção dos meios e atos praticados no processo vi- Sistemas de avaliação da prova:
sando ao convencimento do juiz.
1) Íntima convicção: é marcado pela ampla liberdade do
1.2 Espécies de prova julgador na análise e valoração das provas. Não há
motivação ou fundamentação da decisão; a convicção
a) Provas cautelares x antecipadas x não repetíveis é íntima e reservada. Admite-se, inclusive, a apreciação
de provas estranhas ao processo. É o sistema adotado
todas podem ser produzidas na fase investigatória e fase no Tribunal do Júri; constituindo um corolário do prin-
judicial. cípio do sigilo das votações, inerente ao próprio Tribu-
nal do Júri, que se encontra estampado no art. 5º,
- A provas cautelares são aquelas em que há um risco de
XXXVIII, b, da CF/88.
desaparecimento do objeto da prova por decurso do
tempo. Se não forem produzidas logo perdem sua razão 2) Prova tarifada: também conhecido por “sistema da
de produção, depende de autorização judicial, mas tem prova legal”, “da certeza moral do legislador”, tem co-
seu contraditório postergado/diferido - ex: interceptações mo traço característico a fixação antecipada e em abs-
telefônicas. trato, pelo próprio legislador, do valor e força probató-
ria dos diversos tipos de provas. Nesse sistema, retira-
- A provas não repetíveis são aquelas que quando produ-
se a liberdade apreciativa do juiz, que acaba ficando
zidas não tem como serem produzidas novamente, o
incumbido apenas de conferir às provas o valor esta-
exemplo mais citado é o exame de corpo de delito, não
belecido pelo legislador quando da edição da norma.
dependem de autorização judicial e seu contraditório
Não é o sistema adotado como regra no direito pro-
também é diferido.
cessual penal brasileiro, não obstante existam resquí-
- As provas antecipadas possuem contraditório real, cios desse método em alguns dispositivos do CPP,
exemplo clássico da testemunha que está hospital em como, por exemplo, o art. 158 (vinculação do juiz ao
fase terminal, nesse caso, depende de autorização judici- exame de corpo de delito em crimes que deixam vestí-
al. Sua colheita é feita em momento processual distinto gios) e art. 155, pú (prova do estado de pessoas ape-
daquele legalmente previsto, por isso a classificação. nas por certidão, e não por testemunhas).

OBS.: Não se esqueça que as provas cautelares, anteci- 3) Convencimento motivado ou persuasão racional do
padas e irrepetíveis são exceções ao desvalor probatório juiz: é o sistema adotado como regra no processo pe-
do inquérito policial, de modo que, quando produzidas em nal brasileiro, conforme se depreende do art. 155, ca-
sede de investigação criminal, podem ser utilizadas para put do CPP e art. 93, IX da CF. Constitui um justo-meio
fundamentar uma condenação, ver art 155. entre os demais sistemas; nele é devolvida a liberdade
de convicção ao magistrado, que tem autonomia para
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre aprecia- valorar racionalmente as provas a ele submetidas. A
ção da prova produzida em contraditório judicial, não liberdade de convicção, contudo, não é absoluta e ili-
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos mitada (...) Nesse sistema não há hierarquia entre as
elementos informativos colhidos na investigação, ressal- provas; são todas relativas e serão apreciadas e valo-
vadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. radas considerando-se as peculiaridades de cada ca-
so.
A expressão “livre apreciação da prova produzida” consa-
gra a adoção do sistema do livre convencimento motiva- Então prova seria o elemento produzido pelas partes ou
do da prova . O que isso significa? O princípio ou sistema mesmo pelo Juiz, visando à formação do convencimento
do livre convencimento motivado, ou livre convencimento deste (Juiz) acerca de determinado fato. Como o proces-
regrado, diz que o Juiz deve valorar a prova produzida da so criminal é um processo de “conhecimento” (pois se
maneira que entender mais conveniente, de acordo com busca a certeza, já que reside incerteza quanto à materia-
sua análise dos fatos comprovados nos autos. lidade do delito e sua autoria), a produção probatória é um
instrumento que conduz o Juiz ao alcance da “certeza”,
de forma que, de posse da certeza dos fatos, o Juiz possa 2. OBJETO DA PROVA
aplicar o Direito.
Trata-se da verdade (ou falsidade) de uma afirmação so-
Por sua vez, o objeto de prova é o fato que precisa ser bre um fato que interessa à solução do processo.
provado para que a causa seja decidida, pois sobre ele
existe incerteza. Assim, num crime de homicídio, o exame PRECISA SER PROVADO
de corpo de delito é prova, enquanto o fato (existência ou
Imputação constante da peça acusatória.
não do homicídio – a materialidade do crime) é o objeto
de prova. OBS.: Cabe à acusação provar nexo causal, fato típico,
autoria, participação, dolo e culpa. Cabendo à defesa pro-
Terminologia da Prova
var os fatos modificativos, extintivos e impeditivos. - Os
Fonte de Prova x Meio de Prova x Meio de Obtenção de costumes devem ser provados. Ex: furto praticado duran-
Prova: te o repouso noturno, dependerá do lugar onde ocorre.

FONTE DE PROVA NÃO PRECISA SER PROVADO

Cometido o fato delituoso, tudo aquilo que possa esclare- - Fatos axiomáticos ou intuitivos: são evidentes. Ex:
cer alguém a cerca do crime pode ser conceituado como cocaína causa dependência, não precisa provar
fonte de prova (ex. pessoas, coisas).
- Fatos notórios – São aqueles que pertencem ao co-
Ex. No homicídio. As pessoas que presenciaram o crime nhecimento comum de todas as pessoas. Assim, ao
são fonte de prova, pois elas têm conhecimento sobre o mencionar, por exemplo, que um fato criminoso fora
fato delituoso. A arma também é fonte de prova. Futura- cometido no dia 25 de dezembro, Natal, não tem a par-
mente essas pessoas serão chamadas a depor em juízo. te obrigação de provar que o dia 25 de dezembro é Na-
O depoimento em juízo é que será o meio de prova. tal, pois isso é do conhecimento comum de qualquer
pessoa.
MEIO DE PROVA
- Presunções legais – São fatos que a lei presume te-
São os instrumentos através dos quais as fontes de prova nham ocorrido. O exemplo mais clássico é a inocência
são introduzidas no processo. do réu. A Lei presume a inocência do réu, portanto, não
cabe ao réu provar que é inocente, pois este fato já é
Dizem respeito a uma atividade endoprocessual, que se presumido. No entanto, este fato é uma presunção re-
desenvolve perante o juiz, com a participação das partes, lativa, ou seja, pode ser desconstituído se o titular da
em fiel observância ao contraditório e à ampla defesa. ação penal

Ex. a pessoa que presenciou o crime praticado por Rena- - Fatos inúteis: não interessam à causa.
to, ao prestar o depoimento, passará a ser um meio de
prova. A arma da prática do crime para se tornar um meio 3. CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS
de prova, deve ser apreendida, periciada, etc.
As provas podem ser classificadas em:
MEIO DE OBTENÇÃO DE PROVA
Quanto ao seu objeto:
Refere-se a certos procedimentos, em regra extraproces-
suais, geralmente realizados por outros agentes que não a) Provas diretas – Aquelas que provam o próprio fato, de
o juiz, cujo objetivo é a identificação das fontes de prova. maneira direta. Exemplo: Testemunha ocular de um de-
lito, que, com seu depoimento, prova diretamente a
Nesse caso, o contraditório será diferido, ou postergado. ocorrência do fato;

Esse é o trabalho da autoridade policial. Não se pode dar b) Provas indiretas – Aquelas que não provam direta-
ciência a uma pessoa da investigação, senão ela vai ten- mente o fato, mas por uma dedução lógica, acabam
tar dificultar a investigação. por prová-lo. Exemplo: Imagine-se que o acusado
comprove de maneira cabal (absoluta) que se encon-
Ex. interceptação telefônica. trava em outro país quando da ocorrência de um roubo
na cidade do Rio de Janeiro, do qual é acusado. Assim,
comprovado este fato (que não é o fato criminoso),
deduz-se de maneira irrefutável, que o acusado não
praticou o crime (prova indireta).
Quanto ao valor: Súmula 591 STJ - É permitida a prova emprestada no
processo administrativo disciplinar, desde que devida-
a) Provas plenas – Aquelas que trazem a possibilidade mente autorizada pelo juízo competente e respeitados o
de um juízo de certeza quanto ao fato que buscam contraditório e a ampla defesa.
provar, possibilitando ao Juiz fundamentar sua deci-
são de mérito em apenas uma delas, se for o caso. Quanto ao procedimento:
Exemplo: Prova documental, testemunhal, exame de
corpo de delito, etc.; a) prova típica – Seu procedimento está previsto na Lei.

b) Provas não-plenas – Apenas ajudam a reforçar a con- b) prova atípica – Duas correntes:
vicção do Juiz, contribuindo na formação de sua certe-
b.1) É somente aquela que não está prevista na Legis-
za, mas não possuem o poder de formar a convicção
lação (este conceito se confunde com o de prova
do Juiz, que não pode fundamentar sua decisão de
inominada);
mérito apenas numa prova não-plena.
b.2) É tanto aquela que está prevista na Lei, mas seu
Exemplos: Indícios (art. 239 do CPP), fundada suspeita
procedimento não, quanto aquela em que nem ela
(art. 240, § 2° do CPP), etc.
nem seu procedimento estão previstos na Legis-
Quanto ao sujeito: lação.

a) Provas reais – Aquelas que se baseiam em algum ob- Outras classificações:


jeto, e não derivam de uma pessoa. Exemplo: Cadáver,
a) prova anômala – É a prova típica, só que utilizada para
documento, etc.
fim diverso daquele para o qual foi originalmente pre-
b) Provas pessoais – São aquelas que derivam de uma vista.
pessoa. Exemplo: Testemunho, interrogatório do réu,
b) prova irritual – É aquela em que há procedimento pre-
etc.
visto na Lei, só que este procedimento não é respeita-
Atenção: PROVA EMPRESTADA do quando da colheita da prova.

Seria a utilização em um processo de uma prova que foi c) prova “fora da terra” – É aquela realizada perante juízo
produzida em outro processo, translado mediante certi- distinto daquele perante o qual tramita o processo (re-
dão. alizada por carta precatória, por exemplo).

O entendimento mais recente do STJ é no sentido de que d) prova crítica – É utilizada como sinônimo de “prova
não se exige que a prova emprestada seja oriunda de pro- pericial”.
cesso que envolveu as mesmas partes, desde que essa
4. PRINCÍPIOS QUE REGEM O SISTEMA PROBATÓRIO
prova emprestada seja, no momento de sua inclusão no
processo atual, submetida ao contraditório. A) Princípio do contraditório – Todas as provas produzi-
das por uma das partes podem ser contraditadas (con-
Presentes os requisitos, a prova emprestada terá o mes-
traprova) pela outra parte;
mo valor das demais provas. Ausente qualquer dos requi-
sitos, será considerada como mero indício, tendo o valor B) Princípio da comunhão da prova (ou da aquisição da
de prova não-plena. prova) – A prova é produzida por uma das partes ou
determinada pelo Juiz, mas uma vez integrada aos au-
Nesse sentindo, o art. 372 do NCPC: O juiz poderá admitir
tos, deixa de pertencer àquele que a produziu, passan-
a utilização de prova produzida em outro processo (prova
do a ser parte integrante do processo, podendo ser uti-
emprestada), atribuindo-lhe o valor que considerar ade-
lizada em benefício de qualquer das partes. Exemplo:
quado, observado o contraditório.
Imagine que o réu arrole uma testemunha, acreditando
A CF, ao tratar sobre interceptação telefônica, afirma que que seu depoimento será favorável a ele. No entanto,
só pode ser utilizada em investigação criminal ou no cur- eu seu depoimento a testemunha afirma que viu o
so da instrução criminal (reserva constitucional QUALIFI- acusado praticar o crime. Assim, nada impede que o
CADA). Assim, pelo menos em tese, não é possível inter- Juiz se valha da própria prova produzida pelo réu para
ceptação telefônica em processo administrativo e em condená-lo, pois a prova não é mais do réu, e sim co-
processo cível. Contudo, é perfeitamente possível ser mum ao processo (comunhão da prova). Isso é muito
utilizada em processo cível ou administrativo a título de importante! Guardem isso!
prova emprestada, eis que o contraditório já foi exercido
no processo criminal.
C) Princípio da oralidade – Sempre que for possível, as 5. ÔNUS DA PROVA
provas devem ser produzidas oralmente na presença
do Juiz. Assim, mais valor tem uma prova testemunhal O ônus da prova pode ser definido como o encargo confe-
produzida em audiência que um mero documento jun- rido a uma das partes referente à produção probatória
tado aos autos contendo algumas declarações de uma relativa ao fato por ela alegado.
suposta testemunha. Desse princípio decorrem:
Assim, nos termos do art. 156, 1° parte, do CPP:
c.1) Subprincípio da concentração – Sempre que pos-
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer,
sível as provas devem ser concentradas na audi-
sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada
ência. Tanto o é que, com as alterações promovi-
pela Lei nº 11.690, de 2008)
das pela Lei 11.719/08, as alegações finais, que
antes eram realizadas mediante a apresentação Desta forma, fica claro que a parte que alega algum fato,
de memoriais (escritos), atualmente serão, em re- deve fazer prova dele. Portanto, cabe ao acusador fazer
gra, apresentadas oralmente ao final da audiência prova da materialidade e da autoria do delito. Cabe ao réu,
(podendo, em casos complexos, serem apresen- por sua vez, provar os fatos que alegar (algum álibi) ou
tadas por escrito, através de memoriais); desconstituir a prova feita pelo acusador (um excludente
de ilicitude, uma excludente de culpabilidade, etc.).
c.2) Subprincípio da publicidade – Os atos processu-
ais não devem ser praticados de maneira secreta, Um ônus não é uma obrigação, pois uma obrigação des-
sendo vedado ao Juiz apresentar obstáculos à cumprida é um ato contrário ao Direito. Um ônus, por sua
publicidade dos atos processuais. Isto deriva da vez, quando descumprido, não gera um ato contrário ao
própria Constituição, em seus arts. 5°, LX e 93, IX. Direito, mas representa uma perda de oportunidade à
Porém, esta publicidade não é absoluta, podendo parte que lhe der causa.
ser restringida em alguns casos, apenas às partes
e seus procuradores, ou somente a estes. Perce- 6. PRODUÇÃO PROBATÓRIA PELO JUIZ
bam, portanto, que existe a possibilidade, até
mesmo, de um ato processual não ser público pa- Pode se dar de duas formas distintas:
ra uma das partes, mas jamais aos procuradores;
(i) Na produção antecipada de provas – Regra geral, as
c.3) Subprincípio da imediação – o Juiz, sempre que provas devem ser produzidas pelas partes. No entanto,
possível, deve ter contato físico com a prova, no em alguns casos, o Juiz pode determinar a produção de
ato de sua produção, a fim de que melhor possa algumas provas. Essa faculdade está prevista no art. 156,
formar sua convicção; segunda parte, e incisos I e II do CPP. O primeiro deles
trata da produção de provas urgentes:
D) Princípio da autorresponsabilidade das partes – As
partes respondem pelo ônus da produção da prova Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer,
acerca do fato que tenham de provar. Assim, se o titu- sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada
lar da ação penal não provar a autoria e a materialida- pela Lei nº 11.690, de 2008)
de do fato, terá uma consequência adversa para si, que
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a pro-
é a absolvição do acusado;
dução antecipada de provas consideradas urgentes e
E) Princípio da não auto-incriminação (ou Nemo tenetur se relevantes, observando a necessidade, adequação e pro-
detegere) – Por este princípio entende-se a não obriga- porcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de
toriedade que a parte tem de produzir prova contra si 2008)
mesma. Assim, não está o acusado obrigado a res-
Muito se discutiu na Doutrina acerca da constitucionali-
ponder às perguntas que lhe forem feitas, nem a parti-
dade desta faculdade, no entanto, o STJ e o STF entende-
cipar da reconstituição simulada, nem fornecer mate-
ram que a produção de provas pelo Juiz É CONSTITUCIO-
rial gráfico para exame grafotécnico, etc.
NAL, sendo, porém, medida excepcional, pois embora se
F) Princípio da Liberdade das provas: direito das partes adote o sistema acusatório, também se adota o princípio
de provarem fatos relevantes ao processo, utilizando- da verdade real, de forma 12 que o Juiz deve buscar sem-
se de qualquer meio de prova. A liberdade se encontra pre a verdade dos fatos, e não se contentar com a “verda-
na ampla e garantida possibilidade de se provar tudo, e de” que consta no processo (verdade formal).
por todos os meios, desde que nos termos previstos
Deve, ainda, o Magistrado quando determinar a produção
pelo Código Processual Penal Brasileiro e pela Consti-
de prova antecipada, fazer isto obedecendo:
tuição Federal e que não atentem contra a moralidade
e a dignidade da pessoa humana.
(ii) Na produção de provas após iniciada a fase de instru- das em violação a normas constitucionais ou legais. (Re-
ção do processo – Esta possibilidade está prevista no art. dação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
156, II do CPP:
São exemplos de prova ilícita:
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer,
sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada ● Interceptação telefônica realizada sem ordem judicial,
pela Lei nº 11.690, de 2008) por violar o art. 5°, XII da Constituição Federal.

(...) II – determinar, no curso da instrução, ou antes de ● Busca e apreensão domiciliar sem ordem judicial, por
proferir sentença, a realização de diligências para dirimir violação ao art. 5°, XI da Constituição.
dúvida sobre ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690,
● Prova obtida mediante violação de correspondência,
de 2008).
pois viola o art. 5°, XII da Constituição Federal.
Um exemplo de exercício desta faculdade está no art. 196
Muitos outros existem, e ficaríamos dias e dias a enume-
do CPP, que permite ao Juiz proceder, de ofício (ou seja,
rá-los. No entanto, o que vocês devem saber é que qual-
sem requerimento das partes), a novo interrogatório do
quer prova obtida por meio ilícito é uma prova ilegal, e que
réu. Ou, ainda, nos termos do art. 209 do CPP, ouvir tes-
por meio ilícito deve-se entender aquele que importa em
temunhas não arroladas pelas partes, dentre outros
violação a algum direito material, constitucionalmente
exemplos.
protegido, de maneira direta ou indireta.
O mesmo que foi dito quanto à constitucionalidade da
A prova pode ser ilícita por afrontar direta ou indiretamen-
produção antecipada de provas ex officio se aplica a esta
te a Constituição. Todos os exemplos citados acima são
hipótese de produção de provas pelo Juiz. O objetivo é
hipóteses de prova ilícita por afrontamento direto à Cons-
conciliar o princípio da verdade real com o modelo acusa-
tituição. No entanto, pode ocorrer de a prova ser ilícita por
tório.
ofender uma norma prevista em Lei (não na Constituição),
A diferença entre ambas as hipóteses reside, primordial- mas essa Lei retira seu fundamento diretamente da Cons-
mente, no fato de que no primeiro caso se exige a cautela- tituição.
ridade da medida (urgência de sua realização). No segun-
EXEMPLO: Imagine um interrogatório do réu em sede
do caso, basta que o Magistrado tenha dúvida sobre pon-
judicial realizado sem a presença do advogado. A norma
to relevante, o que autoriza a produção de provas ex offi-
que diz que a presença do advogado é indispensável não
cio.
está na Constituição, mas no art. 185 do CPP. No entanto,
7. PROVAS ILEGAIS este art. 185 do CPP nada mais faz que observar o princí-
pio da ampla defesa. Assim, pode-se dizer que quando se
As provas ilegais são um gênero do qual derivam três afronta o art. 185 do CPP, está a ser violado, também, o
espécies: provas ilícitas, provas ilícitas por derivação e princípio da ampla defesa, consagrado no art. 5°, LV da
provas ilegítimas. Constituição.

OBS: As provas “proibidas” no processo penal, considera- Provas ilícitas por derivação
das, portanto, ilegais, são divididas em duas definições:
prova ilegítima e prova ilícita. São aquelas provas que, embora sejam lícitas em sua
essência, derivam de uma prova ilícita, daí o nome “provas
Provas ilícitas ilícitas por derivação”. Trata-se da aplicação da Teoria
dos frutos da árvore envenenada (fruits of the poisonous
São consideradas provas ilícitas aquelas produzidas me- tree), segundo a qual, o fato de a árvore estar envenenada
diante violação de normas de direito material (normas necessariamente contamina os seus frutos. Trazendo
constitucionais ou legais) . A Constituição Federal ex- para o mundo jurídico, significa que o defeito (vício, ilega-
pressamente prevê a vedação da utilização de provas lidade) de um ato contamina todos os outros atos que a
obtidas por meios ilícitos. Nos termos do seu art. 5°, LVI: ele estão vinculados.
Art. 5º (...) LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas Antes do advento da Lei 11.690 (que alterou alguns dis-
obtidas por meios ilícitos; positivos do CPP), a utilização desta teoria era fundamen-
tada com base no art. 573, § 1° do CPP, que diz: Art. 573
O art. 157 do CPP, por sua vez, diz:
(...) § 1º A nulidade de um ato, uma vez declarada, causa-
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas rá a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam
do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obti- consequência. No entanto, com o advento da Lei citada, o
art. 157, § 1° do CPP passou a tratar expressamente da
prova ilícita por derivação. Vejamos: § 1º São também Por fim, há ainda o que a Doutrina chama de “Teoria da
inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo descoberta inevitável” (inevitable discovery), também
quando não evidenciado o nexo de causalidade entre oriunda do direito norte-americano, segundo a qual tam-
umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obti- bém poderá ser utilizada a prova que, embora obtida atra-
das por uma fonte independente das primeiras. (Incluído vés de uma outra prova, ilícita, teria sido obtida inevita-
pela Lei nº 11.690, de 2008) velmente pela autoridade.

ATENÇÃO: observe que a primeira parte do dispositivo EXEMPLO: Imagine que o Juiz tenha determinado a Busca
transcrito trata da regra, qual seja: Toda prova derivada de e apreensão de documentos e objetos na casa do suspei-
prova ilícita é inadmissível no processo. Entretanto, a to José. Antes de realizada a diligência, José, que estava
segunda parte do artigo excepciona a regra, ou seja, exis- preso, afirma, mediante tortura, que a arma do crime está
tem casos em que a prova, mesmo derivando de outra em sua residência, dentro do armário. Chegando no local,
prova, esta sim ilícita, poderá ser utilizada. a autoridade policial constata que de fato a arma está no
armário, mas simultaneamente chega ao local outra equi-
Exige-se, primeiramente, que a prova ilícita por derivação pe, para cumprimento do Mandado de Busca e Apreensão
possua uma relação de causalidade exclusiva com a pro- determinado anteriormente. Ora, a arma seria localizada
va originalmente ilícita. Assim, se uma prova B (lícita) só inevitavelmente pela equipe que fora realizar a busca e
pode ser obtida porque se originou de uma prova ilícita apreensão (diligência válida e regular).
(A), a prova B será inadmissível. Entretanto, se a prova B
não foi obtida exclusivamente em razão da prova A, a Portanto, a prova ilícita por derivação (arma do crime, à
prova B não será inadmissível. qual se chegou através de interrogatório mediante tortu-
ra) teria sido inevitavelmente descoberta de forma lícita,
EXEMPLO: Imagine que Paulo fora arrolado pelo MP como ainda que não houvesse a prova ilícita que lhe deu ori-
testemunha em um processo criminal, tendo prestado seu gem. Assim, a prova foi obtida de forma ilícita, pois decor-
depoimento de maneira válida durante a instrução pro- reu do interrogatório mediante tortura. Todavia, analisan-
cessual. O que esta prova tem de ilícita? Nada. Porém, do-se as circunstâncias, é perfeitamente possível concluir
imagine que a testemunha Paulo só tenha sido descober- que esta mesma prova acabaria sendo obtida de qualquer
ta em razão de um depoimento testemunhal ocorrido em modo, licitamente.
sede policial, na qual a testemunha Carlos foi torturada.
Desta forma, a prova poderá ser usada no processo.
Assim, o depoimento de Carlos é prova ilícita, de formar
que contamina o depoimento (válido) de Paulo, pois so- Provas ilegítimas
mente através do depoimento mediante tortura de Carlos
é que se chegou até a testemunha Paulo. Imagine, agora, São provas obtidas mediante violação a normas de cará-
que além de ter sido mencionado como testemunha do ter eminentemente processual, sem que haja nenhum
crime por Carlos (que estava sob tortura), Paulo tenha reflexo de violação a normas constitucionais.
sido apontado como testemunha ocular do crime por ou-
EXEMPLO: Imagine que num determinado processo cri-
tra testemunha, Ricardo, que prestou depoimento válido e
minal em uma comarca do interior, não havendo perito
de maneira livre em sede policial. Ora, estamos aqui dian-
oficial, o Juiz tenha determinado a produção de prova
te do que se chama de fonte independente capaz de con-
pericial por um perito não oficial. Esta prova pericial pro-
duzir ao objeto de prova. Assim, se a prova ilícita por
duzida será ilegítima, pois viola uma norma processual,
derivação (depoimento de Paulo) tenha sido obtida tam-
prevista no art. 159, § 1° do CPP:
bém por uma fonte independente (depoimento de Ricar-
do) da fonte contaminada (depoimento de Carlos, sob Neste caso, não há qualquer violação à Constituição, pois
tortura), a prova deixará de ser ilícita por derivação e po- a realização de uma prova pericial por apenas um perito
derá ser utilizada no processo. Nos termos do § 2° do art. não-oficial, ao invés de dois, em nada prejudica algum
157 do CPP: direito fundamental. No entanto, trata-se de violação a
uma norma processual, de forma que esta prova é consi-
Art. 157 (...) § 2º Considera-se fonte independente aquela
derada ilegítima.
que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe,
próprios da investigação ou instrução criminal, seria ca- Não se pode esquecer que o termo “ilegítimas” só se apli-
paz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei ca às provas obtidas com violação às normas de direito
nº 11.690, de 2008) PROCESSUAL. Já o termo “ilícitas” se aplica apenas às
provas obtidas com violação às normas de direito materi-
al.
Consequências processuais no caso de reconhecimento OBS: o dispositivo teve sua eficácia SUSPENSA cautelar-
da ilegalidade da prova mente pelo STF.

Reconhecida a ilegalidade da prova, este reconhecimento Consequências processuais do reconhecimento da ilegi-


gera algumas consequências práticas no processo crimi- timidade da prova
nal. Entretanto, estas consequências são diferentes no
caso de provas ilícitas (ilícitas e ilícitas por derivação) e Diferentemente do que ocorre com as provas ilícitas, em
provas ilegítimas. que a natureza e a gravidade dos crimes podem implicar a
sua utilização, no que tange às provas ilegítimas, o crité-
Consequências processuais do reconhecimento da ilicitu- rio para definição de sua utilização ou não será outro.
de da prova
Para que se defina se a prova ilegítima (obtida ou produ-
No caso das provas ilícitas e ilícitas por derivação, decla- zida mediante violação à norma de caráter processual)
rada sua ilicitude, elas deverão ser desentranhadas do será utilizada ou não, devemos distingui-las em dois gru-
processo e, após estar preclusa a decisão 16 que deter- pos:
minou o desentranhamento (não couber mais recurso
desta decisão), esta prova será inutilizada pelo Juiz. a) provas ilegítimas

Trata-se, portanto, de valoração da ilicitude da prova AN- a.1) por violação a norma processual de caráter absoluto
TES DA SENTENÇA. Entretanto, em relação à simetria de (que importam nulidade absoluta).
tratamento que se dá às provas ilícitas e às nulidades
a.2) provas ilegítimas por violação a norma processual de
absolutas, a ilicitude destas provas poderá ser arguida a
caráter relativo (que importam em nulidade relativa).
qualquer momento, inclusive após a sentença.
A prova decorrente de violação à norma processual de
CUIDADO! Há parcela da Doutrina, no entanto, vem enten-
caráter absoluto (nulidade absoluta) não poderá ser utili-
dendo que, desentranhada prova declarada inadmissível,
zada no processo, porém o STF e o STJ estão relativizan-
a sua inutilização não é obrigatória, podendo o Magistra-
do isso, ao fundamento de que não pode ser declarada
do declarar a inadmissibilidade da prova, mas não decre-
qualquer nulidade sem comprovação da ocorrência de
tar seu desentranhamento e inutilização.
prejuízo).
Isto se deve em razão da existência de forte entendimen-
Já a prova decorrente de violação à norma processual de
to no sentido de que a prova, ainda que seja ilícita, se for
caráter relativo (nulidade relativa), poderá ser utilizada,
a única prova que possa conduzir à absolvição do réu, ou
desde que não haja impugnação à sua ilegalidade (essa
comprovar fato importante para sua defesa, em razão do
ilegalidade deve ser arguida por alguma das partes, não
princípio da proporcionalidade, deverá ser utilizada no
podendo o Juiz suscitá-la de ofício), ou tenha sido sanada
processo.
a irregularidade em tempo oportuno.
A Doutrina e Jurisprudência dominantes só admitem a
Seja como for, de acordo com a Doutrina majoritária, às
utilização da prova ilícita pro reo, e não pro societate.
provas ilegítimas deve ser aplicado o regime jurídico das
MUITO CUIDADO COM ISSO!
nulidades, e não as regras atinentes às provas ilícitas.
Outra questão interessante diz respeito à IMPOSSIBILI-
Súmula 455 do STJ: “A decisão que determina a produção
DADE de o Juiz que conhecer do conteúdo da prova decla-
antecipada de provas com base no artigo 366 do CPP
rada inadmissível vir a proferir posteriormente a sentença
deve ser concretamente fundamentada, não a justificando
ou acórdão.
unicamente o mero decurso do tempo”.
Tal previsão havia sido incluída no art. 157, §4º (na refor-
Súmula 74 do STJ: O STJ sumulou entendimento no sen-
ma de 2008), mas foi vetada à época, e a Doutrina enten-
tido de que a prova da MENORIDADE penal somente pode
dia equivocado o veto. A Lei 13.964/19, incluiu tal previ-
se dar mediante a apresentação de documento hábil, não
são no CPP (art. 157, §5º do CPP):
sendo possível a prova de tal fato por outros meios (tes-
Art. 157 (...) § 5º O juiz que conhecer do conteúdo da pro- temunhal, etc.). Tal entendimento configura exceção ao
va declarada inadmissível não poderá proferir a sentença sistema do livre convencimento do Juiz, já que, neste
ou acórdão. caso, temos um exemplo de prova tarifada:

Assim, caso o Juiz reconheça que determinada prova é STF - HC 116931/RJ: O STF decidiu que o mero reconhe-
ilícita e, portanto, inadmissível, este mesmo Juiz não po- cimento da ilicitude da prova não é capaz de ensejar o
derá posteriormente proferir a sentença, devendo ser de- trancamento da ação penal ou a prolação de uma senten-
signado outro Juiz. ça condenatória, pois a ação penal pode possuir justa
causa (elementos mínimos de prova) calcada em outras O exame de corpo de delito é, em regra, obrigatório nos
provas, não declarada ilícitas, bem como a condenação crimes que deixam vestígios.
pode sobrevir condenação, também fundada em outras
provas, não vinculadas à prova considerada ilícita. Entretanto, como vimos, o art. 167 do CPP autoriza o su-
primento deste exame pela prova testemunhal quando os
DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA vestígios tiverem desaparecido.
DE CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL
E DA BUSCA E APREENSÃO. Devido discussões da doutrina, então a JURISPRUDÊNCIA
SE CONSOLIFICOU NO SENTIDO DE QUE QUALQUER
PROVA, E NÃO SÓ A TESTEMUNHAL, PODEM SUPRIR O
1. DO EXAME DE CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GE- EXAME NESSA HIPÓTESE.
RAL
2. INFRACÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
O exame de corpo de delito para provar a materialidade
(existência) das infrações que deixam vestígios. Nos ter- O exame de corpo de delito também está dispensado no
mos do art. 158 do CPP: caso de infrações de menor potencial ofensivo (de com-
petência dos Juizados Criminais), desde que a inicial acu-
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indis- satória venha acompanhada de boletim médico, ou prova
pensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, equivalente, atestando o fato (art. 77, § 1° da Lei
não podendo supri-lo a confissão do acusado. 9.099/95).

O exame de corpo de delito pode ser direto, quando reali- O §único do art. 158, incluído pela Lei 13.721/18, passou
zado pelo perito diretamente sobre o vestígio deixado, ou a estabelecer uma prioridade de atendimento para reali-
indireto, quando o perito realizar o exame com base em zação do exame de corpo de delito.
informações verossímeis fornecidas a ele2. Imagine um
crime de estupro, no qual tenha sido determinado o exa- Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indis-
me de corpo de delito mais de dois meses após a prática pensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto,
do crime. não podendo supri-lo a confissão do acusado.

CUIDADO! Não confundam exame de corpo de delito indi- Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exa-
reto com prova testemunhal que supre o exame de corpo me de corpo de delito quando se tratar de crime que en-
de delito. O art. 167 do CPP autoriza a comprovação do volva: (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018)
crime mediante prova testemunhal quando os vestígios
não mais existirem: I - violência doméstica e familiar contra mulher; (Incluído
dada pela Lei nº 13.721, de 2018).
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito,
por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemu- II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa
nhal poderá suprir-lhe a falta. No entanto, nesse caso, não com deficiência. (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de
há exame de corpo de delito indireto, mas mera prova 2018).
testemunhal. No exame de corpo de delito indireto, há um
3. QUANTIDADE DE PERITOS
laudo, firmado por perito, atestando a ocorrência do delito,
embora esse laudo não tenha sido feito com base no con- Atenção: existem algumas formalidades na realização
tato direto com os vestígios do crime. desta prova (previstas entre o art. 159 e 166 do CPP),
dentre elas, a necessidade de que ser trate de UM PERITO
Parte da Doutrina, na verdade, entende que o exame de
OFICIAL, ou DOIS PERITOS NÃO OFICIAIS.
corpo de delito indireto não é bem um exame, pois não se
está a inspecionar ou vistoriar qualquer coisa. No caso de peritos não oficiais, estes deverão prestar
compromisso (art. 159, § 2° do CPP).
Este exame pode ocorrer tanto na fase investigatória
quanto na fase de instrução do processo criminal. Inclu- Porém, se a perícia for complexa, que abranja mais de
sive, o art. 184 do CPP determina que a autoridade não uma área de conhecimento, poderá o Juiz designar MAIS
pode indeferir a realização de exame de corpo de delito: de um perito oficial (nesse caso, a parte também poderá
indicar mais de um assistente técnico).
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz
ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas As partes, o ofendido e o assistente de acusação podem
partes, quando não for necessária ao esclarecimento da formular quesitos, indicar assistentes técnicos e requerer
verdade. esclarecimentos aos peritos (art. 159, §§ 3°, 4° e 5° do
CPP).
Embora o CPP não diga expressamente que o assistente ⇒ Com a preservação do local de crime; ou
técnico e o ofendido possam requerer esclarecimentos ao
perito, isto decorre da lógica do art. 271 do CPP. ⇒ Com procedimentos policiais ou periciais nos quais
seja detectada a existência de vestígio
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de
prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o libelo Assim, é dever do agente público preservar o vestígio da
e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os infração penal. Ademais, o art. 158-A, em seu §2º, estabe-
recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele lece:
próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.
Art. 158-A (...) § 2º O agente público que reconhecer um
3.1. Poderá haver divergência entre os peritos? elemento como de potencial interesse para a produção da
prova pericial fica responsável por sua preservação.
Sim, então cada perito elaborará seu laudo separadamen-
te, e a autoridade deverá nomear um terceiro perito. Caso O que é vestígio? É toda marca, objeto, sinal, rastro, subs-
o terceiro perito discorde de ambos, a autoridade poderá tância ou elemento que seja detectado em local onde haja
mandar proceder à realização de um novo exame pericial. sido praticado um fato delituoso (DOREA et al., 2010). Na
visão de Velho et al. (2012), é todo objeto ou material bru-
O Juiz pode discordar do laudo?Sim, art. 182 do CPP: to constatado e/ou recolhido em local de crime ou pre-
sente em uma situação a ser periciada e que será anali-
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo acei- sado posteriormente.
tá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
O que é EVIDÊNCIA? Segundo Velho et al. (2012), é o ves-
Temos aí o sistema liberatório de apreciação da prova tígio que, após as devidas análises, tem constatada, téc-
pericial. Esse sistema guarda estreita relação com o já nica e cientificamente, sua relação com o fato periciado.
estudado sistema do livre convencimento motivado de
apreciação da prova, previsto no art. 155 do CPP. O que é INDÍCIO? É todo e qualquer fato sinal, marca ou
vestígio, conhecido e provado, que, por sua relação ne-
4. ASSISTENTE TÉCNICO cessária ou possível com outro fato, que se desconhece,
prova ou leva a presumir a existência deste último (DO-
O assistente técnico só começará a atuar a partir de sua
REA et al., 2010). A interpretação do legislador em relação
admissão pelo Juiz, que é obrigatória, salvo se houver
ao indício está expressa no Artigo 239 do Código de Pro-
óbices processuais relevantes. A não admissão de assis-
cesso Penal, que define indício como “a circunstância
tente técnico sem motivo relevante pode ensejar a impe-
conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, auto-
tração de Habeas Corpus.
rize, por indução, concluir-se a existência de outra ou ou-
CUIDADO! Não confundam o direito de formular quesitos tras circunstâncias” (BRASIL, 1941).
(prévios ao laudo), com o direito de solicitar esclareci-
O que é PROVA? É o conjunto de meios idôneos, visando à
mentos ao perito (posterior ao laudo), em razão de dúvi-
afirmação da existência positiva ou negativa de um fato,
das sobre o laudo apresentado.
destinado a fornecer ao Juiz o conhecimento da verdade,
O art. 159, § 5°, II do CPP, possibilita, ainda, que os assis- a fim de gerar sua convicção quanto à existência ou ine-
tentes técnicos sejam inquiridos em audiência, do que xistência dos fatos deduzidos em Juízo. Repare que cada
decorre a interpretação de que possam, também, ser alvo termo tem um significado diferente! Não necessariamente
de pedidos de esclarecimentos quanto aos laudos que todo vestígio se tornará uma evidência! Por exemplo, po-
apresentarem (os assistentes técnicos podem apresentar de ser que uma marca constatada em um local não esteja
seus próprios laudos). relacionada com o caso em análise!

5. DA CADEIA DE CUSTÓDIA A cadeia de custódia, de acordo com o art. 158-B:

O art. 158-A conceitua “cadeia de custódia” como: “O con- Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastrea-
junto de todos os procedimentos utilizados para manter e mento do vestígio nas seguintes etapas: (Incluído pela Lei
documentar a história cronológica do vestígio coletado 13.964/19)
em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua pos-
I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como
se e manuseio a partir de seu reconhecimento até o des-
de potencial interesse para a produção da prova pericial;
carte. ”
II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das
Assim, a cadeia de custódia dos vestígios (criada pela lei
coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato,
13.964/19, o chamado “pacote anticrime”) se inicia:
mediato e relacionado aos vestígios e local de crime;
III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se § 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou
encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua processo devem ser tratados como descrito nesta Lei,
posição na área de exames, podendo ser ilustrada por ficando órgão central de perícia oficial de natureza crimi-
fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a nal responsável por detalhar a forma do seu cumprimen-
sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito res- to.
ponsável pelo atendimento;
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a
IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes
à análise pericial, respeitando suas características e natu- da liberação por parte do perito responsável, sendo tipifi-
reza; cada como fraude processual a sua realização.

V - acondicionamento: procedimento por meio do qual Os arts. 158-E e 158-F, por sua vez, estabelecem a neces-
cada vestígio coletado é embalado de forma individuali- sidade de que cada Instituto de Criminalística tenha uma
zada, de acordo com suas características físicas, quími- Central de Custódia.
cas e biológicas, para posterior análise, com anotação da
data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondici- 6. RECIPIENTE
onamento;
Art. 158-D, o recipiente para que seja realizado acondicio-
VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local namento do vestígio será determinado de acordo nature-
para o outro, utilizando as condições adequadas (emba- za do material (vestígio), a fim de permitir o correto arma-
lagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a zenamento do vestígio. Todavia, algumas regras devem
garantir a manutenção de suas características originais, ser seguidas:
bem como o controle de sua posse;
⇒ Todos os recipientes deverão ser selados com lacres,
VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do com numeração individualizada.
vestígio, que deve ser documentado com, no mínimo, in-
⇒ O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar
formações referentes ao número de procedimento e uni-
suas características, impedir contaminação e vaza-
dade de polícia judiciária relacionada, local de origem,
mento, ter grau de resistência adequado e espaço para
nome de quem transportou o vestígio, código de rastrea-
registro de informações sobre seu conteúdo.
mento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo,
assinatura e identificação de quem o recebeu; ⇒ O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai
proceder à análise e, motivadamente, por pessoa auto-
VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação
rizada.
do vestígio de acordo com a metodologia adequada às
suas características biológicas, físicas e químicas, a fim ⇒ Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar
de se obter o resultado desejado, que deverá ser formali- na ficha de acompanhamento de vestígio o nome e a
zado em laudo produzido por perito; matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade,
bem como as informações referentes ao novo lacre uti-
IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em
lizado
condições adequadas, do material a ser processado,
guardado para realização de contraperícia, descartado ou ⇒ O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior
transportado, com vinculação ao número do laudo cor- do novo recipiente.
respondente;
7. SÚMULAS
X - descarte: procedimento referente à liberação do vestí-
gio, respeitando a legislação vigente e, quando pertinente, Súmula 361 do STF - No processo penal, é nulo o exame
mediante autorização judicial. realizado por um só perito, considerando-se impedido o
que tiver funcionado, anteriormente, na diligência de
O ato relativo à coleta, de acordo com o art. 158-C, deve apreensão.
ser realizado preferencialmente por perito oficial:
8. DA BUSCA E APREENSÃO
Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada
preferencialmente por perito oficial, que dará o encami- Distinção entre Busca e Apreensão: A busca é uma dili-
nhamento necessário para a central de custódia, mesmo gência cujo objetivo é encontrar pessoas ou coisas. Por
quando for necessária a realização de exames comple- outro lado, apreensão é uma medida de constrição, em
mentares. que a pessoa ou a coisa será colocada sob a custódia do
estado.
A busca e a apreensão são duas coisas distintas, pois Atenção: mesmo com o dispositivo Constitucional abaixo,
pode haver busca sem que se consiga apreender pessoa a doutrina majoritária sustenta que a carta aberta pode
ou coisa, bem como pode haver apreensão sem que tenha ser objeto de busca e apreensão.
havido busca (entrega voluntária, por exemplo).
Art. 5º (...) XII - é inviolável o sigilo da correspondência e
Objeto: Podem ser objeto tanto pessoas quanto coisas, das comunicações telegráficas, de dados e das comuni-
nos termos do art. 240 do CPP. cações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judi-
cial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal. fins de investigação criminal ou instrução processual
penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996)
§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas
razões a autorizarem, para: A Busca e apreensão pode ocorrer na fase judicial ou na
fase de investigação policial. Pode ser determinada a
a) prender criminosos;
requerimento do MP, do defensor do réu, ou representa-
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios crimi- ção da autoridade policial. Vejamos:
nosos;
Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafa- requerimento de qualquer das partes.
ção e objetos falsificados ou contrafeitos;

d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados


9. BUSCA DOMICILIAR/SOMENTE DURANTE O DIA.
na prática de crime ou destinados a fim delituoso;
Mesmo com autorização judicial, a diligência só poderá
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à
ser realizada durante o dia. Esta norma, inclusive, é regu-
defesa do réu;
lamentada pelo art. 245 do CPP:
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusa-
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia,
do ou em seu poder, quando haja suspeita de que o co-
salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e,
nhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação
antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e
do fato;
lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente,
g) apreender pessoas vítimas de crimes; intimando-o, em seguida, a abrir a porta.

h) colher qualquer elemento de convicção. Durante o dia, EXCETO se o morador consentir que seja
realizada à noite. Ou seja: sem o consentimento do mora-
§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fun- dor, só durante o dia;
dada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibi-
da ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do Então, Conceito de dia?
parágrafo anterior.
Há divergência doutrinária4 e jurisprudencial. Na jurispru-
Este rol é considerado pela Doutrina e Jurisprudência dência prevalece o conceito físico-astronômico: dia é o
predominantes como um ROL TAXATIVO, ou seja, não lapso de tempo entre o nascer (aurora) e o pôr-do-sol
admite ampliação. (crepúsculo).

STF: “(...) A administração penitenciária, com fundamento Para alguns, compreende o período entre às 6h e 18h. De
em razões de segurança pública, de disciplina prisional ou outro lado, há quem defenda que é o nascer e pôr do sol.
de preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepci-
A lei de abuso de autoridade trouxe o seguinte prazo: III -
onalmente, e desde que respeitada a norma inscrita no
cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após
art. 41, parágrafo único, da Lei n. 7.210/84, proceder à
as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).
interceptação da correspondência remetida pelos senten-
ciados, eis que a cláusula tutelar da inviolabilidade do O importante é que o início do cumprimento do mandado
sigilo epistolar não pode constituir instrumento de salva- se dê durante o dia, ainda que eventualmente prolongue-
guarda de práticas ilícitas. (...)”. (STF, 1ª Turma, HC se por um período durante a noite
70.814/SP, Rel. Min. Celso de Mello, j. 01º/03/1994, DJ
24/06/1994). E o Conceito de casa?

O conceito de “casa” pode ser extraído do art. 150 do CP e


246 CPP, que prevê o crime de violação de domicílio.
Art. 150: § 4º: A expressão ‘casa’ compreende: Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária
não a realizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá
I - qualquer compartimento habitado; ser precedida da expedição de mandado.

II - aposento ocupado de habitação coletiva; § 1º Se a própria autoridade der a busca, declarará previ-
amente sua qualidade e o objeto da diligência.
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém
exerce profissão ou atividade (por exemplo, escritório de Atenção: O termo “policial” não foi recepcionado pela
advocacia). nossa Constituição de 1988, pois a busca domiciliar de-
pende de ORDEM JUDICIAL, de maneira que o fato de a
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":
autoridade policial realizar pessoalmente a busca não
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação dispensa a obrigatoriedade do MANDADO JUDICIAL
coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do
⇒ Mas e se não houver ninguém em casa? O CPP deter-
parágrafo anterior;
mina que seja intimado algum vizinho para que presencie
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. o ato. Nos termos do § 4° do art. 245 do CPP:

O artigo 246 se refere ao artigo 245 CPP, segue: Art. 246. § 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º, quando au-
Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior, quando sentes os moradores, devendo, neste caso, ser intimado a
se tiver de proceder a busca em compartimento habitado assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver
ou em aposento ocupado de habitação coletiva ou em presente.
compartimento não aberto ao público, onde alguém exer-
cer profissão ou atividade.
11. VIOLAR O MÍNIMO POSSÍVEL NA DILIGÊNCIA
Qualquer:
De qualquer forma, a diligência, por si só vexatória e cons-
● Compartimento habitado
trangedora, deve violar o mínimo possível da intimidade
● Aposento ocupado de habitação coletiva da pessoa que sofre a busca domiciliar. Nos termos do
art. 248 do CPP:
● Compartimento não aberto ao público, onde alguém
exerce profissão ou atividade. Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo
que não moleste os moradores mais do que o indispensá-
Desta forma, não é necessário que se trate de local desti- vel para o êxito da diligência.
nado à moradia, podendo ser, por exemplo, um escritório
ou consultório particular. A inexistência de obstáculos A autoridade que irá cumprir a diligência deve se ater ao
(ausência de cerca ou muro, por exemplo), não descarac- objeto da busca e apreensão. Assim, se a pessoa indica
teriza o conceito. onde está a coisa que se foi buscar, e sendo esta encon-
trada, não pode a autoridade simplesmente resolver con-
CUIDADO! Os veículos, em regra, não são considerados tinuar vasculhando o local, por achar que pode encontrar
domicílio, salvo se representarem a habitação de alguém mais objetos.
(Boleia do caminhão, trailer, etc.), de acordo com a Dou-
trina majoritária. O STJ, porém, em decisão mais recente, ATENÇÃO! Não podem ser admitidos mandados de busca
considerou que a boleia, por exemplo, não seria casa para genéricos ou coletivos.
fins penais.
CPP, art. 243: O mandado de busca deverá:
Quartos de hotéis, pousadas, motéis, considerados CASA
I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que
se ocupados.
será realizada a diligência e o nome do respectivo proprie-
tário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome
da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a identifi-
10. ORDEM JUDICIAL quem;

A ordem judicial de busca e apreensão deve ser devida- Veja a recente jurisprudência sobre o tema:
mente fundamentada, esclarecendo as FUNDADAS RA-
ZÕES nas quais se baseia. É ilegal a decisão judicial que autoriza busca e apreensão
coletiva em residências, feita de forma genérica e indis-
criminada
O mandado de busca e apreensão deve ser o mais preciso ⇒ Finalizada a diligência, os executores lavrarão auto
possível, de forma a limitar ao estritamente necessário a circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas
ação da autoridade que realizará a diligência, devendo presenciais.
especificar claramente o local, os motivos e fins da dili-
gência. Deverá, ainda, ser assinado pelo escrivão e pela
autoridade que a determinar:
12. BUSCA PESSOAL
Art. 243. O mandado de busca deverá:
A busca pessoal é aquela realizada em pessoas, com a
I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que finalidade de encontrar arma proibida ou determinados
será realizada a diligência e o nome do respectivo proprie- objetos. Nos termos do § 2° do art. 240 do CPP:
tário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome
§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fun-
da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a identifi-
dada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibi-
quem;
da ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do
II - mencionar o motivo e os fins da diligência; parágrafo anterior.

III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade Ao contrário da busca domiciliar, poderá ser feita de ma-
que o fizer expedir. neira menos formal, podendo ser decretada pela autori-
dade policial e seus agentes, ou pela autoridade judicial.
§ 1º Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto
do mandado de busca. A realização da busca deve se basear em FUNDADAS
SUSPEITAS de que o indivíduo se encontre em alguma
§ 2º Não será permitida a apreensão de documento em das hipóteses previstas no CPP.
poder do defensor do acusado, salvo quando constituir
elemento do corpo de delito. OBS:A Doutrina entende que o termo “fundadas suspei-
tas” denota uma situação mais frágil que o termo “funda-
Diligência no escritório de advogado? Nos termos do art. das razões”, que devem ser bastante claras e robustas.
7°, §6° do Estatuto da OAB, alguns requisitos devem ser
observados: STF: “(...) A fundada suspeita prevista no art. 244 do CPP
não pode fundar-se em parâmetros unicamente subjeti-
● Deve haver indícios de autoria e materialidade de cri- vos, exigindo elementos concretos que indiquem a neces-
me praticado pelo próprio advogado. sidade da revista, em face do constrangimento que causa.
Ausência, no caso, de elementos dessa natureza, que não
● Decretação da quebra da inviolabilidade pela autorida- se pode ter por configurados na alegação de que trajava,
de Judiciária competente; o paciente, um ‘blusão’ suscetível de esconder uma arma,
sob risco de referendo a condutas arbitrárias ofensivas a
● Decisão fundamentada;
direitos e garantias individuais e caracterizadoras de abu-
● Acompanhamento da diligência por um representante so de poder”. (STF, 1ª Turma, HC 81.305/GO, Rel. Min.
da OAB; Ilmar Galvão, DJ 22/02/2002 p. 35).

Diferenças em relação à regra geral: praticado pelo pró- CUIDADO! Apesar da expressão “busca pessoal”, tal dili-
prio advogado + representante da OAB. gência não será necessariamente realizada no corpo ou
nas vestes da pessoa. A expressão “oculte consigo” auto-
Podemos sintetizar o procedimento da busca domiciliar riza que a busca pessoal seja realizada em objetos pes-
da seguinte forma: soais da pessoa alvo da busca (malas, mochilas, bolsas,
etc.), inclusive veículos (busca veicular), (quando não
⇒ Apresentação e leitura do mandado. utilizado como “casa”).

⇒ Intimação para abertura da porta. STF: “Havendo fundada suspeita de que a pessoa esteja
na posse de objetos ou papéis que constituam corpo de
● Recalcitrando o morador, admite-se o uso da força.
delito, como no caso, a busca em veículo, a qual é equipa-
● Sendo específica a coisa ou pessoa objeto da busca e rada à busca pessoal, independerá da existência de man-
apreensão, será o morador intimado a mostrá-la. dado judicial para a sua realização.”. STF, 2ª Turma, RHC
117.767/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 11/10/2016).
⇒ Encontrada a pessoa ou coisa, será imediatamente
apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de
seus agentes.
O CPP, de forma a compatibilizar a medida com os princí- DA PROVA
pios da dignidade da pessoa humana, determina que a CAPÍTULO I
busca pessoal em mulher será realizada por outra mulher,
se não prejudicar a diligência: DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 155. No juízo penal, somente quanto ao estado
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, das pessoas, serão observadas as restrições à prova es-
se não importar retardamento ou prejuízo da diligência. tabelecidas na lei civil.
Pode a busca pessoal ser realizada em localidade diversa Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apre-
daquela na qual a autoridade exerce seu poder? Em regra, ciação da prova produzida em contraditório judicial, não
não. Contudo, o CPP admite essa possibilidade no caso podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos
de haver perseguição, tendo esta se iniciado no local onde elementos informativos colhidos na investigação, ressal-
a autoridade possui “Jurisdição”. vadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pes-
no território de jurisdição alheia, ainda que de outro Esta-
do, quando, para o fim de apreensão, forem no seguimen- soas serão observadas as restrições estabelecidas na lei
to de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à compe- civil. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
tente autoridade local, antes da diligência ou após, con- Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fi-
forme a urgência desta. zer; mas o juiz poderá, no curso da instrução ou antes de
proferir sentença, determinar, de ofício, diligências para
O § 1° do CPP explica o que se entende por situação de dirimir dúvida sobre ponto relevante.
perseguição:
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fi-
§ 1º Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão zer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação
em seguimento da pessoa ou coisa, quando: dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a
a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou trans-
produção antecipada de provas consideradas urgentes e
porte, a seguirem sem interrupção, embora depois a per-
relevantes, observando a necessidade, adequação e pro-
cam de vista;
porcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de
b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por 2008)
informações fidedignas ou circunstâncias indiciárias, que II – determinar, no curso da instrução, ou antes de
está sendo removida ou transportada em determinada proferir sentença, a realização de diligências para dirimir
direção, forem ao seu encalço. dúvida sobre ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690,
de 2008)
Assim, em resumo, a busca e a consequente apreensão
podem ser realizadas em outra localidade, diversa daque- Art. 157. O juiz formará sua convicção pela livre apre-
la em que a autoridade exerce sua atribuição, quando ciação da prova.
ocorrer perseguição iniciada em território no qual a auto- Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentra-
ridade exerce sua “jurisdição”. nhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas
as obtidas em violação a normas constitucionais ou le-
ATENÇÃO: O entendimento do STJ é no sentido de que a gais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
realização de busca pessoal só pode ser feita por forças
policiais, não sendo lícita busca por pessoas que não § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas
sejam policiais, pois violaria o princípio da legalidade (art. das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de cau-
5º, II, CF/88), ou seja, deve ser dada uma interpretação salidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
restritiva. puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
STJ - Inf. 651: É ilícita a revista pessoal realizada por § 2o Considera-se fonte independente aquela que por
agente de segurança privada e todas as provas decorren- si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da
tes desta. investigação ou instrução criminal, seria capaz de condu-
zir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei nº 11.690, de
2008)
§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da pro-
va declarada inadmissível, esta será inutilizada por deci-
são judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova decla- coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato,
mediato e relacionado aos vestígios e local de crime; (In-
rada inadmissível não poderá proferir a sentença ou acór-
cluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
dão.(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vide ADI 6.298)
(Vide ADI 6.299) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305) III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme
se encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a
CAPÍTULO II
sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por
DO EXAME DO CORPO DE DELITO, fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a
E DAS PERÍCIAS EM GERAL sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito res-
ponsável pelo atendimento; (Incluído pela Lei nº 13.964,
CAPÍTULO II
de 2019) (Vigência)
DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE
IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será subme-
CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL tido à análise pericial, respeitando suas características e
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) natureza; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será in- V - acondicionamento: procedimento por meio do qual
dispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, cada vestígio coletado é embalado de forma individuali-
não podendo supri-lo a confissão do acusado. zada, de acordo com suas características físicas, quími-
cas e biológicas, para posterior análise, com anotação da
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondici-
exame de corpo de delito quando se tratar de crime que onamento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigên-
envolva: (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018) cia)
I - violência doméstica e familiar contra mulher; (Inclu- VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local
ído dada pela Lei nº 13.721, de 2018) para o outro, utilizando as condições adequadas (emba-
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou lagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a
pessoa com deficiência. (Incluído dada pela Lei nº 13.721, garantir a manutenção de suas características originais,
de 2018) bem como o controle de sua posse; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjun-
to de todos os procedimentos utilizados para manter e VII - recebimento: ato formal de transferência da pos-
documentar a história cronológica do vestígio coletado se do vestígio, que deve ser documentado com, no míni-
em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua pos- mo, informações referentes ao número de procedimento e
se e manuseio a partir de seu reconhecimento até o des- unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem,
carte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) nome de quem transportou o vestígio, código de rastrea-
mento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo,
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a pre-
assinatura e identificação de quem o recebeu; (Incluído
servação do local de crime ou com procedimentos polici-
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
ais ou periciais nos quais seja detectada a existência de
vestígio. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) VIII - processamento: exame pericial em si, manipula-
ção do vestígio de acordo com a metodologia adequada
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento
às suas características biológicas, físicas e químicas, a
como de potencial interesse para a produção da prova
fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser for-
pericial fica responsável por sua preservação. (Incluído
malizado em laudo produzido por perito; (Incluído pela Lei
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou
IX - armazenamento: procedimento referente à guarda,
latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infra-
em condições adequadas, do material a ser processado,
ção penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigên-
guardado para realização de contraperícia, descartado ou
cia)
transportado, com vinculação ao número do laudo cor-
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o ras- respondente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi-
treamento do vestígio nas seguintes etapas: (Incluído gência)
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
X - descarte: procedimento referente à liberação do
I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento co- vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando perti-
mo de potencial interesse para a produção da prova peri- nente, mediante autorização judicial. (Incluído pela Lei nº
cial; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 13.964, de 2019) (Vigência)
Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada § 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de
preferencialmente por perito oficial, que dará o encami- vestígio deverão ser protocoladas, consignando-se infor-
nhamento necessário para a central de custódia, mesmo mações sobre a ocorrência no inquérito que a eles se
quando for necessária a realização de exames comple- relacionam. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigên-
mentares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) cia)
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquéri- § 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio
to ou processo devem ser tratados como descrito nesta armazenado deverão ser identificadas e deverão ser re-
Lei, ficando órgão central de perícia oficial de natureza gistradas a data e a hora do acesso. (Incluído pela Lei nº
criminal responsável por detalhar a forma do seu cum- 13.964, de 2019) (Vigência)
primento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) § 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazena-
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem co- do, todas as ações deverão ser registradas, consignando-
mo a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime se a identificação do responsável pela tramitação, a des-
antes da liberação por parte do perito responsável, sendo tinação, a data e horário da ação. (Incluído pela Lei nº
tipificada como fraude processual a sua realização. (In- 13.964, de 2019) (Vigência)
cluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material de-
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do verá ser devolvido à central de custódia, devendo nela
vestígio será determinado pela natureza do material. (In- permanecer. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigên-
cluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) cia)
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com la- Parágrafo único. Caso a central de custódia não pos-
cres, com numeração individualizada, de forma a garantir sua espaço ou condições de armazenar determinado ma-
a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o terial, deverá a autoridade policial ou judiciária determinar
transporte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigên- as condições de depósito do referido material em local
cia) diverso, mediante requerimento do diretor do órgão cen-
tral de perícia oficial de natureza criminal. (Incluído pela
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, pre-
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
servar suas características, impedir contaminação e va-
zamento, ter grau de resistência adequado e espaço para Art. 159. Os exames de corpo de delito e as outras pe-
registro de informações sobre seu conteúdo. (Incluído rícias serão em regra feitos por peritos oficiais.
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Art. 159. Os exames de corpo de delito e as outras pe-
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que rícias serão feitos por dois peritos oficiais. (Redação dada
vai proceder à análise e, motivadamente, por pessoa auto- pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
rizada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) § 1º Não havendo peritos oficiais, o exame será feito
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer por duas pessoas idôneas, escolhidas de preferência as
constar na ficha de acompanhamento de vestígio o nome que tiverem habilitação técnica.
e a matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade,
§ 1o Não havendo peritos oficiais, o exame será reali-
bem como as informações referentes ao novo lacre utili-
zado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de
zado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
curso superior, escolhidas, de preferência, entre as que
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no in- tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do
terior do novo recipiente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de exame. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
2019) (Vigência)
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deve- de bem e fielmente desempenhar o encargo.
rão ter uma central de custódia destinada à guarda e con- Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias
trole dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada dire- serão realizados por perito oficial, portador de diploma de
tamente ao órgão central de perícia oficial de natureza curso superior. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de
criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 2008)
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os servi-
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado
ços de protocolo, com local para conferência, recepção,
por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de
devolução de materiais e documentos, possibilitando a
curso superior preferencialmente na área específica, den-
seleção, a classificação e a distribuição de materiais, de- tre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a
vendo ser um espaço seguro e apresentar condições am- natureza do exame. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de
bientais que não interfiram nas características do vestí- 2008)
gio. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito
de bem e fielmente desempenhar o encargo. (Redação em qualquer dia e a qualquer hora.
dada pela Lei nº 11.690, de 2008) Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas
§ 3 Serão facultadas ao Ministério Público, ao assis-
o depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos
tente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acu- sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daque-
sado a formulação de quesitos e indicação de assistente le prazo, o que declararão no auto.
técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, basta-
§ 4 O assistente técnico atuará a partir de sua ad-
o rá o simples exame externo do cadáver, quando não hou-
missão pelo juiz e após a conclusão dos exames e elabo- ver infração penal que apurar, ou quando as lesões exter-
ração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes nas permitirem precisar a causa da morte e não houver
intimadas desta decisão. (Incluído pela Lei nº 11.690, de necessidade de exame interno para a verificação de al-
2008) guma circunstância relevante.

§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavé-
às partes, quanto à perícia: (Incluído pela Lei nº 11.690, de rico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora
2008) previamente marcados, se realize a diligência, da qual se
lavrará auto circunstanciado.
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a
prova ou para responderem a quesitos, desde que o man- Parágrafo único. O administrador de cemitério público
dado de intimação e os quesitos ou questões a serem ou particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de
esclarecidas sejam encaminhados com antecedência desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem
mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respos- indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lu-
tas em laudo complementar; (Incluído pela Lei nº 11.690, gar não destinado a inumações, a autoridade procederá
de 2008) às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto.
Art. 164. Os cadáveres serão, sempre que possivel, fo-
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresen-
tografados na posição em que forem encontrados.
tar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inqui-
ridos em audiência. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na
posição em que forem encontrados, bem como, na medi-
§ 6o Havendo requerimento das partes, o material pro-
da do possível, todas as lesões externas e vestígios dei-
batório que serviu de base à perícia será disponibiliza-
xados no local do crime. (Redação dada pela Lei nº 8.862,
do no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre
de 28.3.1994)
sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame
pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conser- Art. 165. Para representar as lesões encontradas no
vação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo do
exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devi-
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja
damente rubricados.
mais de uma área de conhecimento especializado, poder-
se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadá-
parte indicar mais de um assistente técnico. (Incluído ver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Insti-
pela Lei nº 11.690, de 2008) tuto de Identificação e Estatística ou repartição congêne-
re ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de
Art. 160. Os peritos descreverão minuciosamente o
reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o
que examinarem e responderão aos quesitos formulados.
cadáver, com todos os sinais e indicações.
Parágrafo único. Se os peritos não puderem formar Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecada-
logo juizo seguro ou fazer relatório completo de exame, dos e autenticados todos os objetos encontrados, que
ser-lhes-á concedido prazo até cinco dias. Em casos es- possam ser úteis para a identificação do cadáver.
peciais, esse prazo poderá ser prorrogado, razoavelmente,
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de de-
a requerimento dos peritos.
lito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova tes-
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde temunhal poderá suprir-lhe a falta.
descreverão minuciosamente o que examinarem, e res-
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro
ponderão aos quesitos formulados. (Redação dada pela
exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a
Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
exame complementar por determinação da autoridade
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Mi-
prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorro- nistério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu
gado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. defensor.
(Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
§ 1o No exame complementar, os peritos terão presen- IV - quando não houver escritos para a comparação ou
te o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiên- forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará
cia ou retificá-lo. que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver au-
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação sente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência
do delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as
feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data palavras que a pessoa será intimada a escrever.
do crime. Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos
§ 3o A falta de exame complementar poderá ser su- empregados para a prática da infração, a fim de se Ihes
prida pela prova testemunhal. verificar a natureza e a eficiência.

Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular
sido praticada a infração, a autoridade providenciará ime- quesitos até o ato da diligência.
diatamente para que não se altere o estado das coisas Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos
até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus lau- peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no
dos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação
(Vide Lei nº 5.970, de 1973) poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes se-
alterações do estado das coisas e discutirão, no relatório, rão transcritos na precatória.
as consequências dessas alterações na dinâmica dos Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisita-
fatos. (Incluído pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) do pela autoridade ao diretor da repartição, juntando-se
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guar- ao processo o laudo assinado pelos peritos.
darão material suficiente para a eventualidade de nova Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavra-
perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustra- rá o auto respectivo, que será assinado pelos peritos e, se
dos com provas fotográficas, ou microfotográficas, dese- presente ao exame, também pela autoridade.
nhos ou esquemas.
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único,
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou o laudo, que poderá ser datilografado, será subscrito e
rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por rubricado em suas folhas por todos os peritos.
meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestí-
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão
gios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em
consignadas no auto do exame as declarações e respos-
que época presumem ter sido o fato praticado.
tas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avalia- o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este
ção de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder
produto do crime. a novo exame por outros peritos.
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os Art. 181. No caso de inobservância de formalidade ou
peritos procederão à avaliação por meio dos elementos no caso de omissões, obscuridades ou contradições, a
existentes nos autos e dos que resultarem de diligências. autoridade policial ou judiciária mandará suprir a formali-
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a dade ou completar ou esclarecer o laudo.
causa e o lugar em que houver começado, o perigo que Art. 181. No caso de inobservância de formalidades,
dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio ou no caso de omissões, obscuridades ou contradições, a
alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais cir- autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, com-
cunstâncias que interessarem à elucidação do fato. plementar ou esclarecer o laudo. (Redação dada pela Lei
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escri- nº 8.862, de 28.3.1994)
tos, por comparação de letra, observar-se-á o seguinte: Parágrafo único. A autoridade poderá também orde-
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o nar que se proceda a novo exame, por outros peritos, se
escrito será intimada para o ato, se for encontrada; julgar conveniente.
II - para a comparação, poderão servir quaisquer do- Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo
cumentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública,
cuja autenticidade não houver dúvida; obs1ervar-se-á o disposto no art. 19.
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o
o exame, os documentos que existirem em arquivos ou juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida
estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligên- pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimen-
cia, se daí não puderem ser retirados; to da verdade.
CAPÍTULO XI Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas
DA BUSCA E DA APREENSÃO de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à
noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mos-
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
trarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o repre-
§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando funda- sente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
das razões a autorizarem, para:
§ 1o Se a própria autoridade der a busca, declarará
a) prender criminosos; previamente sua qualidade e o objeto da diligência.
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios § 2o Em caso de desobediência, será arrombada a
criminosos; porta e forçada a entrada.
c) apreender instrumentos de falsificação ou de con- § 3o Recalcitrando o morador, será permitido o em-
trafação e objetos falsificados ou contrafeitos; prego de força contra coisas existentes no interior da
d) apreender armas e munições, instrumentos utiliza- casa, para o descobrimento do que se procura.
dos na prática de crime ou destinados a fim delituoso; § 4o Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o, quando
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser intima-
ou à defesa do réu; do a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e
estiver presente.
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao
acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o § 5o Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai
conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucida- procurar, o morador será intimado a mostrá-la.
ção do fato; § 6o Descoberta a pessoa ou coisa que se procura,
g) apreender pessoas vítimas de crimes; será imediatamente apreendida e posta sob custódia da
autoridade ou de seus agentes.
h) colher qualquer elemento de convicção.
§ 7o Finda a diligência, os executores lavrarão auto
§ 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver
circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas
fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma
presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4o.
proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e le-
tra h do parágrafo anterior. Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo
anterior, quando se tiver de proceder a busca em compar-
Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judi-
timento habitado ou em aposento ocupado de habitação
ciária não a realizar pessoalmente, a busca domiciliar
coletiva ou em compartimento não aberto ao público,
deverá ser precedida da expedição de mandado.
onde alguém exercer profissão ou atividade.
Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou
Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa
a requerimento de qualquer das partes.
procurada, os motivos da diligência serão comunicados a
Art. 243. O mandado de busca deverá: quem tiver sofrido a busca, se o requerer.
I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de mo-
que será realizada a diligência e o nome do respectivo do que não moleste os moradores mais do que o indis-
proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o pensável para o êxito da diligência.
nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mu-
identifiquem;
lher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligên-
II - mencionar o motivo e os fins da diligência; cia.
III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autori- Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão pene-
dade que o fizer expedir. trar no território de jurisdição alheia, ainda que de outro
§ 1o Se houver ordem de prisão, constará do próprio Estado, quando, para o fim de apreensão, forem no se-
texto do mandado de busca. guimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à
competente autoridade local, antes da diligência ou após,
§ 2o Não será permitida a apreensão de documento
conforme a urgência desta.
em poder do defensor do acusado, salvo quando constitu-
ir elemento do corpo de delito. § 1o Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes
vão em seguimento da pessoa ou coisa, quando:
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado,
no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou
que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de ob- transporte, a seguirem sem interrupção, embora depois a
jetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quan- percam de vista;
do a medida for determinada no curso de busca domicili-
ar.
b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por
informações fidedignas ou circunstâncias indiciárias, que
está sendo removida ou transportada em determinada
direção, forem ao seu encalço.
§ 2o Se as autoridades locais tiverem fundadas ra-
zões para duvidar da legitimidade das pessoas que, nas
referidas diligências, entrarem pelos seus distritos, ou da 1. Objetivo das medidas cautelares: no processo penal,
legalidade dos mandados que apresentarem, poderão medidas cautelares são aquelas destinadas a resguardar
exigir as provas dessa legitimidade, mas de modo que não o resultado útil da investigação ou do processo. Podem
se frustre a diligência. ser divididas em cautelares reais (relativas à prova, como
a busca e apreensão) e pessoais (prisão em flagrante,
preventiva e temporária)

2. Requisitos para aplicação das medidas:

I – Necessidade:

a) para aplicação da lei penal;

b) para a investigação ou a instrução criminal;

c) para evitar a prática de infrações penais, nos casos


expressamente previstos em lei.

II – Adequação:

a) à gravidade do crime;

b) às circunstâncias do fato;

c) às condições pessoais do indiciado ou acusado.

3. Competência e iniciativa: as medidas cautelares serão


decretadas no curso de processo ou da investigação cri-
minal, isolada ou cumulativamente, pelo JUIZ:

a) a requerimento das partes, no curso do processo;

b) por representação da autoridade policial ou mediante


requerimento do Ministério Público, quando no curso da
investigação criminal.

4. Contraditório na decretação da medida cautelar:

a) Com prévio contraditório: o juiz, ao receber o pedido de


medida cautelar, determinará a intimação da parte contrá-
ria, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acom-
panhada de cópia do requerimento e das peças necessá-
rias, permanecendo os autos em juízo.

b) Sem prévio contraditório: os casos de urgência ou de


perigo de ineficácia da medida, que dispensam manifes-
tação prévia da parte contrária, deverão ser justificados e
fundamentados em decisão que contenha elementos do
caso concreto que justifiquem essa medida excepcional.
5. Descumprimento da medida: no caso de descumpri- A doutrina aponta as seguintes hipóteses:
mento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, medi-
ante requerimento do Ministério Público, de seu assisten- a) Prisão em flagrante
te ou do querelante, poderá: b) Prisão preventiva
c) Prisão temporária
a) substituir a medida por outra; d) Prisão Domiciliar (em substitutiva à prisão preventiva)

b) impor outra medida, em cumulação com a anterior; 1. Formas legais da prisão: ninguém poderá ser preso
senão em flagrante delito ou por ordem escrita e funda-
c) em último caso, decretar a prisão preventiva. mentada da autoridade judiciária competente. A prisão
em flagrante delito é decidida pela autoridade policial,
6. Caráter residual da prisão preventiva (ultima ratio): a
com posterior controle de legalidade pelo juiz. Por sua
prisão preventiva somente será determinada quando não
vez, a ordem escrita e fundamentada do juiz se dá em
for cabível a sua substituição por outra medida cautelar e
decorrência de prisão cautelar (prisão preventiva ou tem-
o não cabimento da substituição por outra medida caute-
porária) ou em virtude de condenação criminal transitada
lar deverá ser justificado de forma fundamentada nos
em julgado (prisão pena).
elementos presentes do caso concreto, de forma indivi-
dualizada. 2. Momento para a realização da prisão: a prisão poderá
ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeita-
7. Vinculação da medida ao motivo da decretação: o juiz
das as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio.
poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida
cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo 3. Prisão em residência: o ingresso na residência para
para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se so- efetuar prisão pode ocorrer em duas situações: a) em
brevierem razões que a justifiquem. Representa aplicação qualquer momento do dia ou da noite, em caso de flagran-
da cláusula rebus sic stantibus, ou seja, persistem enquan- te; b) somente durante o dia, para prisão decorrente de
to o estado das coisas justificar, pautando-se pela estrita ordem judicial, com apresentação de mandado.
necessidade.
A respeito, dispõe a Constituição Federal em seu art. 5º,
Vedação às medidas cautelares: as medidas cautelares XI:
não se aplicam à infração a que não for isolada, cumulati-
va ou alternativamente cominada pena privativa de liber- “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela po-
dade. dendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar so-
EXECUÇÃO DA PRISÃO corro, ou, durante o dia, por determinação judicial.”

Prisão Cautelar 4. Expedição e requisitos do mandado de prisão: a autori-


dade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo man-
É aquela prisão decretada antes do trânsito em julgado de
dado, que:
sentença penal condenatória, com o objetivo de resguar-
dar a sociedade (cautelaridade social) ou assegurar a a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade
eficácia das investigações ou do processo criminal (cau- judicial;
telaridade processual).
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu no-
Indaga-se: há compatibilidade da prisão cautelar com o me, alcunha ou sinais característicos;
princípio da presunção de inocência? Sim, há compatibili-
dade. Contudo, trata-se de uma medida de caráter excep- c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
cional, não podendo ser usada, jamais, como cumprimen-
to antecipado de pena. Qualquer forma de prisão cautelar d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável
deve ser motivada por situações específicas previstas em a infração;
lei e, como veremos no decorrer, o clamor popular não
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execu-
figura entre as hipóteses que ensejam a referida medida
ção.
excepcional.
5. Legitimidade para execução do mandado: é somente o
A prisão ainda pode ser efetuada por ocasião da pronún-
oficial de justiça, a autoridade policial ou seus agentes.
cia ou de uma sentença condenatória recorrível, mas co-
Particulares ou outros funcionários públicos não estão
mo preventiva, condicionada aos requisitos dos arts. 312
autorizados a cumprir ordens de prisão. Ressalte-se que
e 313 do CPP.
qualquer pessoa do povo poderá prender quem quer que
seja encontrado em flagrante delito.
6. Cumprimento do mandado de prisão: O mandado será que tudo se lavrará auto subscrito também por duas tes-
passado em duplicata, e o executor entregará ao preso, temunhas.
logo depois da prisão, um dos exemplares com declara-
ção do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega deverá o 14. Emprego da força: Não será permitido o emprego de
preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de
souber ou não puder escrever, o fato será mencionado em tentativa de fuga do preso. Trata-se de causa garantidora
declaração, assinada por duas testemunhas. de um dever legal, significando a possibilidade de, haven-
do lesões ou outro tipo de dano ao preso, a autoridade
7. Exibição do mandado: ninguém será recolhido à prisão, policial alegue em seu favor, o estrito cumprimento do
sem que seja exibido o mandado ao respectivo diretor ou dever legal.
carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo
executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade 15. Vedação ao uso de algemas: é vedado o uso de alge-
competente, devendo ser passado recibo da entrega do mas em mulheres grávidas durante os atos médico-
preso, com declaração de dia e hora. hospitalares preparatórios para a realização do parto e
durante o trabalho de parto, bem como em mulheres du-
O recibo poderá ser passado no próprio exemplar do rante o período de puerpério imediato.
mandado, se este for o documento exibido.
16. Intimação do morador que acolhe o procurado: se o
8. Reprodução do mandado de prisão: para o cumprimen- executor do mandado verificar, com segurança, que o réu
to de mandado expedido pela autoridade judiciária, a au- entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será
toridade policial poderá expedir tantos outros quantos intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão.
necessários às diligências, devendo neles ser fielmente
reproduzido o teor do mandado original. Se não for obedecido imediatamente, o executor convoca-
rá duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa,
9. Infração inafiançável: se a infração for inafiançável arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor,
(delitos mais graves), a falta de exibição do mandado não depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará
obstará a prisão, e o preso, em tal caso, será imediata- guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável,
mente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a
para a realização de audiência de custódia. prisão.

10. Direitos do preso: o preso será informado de seus 17. Flagrante de favorecimento pessoal: o morador que se
direitos, nos termos do inciso LXIII do art. 5º da Constitui- recusar a entregar o réu oculto em sua casa será levado à
ção Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu presença da autoridade, para que se proceda a lavratura
advogado, será comunicado à Defensoria Pública. do auto de prisão em flagrante pelo crime de favoreci-
mento pessoal, capitulado no art. 348 do Código Penal.
CF, art. 5º, LXIII: o preso será informado de seus direitos,
entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegu- 18. Conclusão do mandado de prisão: a prisão em virtude
rada a assistência da família e de advogado. de mandado entender-se-á feita desde que o executor,
fazendo-se conhecer do réu, lhe apresente o mandado e o
11. Dúvida sobre a identidade do executor ou do preso: intime a acompanhá-lo.
havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimi-
dade da pessoa do executor ou sobre a identidade do 19. Separação de presos provisórios: as pessoas presas
preso, ou da legalidade do mandado que apresentar, po- provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem
derão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a definitivamente condenadas, nos termos da lei de execu-
dúvida. ção penal.

12. Captura facilitada: a captura poderá ser requisitada, à 20. Procedimento especial com militares: o militar preso
vista de mandado judicial, por qualquer meio de comuni- em flagrante delito, após a lavratura dos procedimentos
cação, como fax, e-mail, tomadas pela autoridade, a quem legais, será recolhido a quartel da instituição a que per-
se fizer a requisição, as precauções necessárias para tencer, onde ficará preso à disposição das autoridades
averiguar a autenticidade desta. competentes.

13. Resistência à prisão: se houver, pela pessoa detida ou 21. CNJ


por terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à de-
terminada por autoridade competente, o executor e as Registro do mandado no CNJ: o juiz competente provi-
pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios neces- denciará o imediato registro do mandado de prisão em
sários para defender-se ou para vencer a resistência, do banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Jus-
tiça para essa finalidade.
Mandado com registro no CNJ: qualquer agente policial III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de
poderá efetuar a prisão determinada no mandado de pri- Economia Nacional e das Assembleias Legislativas dos
são registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda Estados;
que fora da competência territorial do juiz que o expediu.
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";
Mandado sem registro no CNJ: qualquer agente policial
poderá efetuar a prisão decretada, ainda que sem registro V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos
no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precau- Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
ções necessárias para averiguar a autenticidade do man-
VI - os magistrados;
dado e comunicando ao juiz que a decretou, devendo este
providenciar, em seguida, o registro do mandado na forma VII - os diplomados por qualquer das faculdades superio-
do caput deste artigo. res da República;
22. Prisão em perseguição: se o réu, sendo perseguido, VIII - os ministros de confissão religiosa;
passar ao território de outro município ou comarca, o exe-
cutor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, IX - os ministros do Tribunal de Contas;
apresentando-o imediatamente à autoridade local, que,
depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, pro- X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a
videnciará para a remoção do preso ao local de origem da função de jurado, salvo quando excluídos da lista por
ordem de prisão. motivo de incapacidade para o exercício daquela função;

Conceito de perseguição: entender-se-á que o executor vai XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Esta-
em perseguição do réu, quando: dos e Territórios, ativos e inativos.

a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, Rol exemplificativo: a lista das pessoas beneficiadas pela
embora depois o tenha perdido de vista; prisão especial constantes do CPP é exemplificativa e não
exaustiva, havendo outros casos previstos em leis espe-
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o ciais.
réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual di-
reção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço. 2. Regras de cumprimento da prisão especial:

23. Prisão em flagrante e crime permanente: autoriza a a) a prisão especial consiste exclusivamente no recolhi-
detenção do autor da infração penal, por qualquer pessoa mento em local distinto da prisão comum.
e por agente da autoridade, ainda que sem mandado de
b) Não havendo estabelecimento específico para o preso
prisão. Nesse caso, permite-se a invasão do domicílio,
especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo
onde se encontra o agente, mesmo durante a noite, por
estabelecimento.
expressa autorização constitucional.
c) A cela especial poderá consistir em alojamento coleti-
24. Comunicação da prisão: a prisão será imediatamente
vo, atendidos os requisitos de salubridade do ambiente,
comunicada ao juiz do local de cumprimento da medida o
pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e
qual providenciará a certidão extraída do registro do Con-
condicionamento térmico adequados à existência huma-
selho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a de-
na.
cretou.
d) O preso especial não será transportado juntamente
PRISÃO ESPECIAL
com o preso comum.
1. Rol de beneficiados: serão recolhidos a quartéis ou a
e) Os demais direitos e deveres do preso especial serão
prisão especial, à disposição da autoridade competente,
os mesmos do preso comum.
quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva:
Militares: os inferiores e praças de pré (integrantes das
I - os ministros de Estado;
Forças Armadas e Polícia Militar não oficiais), onde for
II - os governadores ou interventores de Estados ou Terri- possível, serão recolhidos à prisão, em estabelecimentos
tórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos militares, de acordo com os respectivos regulamentos.
secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os
chefes de Polícia;
REGRAS PARA PRISÃO POR PRECATÓRIA: Perseguição ininterrupta, segundo o disposto no art. 290,
§ 1.º, a e b, do CPP: ser o agente avistado e perseguido
a) Expedição de carta precatória: quando o acusado esti- em seguida à prática do delito, sem interrupção, ainda que
ver no território nacional, fora da jurisdição do juiz pro- se possa perdê-lo de vista por momentos, bem como fi-
cessante, será deprecada a sua prisão (pedida ao juiz car-se sabendo, por indícios ou informações confiáveis,
onde estiver o acusado), devendo constar da precató- que o autor passou, há pouco tempo, em determinado
ria o inteiro teor do mandado. local, dirigindo-se a outro, sendo, então, perseguido.

b) Requisição por qualquer meio: havendo urgência, o juiz c) Flagrante presumido (assimilado, ficto): Previsto no
poderá requisitar a prisão por qualquer meio de comu- inciso IV do art. 302 do CPP, aqui o agente é encontra-
nicação (e-mail, telefone, fax), do qual deverá constar o do logo depois da prática delituosa com instrumentos,
motivo da prisão, bem como o valor da fiança se arbi- objetos, armas ou qualquer coisa que faça presumir
trada. ser ele o autor da infração, sendo desnecessária a
existência de perseguição. Três, portanto, são os ele-
c) Verificação da autenticidade: a autoridade a quem se
mentos desse flagrante: a) encontrar o agente (ativi-
fizer a requisição tomará as precauções necessárias
dade), b) logo depois (temporal), c) presunção de auto-
para averiguar a autenticidade da comunicação.
ria, com armas ou objetos do crime.
d) Remoção do preso: o juiz processante (que ordenou a
2. Sujeito ativo da prisão em flagrante: No tocante ao
prisão) deverá providenciar a remoção do preso no
sujeito ativo, o flagrante classifica-se como facultativo ou
prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetiva-
obrigatório (art. 301 do CPP).
ção da medida.
Flagrante facultativo: representa a possibilidade de qual-
PRISÃO EM FLAGRANTE
quer do povo efetuar a prisão daquele que está praticando
O flagrante é forma de prisão autorizada expressamente o delito ou esteja em outra situação legítima de flagrante.
pela Constituição Federal (art. 5.º, XI). O flagrado é surpre- Trata-se de hipótese de exercício regular do direito, atribu-
endido no decorrer da prática da infração ou momentos indo a faculdade de qualquer pessoa dar voz de prisão
depois. Inicialmente, funciona como ato administrativo, àquele que pratica (ou praticou) a infração penal. A situa-
dispensando autorização judicial. Portanto, apenas se ção está regulada no artigo 301, primeira parte, do Código
converte em ato judicial no momento em que ocorre a sua de Processo Penal.
comunicação ao Poder Judiciário, a fim de que seja anali-
Flagrante obrigatório (compulsório ou coercitivo): consis-
sada a legalidade da detenção e adotadas as providên-
te na atuação compulsória, das autoridades policiais e
cias determinadas no art. 310 do CPP.
seus agentes, enfim, agentes públicos ligados às forças
1. Espécies de prisão em flagrante: policiais, tais como policiais civis, militares, federais, ro-
doviários etc., para prender aquele que está em situação
a) Flagrante próprio (ou perfeito, propriamente dito, ver- de flagrante delito, consoante se depreende da parte final
dadeiro ou real): Tem sua previsão legal no artigo 302, do artigo 301 do Código de Processo Penal. Tais agentes
incisos I e II, do Código de Processo Penal. Está em si- tem o dever legal de efetuar a prisão daquele que está
tuação de flagrante verdadeiro aquele que é surpreen- praticando (ou praticou) a infração penal, em estrito cum-
dido praticando a infração ou acaba de cometê-la. primento do dever legal.
Nesse caso, o agente é encontrado executando o deli-
to ou imediatamente após praticá-lo, havendo uma re- 3. Autoridade com atribuição para lavrar o auto de prisão
lação de absoluta imediatidade entre a prática do deli- em flagrante: Como regra, incumbirá a lavratura do auto
to e o momento em que é surpreendido. de prisão em flagrante à autoridade policial do local onde
for realizada a prisão, a qual não será, necessariamente, a
b) Flagrante impróprio (também chamado de imperfeito, do lugar em que foi perpetrada a infração penal. Assim, é
quase-flagrante ou irreal): É a situação descrita no in- possível a lavratura do auto de prisão em flagrante em
ciso III, do artigo 302 do Código de Processo Penal. lugar diverso de onde ocorreu o crime. Exemplo: o indiví-
Ocorre quando o agente é perseguido (por horas ou até duo cometeu latrocínio em Fortaleza. Perseguido, vem a
dias) pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer ser preso na circunscrição de Quixadá. À autoridade poli-
outra pessoa logo após a prática do fato delituoso, em cial de Quixadá é que deverá ser apresentado o flagrado,
situação que faça presumir ser autor da infração. para fins de lavratura do auto de prisão em flagrante, de-
vendo, em seguida, o preso ser transferido para Comarca
de Fortaleza, onde responderá pelo crime.
ATENÇÃO: Não havendo autoridade policial no local da 5. Prisão somente em crime inafiançável: Algumas pes-
prisão (por exemplo, lugares distantes, interioranos), o soas, pela sua própria condição ou pela função que exer-
preso deverá ser apresentado à do lugar mais próximo. cem, recebem tratamento especial, embora possam ser
presas em flagrante: é o caso dos Magistrados, membros
4. Sujeito passivo da prisão em flagrante: Sujeitos passi- do Ministério Público e membros do Congresso Nacional,
vos do flagrante são, em princípio, todos aqueles que que somente podem ser presos em flagrante pela prática
forem surpreendidos em quaisquer das situações menci- de crime inafiançável.
onadas no art. 302 do CPP.
6. Flagrante em crimes permanentes: Crimes permanen-
Não podem ser presos em flagrante: algumas categorias tes são aqueles em que a consumação se prolonga no
de pessoas, pela sua própria condição ou pela função que tempo. Nesses casos, “entende-se o agente em flagrante
exercem, não devem ser presas em flagrante: delito enquanto não cessar a permanência” (art. 303 do
CPP). Exemplo: cárcere privado, posse ilegal de arma de
a) Menor de 18 anos: Se menor de 12 anos (criança) ja-
fogo.
mais estará sujeita à privação da liberdade em razão
da prática de ato infracional. Se tem 12 completos e 7. Flagrante esperado: Ocorre quando terceiros (policiais
menos de 18 (adolescente) é possível sua apreensão - ou particulares) dirigem-se ao local onde irá ocorrer o
não prisão - em flagrante de ato infracional, caso em crime e aguardam a sua execução. É o caso de campanas
que deverá ser apresentado imediatamente à autori- realizadas pelos policiais que, após informações sobre o
dade policial; crime, aguardam o início da sua execução no local, com a
finalidade de prender o criminoso em flagrante. A juris-
b) Presidente da República: Somente pode ser preso pela
prudência tem decidido pela validade do flagrante espe-
prática de crime comum após sentença condenatória
rado.
(CF, art. 86, § 3º);
8. Flagrante prorrogado (retardado, diferido ou por ação
c) Diplomatas estrangeiros: Não podem ser presos em
controlada): Quando, mediante autorização judicial, o
flagrante delito em decorrência de tratados e conven-
agente policial retarda o momento da sua intervenção,
ções internacionais;
para um momento futuro, mais eficaz e oportuno para o
d) Agente que presta socorro à vítima após acidente de colhimento das provas ou por conveniência da investiga-
trânsito: Não está sujeito à prisão em flagrante, por ção.
força do disposto no art. 302 do CTB;
9. Flagrante nas infrações de menor potencial ofensivo:
e) Indivíduo que se apresenta espontaneamente à autori- Surpreendido o agente em situação de flagrância de in-
dade: Inexistindo flagrante por apresentação, não se fração considerada como de menor potencial ofensivo
impõe a prisão em flagrante ao indivíduo que se apre- (contravenções penais e crimes com pena máxima de até
senta de modo espontâneo à autoridade competente 2 anos, cumulada ou não com multa), será ele capturado e
após o cometimento da infração penal; apresentado ao Delegado de Polícia. Concordando ele em
comparecer ao juizado especial criminal quando encami-
f) Autor de infração de menor potencial ofensivo: Não se nhado pela autoridade policial ou assumindo o compro-
imporá prisão em flagrante nem se exigirá fiança a misso de fazê-lo, não será lavrado o auto de prisão em
quem, a despeito de ter sido flagrado na prática dessa flagrante, mas tão somente o termo circunstanciado
ordem de delito, após a lavratura do respectivo termo, (TCO) correspondente à infração cometida, podendo ser
for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir liberado incontinenti.
o compromisso de a ele comparecer (art. 69, parágrafo
único da Lei 9099/95). ATENÇÃO: Se, porém, o autor recusar-se ao compareci-
mento imediato ao Juizado Especial ou a subscrever o
g) Indivíduo flagrado na posse de drogas para consumo termo de compromisso de comparecer à sua sede quando
pessoal: “Não se imporá prisão em flagrante, devendo determinado, deverá a autoridade policial proceder nor-
o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao ju- malmente à lavratura do auto de prisão em flagrante.
ízo competente ou, na falta deste, assumir o compro-
misso de a ele comparecer” (Lei 11.343/2006, art. 48, § Flagrante no interior da residência: O STF julgou, com
2.º). repercussão geral reconhecida que “a entrada forçada em
domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em
período noturno, quando amparada em fundadas razões,
devidamente justificadas a posteriori, que indiquem que
dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob
pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do
agente ou da autoridade e de nulidade dos atos pratica- 4ª) Por fim, a autoridade policial lavra o respectivo Auto
dos”. de Prisão em Flagrante.

10. Flagrantes preparado e forjado 1. Recolhimento à prisão: Resultando das respostas fun-
dada a suspeita contra o conduzido, a autoridade manda-
a) Flagrante preparado: Também denominado como pro- rá recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou
vocado, crime de ensaio ou delito putativo é conside- de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou
rado, em regra, ilegal. Ocorre quando o agente é insti- processo, se para isso for competente; se não o for, envia-
gado a praticar o delito, não sabendo que está sob a rá os autos à autoridade que o seja.
vigilância atenta da autoridade ou de terceiros, que só
aguardam o início dos atos de execução para realizar o 2. Comunicações da prisão: a prisão de qualquer pessoa e
flagrante, caracterizando verdadeiro crime impossível. o local onde se encontre serão comunicados imediata-
mente ao juiz competente, ao Ministério Público e à famí-
Súmula 145 do STF: “Não há crime quando a preparação lia do preso ou à pessoa por ele indicada.
do flagrante pela polícia torna impossível a sua consuma-
ção”. Se o autuado não estiver acompanhado nem indicar ad-
vogado, será comunicada, também, a Defensoria Pública,
MUITA ATENÇÃO: A Lei 13.964/19 acrescentou o § 2º ao em 24 horas.
artigo 17 da Lei 10.826/03 (Lei de Armas) e o inciso IV ao
§ 1º do artigo 33 da Lei 11.343/06 (Lei de Drogas) legiti- 3. Remessa do auto de prisão em flagrante ao juiz: Em até
mando o chamado flagrante preparado, ou provocado. 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em
Nos referidos dispositivos foram incluídos os tipos penais flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu
consistentes em vender ou entregar arma de fogo, aces- advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.
sório ou munição, ou drogas sem autorização ou em de-
sacordo com a determinação legal ou regulamentar, a 4. Nota de culpa: É o documento informativo oficial, assi-
agente policial disfarçado, quando presentes elementos nado pela autoridade policial, dirigido ao indiciado, que lhe
probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. faz a comunicação do motivo de sua prisão, o nome da
pessoa que o prendeu (condutor) e os das testemunhas
b) Flagrante forjado (fabricado, armado): Consiste em presenciais. Deve ser entregue ao preso em 24 horas,
uma situação falsa de flagrante criada para incriminar mediante recibo.
alguém inocente. É uma modalidade ilícita do flagran-
te, onde o único infrator é o agente forjador, que prati- 5. Falta de testemunhas do fato criminoso: A falta de tes-
ca o crime de denunciação caluniosa (art. 339 CP), e temunhas da infração não impedirá o auto de prisão em
sendo agente público, também abuso de autoridade flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão as-
(Lei nº 13.869/2019). Ex: A polícia, sem mandado judi- siná-lo pelo menos duas pessoas (testemunhas de apre-
cial, invade casa de suspeito objetivando a apreensão sentação) que hajam testemunhado a apresentação do
de objetos que o incriminem. Nada encontrando, pro- preso à autoridade.
cura legalizar sua ação plantando e logo em seguida
encontrando determinada quantidade de droga dentro 6. Impossibilidade de assinatura do indiciado: Quando o
do armário do morador, que, então, é preso em flagran- acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder
te delito. fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por
duas testemunhas (de leitura), que tenham ouvido sua
ETAPAS DA LAVRATURA DO FLAGRANTE (NESSA OR- leitura na presença deste.
DEM):
Testemunhas de leitura: são pessoas distintas daquelas
1ª) Apresentado o preso à autoridade policial competente, que acompanharam os fatos ou a apresentação do indici-
ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assina- ado à autoridade policial, pois servem, unicamente, para
tura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega atestar que as declarações ali colhidas foram, de fato,
do preso; prestadas pelo preso.

2ª) Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o 7. Escrivão ad hoc: Na falta ou no impedimento do escri-
acompanharem, colhidas as assinaturas; vão (funcionário público encarregado da lavratura do au-
to), qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o
3ª) Na sequencia, será procedido o interrogatório do pre- auto, depois de prestado o compromisso legal.
so sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, sua assi-
natura;
8. Delito na presença da autoridade: Quando o fato for em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de
praticado em presença da autoridade judiciária, ou contra perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do
esta, no exercício de suas funções, constarão do auto a preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por
narração deste fato, a voz de prisão, os depoimentos das escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal
testemunhas, as declarações que fizer o preso, sendo do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato
tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas teste- processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade
munhas. civil do Estado

Logo em seguida, o auto será remetido imediatamente ao * Expresso o meu agradecimento ao Nobre Professor e
juiz a quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, Delegado da Polícia Civil, João Pereira, que autorizou o
se não o for a autoridade que houver presidido o auto. uso dos comentários de sua apostila, para instruir o as-
sunto deste tópico, prisões.
9. Inexistência de autoridade no local da prisão: Não ha-
vendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a PRISÃO PREVENTIVA (ARTS. 311 A 316)
prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais
próximo. A prisão preventiva pode ser definida como uma espécie
de prisão cautelar decretada durante a fase de investiga-
10. Decisões fundamentadas permitidas ao juiz ao rece- ção policial ou no curso da ação penal, quando presentes
ber o auto de prisão em flagrante: indícios de autoria e materialidade do delito e se fizer
necessária para a garantia da ordem pública, assegurar a
I - relaxar a prisão ilegal, expedindo alvará de soltura; aplicação da lei penal, por conveniência da instrução pro-
cessual ou, ainda, quando houver dúvida sobre a identi-
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando
dade civil da pessoa.
presentes os requisitos legais e se revelarem inadequa-
das ou insuficientes as medidas cautelares diversas da ATENÇÃO: A Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso
prisão; LXI, legitima a prisão preventiva, dispondo que “ninguém
será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
e fundamentada de autoridade judiciária competente,
11. Presença de excludente de ilicitude: Se o juiz verificar, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propri-
pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o amente militar, definidos em lei”.
fato em estado de necessidade, legítima defesa, exercício
1. Competência: a prisão preventiva somente poderá ser
regular de direito ou estrito cumprimento do dever legal,
decretada pelo JUIZ, excluindo, por conseguinte, o Minis-
poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liber-
tério Público, o delegado de polícia ou qualquer outra au-
dade provisória, mediante termo de comparecimento
toridade não judiciária.
obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de re-
vogação. 2. Momento da decretação: pode ser decretada a prisão
preventiva em qualquer fase da investigação policial ou
Ressalte-se que é possível que, mesmo diante da eventual
do processo penal.
presença de excludentes de ilicitude, tenha o agente re-
cebido voz de prisão, sendo lavrado o respectivo auto de 3. Provocação: a prisão preventiva apenas será decretada
prisão em flagrante e encaminhado este, oportunamente, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do
ao Poder Judiciário, reservando-se ao juiz a análise quan- assistente, ou por representação da autoridade policial.
to à potencial presença destas excludentes na conduta do
flagrado. ATENÇÃO: O juiz não poderá decretar a prisão preventiva
“de ofício”, ou seja, por sua própria iniciativa.
12. Impedimento à liberdade provisória: Se o juiz verificar
que o agente é reincidente ou que integra organização 4. PRESSUPOSTOS SIMULTÂNEOS: A prisão preventiva
criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo somente poderá ser decretada quando houver (parte final
de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com do art. 312 do CPP):
ou sem medidas cautelares.
a) Prova da existência do crime - é a materialidade, isto é,
13. Anulação da prisão em flagrante: o uso indevido ou a certeza de que ocorreu uma infração penal, não se de-
desnecessário de algemas durante a prisão poderá gerar terminando o recolhimento cautelar de uma pessoa, pre-
a nulidade do flagrante e apuração da responsabilidade sumidamente inocente, quando há séria dúvida quanto à
do agente (civil e penal) e do Estado (civil), conforme dis- própria existência de evento típico.
põe a Súmula Vinculante nº 11 do STF: Uso de algemas -
Súmula Vinculante nº 11 do STF: Só é lícito o uso de algemas
b) Indício suficiente de autoria - trata-se da suspeita fun- 7. CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE (REQUISITOS LE-
dada de que o indiciado ou réu é o autor da infração pe- GAIS)
nal. Não é exigida prova plena da culpa, pois isso é inviá-
vel num juízo meramente cautelar, muito antes do julga- Será admitida a decretação da prisão preventiva, presen-
mento de mérito. tes os seguintes requisitos (alternativos e não cumulati-
vos) – art. 313 do CPP:
c) Perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado –
se refere ao risco que o agente em liberdade possa criar à I - Nos crimes dolosos punidos com pena privativa de
garantia da ordem pública, da ordem econômica, da con- liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
veniência da instrução criminal e para a aplicação da lei
II - Se tiver sido condenado por outro crime doloso, em
penal.
sentença transitada em julgado (reincidência), salvo se
Os dois primeiros pressupostos são conhecidos por entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a
fumus commissi delicti (fumaça da prática de um fato) e o infração posterior tiver decorrido período de tempo supe-
último por periculum libertatis (perigo na liberdade do rior a 5 anos – depuração;
agente).
III - Se o crime envolver violência doméstica e familiar
5. FUNDAMENTOS ALTERNATIVOS: Segundo o art. 312 contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou
do CPP, a prisão preventiva poderá ser decretada: pessoa com deficiência, para garantir a execução das
medidas protetivas de urgência;
a) Como garantia da ordem pública – tem a finalidade de
impedir que o agente, solto, continue a delinquir, e tam- IV - Preventiva utilitária para identificação: Também será
bém nos casos em que a prisão for necessária para acau- admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre
telar o meio social, garantindo a credibilidade da justiça a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer
em crimes que provoquem clamor público. elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso
ser colocado imediatamente em liberdade após a identifi-
b) Como garantia da ordem econômica – possibilita a cação (art. 313, § 1º).
prisão do agente caso haja risco de reiteração delituosa
em relação a infrações penais que perturbem o livre exer- 8. Inadmissibilidade da preventiva - Não será admitida a
cício de qualquer atividade econômica, com abuso do decretação da prisão preventiva:
poder econômico, objetivando a dominação dos merca-
a) Com a finalidade de antecipação de cumprimento de
dos, a eliminação da concorrência e o aumento arbitrário
pena ou como decorrência imediata de investigação cri-
dos lucros (CF, art. 173, § 4º).
minal ou da apresentação ou recebimento de denúncia.
c) Por conveniência da instrução criminal – visa impedir
b) Se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos
que o agente perturbe ou impeça a produção de provas,
ter o agente praticado o fato sob a proteção de algumas
impedindo que o agente comprometa de qualquer manei-
das excludentes de ilicitude (estado de necessidade, legí-
ra a busca da verdade.
tima defesa, estrito cumprimento de dever legal e exercí-
d) Para assegurar a aplicação da lei penal - deve ser de- cio regular de direito).
cretada quando o agente demonstrar que pretende fugir
9. Fundamentação da prisão preventiva: A decisão que
do distrito da culpa, inviabilizando a futura execução da
decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será
pena.
sempre motivada e fundamentada, sob pena de nulidade.
e) Descumprimento de medidas cautelares - A prisão pre-
Essa obrigação do juiz, de emitir, sempre, decisões moti-
ventiva também poderá ser decretada em caso de des-
vadas é imposta pela Constituição (art. 93, IX, CF), espe-
cumprimento de qualquer das obrigações impostas pelo
cialmente a que determina a prisão de alguém (art. 5.º,
juiz, por força de outras medidas cautelares diversas da
LXI, CF).
prisão (art. 312, § 1º).
10. Justificação da preventiva: Na motivação da decreta-
6. Fundamentação qualificada - A decisão que decretar a
ção da prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o
prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em
juiz deverá indicar concretamente a existência de fatos
receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou
novos ou contemporâneos (recentes) que justifiquem a
contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida
aplicação da medida adotada.
adotada.
11. Fundamentos considerados inválidos para decretação PRISÃO DOMICILIAR
da prisão preventiva: Não se considera fundamentada
qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado
ou acórdão, que: ou acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-
se com autorização judicial. Surge a partir da substituição
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de da prisão preventiva em determinados casos taxativa-
ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a mente relacionados em lei.
questão decidida;
ATENÇÃO: A prisão domiciliar constitui faculdade do juiz
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem – e não direito subjetivo do acusado, devendo o juiz, para
explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; a substituição, exigir prova idônea dos requisitos legais.

III - invocar motivos que se prestariam a justificar qual- 1. Hipóteses de cabimento da substituição da prisão pre-
quer outra decisão; ventiva por prisão domiciliar - poderá o juiz substituir a
prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no
processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão ado- I - maior de 80 (oitenta) anos;
tada pelo julgador;
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmu-
la, sem identificar seus fundamentos determinantes nem III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa me-
demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles nor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;
fundamentos;
IV – gestante;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade in-
ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a
completos;
existência de distinção no caso em julgamento ou a supe-
ração do entendimento. VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados
do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos.
Revogação e nova decretação da prisão preventiva: O juiz
poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão 2. Requisitos para substituição da prisão preventiva por
preventiva se, no correr da investigação ou do processo, domiciliar da mulher - A prisão preventiva imposta à mu-
verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem co- lher será substituída por prisão domiciliar, desde que:
mo novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem. I – esteja gestante ou seja mãe ou responsável por crian-
ças ou pessoas com deficiência;
ATENÇÃO: Observar que, nessa hipótese de revogação e
nova decretação, o juiz poderá agir de ofício ou por pro- II - não tenha cometido crime com violência ou grave
vocação das partes. ameaça a pessoa;

12. Prazo indeterminado: a preventiva é decretada com III - não tenha cometido o crime contra seu filho ou de-
prazo indeterminado, ou seja, subsistem enquanto perdu- pendente.
rarem os requisitos que ensejaram a sua adoção. Com
efeito, cessadas as razões que a justificam, serão judici- ATENÇÃO: Em qualquer caso, a substituição da prisão
almente revogadas, atendendo-se a cláusula rebus sic preventiva pela domiciliar não afasta a aplicação conco-
stantibus, é dizer, persistem enquanto o estado das coisas mitante das medidas alternativas previstas no art. 319 do
justificar, pautando-se pela estrita necessidade. CPP.

13. Revisão periódica da prisão preventiva: Decretada a 3. Medidas alternativas diversas da prisão previstas no
prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão (juiz art. 319, CPP: comparecimento periódico em juízo, proibi-
ou tribunal) revisar a necessidade de sua manutenção a ção de frequentar determinados lugares, proibição de
cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, contatos com determinadas pessoas, proibição de ausen-
de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal. tar-se da comarca, recolhimento domiciliar à noite e nas
folgas, suspensão do exercício de função pública ou ativi-
Importante ressaltar que o juiz, nessa hipótese, agirá por dade econômica/financeira, internação provisória se
dever de ofício, independente de manifestação das partes. inimputável ou semi-imputável, fiança e monitoração ele-
trônica.
* Expresso o meu agradecimento ao Nobre Professor e § 6º A prisão preventiva somente será determinada
Delegado da Polícia Civil, João Pereira, que autorizou o quando não for cabível a sua substituição por outra medi-
uso dos comentários de sua apostila, para instruir o as- da cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não
sunto deste tópico, prisões. cabimento da substituição por outra medida cautelar
deverá ser justificado de forma fundamentada nos ele-
TÍTULO IX mentos presentes do caso concreto, de forma individuali-
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES zada. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigên-
E DA LIBERDADE PROVISÓRIA cia)

(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagran-
te delito ou por ordem escrita e fundamentada da autori-
CAPÍTULO I dade judiciária competente, em decorrência de prisão
DISPOSIÇÕES GERAIS cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título em julgado. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
deverão ser aplicadas observando-se a: (Redação dada (Vigência)
pela Lei nº 12.403, de 2011). § 1o As medidas cautelares previstas neste Título não
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a in- se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou
vestigação ou a instrução criminal e, nos casos expres- alternativamente cominada pena privativa de liberdade.
samente previstos, para evitar a prática de infrações pe- (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
nais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a
II - adequação da medida à gravidade do crime, cir- qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à invio-
cunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou labilidade do domicílio. (Incluído pela Lei nº 12.403, de
acusado. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 2011).

§ 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas iso- Art. 284. Não será permitido o emprego de força, sal-
lada ou cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 12.403, de vo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa
2011). de fuga do preso.

§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará ex-
a requerimento das partes ou, quando no curso da inves- pedir o respectivo mandado.
tigação criminal, por representação da autoridade policial Parágrafo único. O mandado de prisão:
ou mediante requerimento do Ministério Público. (Reda- a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autori-
ção dada pela Lei nº 13.964, de 2019) dade;
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu
de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de nome, alcunha ou sinais característicos;
medida cautelar, determinará a intimação da parte contrá-
ria, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acom- c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
panhada de cópia do requerimento e das peças necessá- d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afian-
rias, permanecendo os autos em juízo, e os casos de ur- çável a infração;
gência ou de perigo deverão ser justificados e fundamen- e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe
tados em decisão que contenha elementos do caso con- execução.
creto que justifiquem essa medida excepcional. (Redação
Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
executor entregará ao preso, logo depois da prisão, um
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da
obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento do diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no
Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder es-
poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, crever, o fato será mencionado em declaração, assinada
ou, em último caso, decretar a prisão preventiva, nos ter- por duas testemunhas.
mos do parágrafo único do art. 312 deste Código. (Reda-
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exi-
ção dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
bição do mandado não obstará a prisão, e o preso, em tal
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver
revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar expedido o mandado, para a realização de audiência de
a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a custódia. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Re- (Vigência)
dação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que se- § 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a
ja exibido o mandado ao respectivo diretor ou carcereiro, legitimidade da pessoa do executor ou sobre a identidade
a quem será entregue cópia assinada pelo executor ou do preso, aplica-se o disposto no § 2o do art. 290 deste
apresentada a guia expedida pela autoridade competente, Código. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
devendo ser passado recibo da entrega do preso, com § 6o O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o
declaração de dia e hora. registro do mandado de prisão a que se refere o caput
Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no pró- deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
prio exemplar do mandado, se este for o documento exi- Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao terri-
bido. tório de outro município ou comarca, o executor poderá
Art. 289. Quando o acusado estiver no território naci- efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentan-
onal, fora da jurisdição do juiz processante, será depreca- do-o imediatamente à autoridade local, que, depois de
da a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará
teor do mandado. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de para a remoção do preso.
2011). § 1o - Entender-se-á que o executor vai em persegui-
§ 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a pri- ção do réu, quando:
são por qualquer meio de comunicação, do qual deverá a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrup-
constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança ção, embora depois o tenha perdido de vista;
se arbitrada. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas,
§ 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual
as precauções necessárias para averiguar a autenticidade direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço.
da comunicação. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 2o Quando as autoridades locais tiverem fundadas
§ 3o O juiz processante deverá providenciar a remo- razões para duvidar da legitimidade da pessoa do execu-
ção do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, conta- tor ou da legalidade do mandado que apresentar, poderão
dos da efetivação da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida.
de 2011).
Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imedia- se-á feita desde que o executor, fazendo-se conhecer do
to registro do mandado de prisão em banco de dados réu, Ihe apresente o mandado e o intime a acompanhá-lo.
mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para essa
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros,
finalidade. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
resistência à prisão em flagrante ou à determinada por
§ 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão autoridade competente, o executor e as pessoas que o
determinada no mandado de prisão registrado no Conse- auxiliarem poderão usar dos meios necessários para de-
lho Nacional de Justiça, ainda que fora da competência fender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se
territorial do juiz que o expediu. (Incluído pela Lei nº lavrará auto subscrito também por duas testemunhas.
12.403, de 2011).
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mu-
§ 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão lheres grávidas durante os atos médico-hospitalares pre-
decretada, ainda que sem registro no Conselho Nacional paratórios para a realização do parto e durante o trabalho
de Justiça, adotando as precauções necessárias para de parto, bem como em mulheres durante o período de
averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao puerpério imediato. (Redação dada pela Lei nº 13.434, de
juiz que a decretou, devendo este providenciar, em segui- 2017)
da, o registro do mandado na forma do caput deste artigo.
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma
§ 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da
do local de cumprimento da medida o qual providenciará ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o
a certidão extraída do registro do Conselho Nacional de executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, en-
Justiça e informará ao juízo que a decretou. (Incluído pela trará à força na casa, arrombando as portas, se preciso;
Lei nº 12.403, de 2011). sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador,
§ 4o O preso será informado de seus direitos, nos se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornan-
termos do inciso LXIII do art. 5o da Constituição Federal e, do a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arromba-
caso o autuado não informe o nome de seu advogado, rá as portas e efetuará a prisão.
será comunicado à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar
nº 12.403, de 2011). o réu oculto em sua casa será levado à presença da auto-
ridade, para que se proceda contra ele como for de direito.
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se- Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for pos-
á o disposto no artigo anterior, no que for aplicável. sível, serão recolhidos à prisão, em estabelecimentos
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão es- militares, de acordo com os respectivos regulamentos.
pecial, à disposição da autoridade competente, quando Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido
sujeitos a prisão antes de condenação definitiva: pela autoridade judiciária, a autoridade policial poderá
I - os ministros de Estado; expedir tantos outros quantos necessários às diligências,
devendo neles ser fielmente reproduzido o teor do man-
II - os governadores ou interventores de Estados ou
dado original.
Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos
secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os Art. 298. Se a autoridade tiver conhecimento de que o
chefes de Polícia; (Redação dada pela Lei nº 3.181, de réu se acha em território estranho ao da sua jurisdição,
11.6.1957) poderá, por via postal ou telegráfica, requisitar a sua cap-
tura, declarando o motivo da prisão e, se afiançável a in-
III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho
fração, o valor da fiança. (Revogado pela Lei nº 12.403, de
de Economia Nacional e das Assembléias Legislativas
2011).
dos Estados;
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";
mandado judicial, por qualquer meio de comunicação,
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, as
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; (Redação precauções necessárias para averiguar a autenticidade
dada pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) desta. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
VI - os magistrados; Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão
VII - os diplomados por qualquer das faculdades supe- separadas das que já estiverem definitivamente condena-
riores da República; das, nos termos da lei de execução penal. (Redação dada
pela Lei nº 12.403, de 2011).
VIII - os ministros de confissão religiosa;
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito,
IX - os ministros do Tribunal de Contas;
após a lavratura dos procedimentos legais, será recolhido
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso
função de jurado, salvo quando excluídos da lista por à disposição das autoridades competentes. (Incluído pela
motivo de incapacidade para o exercício daquela função; Lei nº 12.403, de 2011).
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Es- CAPÍTULO II
tados e Territórios, ativos e inativos. (Redação dada pela
DA PRISÃO EM FLAGRANTE
Lei nº 5.126, de 20.9.1966)
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades
§ 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em
policiais e seus agentes deverão prender quem quer que
outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em
seja encontrado em flagrante delito.
local distinto da prisão comum. (Incluído pela Lei nº
10.258, de 11.7.2001) Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:

§ 2o Não havendo estabelecimento específico para o I - está cometendo a infração penal;


preso especial, este será recolhido em cela distinta do II - acaba de cometê-la;
mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 10.258, de
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
11.7.2001)
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento presumir ser autor da infração;
coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do ambi-
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, ar-
ente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação
mas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor
e condicionamento térmico adequados à existência hu-
da infração.
mana. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o
§ 4o O preso especial não será transportado juntamen-
agente em flagrante delito enquanto não cessar a perma-
te com o preso comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de
nência.
11.7.2001)
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competen-
§ 5o Os demais direitos e deveres do preso especial
te, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assi-
serão os mesmos do preso comum. (Incluído pela Lei nº
natura, entregando a este cópia do termo e recibo de en-
10.258, de 11.7.2001)
trega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das teste-
munhas que o acompanharem e ao interrogatório do acu-
sado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após
cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a au- Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em
toridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei nº 11.113, liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em flagran-
de 2005) te.
§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante,
contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a
prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de
fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, custódia com a presença do acusado, seu advogado
se para isso for competente; se não o for, enviará os au- constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro
tos à autoridade que o seja. do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá,
§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 13.964,
o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o de 2019) (Vigência)
condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº
que hajam testemunhado a apresentação do preso à au- 12.403, de 2011).
toridade. II - converter a prisão em flagrante em preventiva,
§ 3 Quando o acusado se recusar a assinar, não sou-
o
quando presentes os requisitos constantes do art. 312
ber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficien-
será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido tes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído
sua leitura na presença deste. (Redação dada pela Lei nº pela Lei nº 12.403, de 2011).
11.113, de 2005) III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
§ 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante deve- (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
rá constar a informação sobre a existência de filhos, res- § 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagran-
pectivas idades e se possuem alguma deficiência e o te, que o agente praticou o fato em qualquer das condi-
nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados ções constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23
dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Códi-
nº 13.257, de 2016) go Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acu-
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, sado liberdade provisória, mediante termo de compareci-
qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o au- mento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena
to, depois de prestado o compromisso legal. de revogação. (Renumerado do parágrafo único pela Lei
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde nº 13.964, de 2019) (Vigência)
se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz § 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou
competente, ao Ministério Público e à família do preso ou que integra organização criminosa armada ou milícia, ou
à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei nº que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a
12.403, de 2011). liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares.
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realiza- (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
ção da prisão, será encaminhado ao juiz competente o § 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idô-
auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não infor- nea, à não realização da audiência de custódia no prazo
me o nome de seu advogado, cópia integral para a Defen- estabelecido no caput deste artigo responderá adminis-
soria Pública. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). trativa, civil e penalmente pela omissão. (Incluído pela Lei
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, medi- nº 13.964, de 2019) (Vigência)
ante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, § 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o
com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a
testemunhas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). não realização de audiência de custódia sem motivação
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser
autoridade, ou contra esta, no exercício de suas funções, relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da
constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, possibilidade de imediata decretação de prisão preventi-
as declarações que fizer o preso e os depoimentos das va.(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide
testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo ADI 6.298) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)
preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao CAPÍTULO III
juiz a quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, DA PRISÃO PREVENTIVA
se não o for a autoridade que houver presidido o auto.
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada
tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do quere-
do lugar mais próximo. lante ou do assistente, ou por representação da autorida-
de policial. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de § 2º Não será admitida a decretação da prisão preven-
2019) (Vigência) tiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada pena ou como decorrência imediata de investigação cri-
como garantia da ordem pública, da ordem econômica, minal ou da apresentação ou recebimento de denúncia.
por conveniência da instrução criminal ou para assegurar (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
a aplicação da lei penal, quando houver prova da existên- Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será
cia do crime e indício suficiente de autoria e de perigo decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos
gerado pelo estado de liberdade do imputado. (Redação autos ter o agente praticado o fato nas condições previs-
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) tas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decreta- no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. (Re-
da em caso de descumprimento de qualquer das obriga- dação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
ções impostas por força de outras medidas cautelares Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar
(art. 282, § 4o). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). (Re- a prisão preventiva será sempre motivada e fundamenta-
dação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) da. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve § 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva
ser motivada e fundamentada em receio de perigo e exis- ou de qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar con-
tência concreta de fatos novos ou contemporâneos que cretamente a existência de fatos novos ou contemporâ-
justifiquem a aplicação da medida adotada. (Incluído pela neos que justifiquem a aplicação da medida adotada.
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será § 2º Não se considera fundamentada qualquer deci-
admitida a decretação da prisão preventiva: (Redação são judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). que: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase
liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; (Redação de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). ou a questão decidida; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em 2019) (Vigência)
sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem
no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
pela Lei nº 12.403, de 2011). III - invocar motivos que se prestariam a justificar
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar qualquer outra decisão; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou 2019) (Vigência)
pessoa com deficiência, para garantir a execução das IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no
medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão ado-
nº 12.403, de 2011). tada pelo julgador; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - (revogado).(Redação dada pela Lei nº 12.403, de (Vigência)
2011). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de
Parágrafo Único. Também será admitida a prisão pre- súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes
ventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta
pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficien- àqueles fundamentos; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
tes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado ime- 2019) (Vigência)
diatamente em liberdade após a identificação, salvo se VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurispru-
outra hipótese recomendar a manutenção da medida. dência ou precedente invocado pela parte, sem demons-
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). trar a existência de distinção no caso em julgamento ou a
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quan- superação do entendimento. (Incluído pela Lei nº 13.964,
do houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou de 2019) (Vigência)
quando esta não fornecer elementos suficientes para Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das par-
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamen- tes, revogar a prisão preventiva se, no correr da investiga-
te em liberdade após a identificação, salvo se outra hipó- ção ou do processo, verificar a falta de motivo para que
tese recomendar a manutenção da medida. (Incluído pela ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevi-
Lei nº 12.403, de 2011). (Redação dada pela Lei nº 13.964, erem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei nº
de 2019) (Vigência) 13.964, de 2019) (Vigência)
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá
o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua
manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão
fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ile-
gal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
CAPÍTULO IV Incluída no ordenamento jurídico brasileiro, através da Lei
DA APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA DO ACUSADO nº. 7.960, de 21/12/89, a prisão temporária dirige-se ex-
clusivamente à tutela das investigações policiais, não
CAPÍTULO IV
sendo cabível, portanto, quando já instaurada a ação pe-
DA PRISÃO DOMICILIAR nal.
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
É modalidade de prisão cautelar, de forma excepcional
Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento aplicável em caso de crimes graves, com o intuito de tor-
do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo nar eficaz a investigação policial.
dela ausentar-se com autorização judicial. (Redação dada
pela Lei nº 12.403, de 2011). 1. CABIMENTO - Caberá prisão temporária, nos termos do
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva art.1º. da Lei nº 7.960/89:
pela domiciliar quando o agente for: (Redação dada pela
I - quando imprescindível para as investigações do inqué-
Lei nº 12.403, de 2011).
rito policial;
I - maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011). II - quando o indiciado não tiver residência fixa ou não
II - extremamente debilitado por motivo de doença fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua
grave; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). identidade;

III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa III - quando houver fundadas razões, de acordo com qual-
menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; (In- quer prova admitida na legislação penal, de autoria ou
cluído pela Lei nº 12.403, de 2011). participação do indiciado nos seguintes crimes:
IV – gestante; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
2016)
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§
incompletos; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 1° e 2°);
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cui-
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
dados do filho de até 12 (doze) anos de idade incomple-
tos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá
prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo. e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 1°, 2° e 3°);

Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher ges- f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art.
tante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pes- 223, caput, e parágrafo único);
soas com deficiência será substituída por prisão domicili-
ar, desde que: (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018). g) atentado violento ao pudor (revogado pela Lei nº
I - não tenha cometido crime com violência ou grave 12.015/2009);
ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018).
h) rapto violento (revogado pela Lei 11 106/2005);
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou de-
pendente. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018). i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e j) envenenamento de água potável ou substância alimen-
318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da aplicação tícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput,
concomitante das medidas alternativas previstas no art. combinado com art. 285);
319 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018).
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos até aqui, do Código
Penal;

m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de


outubro de 1956), em qualquer de suas formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de ou- Requisitos cumulativos - Para aplicação do instituto da
tubro de 1976); prisão temporária, será necessária a combinação dos
requisitos legais, resultando em duas situações que a
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de autorizam:
16/06/86).
1ª) Inciso I associado ao inciso III (Imprescindível para as
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Lei nº 13.260, investigações + se enquadrar no rol de crimes);
de 2016)
2ª) Inciso II associado ao inciso III (indiciado sem resi-
dência fixa ou sem identificação + se enquadrar no rol de
crimes).
2. ANÁLISE DOS INCISOS:
3. Sujeito passivo: O sujeito passivo da prisão temporária
I - quando imprescindível para as investigações do inqué-
é o indiciado. Todavia, não se vislumbra a necessidade de
rito policial:
que tenha ele já sido, anteriormente, submetido formal-
Refere-se, com muita propriedade, a eventuais entraves mente ao indiciamento. O suspeito, mesmo que ainda não
que impedem se possa esclarecer devidamente indiciado, poderá, também, ser submetido à prisão.

o fato criminoso e suas circunstâncias, bem como a sua 4. Momento da decretação: O momento em que pode ser
autoria. A intenção do Legislador, foi tornar possível a decretada vai da ocorrência do fato até o recebimento da
prisão, por determinados dias, quando fosse imprescindí- denúncia, porque, se instaurada a ação penal, o juiz deve-
vel para as investigações policiais. rá examinar a hipótese como de prisão preventiva, segun-
do os pressupostos desta última, pois a prisão temporária
Na hipótese levantada pelo inciso I da Lei n.º 7.960/89, e típica da fase de investigação, não se aplicando durante
somente com a verdadeira demonstração de que sem a a instrução processual.
prisão, seria impossível ou improvável que se desenvolva
de forma eficiente as investigações, com o esclarecimen- ATENÇÃO: O Juiz NÃO pode decretar a prisão temporária
to dos fatos, seria possível a decretação da prisão tempo- de ofício.
rária.
5. Provocação: A prisão será decretada pelo juiz, median-
II - quando o indiciado não tiver residência fixa ou não te representação da autoridade policial ou a requerimento
fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua do Ministério Público. Este será ouvido na hipótese da
identidade: representação da autoridade policial.

É inegável o prejuízo que seria para as investigações do 6. Prazo: A prisão será decretada pelo prazo máximo de 5
inquérito, se o indiciado desaparecesse, tornando difícil dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e
ou até mesmo impossível o a sua localização por não ter comprovada necessidade.
residência certa ou não se conhecer a verdadeira identi-
Decorrido o prazo de 5 dias, salvo o caso de prorrogação
dade do indiciado, enfim, nenhuma forma de contato com
deferida, o preso deverá ser posto imediatamente em
o suspeito, o que é fundamental para o regular desenvol-
liberdade, sob pena de abuso de autoridade de quem o
vimento da persecução penal.
detenha, a não ser que já tenha sido decretada sua prisão
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qual- preventiva.
quer prova admitida na legislação penal, de autoria ou
7. Prisão temporária nos crimes hediondos: A Lei nº
participação do indiciado nos seguintes crimes:
8.072/90 estendeu a prisão temporária aos crimes consi-
Com efeito, a intenção precípua do legislador é punir os derados hediondos e aos equiparados (tortura, tráfico de
autores dessas espécies de delito, dento em vista a repul- drogas e terrorismo) e ampliou o prazo da prisão temporá-
sa social que provocam, justificam a prisão temporária. ria para 30 dias, prorrogáveis por mais 30, nas mesmas
condições, ou seja, somente em caso de extrema e com-
Importante enfatizar que o rol de crimes do inciso III é provada necessidade.
TAXATIVO, quer dizer, não admite ser estendido a outros
crimes que não estejam ali relacionados, incluindo, tam- IMPORTANTE: Como a prisão temporária é decretada por
bém, os crimes considerados hediondos e equiparados, prazo certo, previamente estipulado pelo juiz, ela não se
na forma da Lei nº 8.072/90, que estendeu a prisão tem- computa nos demais prazos processuais quando há pe-
porária a tais delitos. dido de relaxamento de flagrante por excesso de prazo de
prisão durante o transcorrer da ação penal.
8. Processamento da prisão temporária: O despacho que Prisão temporária - LEI Nº 7.960,
decretar a prisão temporária, que deverá ser prolatado
dentro de 24 horas, deverá ser fundamentado, com o en- DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989.
quadramento da hipótese fática, em concreto, em face do
permissivo legal, o que confirma a interpretação de que
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
não basta a objetiva e genérica situação prevista na lei.
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
O juiz poderá, antes de decidir, se for o caso, determinar a Art. 1° Caberá prisão temporária:
apresentação do preso, solicitar informações e esclareci-
I - quando imprescindível para as investigações do in-
mentos da autoridade policial e determinar seja ele sub-
quérito policial;
metido a exame de corpo de delito.
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não
9. Mandado de prisão – Nota de culpa: A prisão somente fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua
poderá ser executada depois da expedição de mandado identidade;
judicial, que será expedido em duas vias, devendo uma
III - quando houver fundadas razões, de acordo com
delas ser entregue ao preso, servindo como nota de culpa.
qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou
Aplicam-se as regras da nota de culpa se o indiciado não participação do indiciado nos seguintes crimes:
quiser ou não puder assinar. Na efetivação da prisão, evi- a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
dentemente, serão respeitadas as garantias do art. 5º. da
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e
Constituição.
seus §§ 1° e 2°);
MUITA ATENÇÃO: O mandado de prisão conterá necessa- c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
riamente o período de duração da prisão temporária, bem
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
como o dia em que o preso deverá ser libertado, incluindo-
se o dia do cumprimento do mandado de prisão no côm- e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e
puto do prazo da custódia temporária. seus §§ 1°, 2° e 3°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com
10. Liberdade automática após o prazo: decorrido o prazo
o art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº
contido no mandado de prisão, a autoridade responsável
2.848, de 1940)
pela custódia deverá, independentemente de nova ordem
da autoridade judicial (alvará), pôr imediatamente o preso g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua
em liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorro- combinação com o art. 223, caput, e parágrafo úni-
gação da prisão temporária ou da decretação da prisão co); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)
preventiva. h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com
o art. 223 caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº
IMPORTANTE: Os presos temporários deverão permane-
2.848, de 1940)
cer, obrigatoriamente, separados dos demais detentos
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
11. Plantão judiciário: Segundo dispõe o art. 5° da Lei da
j) envenenamento de água potável ou substância ali-
Prisão Temporária, em todas as comarcas e seções judi-
mentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270,
ciárias haverá um plantão permanente de 24 horas do
caput, combinado com art. 285);
Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação
dos pedidos de prisão temporária. l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Pe-
nal;
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de
outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de
outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de
16 de junho de 1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído
pela Lei nº 13.260, de 2016)
Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, Art. 5° Em todas as comarcas e seções judiciárias ha-
em face da representação da autoridade policial ou de verá um plantão permanente de vinte e quatro horas do
requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação
(cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de dos pedidos de prisão temporária.
extrema e comprovada necessidade.
Art. 6° Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
§ 1° Na hipótese de representação da autoridade poli- ção.
cial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.
§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária de-
verá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24
(vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento Brasília, 21 de dezembro de 1989;
da representação ou do requerimento. 168° da Independência e 101° da República.
§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Mi- JOSÉ SARNEY
nistério Público e do Advogado, determinar que o preso J. Saulo Ramos
lhe seja apresentado, solicitar informações e esclareci-
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de
mentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de
22.12.1989
corpo de delito.
§ 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á man-
dado de prisão, em duas vias, uma das quais será entre-
gue ao indiciado e servirá como nota de culpa.
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente
o período de duração da prisão temporária estabelecido
no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso
deverá ser libertado. (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019)
§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da
expedição de mandado judicial.
§ 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará
o preso dos direitos previstos no art. 5° da Constituição
Federal.
§ 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o
preso deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo
se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão,
a autoridade responsável pela custódia deverá, indepen-
dentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr
imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido
comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da
decretação da prisão preventiva. (Incluído pela Lei nº
13.869. de 2019)
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de
prisão no cômputo do prazo de prisão temporária. (Reda-
ção dada pela Lei nº 13.869. de 2019)
Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer,
obrigatoriamente, separados dos demais detentos.
Art. 4° O art. 4° da Lei n° 4.898, de 9 de dezembro de
1965, fica acrescido da alínea i, com a seguinte redação:
"Art. 4° ...............................................................
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou
de medida de segurança, deixando de expedir em tempo
oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberda-
de;"
03.No curso de inquérito, a autoridade policial intimou
Pedro a, na qualidade de testemunha, prestar informa-
ções sobre determinado fato delituoso. Na condição
de testemunha, Pedro:
A. não estará obrigado a comparecer à delegacia pa-
O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.
ra prestar informações, tendo em vista a ausência
Deitar-me faz em verdes pastos,
de poder da autoridade policial para tal intimação;
guia-me mansamente a águas tranquilas.
B. estará obrigado a comparecer à delegacia e pres-
Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça,
tar informações com o dever legal de dizer a verda-
por amor do seu nome.
de, ainda que possua relação de parentesco em li-
Salmos 23:1-3
nha reta com o investigado;
C. não estará obrigado a comparecer à delegacia, po-
dendo se valer do direito ao silêncio, ainda que não
tenha relação com os fatos;
Assuntos: 1. Aplicação da lei processual no tempo, no espaço e D. esta-
em relação às pessoas. 2. Disposições preliminares do Código rá obrigado a comparecer à delegacia, mas, indepen
de Processo Penal. 3. Inquérito policial. dentemente da relação com o investigado, não terá
a obrigação legal de dizer a verdade, por ainda não
01.No curso de inquérito policial, a autoridade policial haver denúncia;
indiciou Napoleão pela prática do crime de homicídio E. estará obrigado a comparecer à delegacia, mas não
qualificado, em que pese os elementos de informação precisará responder às perguntas formuladas que
colhidos demonstrassem de maneira clara que o inves- puderem resultar em autoincriminação.
tigado agiu em legítima defesa. Visando combater tal
decisão e buscar o “trancamento” do inquérito policial, 04.Concluídas investigações de inquérito policial, a auto-
o advogado de Napoleão poderá: ridade policial indiciou Francisco, sem envolvimento
A. interpor recurso para o chefe de polícia; anterior com o aparato policial ou judicial pela prática
B. impetrar habeas corpus, sendo competente para jul- de crimes, como incurso nas sanções penais do delito
gamento um juiz de 1º grau; de lesão corporal de natureza gravíssima (Art. 129,
C. impetrar habeas corpus, sendo competente para jul- §2º, CP –pena: reclusão de 2 a 8 anos). Tendo Fran-
gamento o Tribunal de Justiça respectivo; cisco confessado formal e circunstancialmente a prá-
D. interpor recurso em sentido estrito, sendo compe- tica da infração penal na delegacia, o acordo de não
tente para julgamento um juiz de 1º grau; persecução penal, no caso em tela:
E. impetrar habeas corpus para análise pelo chefe de A. poderá ser proposto pelo delegado, considerando a
polícia. confissão e a pena mínima cominada ao delito;
B. não poderá ser proposto, diante da natureza do deli-
02.No curso de investigação criminal para apurar a práti- to imputado;
ca de crime sexual por parte de Adonis, a autoridade C. não poderá ser proposto, pois a pena máxima comi-
policial notou que o investigado apresentava sinais de nada é superior a quatro anos;
insanidade mental. Nesse sentido, havendo dúvida so- D. poderá ser proposto pelo órgão ministerial, mas
bre a integridade mental de Adonis, a instauração de não pelo delegado, considerando a pena cominada
incidente de insanidade mental: e a confissão em sede policial;
A. não poderá ser determinada na fase de inquérito, E. poderá ser proposto pelo órgão ministerial, mas não
pois incabível nesse momento; pelo delegado, e, havendo concordância do indicia-
B. poderá ser determinada na fase de inquérito direta- do e de sua defesa técnica, independerá de homo-
mente pelo delegado de polícia, de ofício; logação judicial.
C. poderá ser determinada na fase de inquérito pelo ju-
iz, mediante representação do delegado de polícia; 05.A autoridade policial recebeu denúncia anônima sobre
D. poderá ser determinada na fase de inquérito direta- a existência de um grupo que se destinava a praticar
mente pelo delegado de polícia, mediante requeri- roubos a agências bancárias. Diante da notícia recebi-
mento da parte; da, com base no entendimento dos Tribunais Superio-
E. poderá ser determinada na fase de inquérito pelo ju- res, a autoridade policial:
iz, de ofício ou a requerimento da parte ou represen- A. terá discricionariedade para instauração ou não do
tação do delegado de polícia, devendo a autoridade inquérito policial;
policial nomear curador ao investigado. B. não poderá adotar qualquer medida, por tratar-se
de denúncia anônima;
C. deverá realizar diligências preliminares para averi- Com base nas informações expostas, a defesa técnica
guação, antes de instaurar o inquérito policial; de Lauro deverá esclarecer que:
D. deverá instaurar imediatamente inquérito policial A. a reprodução simulada dos fatos poderá ser deter-
para apurar o fato; minada pela autoridade policial, não podendo, con-
E. poderá dispensar o inquérito policial e encaminhar tudo, ser Lauro obrigado a participar contra sua
as informações recebidas ao órgão ministerial para vontade;
o oferecimento imediato de denúncia. B. a defesa técnica do indiciado não poderá ter acesso
às peças de informação constantes do inquérito,
06.O inquérito policial é procedimento administrativo que ainda que já documentadas, em razão do caráter si-
possui características próprias destacadas pela dou- giloso do procedimento;
trina e pela jurisprudência. C. o indiciado e o eventual ofendido, diante do caráter
inquisitivo do inquérito policial, não poderão reque-
Com relação ao tema, analise as afirmativas a seguir. rer a realização de diligências durante a fase de in-
I. Pode ser instaurado de ofício ou a requerimento, vestigações;
tanto nos crimes de ação pública quanto nos de D. o procedimento investigatório, caso venha a ser ar-
ação privada, mas o oferecimento da ação penal quivado com base na falta de justa causa, não po-
dependerá da vontade da vítima nesse último caso. derá vir a ser desarquivado, ainda que surjam novas
II. Contra a decisão que indefere o seu requerimento provas;
de abertura, cabe recurso ao Poder Judiciário. E. a autoridade policial, em sendo de interesse das in-
III. Pode ser requerida sua abertura, ainda que não seja vestigações, poderá determinar a incomunicabilida-
possível identificar o autor do fato naquele momen- de do indiciado pelo prazo de 10 (dez) dias.
to.
09.No curso de ação penal em que Roberto figurava como
Está correto somente o que se afirma em: denunciado, entrou em vigor lei que versava sobre pro-
A. II; D. I e III; cessamento de ação penal em procedimento comum
B. III; E. II e III. ordinário, com conteúdo exclusivamente processual
C. I e II; penal, prejudicial ao réu.

07.Dentre as assertivas sobre o inquérito policial, assinale O técnico judiciário, no momento de auxiliar no pro-
a INCORRETA: cessamento do feito, deverá aplicar a:
A. Nada obstante a lei vulgarmente conhecida como A. lei processual penal em vigor na época dos fatos,
Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019), o inquérito em virtude do princípio da irretroatividade da lei
policial é arquivado por decisão judicial, que não mais gravosa, não admitindo o Código de Processo
pode ser proferida de ofício. Penal interpretação extensiva ou analógica da lei
B. O Ministério Público proporá acordo de não perse- processual;
cução penal, quando suficiente para a reprovação e B. lei processual penal em vigor na época dos fatos,
prevenção do crime, sempre que o inquérito policial em virtude do princípio da irretroatividade da lei
não lograr êxito em colher os indícios da autoria da mais gravosa, admitindo o Código de Processo Pe-
infração penal. nal interpretação extensiva, mas não aplicação ana-
C. Os elementos de informação colhidos no curso de lógica da lei processual;
inquérito policial arquivado não permitem o regular C. lei processual penal em vigor na época dos fatos,
oferecimento de denúncia, salvo se acrescidos de em virtude do princípio da irretroatividade da lei
prova nova. mais gravosa, admitindo o Código de Processo Pe-
D. O inquérito policial é dispensável, razão pela qual nal interpretação extensiva e aplicação analógica
pode ser exercido o direito de ação sem que tenha da lei processual;
havido anterior instauração do inquérito. D. nova lei processual penal, ainda que desfavorável
E. O desarquivamento do inquérito policial exige notí- ao réu, respeitando-se os atos já praticados, admi-
cia de prova nova. tindo o Código de Processo Penal interpretação ex-
tensiva, mas não aplicação analógica da lei proces-
08.Lauro figura como indiciado em inquérito policial em sual;
que se investiga a prática do crime de concussão. In- E. nova lei processual penal, ainda que desfavorável
timado a comparecer na Delegacia para prestar decla- ao réu, respeitando-se os atos já praticados, admi-
rações, fica preocupado com as medidas que poderiam tindo o Código de Processo Penal interpretação ex-
ser determinadas pela autoridade policial, razão pela tensiva e aplicação analógica da lei processual.
qual procura seu advogado.
10.Gustavo, Delegado de Polícia, é a autoridade policial E. deve sempre acompanhar a denúncia ou a queixa,
que preside duas investigações autônomas em que se com o que se revela sua indispensabilidade para a
apura a suposta prática de crimes de homicídio contra deflagração da ação penal.
Joana e Maria. Após realizar diversas diligências, não
verificando a existência de justa causa nos dois casos, 12.Foi instaurado inquérito policial, no Rio de Janeiro,
elabora relatórios finais conclusivos e o Ministério Pú- para apurar as condições da morte de Maria, que foi
blico promove pelos arquivamentos, havendo homolo- encontrada já falecida em seu apartamento, onde resi-
gação judicial. Depois do arquivamento, chega a Gus- dia sozinha, vítima de morte violenta. As investigações
tavo a informação de que foi localizado um gravador se estenderam por cerca de três anos, sem que fosse
no local onde ocorreu a morte de Maria, que não havia identificada a autoria delitiva, apesar de ouvidos os
sido apreendido, em que encontrava-se registrada a familiares, o namorado e os vizinhos da vítima. Em ra-
voz do autor do delito. A autoridade policial, ademais, zão disso, o inquérito policial foi arquivado, nos ter-
recebe a informação de que a família de Joana obteve mos da lei, por ausência de justa causa. Seis meses
um novo documento que indicava as chamadas telefô- após o arquivamento, superando a dor da perda da fi-
nicas recebidas pela vítima no dia dos fatos, em que lha, a mãe de Maria resolve comparecer ao seu apar-
constam 25 ligações do ex-namorado de Joana em tamento para pegar as roupas da vítima para doação.
menos de uma hora. Encontra, então, escondida no armário uma câmera de
filmagem e verifica que havia sido gravada uma briga
Considerando as novas informações recebidas pela entre a filha e um amigo do seu namorado dois dias
autoridade policial, é correto afirmar que: antes do crime, ocasião em que este afirmou que sem-
A. não poderá haver desarquivamento do inquérito que pre a amou e que se Maria não terminasse o namoro
investigava a morte de Joana, mas poderá ser de- “sofreria as consequências”.
sarquivado o que investigava a morte de Maria, ten-
do em vista que o documento obtido pela família de Considerando a situação narrada, é correto afirmar que
Joana não existia quando do arquivamento; a filmagem:
B. poderá haver desarquivamento dos inquéritos dire- A. é considerada prova nova ou notícia de prova nova,
tamente pela autoridade policial, mas não poderá o mas não poderá haver desarquivamento, já que a
Ministério Público oferecer imediatamente denún- decisão de arquivamento fez coisa julgada;
cia, ainda que haja justa causa, diante dos arquiva- B. não é considerada prova nova ou notícia de prova
mentos anteriores; nova, tendo em vista que já existia antes do arqui-
C. poderá haver desarquivamento dos inquéritos que vamento, de modo que não cabe desarquivamento
investigavam as mortes de Joana e Maria, pois em com esse fundamento;
ambos os casos houve prova nova, ainda que o gra- C. é considerada prova nova ou notícia de prova nova,
vador já existisse antes do arquivamento; podendo haver desarquivamento do inquérito pela
D. poderá haver desarquivamento do inquérito que in- autoridade competente;
vestigava a morte de Joana, mas não do de Maria, D. considerada ou não prova nova ou notícia de prova
tendo em vista que apenas no primeiro caso houve nova, poderá gerar o desarquivamento direto pela
prova nova; autoridade policial para prosseguimento das inves-
E. não poderá haver prosseguimento das investiga- tigações;
ções, tendo em vista que houve decisão de arqui- E. não é considerada prova nova, logo impede o de-
vamento que fez coisa julgada. sarquivamento, mas não é óbice ao oferecimento di-
reto de denúncia.
11.Sobre o inquérito policial, é correto afirmar que:
A. consiste em procedimento de natureza inquisitorial, 13.Foi instaurado inquérito policial para apurar a conduta
que se destina à busca de elementos que indiquem de Ronaldo, indiciado como autor do crime de homicí-
a existência da infração penal e de indícios de auto- dio praticado em face de Jorge. Ao longo das investi-
ria; gações, a autoridade policial ouviu diversas testemu-
B. está regido pelos princípios do contraditório e da nhas, juntando os termos de oitiva nos autos do pro-
ampla defesa, devendo a autoridade policial sempre cedimento. Concluídas as investigações, os autos fo-
deferir as diligências requeridas pelo advogado do ram encaminhados para a autoridade policial. Sobre o
indiciado; inquérito policial, é correto afirmar que:
C. pode a autoridade policial promover seu arquiva- A. não é permitido à autoridade policial, em regra, soli-
mento, tão logo entenda desnecessária a investiga- citar a realização de perícias e exame de corpo de
ção; delito, dependendo para tanto de autorização da au-
D. cabe recurso para o Chefe do Ministério Público do toridade judicial;
despacho que indeferir sua abertura;
B. como instrumento de obtenção de justa causa, é A. a prova da materialidade e indícios de autoria são
absolutamente indispensável à propositura da ação necessários para propositura de ação penal, logo
penal; uma das características do inquérito é sua indis-
C. é direito do defensor, no interesse do representado, pensabilidade;
ter acesso aos elementos de prova que, já docu- B. o inquérito policial é instrumento sigiloso, logo não
mentados em procedimento investigatório, digam poderá ser acessado em momento algum pelo ad-
respeito ao exercício do direito de defesa; vogado do indiciado;
D. constatado, após a instauração do inquérito e con- C. o contraditório pleno e a ampla defesa são indis-
clusão das investigações, que a conduta do indicia- pensáveis no inquérito policial;
do foi amparada pela legítima defesa, poderá a au- D. o inquérito policial é um procedimento significati-
toridade policial determinar diretamente o arquiva- vamente marcado pela oralidade;
mento do procedimento; E. o inquérito pode ser considerado indisponível para a
E. uma vez determinado seu arquivamento pela auto- autoridade policial, já que, uma vez instaurado, não
ridade competente, independente do fundamento, poderá ser por ela diretamente arquivado.
não poderá ser desarquivado, ainda que surjam no-
vas provas. 16.As formas de instauração do inquérito policial variam
de acordo com a natureza do delito. Nos casos de ação
14.No dia 30 de março de 2014, Marta foi vítima de um penal pública incondicionada, a instauração do inqué-
crime de homicídio, razão pela qual foi instaurado in- rito policial pode se dar:
quérito policial para identificação do autor do delito. A. de ofício pela autoridade policial; mediante requisi-
Após diversas diligências, não foi possível identificar a ção do Ministério Público; mediante requerimento
autoria, razão pela qual foi realizado o arquivamento do ofendido; e por auto de prisão em flagrante;
do procedimento, pela falta de justa causa, de acordo B. de ofício pelo Ministério Público; mediante requisi-
com as exigências legais. Ocorre que, em abril de ção da autoridade policial; mediante requerimento
2015, a filha de Marta localizou o aparelho celular de do ofendido; e por auto de prisão em flagrante;
Marta e descobriu que seu irmão, Lúcio, havia enviado C. de ofício pela autoridade policial; mediante requeri-
uma mensagem de texto para sua mãe, no dia 29 de mento do Ministério Público; mediante requisição
março de 2014, afirmando para a vítima “se você não do ofendido; e por auto de resistência;
me emprestar dinheiro novamente, arcará com as conse- D. de ofício pelo Ministério Público; mediante requisi-
quências”. Diante disso, a filha de Marta apresentou o ção da autoridade policial; mediante requerimento
celular de sua mãe para a autoridade policial. do ofendido; e por auto de resistência;
E. de ofício pela autoridade policial; mediante requeri-
Considerando a situação narrada, é correto afirmar que mento do Ministro da Justiça; mediante requisição
o arquivamento do inquérito policial: do ofendido; e por auto de resistência.
A. fez coisa julgada material, de modo que não mais é
possível seu desarquivamento; 17.Foi instaurado inquérito policial para investigar a prá-
B. não fez coisa julgada, mas não é possível o desar- tica de um crime de homicídio que teve como vítima
quivamento porque a mensagem de texto não pode Ana. Apesar de Wagner, seu marido, ter sido indiciado,
ser considerada prova nova, já que existia antes não foi reunida justa causa suficiente para oferecimen-
mesmo da instauração do inquérito policial; to da denúncia, razão pela qual foi o procedimento ar-
C. foi realizado diretamente pela autoridade policial, de quivado na forma prevista em lei. Três meses após o
modo que não faz coisa julgada material; arquivamento, a mãe de Ana descobriu que a filha ha-
D. não fez coisa julgada material, podendo o inquérito via lhe deixado uma mensagem de voz no celular uma
ser desarquivado, tendo em vista que a mensagem hora antes do crime, afirmando que temia por sua in-
de texto pode ser considerada prova nova; tegridade física, pois estava sozinha com seu marido
E. não fez coisa julgada material, mas não mais cabe- em casa e prestes a contar que teria uma relação ex-
rá desarquivamento, pois passados mais de 06 me- traconjugal. Diante desses fatos, de acordo com a ju-
ses desde a decisão. risprudência majoritária dos Tribunais Superiores, é
correto afirmar que:
15.O inquérito policial é tradicionalmente conceituado A. nada poderá ser feito, tendo em vista que o arqui-
como procedimento administrativo prévio que visa à vamento do inquérito policial fez coisa julgada ma-
apuração de uma infração penal e sua autoria, a fim de terial;
que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. B. poderá ser oferecida denúncia, apesar de o inquérito
Sobre suas principais características, é correto afirmar não poder ser desarquivado em virtude da coisa jul-
que: gada material que fez seu arquivamento;
C. caberá desarquivamento do inquérito policial pela 21.Em relação ao inquérito policial, é correto afirmar que:
autoridade competente diante do surgimento de A. constitui-se em um procedimento administrativo si-
provas novas; giloso; possui como justa causa a existência de
D. nada poderá ser feito, pois a gravação de voz existia uma infração penal, em tese, não alcançada por
antes do arquivamento do inquérito, logo não pode qualquer causa extintiva da punibilidade, sendo uni-
ser incluída no conceito de prova nova; lateral, dispensável e escriturado, cujo destinatário
E poderá a autoridade policial realizar o desarquiva- é o legitimado para o exercício da ação penal. Per-
mento a qualquer momento, assim como pode por mite o direito de defesa; dependendo do tipo de in-
ato próprio determinar o arquivamento do inquérito. fração penal a ser apurada, a sua instauração é pre-
cedida de representação ou requerimento do ofen-
18.Brenda, empregada doméstica, foi presa em flagrante dido ou a quem tenha qualidade para representá-lo;
pela prática de um crime de furto qualificado contra tem previsão legal de prazo para ser concluído e re-
Joana, sua empregadora. O magistrado, após requeri- latado. Algumas provas nele produzidas não têm
mento do Ministério Público, converteu a prisão em necessidade de renovação em juízo;
flagrante em preventiva. Nessa hipótese, de acordo B. constitui-se em um procedimento administrativo si-
com o Código de Processo Penal, o prazo para conclu- giloso; possui como justa causa os indícios de au-
são do inquérito policial será de: toria e a existência de uma infração penal, em tese,
A. 05 (cinco) dias; não alcançada por qualquer causa extintiva da pu-
B. 10 (dez) dias; nibilidade, sendo unilateral, dispensável e informal,
C. 15 (quinze) dias, improrrogáveis; cujo destinatário é o Ministério Público. Não permi-
D. 15 (quinze) dias, prorrogáveis por decisão judicial; te o exercício do direito de defesa; qualquer que se-
E. 30 (trinta) dias. ja a infração penal a ser apurada a sua instauração
não está condicionada à prévia manifestação do
19.A Constituição da República e o Código de Processo ofendido ou a quem tenha qualidade para represen-
Penal prevêem regras e princípios para solucionar con- tá-lo; tem previsão legal de prazo para ser concluído
flitos no tema “a lei no tempo”. À lei puramente pro- e relatado. Quaisquer provas nele produzidas têm
cessual penal aplicam-se os seguintes princípios: necessidade de renovação em juízo;
A. da irretroatividade da lei prejudicial ao réu e da re- C. constitui-se em um processo administrativo sigilo-
troatividade da lei benéfica; so; possui como justa causa os indícios de autoria e
B. da aplicação imediata e do tempus regit actum a existência de uma infração penal, em tese, não al-
(tempo rege o ato); cançada por qualquer causa extintiva da punibilida-
C. da inalterabilidade e da ultratividade da lei benéfica; de, sendo unilateral, indispensável e escriturado, cu-
D. da ultratividade e da retroatividade da lei benéfica jo destinatário é o Ministério Público. Não permite o
ao réu; direito de defesa; dependendo do tipo de infração
E. da retroatividade da lei prejudicial e da ultratividade penal a ser apurada a sua instauração é precedida
da lei benéfica. de representação ou requerimento do ofendido ou a
quem tenha qualidade para representá-lo; tem pre-
20.Tradicionalmente, o inquérito policial é conceituado visão legal de prazo para ser concluído e relatado.
como um procedimento investigatório, cuja principal Algumas provas nele produzidas não têm necessi-
finalidade é a obtenção de justa causa para a proposi- dade de renovação em juízo;
tura da ação penal. Sobre o inquérito policial é correto D. constitui-se em um processo administrativo sigilo-
afirmar que: so; possui como justa causa a existência de uma in-
A. é procedimento prévio imprescindível; fração penal, em tese, não alcançada por qualquer
B. poderá ser arquivado diretamente pela autoridade causa extintiva da punibilidade, sendo bilateral, dis-
policial; pensável e informal, cujo destinatário é o legitimado
C. é sigiloso, razão pela qual o defensor do indiciado para o exercício da ação penal. Permite o direito de
não poderá ter acesso a elemento de prova algum, defesa; qualquer que seja a infração penal que ne-
ainda que documentado no procedimento investiga- cessita de apuração a sua instauração não está
tório; condicionada à prévia manifestação do ofendido ou
D. dependerá de representação, caso a investigação a quem tenha qualidade para representá-lo; tem
trate de crime em que a ação penal seja pública previsão legal de prazo para ser concluído e relata-
condicionada; do. Quaisquer provas nele produzidas têm necessi-
E. é prescindível, logo é uma faculdade da autoridade dade de renovação em juízo;
policial instaurá-lo ou não, ainda que haja requisição
do Ministério Público.
E. constitui-se em um procedimento administrativo si- E. ela admitirá interpretação extensiva e aplicação
giloso; possui como justa causa os indícios de au- analógica, mas não o suplemento dos princípios ge-
toria e a existência de uma infração penal, em tese, rais do direito
não alcançada por qualquer causa extintiva da pu-
nibilidade, sendo unilateral, indispensável e escritu- 24.Quanto ao inquérito policial, assinale a alternativa
rado, cujo destinatário é o legitimado para o exercí- correta.
cio da ação penal. Não permite o direito de defesa; A. Uma vez formalizado o relatório final do inquérito
dependendo do tipo de infração penal a ser apurada, policial pelo Delegado de Polícia, o Ministério Públi-
a sua instauração é precedida de representação ou co não poderá determinar o retorno dos autos à de-
requerimento do ofendido ou a quem tenha qualida- legacia de polícia.
de para representá-lo; tem previsão legal de prazo B. Do despacho que indeferir o requerimento de aber-
para ser concluído e relatado. Algumas provas nele tura de inquérito caberá recurso para o chefe de po-
produzidas não têm necessidade de renovação em lícia.
juízo. C. Nos crimes persequíveis por ação penal pública in-
condicionada, o indiciamento formal do acusado é
22.Com relação ao inquérito, assinale a afirmativa incorre- condição de procedibilidade para a instauração de
ta. processo criminal.
A. O inquérito é um procedimento investigatório prévio, D. Nos crimes persequíveis por ação penal privada,
no qual diversas diligências são realizadas na bus- não caberá instauração de inquérito policial.
ca da obtenção de indícios que permitam o titular E. Nos crimes hediondos persequíveis por ação penal
da ação propô-la contra o autor da infração penal. pública incondicionada, o inquérito policial será in-
B. O inquérito policial é inquisitivo, não vigorando o dispensável para o oferecimento de denúncia.
princípio do contraditório pleno, apesar de a autori-
dade que o presidir ter a obrigação de agir dentro 25.A respeito da notitia criminis, assinale a alternativa
dos termos da lei. correta.
C. Apesar de o inquérito ser sigiloso, é direito do de- A. A notitia criminis deverá conter, sempre que possí-
fensor, no interesse do representado, ter acesso vel, a narração do fato, com todas as suas circuns-
amplo aos elementos de prova que, já documenta- tâncias, a individualização do indiciado, as razões
dos, digam respeito ao exercício do direito de defe- de convicção sobre ser ele o autor do fato e a indi-
sa. cação de testemunhas, com indicação de sua pro-
D. O inquérito, que é obrigatório, pode ser iniciado de fissão e residência e, necessariamente, a capitula-
ofício, por requisição da autoridade judiciária ou do ção correta dos crimes sobre os quais versa.
Ministério Público, ou a requerimento do ofendido B. Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento
ou de quem tiver qualidade para representá-lo da existência de infração penal de qualquer nature-
E. O inquérito, nos crimes em que a ação pública de- za poderá comunicá-la à autoridade policial, e, esta,
pende de representação, não poderá ser iniciado verificada a procedência das informações, mandará
sem ela. instaurar inquérito.
C. Nos crimes de ação penal pública condicionada à
23.Sobre a aplicação da Lei Processual Penal, é correto representação, a notitia criminis não poderá ser en-
afirmar que; caminhada ao membro do Ministério Público, salvo
A. no Brasil, adota-se integralmente o princípio da irre- nos casos em que a autoridade policial indeferir a
troatividade da lei processual penal, que impede que instauração de inquérito.
as inovações na norma processual penal sejam D. A notitia criminis deverá conter, sempre que possí-
aplicadas de imediato para fatos praticados antes vel, a narração do fato, com todas as suas circuns-
de sua entrada em vigor. tâncias, a individualização do indiciado e as razões
B. ela admitirá interpretação extensiva e o suplemento de convicção sobre ser ele o autor do fato e a indi-
de princípios gerais do direito, mas não a aplicação cação de testemunhas, com indicação de sua pro-
analógica. fissão e residência.
C. o processo penal reger-se-á, em todo o território E. Quando versar sobre crime de ação penal privada e
brasileiro, pelo Código de Processo Penal, não ha- o lesado possuir todos os elementos informativos
vendo qualquer ressalva prevista neste diploma. necessários à elucidação do caso, a notitia crimi-
D. as normas previstas no Código de Processo Penal nis poderá ser ofertada diretamente ao juízo compe-
de natureza híbrida, ou seja, com conteúdo de direi- tente.
to processual e de direito material, devem respeitar
o princípio que veda a aplicação retroativa da lei
penal, quando seu conteúdo for prejudicial ao réu.
26.Quanto ao inquérito policial, é correto afirmar que dos dentro de domicílio de pessoa investigada, uma
A. nos casos de crimes persequíveis por ação penal vez que tal hipótese, por imposição legal, se carac-
pública condicionada à representação, o Ministério teriza como exceção à inviolabilidade domiciliar.
Público só poderá pedir o arquivamento da investi- C. O Ministério Público não poderá requerer a devolu-
gação se houver anuência da vítima. ção do inquérito à autoridade policial, senão para
B. o inquérito policial arquivado a pedido do Ministério novas diligências indispensáveis ao oferecimento
Público com fundamento na falta de justa causa pa- da denúncia.
ra a instauração da ação penal poderá ser desarqui- D. Nos crimes de ação penal pública em que houver
vado a qualquer tempo com o surgimento de novos requisição do Ministério Público para a instauração
elementos de convicção acerca da ocorrência do fa- de inquérito policial, poderá o delegado deixar de
to investigado. instaurar o procedimento investigativo e remeter os
C. o inquérito policial arquivado a pedido do Ministério autos para o Procurador-Geral de Justiça, que deci-
Público com fundamento na manifesta atipicidade dirá, definitivamente, a respeito da necessidade da
do fato não poderá ser desarquivado, ainda que ve- sua instauração.
nham novos elementos de convicção acerca da E. Nos inquéritos instaurados para a apuração de cri-
ocorrência da conduta anteriormente investigada. mes de ação penal privada, poderá o delegado, ao
D. nos crimes persequíveis por ação penal privada, o final do prazo de 30 dias para a conclusão do inqué-
ofendido poderá requerer o arquivamento do inqué- rito, arquivá-lo se, fundamentadamente, concluir pe-
rito policial, cabendo ao Promotor de Justiça opinar la inexistência da prática de qualquer ato criminoso.
sobre o pedido, uma vez que o Ministério Público
atua como interveniente obrigatório. 29.Na doutrina de Eugênio Pacelli de Oliveira, o “inquérito
E. se, requerido o arquivamento do inquérito policial, o policial, atividade específica da polícia denominada ju-
juiz discordar do pedido, poderá determinar o retor- diciária, isto é, Polícia Civil, no âmbito da Justiça Es-
no da investigação para que o promotor de justiça tadual, e a Polícia Federal, no caso da Justiça Federal,
reconsidere a sua manifestação anterior. tem por objetivo a apuração das infrações penais e de
sua autoria".
27.Quanto ao sigilo do inquérito policial, é correto afirmar
que Sobre o tema, assinale a afirmativa correta.
A. a autoridade policial poderá negar a vista dos autos A. Nos crimes de ação penal privada, a autoridade po-
ao advogado sempre que entender pertinente, des- licial somente poderá proceder a inquérito a reque-
de que o faça em decisão fundamentada. rimento de quem tenha qualidade para intentá-la. Já
B. o advogado somente poderá ter acesso aos autos nos crimes de ação penal pública, condicionada à
do inquérito policial com autorização judicial. representação ou incondicionada, o inquérito polici-
C. a autoridade policial poderá negar ao advogado o al poderá ser iniciado de ofício.
acesso aos elementos de prova que ainda não te- B. De acordo com o Código de Processo Penal, o in-
nham sido documentados no procedimento investi- quérito deverá ser finalizado no prazo de 10 dias, se
gatório. o indiciado estiver solto, e no de 60 dias, quando es-
D. a autoridade policial poderá negar a vista dos autos tiver preso.
ao advogado somente quando o suspeito tiver sido C. Se o caso for de difícil elucidação, terminado o pra-
indiciado formalmente. zo para finalização do inquérito, poderá a autorida-
E. visando resguardar o sigilo do inquérito policial e a de policial reter os autos por decisão própria.
eficácia da investigação, a autoridade policial pode- D. Uma vez arquivado o inquérito pela autoridade judi-
rá negar ao advogado que esteja atuando com pro- ciária, em nenhuma hipótese poderá a autoridade
curação o acesso aos depoimentos prestados pelas policial proceder a novas pesquisas.
vítimas. E. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado
poderão requerer qualquer diligência, que será reali-
28.A respeito do inquérito policial, assinale a alternativa zada ou não, a juízo da autoridade.
correta.
A. Assim que tomar conhecimento de fato criminoso, a 30.Aury Lopes Júnior leciona que “o inquérito é o ato ou
autoridade policial deverá apreender todos os obje- efeito de inquirir, isto é, procurar informações sobre algo,
tos que tenham relação com o fato criminoso, ainda colher informações acerca de um fato, perquirir”. Já o
que antes da realização de perícia técnica criminal. Art. 4º, do CPP destaca que será realizado pela Polícia
B. Assim que tomar conhecimento de fato criminoso, a Judiciária e terá por fim a apuração das infrações pe-
autoridade policial deverá, independentemente de nais e sua autoria. A esse respeito, assinale a afirmati-
estado de flagrância, apreender todos os objetos va incorreta.
que tenham relação com o crime, ainda que situa-
A. Entendendo a autoridade policial que o fato apurado E. com o suplemento dos princípios gerais de direito
não configura crime, deverá realizar o arquivamento sem admitir, contudo, interpretação extensiva e
do inquérito, evitando o prosseguimento de um aplicação analógica.
constrangimento ilegal sobre o indiciado.
B. O réu não é obrigado a participar da reconstituição 34.A respeito do Inquérito Policial, assinale a alternativa
do crime, pois ninguém é obrigado a produzir prova correta.
contra si. A. Nas ações penais públicas, condicionadas à repre-
C. O sigilo e a dispensabilidade são algumas das ca- sentação, os inquéritos policiais podem ser inicia-
racterísticas do inquérito policial, repetidamente ci- dos por provocação das vítimas ou, de ofício, pela
tadas pela doutrina brasileira. Autoridade Policial.
D. Não deve a autoridade policial proibir o acesso do B. O Delegado, encerrada as investigações, convencido
defensor do indiciado aos elementos de prova já da inexistência de crime, poderá determinar o arqui-
documentados no âmbito do procedimento investi- vamento do inquérito policial.
gatório e que digam respeito ao exercício do direito C. Nos inquéritos policiais que apuram crime de tráfico
de defesa. de pessoas, a Autoridade Policial poderá requisitar
E. Do despacho que indeferir o requerimento de aber- diretamente às empresas prestadoras de serviço de
tura de inquérito caberá recurso para o chefe de Po- telecomunicações, informações sobre posiciona-
lícia. mento de estações de cobertura, a fim de permitir a
localização da vítima ou do suspeito do delito em
31.Em havendo conflito entre o Código de Processo Penal curso.
e uma lei especial que contenha normas processuais, a D. Nas comarcas em que houver mais de uma circuns-
solução será a crição policial, diligências em circunscrição diversa
A. aplicação da norma que for mais recente, indepen- da que tramita o inquérito policial dependerá de ex-
dentemente de eventual benefício ao réu. pedição de carta precatória.
B. aplicação da lei especial e, quando omissa, subsidi- E. As diligências requeridas pelo ofendido, no curso do
ariamente do Código de Processo Penal. inquérito policial, serão ou não realizadas a juízo da
C. aplicação do que for mais favorável ao acusado, in- Autoridade Policial.
dependentemente da data de promulgação.
D. conjugação de ambos os diplomas, aplicando-se as 35.Durante o inquérito, o advogado
normas que forem mais benéficas ao acusado. A. pode assistir a seus clientes investigados durante a
E. prevalecência da regra geral do Código de Processo apuração de infrações, sob pena de nulidade abso-
Penal, em virtude da proibição constitucional dos ju- luta do respectivo interrogatório ou depoimento e,
ízos de exceção. subsequentemente, de todos os elementos investi-
gatórios e probatórios dele decorrentes ou deriva-
32.Do despacho que indeferir o requerimento de abertura dos, direta ou indiretamente, mas não pode apre-
de inquérito (CPP, art. 5º, § 2º) sentar razões e quesitos.
A. caberá recurso para o chefe de Polícia. B. não precisa apresentar procuração para examinar
B. caberá recurso para o Promotor de Justiça Correge- autos sujeitos a sigilo, desde que ainda não conclu-
dor da Polícia Judiciária. sos à autoridade.
C. caberá recurso para o Juiz Corregedor da Polícia C. pode ter delimitado, pela autoridade competente, o
Judiciária. acesso aos elementos de prova relacionados a dili-
D. caberá recurso para o Desembargador Corregedor gências em andamento e ainda não documentadas
Geral de Justiça. nos autos, quando houver risco de comprometimen-
E. não caberá recurso. to da eficiência, da eficácia ou da finalidade das di-
ligências.
33.Aplicar-se-á a lei processual penal, nos estritos termos D. pode examinar, em qualquer instituição responsável
dos arts. 1º, 2º e 3º do CPP, por conduzir a investigação, mesmo sem procura-
A. aos processos de competência da Justiça Militar. ção, autos de flagrante e de investigações de qual-
B. ultrativamente, mas apenas quando favorecer o quer natureza, findos ou em andamento, ainda que
acusado. conclusos à autoridade, mas não pode copiar peças
C. retroativamente, mas apenas quando favorecer o e tomar apontamentos por meio digital.
acusado.
D. desde logo, sem prejuízo da validade dos atos reali-
zados sob a vigência da lei anterior.
36.À polícia judiciária compete a apuração das infrações C. Sim, desde que constate que os fatos foram prati-
penais e respectiva autoria, sendo correto afirmar que cados sob alguma causa excludente de ilicitude.
A. a instauração do inquérito policial, nos crimes de D. Sim, desde que constate que os fatos foram prati-
ação penal pública condicionada à representação, cados em legítima defesa ou estado de necessida-
dar-se-á de ofício pela autoridade policial; entretan- de.
to, decorrido o prazo decadencial sem que a vítima E. Sim, desde que exaustivas diligências comprovem a
represente, os autos serão por ela arquivados. impossibilidade de elucidar a autoria criminosa.
B. no inquérito policial, por se tratar de procedimento
administrativo, não se aplica o princípio do contradi- 39.Sobre os prazos para a conclusão do inquérito policial,
tório, sendo vedado ao indiciado requerer a realiza- é correto afirmar que
ção de qualquer diligência à autoridade policial. A. se for decretada prisão temporária em crime hedi-
C. o inquérito policial, se solto o indiciado, deverá ser ondo, o indiciado pode permanecer preso por até
finalizado no prazo de 30 (trinta), de acordo com o noventa dias, sem que seja necessária a conclusão
artigo 10 do Código de Processo Penal, sendo ve- do inquérito.
dada a prorrogação de prazo para a realização de B. nos crimes de competência da Justiça Federal, o
ulteriores diligências. prazo é de quinze dias, prorrogáveis por mais quin-
D. autoridade policial, nos atestados de antecedentes ze, em regra.
que lhe forem solicitados, não poderá mencionar C. para os crimes de tráfico de drogas o prazo é de dez
quaisquer anotações referentes a instauração de dias improrrogáveis.
inquérito contra os requerentes. D. se o indiciado estava solto ao ser decretada sua
E. o inquérito policial, uma vez oferecida a denúncia ou prisão preventiva, o prazo de dez dias conta-se da
proposta a queixa, não acompanhará os autos da data da decretação da prisão.
ação penal, dado seu caráter meramente informati- E. a autoridade policial possui o prazo de trinta dias
vo. improrrogáveis para todos os casos previstos na le-
gislação processual penal.
37.Quanto ao prazo para o encerramento do inquérito
policial, é correto afirmar que 40.O ato de indiciamento
A. o inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o A. vincula o Ministério Público, que não poderá reque-
indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver rer o arquivamento do inquérito.
preso preventivamente, contado o prazo, nesta hi- B. é, em regra, atribuição do delegado de polícia; ex-
pótese, a partir do dia em que se executar a ordem cepcionalmente tal poder poderá ser conferido ao
de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver promotor de justiça.
solto, mediante fiança ou sem ela. C. decorre do fato de a autoridade policial convencer-
B. o inquérito deverá terminar no prazo de 15 dias, se o se da autoria da infração penal, atribuída a determi-
indiciado tiver sido preso em flagrante, ou no prazo nado(s) indivíduo(s).
de 30 dias, quando estiver solto. D. transforma o indivíduo suspeito da prática do delito
C. o inquérito deverá terminar no prazo de 20 dias, se o em acusado.
indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver E. é um ato informal eventualmente realizado durante
preso preventivamente, contado o prazo, nesta hi- o inquérito policial.
pótese, a partir do dia em que se executar a ordem
de prisão, ou no prazo de 45 dias, quando estiver
solto.
D. o inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver
preso preventivamente, ou no prazo de 60 dias, se B C E B C B B A E C
estiver solto, ou em qualquer outro prazo que tenha 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
sido determinado pelo juiz.
E. o Código de Processo Penal não estipula prazo para A C C D E A C B B D
o encerramento, devendo este ser estipulado pelo 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
juiz.
D C C C E A C A E E
38.A autoridade policial pode determinar o arquivamento 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
de autos de inquérito policial?
A. Não, por expressa disposição legal. B A D E C D A A B C
B. Sim, desde que constate que a punibilidade está ex-
tinta.
Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, 02.Através do oferecimento de denúncia, o Ministério
à sombra do Onipotente descansará. Público inicia um processo em que se imputa a deter-
Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, minada pessoa um crime de ação penal pública.
a minha fortaleza, e nele confiarei. Com base nas previsões do Código de Processo Penal,
Porque ele te livrará do laço do passarinheiro, existem formalidades legais que devem ser observa-
e da peste perniciosa. das pelo Promotor de Justiça no momento de apresen-
Ele te cobrirá com as suas penas, tar a inicial acusatória.
e debaixo das suas asas te confiarás;
a sua verdade será o teu escudo e broquel. A denúncia deverá conter:
Não terás medo do terror de noite A. a classificação do crime, a qual não vincula o ma-
nem da seta que voa de dia,. gistrado, que poderá dar nova classificação jurídica
Salmos 91:1-5 no momento da sentença com base em novos fatos
descobertos durante a instrução, ainda que sem
qualquer alteração da inicial acusatória;
B. a qualificação do acusado, mas, caso sua identifi-
Assunto: 4. Ação Penal cação através do nome seja desconhecida, poderão
constar esclarecimentos pelos quais possa ser
identificado, tornando certa a identidade física;
01.Promotor de Justiça ofereceu denúncia em face de
C. a exposição do fato criminoso com todas as suas
Luiz, imputando-lhe a prática do crime de estelionato
circunstâncias, não podendo a agravante da reinci-
(Pena: reclusão, de 01 a 05 anos, e multa). Em que pese
dência ser reconhecida se não imputada na inicial
a pena mínima de um ano, deixou de oferecer proposta
acusatória;
de suspensão condicional do processo, sob o funda-
D. a classificação do crime, que vinculará o magistra-
mento de que deveriam ser observados os requisitos
do no momento da sentença, ainda que não haja
da suspensão condicional da pena e que Luiz respon-
necessidade de alteração dos fatos narrados;
deria a três outras ações penais pela suposta prática
E. o rol de testemunhas, computando-se no limite má-
de crimes contra o patrimônio. No momento de avaliar
ximo as testemunhas referidas.
o recebimento da denúncia, o magistrado competente
não concordou com o não oferecimento de proposta de
03.João ofereceu queixa-crime em face de José, impu-
suspensão condicional do processo.
tando-lhe a prática do crime de calúnia majorada. No
curso da instrução, após recebimento da queixa-crime,
Considerando as informações narradas, com base na
João não compareceu para dar prosseguimento ao fei-
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o promo-
to, sendo certificado pelo oficial de justiça que não foi
tor de justiça, ao não oferecer o benefício despenali-
possível intimar João pelo fato de a área de sua resi-
zador, está:
dência ser de risco. O Ministério Público, na qualidade
A. equivocado, já que somente o réu reincidente não
de custos legis, através de seus próprios servidores,
faz jus ao benefício da suspensão condicional do
auxiliou o Oficial de Justiça e foi realizada a intimação
processo, apesar de os requisitos da suspensão
do querelante para dar prosseguimento ao feito e in-
condicional da pena realmente terem de ser obser-
formando sobre a data da audiência designada. Pas-
vados;
sados 30 (trinta) dias, João manteve-se inerte e não
B. equivocado, pois os requisitos da suspensão condi-
compareceu à audiência de instrução e julgamento.
cional da pena não se confundem com os da sus-
pensão condicional do processo e somente o réu
Considerando apenas os fatos narrados, é correto
tecnicamente reincidente não faz jus ao benefício;
afirmar que:
C. correto, mas, discordando o magistrado, deverá este
A. o reconhecimento da extinção da punibilidade em
submeter a questão ao Procurador-Geral de Justiça,
razão do perdão do ofendido ocorrido depende de
aplicando-se, por analogia, as previsões do art. 28
requerimento do Ministério Público, não podendo
do CPP;
ser declarada de ofício pelo magistrado;
D. correto, mas, diante da discordância, o magistrado
B. a perempção restou configurada, gerando a extin-
poderá oferecer diretamente a proposta de suspen-
ção da punibilidade do agente, aplicando-se o prin-
são condicional do processo, já que se trata de di-
cípio da disponibilidade das ações penais privadas;
reito subjetivo do réu;
C. a renúncia restou configurada, gerando a extinção
E. correto e, ainda que o magistrado discorde, nada
da punibilidade do querelado, em respeito ao princí-
poderá ser feito, tendo em vista que o Ministério
pio da oportunidade das ações penais privadas;
Público é o titular da iniciativa das ações penais
públicas.
D. o perdão do ofendido restou configurado, gerando a A. a denúncia por parte do Ministério Público depende
extinção da punibilidade do querelado, independen- de representação do ofendido, a ser oferecida no
temente de sua concordância; prazo de 06 (seis) meses a contar do conhecimento
E. o procedimento deve prosseguir, cabendo ao Minis- da autoria, ainda que o inquérito policial possa ser
tério Público assumir o polo ativo diante da omis- instaurado independentemente da manifestação de
são do querelante. vontade de Gabriel;
B. as investigações em inquérito policial não poderiam
04.Hugo foi vítima de crime de dano simples, tendo ele ocorrer pelo prazo inicial de 20 (vinte) dias, conside-
identificado que a autora do fato seria sua ex- rando a previsão legislativa de que o inquérito deve
namorada Joana. Acreditando que a ex-namorada ado- ter prazo máximo de 10 (dez) dias, apenas podendo
tou o comportamento em um momento de raiva, de- ser prorrogado por igual prazo;
monstra seu desinteresse em vê-la processada crimi- C. o inquérito policial não poderia ter sido instaurado
nalmente. Ocorre que os fatos chegaram ao conheci- pela autoridade policial sem a concordância do
mento da autoridade policial e do Ministério Público. ofendido, considerando a natureza da ação penal do
crime investigado;
Considerando que o crime de dano simples é de ação D. a queixa, caso Gabriel opte por apresentá-la, deverá
penal privada, se aplica, ao caso, o princípio da: ser oferecida no prazo máximo de 06 (seis) meses a
A. indivisibilidade, de modo que Hugo tem obrigação contar da data do fato, ainda que outra data seja a
de apresentar queixa-crime em desfavor de todos os do conhecimento da autoria;
autores do fato, a partir da identificação da autoria; E. a autoridade policial poderá, entendendo pela au-
B. disponibilidade, podendo, porém, o Ministério Públi- sência de materialidade delitiva, arquivar diretamen-
co oferecer denúncia em caso de omissão do ofen- te o inquérito policial.
dido pelo prazo de 06 (seis) meses;
C. obrigatoriedade, devendo Hugo apresentar queixa- 06.A ação penal pode ser iniciada através do oferecimen-
crime em desfavor de Joana, sob pena de interven- to de denúncia, nas ações penais públicas, ou queixa,
ção do Ministério Público; nas ações penais privadas, cada uma das espécies de
D. disponibilidade, de modo que deve ser reconhecido ação possuindo tratando próprio previsto no Código de
que houve, na hipótese, perempção; Processo Penal. São aplicáveis às ações penais de ini-
E. oportunidade, de modo que cabe a Hugo decidir por ciativa privada os princípios da:
apresentar ou não queixa-crime em desfavor de Jo- A. oportunidade, disponibilidade e indivisibilidade;
ana. B. obrigatoriedade, disponibilidade e indivisibilidade;
C. conveniência, disponibilidade e divisibilidade;
05.Gabriel, funcionário público do Tribunal de Justiça do D. oportunidade, indisponibilidade e intranscendência;
Ceará, foi vítima de um crime de injúria, sendo a ofen- E. conveniência, divisibilidade e intranscendência.
sa relacionada ao exercício de sua função pública. Op-
tou, porém, por nada fazer em desfavor do autor da 07.O Código de Processo Penal prevê uma série de insti-
ofensa. Ocorre que a chefia imediata de Gabriel, infor- tutos aplicáveis às ações penais de natureza privada.
mada sobre o ocorrido, e revoltada com o desrespeito, Sobre tais institutos, é correto afirmar que:
compareceu à delegacia e narrou o fato para autorida- A. a renúncia ao exercício do direito de queixa ocorre
de policial, que instaurou procedimento e fixou prazo antes do oferecimento da inicial acusatória, mas
inicial de 20 dias para investigações. Após 19 dias, deverá ser expressa, seja através de declaração do
concluídas as investigações, o Delegado se prepara ofendido seja por procurador com poderes especi-
para apresentar relatório final. Ao tomar conhecimento ais;
dos fatos, Gabriel procura seu advogado para assis- B. o perdão do ofendido oferecido a um dos querela-
tência jurídica. dos poderá a todos aproveitar, podendo, porém, ser
recusado pelo beneficiário, ocasião em que não
Considerando as informações narradas e o Enunciado produzirá efeitos em relação a quem recusou;
704 da Súmula de Jurisprudência do Supremo Tribunal C. a renúncia ao exercício do direito de queixa ocorre
Federal (É concorrente a legitimidade do ofendido, medi- após o oferecimento da inicial acusatória, gerando
ante queixa, e do Ministério Público, condicionada à re- extinção da punibilidade em relação a todos os que-
presentação do ofendido, para a ação penal por crime relados;
contra a honra de servidor público em razão do exercício D. a decadência ocorrerá se o ofendido não oferecer
de suas funções), o advogado de Gabriel deverá escla- queixa no prazo de 06 meses a contar da data dos
recer que: fatos, sendo irrelevante a data da descoberta da au-
toria;
E. a perempção ocorre quando o querelante deixa de B. recebimento da queixa em face de Marta, uma vez
comparecer a atos processuais para os quais foi in- que a mesma foi oferecida dentro do prazo legal,
timado, ainda que de maneira justificada. nada mais podendo ser feito em relação à Mariana,
já que houve renúncia ao exercício do direito de
08.Cinco meses após ser vítima de crime de calúnia majo- queixa em relação a esta.
rada, Juliana, 65 anos, apresentou queixa em desfavor C. não recebimento da queixa em face de Marta, diante
de Tereza, suposta autora do fato, perante Vara Crimi- da renúncia ao exercício do direito de queixa em fa-
nal, que era o juízo competente. Recebida a queixa, no vor de Mariana.
curso da ação, Juliana, solteira, veio a falecer, deixan- D. não recebimento da queixa em face de Marta, uma
do como único familiar sua filha Maria, de 30 anos de vez que houve perdão do ofendido.
idade, já que não tinha irmãos e seus pais eram previ- E. recebimento da queixa em face de Marta, bem como
amente falecidos. Após a juntada da certidão de óbito, intimação do querelante para imediato aditamento
o serventuário certificou tal fato na ação penal. da queixa, incluindo Mariana no polo passivo.

Diante da certidão e da natureza da ação, é correto 10.Matheus foi vítima de crime de ação penal pública
afirmar que: condicionada à representação. Logo após os fatos,
A. deverá a ação penal, diante da apresentação de compareceu em sede policial e, oralmente, manifestou
queixa pela vítima antes de falecer, ter regular pros- ao Delegado o interesse em representar em face do au-
seguimento, intimando-se Maria dos atos, em razão tor dos fatos. Diante disso, foi oferecida denúncia pelo
do princípio da indisponibilidade das ações priva- Ministério Público. Matheus, porém, se arrependeu e
das; demonstrou interesse em se retratar da representação
B. deverá o juiz, diante da natureza da ação penal de enquanto a denúncia não era recebida.
natureza privada, extinguir o processo sem julga-
mento do mérito, não podendo terceiro prosseguir Considerando apenas as informações narradas, é cor-
na posição de querelante; reto afirmar que Matheus:
C. deverá ser reconhecida a decadência caso Maria A. não poderá se retratar da representação, já que o
não compareça em juízo no prazo legal para dar Código de Processo Penal não admite retratação,
prosseguimento à ação penal; independentemente do momento, uma vez realizada
D. deverá ser reconhecida a perempção caso Maria a representação perante autoridade policial;
não compareça em juízo no prazo legal para dar B. poderá se retratar da representação, mesmo após o
prosseguimento à ação penal; recebimento da denúncia, em razão do princípio da
E. poderá Maria, diante do falecimento de Juliana, disponibilidade da ação penal pública condicionada
prosseguir na ação penal, que passará a ser classi- à representação;
ficada como privada subsidiária da pública. C. não precisa se retratar da representação, pois esta
foi inválida, já que realizada oralmente;
09.Paulo foi vítima de um crime de difamação, crime esse D. poderá se retratar da representação, tendo em vista
de ação penal privada, no dia 01 de dezembro de 2017, que a denúncia não foi recebida;
ocasião em que recebeu uma carta com o conteúdo E. não poderá se retratar da representação, tendo em
criminoso. Diante disso, compareceu, no mesmo dia, vista que a denúncia já foi oferecida.
em sede policial, narrou o ocorrido e demonstrou inte-
resse na investigação da autoria delitiva. No dia 14 de 11.Foi instaurado inquérito policial para apurar a suposta
dezembro de 2017, foi elaborado relatório conclusivo, prática de crime de estelionato, figurando Valéria co-
indicando que Mariana e Marta agiram em comunhão mo vítima e Júlio César como indiciado. Após a reali-
de ações e desígnios e eram as autoras do delito. Pau- zação de diversas diligências e a apresentação de rela-
lo procura Mariana, que era sua ex-companheira, para tório conclusivo por parte da autoridade policial, o Mi-
esclarecimentos sobre o ocorrido, ocasião em que os nistério Público analisou os elementos informativos e
dois se entendem e retomam o relacionamento. Em re- encaminhou ao Judiciário promoção de arquivamento,
lação à Marta, porém, Paulo ofereceu queixa-crime, entendendo pela inexistência de justa causa. Ao tomar
em 13 de junho de 2018, imputando-lhe a prática do conhecimento, Valéria fica revoltada com a conduta do
crime do Art. 139 do CP. Com base apenas nas infor- órgão ministerial, pois está convicta de que Júlio Cé-
mações narradas, ao analisar o procedimento em 15 sar seria o autor do delito. Diante disso, apresenta
de junho de 2018, o Promotor de Justiça deverá opinar queixa, iniciando ação penal privada subsidiária da pú-
pelo blica.
A. não recebimento da queixa em face de Marta, tendo
em vista que houve decadência no exercício do di-
reito de queixa.
Quando iniciada a análise da ação penal privada sub- C. rejeitar a denúncia, porque especificamente o delito
sidiária da pública, deverá o órgão do Poder Judiciário praticado por Paulo, apesar da alteração legislativa,
competente: continua sendo de ação penal privada, reconhecen-
A. receber a inicial acusatória e, caso o ofendido deixe do a prescrição;
de promover o andamento do processo por 30 dias D. rejeitar a denúncia, porque especificamente o delito
seguidos, deverá ser reconhecida a perempção; praticado por Paulo, apesar da alteração legislativa,
B. não receber a inicial acusatória, tendo em vista que continua sendo de ação penal privada, reconhecen-
não houve omissão do Ministério Público a justifi- do a decadência;
car a ação penal privada subsidiária da pública; E. receber a denúncia, porquanto, com a mudança le-
C. receber a inicial acusatória, passando o ofendido a gislativa, tanto o ofendido como o Ministério Públi-
figurar como parte do processo, não podendo o Mi- co poderiam deflagrar a ação penal respectiva.
nistério Público aditar a queixa oferecida;
D. receber a inicial acusatória, podendo o Ministério 14.Quando em discussão, ocorrida entre o casal Luciano e
Público oferecer denúncia substitutiva da queixa, Vanessa, casados há muitos anos, o cônjuge-varão
fornecer elementos de prova e interpor recursos; vem a agredir sua esposa, causando-lhe lesões corpo-
E. não receber a inicial acusatória, pois não há previ- rais leves. Levados à delegacia de polícia local, Lucia-
são do instituto da ação penal privada subsidiária no é preso em flagrante delito. Vanessa, por seu turno,
da pública na Constituição da República de 1988, se revela arrependida de ter acionado o aparato polici-
não sendo a previsão do Código de Processo Penal al, razão pela qual afirma ao delegado de polícia seu
recepcionada. desejo de “retirar a queixa”, tendo a autoridade policial
esclarecido, à ocasião, que sua manifestação de von-
12.Guilherme Nucci define ação penal como “o direito do tade seria fator absolutamente irrelevante para o pros-
Estado-acusação ou da vítima de ingressar em juízo, seguimento dos atos de investigação penal. No caso, a
solicitando a prestação jurisdicional, representada pe- hipótese é de:
la aplicação das normas de direito penal ao caso con- A. lesão corporal qualificada pela violência doméstica,
creto”. Tradicionalmente, a doutrina classifica as que se persegue pela via da ação penal pública
ações penais como públicas e privadas, que possuem condicionada, sendo, portanto, indispensável ex-
diferentes tratamentos a partir de sua natureza. pressa autorização da vítima;
B. lesão corporal qualificada pela violência doméstica,
Assim, de acordo com as previsões do Código de Pro- que se persegue pela via da ação penal pública in-
cesso Penal e da doutrina, são aplicáveis às ações pe- condicionada, conforme orientação já pacificada no
nais de natureza privada os princípios da: âmbito do Supremo Tribunal Federal;
A. conveniência, indisponibilidade e indivisibilidade; C. ação de iniciativa privada, cabendo à vítima, ou a
B. conveniência, indisponibilidade e divisibilidade; qualquer interessado, a deflagração da ação penal;
C. oportunidade, disponibilidade e indivisibilidade; D. ação penal pública incondicionada, que pode ser de-
D. oportunidade, disponibilidade e divisibilidade; flagrada pela própria autoridade policial ou por ter-
E. obrigatoriedade, disponibilidade e divisibilidade. ceiro interessado;
E. arquivamento, a critério da autoridade policial, que
13.Paulo praticou determinada conduta prevista como deverá recorrer, de ofício, ao chefe de polícia.
crime, prevendo a legislação então vigente que a ação
respectiva ostenta a natureza privada. Três meses de- 15.Determinada vítima de um crime de injúria, ou seja,
pois do ocorrido, em razão de mudança legislativa, o delito de ação penal privada, comparece ao Ministério
crime praticado por Paulo passou a ser de ação penal Público e solicita reunião com o promotor de justiça
pública incondicionada. Um ano após os fatos crimi- para esclarecimentos. Na ocasião, narra que identifi-
nosos, o Ministério Público ofereceu denúncia contra cou serem duas as autoras do crime, Joana e Carla,
Paulo em razão daquele comportamento, tendo em que confessaram. Entretanto, como Joana é amiga de
vista que o ofendido não havia proposto queixa em sua filha, a vítima não tem interesse em oferecer quei-
momento anterior. xa em face da mesma, mas somente contra Carla.
Considerando os princípios aplicáveis às ações penais
De acordo com a situação acima exposta, é correto privadas e a situação exposta, deverá o promotor es-
afirmar que o juiz deve: clarecer que:
A. receber a denúncia, sendo o Ministério Público parte A. aplica-se o princípio da obrigatoriedade às ações
legítima, eis que a nova lei deve ser imediatamente penais privadas, de modo que a queixa deverá ser
aplicada; formulada em face das duas autoras;
B. rejeitar a denúncia, eis que o Ministério Público não
deflagrou a ação penal no prazo de seis meses;
B. aplica-se o princípio da oportunidade às ações pe- C. Raquel não poderia propor queixa-crime apenas em
nais privadas, razão pela qual poderá a vítima for- face de Clara, pois houve perdão do ofendido e este,
mular queixa apenas em face de uma das autoras quando concedido a um dos autores do crime, aos
do crime; demais se estende.
C. o princípio da indivisibilidade é exclusivo das ações D. Raquel poderia propor queixa-crime apenas em face
penais públicas, já que o promotor está sujeito ao de Clara, pois se aplica à ação penal privada o prin-
princípio da obrigatoriedade; cípio da oportunidade.
D. aplica-se o princípio da disponibilidade às ações E. Raquel não poderia propor queixa-crime em face de
penais privadas, razão pela qual poderá a vítima Clara, pois houve perempção.
formular queixa apenas em face de uma das auto-
ras do crime; 18.A hipótese abaixo que NÃO será caso de rejeição da
E. aplica-se o princípio da oportunidade às ações pe- denúncia é:
nais privadas, mas a renúncia em relação a um dos A. ser esta manifestamente inepta;
autores do crime se estende aos demais. B. faltar a esta pressuposto processual;
C. faltar uma das condições para o legítimo exercício
16.Promotor de Justiça com atribuição recebe autos de do direito de ação penal;
inquérito policial em que se apura a prática do crime D. não estar necessariamente instruída com inquérito;
de estupro de vulnerável, crime este de ação penal pú- E. faltar justa causa para o exercício da ação penal.
blica incondicionada. Entendendo que não há prova de
que o crime ocorreu, 05 dias após receber os autos, 19.No dia 01.02.2015, Lucas foi vítima de um crime de
promove pelo arquivamento, encaminhando o inquéri- dano praticado por motivo egoístico, previsto no art.
to para homologação do magistrado. Tomando conhe- 163, parágrafo único, inciso IV, do Código Penal, sendo
cimento dessa informação, a avó da vítima apresenta as autoras do delito Lidiane, sua ex-namorada, e Rosa,
queixa em ação penal privada subsidiária da pública. mãe desta. Em um primeiro momento, porém, Lucas
Considerando o fato narrado, é correto afirmar que tal não tinha conhecimento da autoria delitiva, somente
queixa: vindo a descobrir depois de transcorridos 2 meses.
A. deve ser recebida e, em caso de negligência do que- Considerando que o delito é de ação penal privada, Lu-
relante, deve ser reconhecida a perempção; cas, no dia 02.08.2015, propõe queixa-crime apenas
B. não deve ser recebida, tendo em vista que o institu- em face de Rosa, tendo em vista que sempre teve pro-
to da ação penal privada subsidiária da pública não blemas com a sogra, não tendo interesse que Lidiane
foi recepcionado pela Constituição de 1988; seja processada criminalmente. Diante do exposto, é
C. deve ser recebida, podendo o Ministério Público ofe- correto afirmar que a queixa, na forma proposta:
recer denúncia substitutiva ou aditar a queixa; A. não poderá ser recebida, pois se aplica à ação penal
D. não deve ser recebida, pois não houve omissão do privada o princípio da indivisibilidade;
Ministério Público; B. não poderá ser recebida em virtude da ocorrência
E. deve ser recebida e, em caso de negligência do que- da decadência;
relante, o Ministério Público deverá assumi-la como C. não poderá ser recebida, pois se aplica à ação penal
parte principal, já que não perde natureza de ação privada o princípio da obrigatoriedade;
pública. D. poderá ser recebida, pois se aplica à ação penal pri-
vada o princípio da oportunidade;
17.Raquel, professora da escola “Artes", foi vítima de um E. poderá ser recebida, pois se aplica à ação penal pri-
crime de injúria, cuja ação penal é privada, praticado vada o princípio da disponibilidade.
por Clara e Ana, duas mães de alunas de sua classe.
Decide, então, no último dia do prazo, propor queixa- 20.Tradicionalmente, a doutrina classifica as ações pe-
crime em face de Clara, mas não contra Ana, afirman- nais como privadas, públicas incondicionadas, públi-
do expressamente que não tinha interesse em ver pro- cas condicionadas e privadas subsidiária da pública.
cessada a mãe de sua aluna preferida. Considerando o Os princípios aplicáveis às ações exclusivamente pri-
caso exposto, assinale a afirmativa correta. vadas são:
A. Raquel não poderia propor queixa-crime apenas em A. oportunidade, disponibilidade e indivisibilidade;
face de Clara, pois a renúncia ao exercício do direito B. obrigatoriedade, indisponibilidade e indivisibilidade;
de queixa em relação a um dos autores do crime a C. oportunidade, indisponibilidade e divisibilidade;
todos se estenderá. D. oportunidade, disponibilidade e divisibilidade;
B. Raquel poderia propor queixa-crime apenas em face E. obrigatoriedade, disponibilidade e divisibilidade.
de Clara, pois se aplica à ação penal privada o prin-
cípio da disponibilidade.
21.João foi vítima de um delito de dano, crime este de 23.Ilídio e Ortega ofenderam a honra de Luana, praticando
ação penal privada. Em razão disso, ofereceu queixa um crime único, em concurso de agentes, de injúria.
crime, de maneira regular, em desfavor de Renato, au- Luana procura um advogado na intenção de propor
tor dos fatos. Após o recebimento da queixa, intima- queixa-crime contra Ilídio, explicando que, por ter sen-
dos para audiência de instrução e julgamento, o quere- timentos por Ortega, não deseja contra ele iniciar uma
lante e seu advogado não compareceram, de maneira ação. Diante disso, vai à Delegacia, antes de adotar
injustificada. O magistrado entendeu por bem intimar qualquer medida judicial, e expressamente renuncia ao
o querelante para justificar a ausência, mas este se direito de propor queixa contra Ortega por esses fatos.
manteve inerte por 30 dias. Diante disso, deverá o juiz
da causa reconhecer a: Nesse caso, é correto afirmar que a queixa-crime pos-
A. decadência, que poderá ocorrer em ações penais de teriormente proposta em face de Ilídio:
natureza pública condicionada à representação e de A. deverá ser recebida pelo magistrado, desde que o
natureza privada; advogado apresente procuração com poderes es-
B. prescrição, que, em tese, poderá ocorrer em crimes peciais;
cuja ação penal seja de qualquer natureza; B. não poderá ser recebida pelo magistrado, pois o
C. perempção, que só poderá ocorrer em ações penais perdão do ofendido a um dos autores do crime aos
de natureza privada; demais se estende;
D. decadência, que só poderá ocorrer em ações penais C. deverá ser recebida pelo magistrado, pois a renún-
de natureza privada; cia do ofendido é ato individual, não se estendendo
E. perempção, que poderá ocorrer em ações penais de aos demais agentes;
natureza pública condicionada à representação e de D. não poderá ser recebida pelo magistrado, pois a re-
natureza privada. núncia do ofendido a um dos autores do crime aos
demais se estende;
22.Carla alega ser vítima de um crime de extorsão medi- E. deverá ser recebida pelo magistrado, bastando que
ante sequestro por parte de seu ex-namorado, de mo- seja conferida ao advogado procuração com pode-
do que comparece à Delegacia e narra tal fato. O pro- res gerais.
motor de justiça com atribuição, após analisar as in-
vestigações realizadas, conclui que não existem indí- 24.Kim, 31 anos, invejada por sua fama e beleza, foi víti-
cios mínimos de autoria e prova da materialidade, ma- ma de crime de ameaça, previsto no artigo 147 do Có-
nifestando-se pelo arquivamento do inquérito porque digo Penal, que assim dispõe: “Ameaçar alguém, por pa-
mais parece uma vingança de Carla pelo fim do relaci- lavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico,
onamento. de causar-lhe mal injusto e grave: Pena - detenção de 1 a
6 meses, ou multa. Parágrafo único. Somente se procede
Considerando a situação narrada, é correto afirmar mediante representação.” A carta ameaçadora não foi
que: assinada, mas constava que foi enviada em
A. não cabe ação penal privada subsidiária da pública, 05.01.2015 e recebida em 07.01.2015. No dia
pois esse instituto não é previsto no Código de Pro- 20.01.2015, Kim descobriu que a ameaça havia sido
cesso Penal; realizada por Scott. Sobre essa situação hipotética, é
B. cabe ação penal privada subsidiária da pública, mas correto afirmar que para exercer o direito de represen-
o Ministério Público não pode aditar a queixa formu- tação, Kim teria o prazo de:
lada; A. 03 meses, contado a partir de 07.01.2015;
C. não cabe ação penal privada subsidiária da pública, B. 06 meses , contado a partir de 20.01.2015;
pois não houve omissão do Ministério Público; C. 03 meses , contado a partir de 20.01.2015;
D. cabe ação penal privada subsidiária da pública, e D. 06 meses , contado a partir de 07.01.2015;
deve o Ministério Público intervir em todos os ter- E. 03 meses , contado a partir de 06.01.2015.
mos do processo;
E. diante da manifestação do Ministério Público, cabe 25.Renata foi autora de crime de injúria praticado em
ação privada subsidiária e a posterior omissão do desfavor de Ana Carolina, sua antiga vizinha e, até en-
querelante não permite que aquele retome a ação tão, amiga. Diante disso, Ana Carolina procurou um
como parte principal. advogado e propôs queixa crime, observadas todas as
formalidades legais. Renata foi citada e a instrução te-
ve seu curso regular. Foi publicada decisão intimando
o defensor da vítima e o querelante para apresentarem
alegações finais, tendo se mantido inerte por 40 dias.
O fato de o querelante deixar de promover o andamen- 29.Caso o querelante proponha, na própria queixa-crime,
to desse processo durante 30 dias seguidos, de acordo composição civil dos danos para parte dos querelados,
com o Código de Processo Penal, configura: a peça acusatória deverá ser:
A. perdão tácito do ofendido; A. recebida na sua integralidade, por força do princípio
B. perempção; da obrigatoriedade;
C. perdão judicial tácito; B. recebida na sua integralidade, por força do princípio
D. renúncia ao direito de representação; da indivisibilidade;
E. decadência. C. rejeitada na sua integralidade, por força do princípio
da obrigatoriedade;
26.Constituem elementos autenticativos da denúncia: D. rejeitada na sua integralidade, por força do princípio
A. qualificação do acusado; da indivisibilidade;
B. data e assinatura do Promotor de Justiça; E. suspensa a admissiblidade, aguardando a aceitação
C. qualificação das partes; da composição.
D. exposição do fato com todas as circunstâncias;
E. classificação do crime. 30.A ação penal condenatória poderá ter início através do
oferecimento de queixa ou denúncia. Sobre essas pe-
27.A queixa-crime pode ser recebida quando for ofertada: ças, é correto afirmar que:
A. por advogado substabelecido com reserva de direi- A. a classificação do crime não precisa ser indicada, já
tos, por procurador que recebera do querelante os que o réu se defende dos fatos apresentados;
poderes para o foro em geral; B. a queixa poderá ser apresentada pessoalmente pelo
B. por advogado substabelecido sem reserva de direi- querelante ou por procurador com poderes gerais;
tos, por procurador que recebera do querelante os C. estando o réu preso, o prazo para oferecimento da
poderes para o foro em geral; denúncia pelo Ministério Público será de 10 dias,
C. por advogado substabelecido com reserva de direi- contado do recebimento do inquérito;
tos, por procurador que recebera do querelante os D. o oferecimento de denúncia ou queixa depende da
poderes especiais; prévia existência de inquérito policial;
D. nos casos de procuração que outorga poderes es- E. não sendo possível obter a qualificação do acusado,
peciais, vedado o substabelecimento com ou sem poderá ser oferecida denúncia com esclarecimentos
reserva de poderes; pelos quais se possa identificá-lo.
E. nos casos de procuração que outorga poderes para
o foro em geral, vedado o substabelecimento com
ou sem reserva de poderes.
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
28.Na ação penal pública, o Ministério Público:
A. não está obrigado a denunciar todos os envolvidos C B B E C A B D C E
no fato tido por delituoso, diante da incidência do 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
princípio da autonomia;
B. está obrigado a denunciar todos os envolvidos no B C D B E D A D A A
fato tido por delituoso, diante da incidência da uni- 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
ão;
C. não está obrigado a denunciar todos os envolvidos C C D B B B C E D E
no fato tido por delituoso, diante da incidência do
princípio da indivisibilidade;
D. está obrigado a denunciar todos os envolvidos no
fato tido por delituoso, diante da não incidência do
princípio da autonomia;
E. não está obrigado a denunciar todos os envolvidos
no fato tido por delituoso, diante da não incidência
do princípio da indivisibilidade.
Levantarei os meus olhos para os montes, À luz dos direitos e garantias fundamentais assegura-
de onde vem o meu socorro. dos pela ordem constitucional e o entendimento preva-
O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra. lecente no âmbito do Supremo Tribunal Federal, é cor-
Não deixará vacilar o teu pé; reto afirmar que a referida apreensão foi:
aquele que te guarda não tosquenejará. A. ilícita, pois, apesar da apreensão das substâncias
Eis que não tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel. entorpecentes, foi realizada durante a madrugada;
O Senhor é quem te guarda; B. lícita, pelo só fato de terem sido apreendidas subs-
o Senhor é a tua sombra à tua direita. tâncias entorpecentes no local;
Salmos 121:1-5 C. ilícita, pois o ingresso no domicílio, contra a vontade
do morador, deve ser realizado de dia e com man-
dado judicial;
D. lícita, desde que a entrada forçada tenha sido ampa-
Assuntos: 5. Prisão e liberdade provisória. 6. Lei nº 7.960/1989 rada em fundadas razões, justificadas em momento
(prisão temporária) posterior;
E. ilícita, pois, apesar da apreensão das substâncias
entorpecentes, foi realizada sem mandado judicial.
01.Bernardo foi preso em flagrante e indiciado pela práti-
ca do crime do art. 24-A da Lei nº 11.340/06 (Descum-
03.Buscando concretizar a ideia de que a prisão preventi-
prir decisão judicial que defere medidas protetivas de ur-
va somente deve ser decretada em situações excepci-
gência previstas nesta Lei: pena – detenção, de 3 (três)
onais, o legislador previu uma série de medidas caute-
meses a 2 (dois) anos). O auto de prisão em flagrante
lares alternativas à prisão, que devem ser analisadas
foi encaminhado para os órgãos competentes, sendo
no momento de se apreciar a necessidade ou não da
determinada a realização, de imediato, da audiência de
imposição da medida cautelar extrema.
custódia. Foi acostada a Folha de Antecedentes Crimi-
nais, indicando que Bernardo, de fato, havia sido inti-
Sobre o tema, de acordo com as previsões do Código
mado da aplicação de medidas protetivas de urgência
de Processo Penal, é correto afirmar que:
em favor de sua ex-companheira, mas que não possuía
A. a suspensão do exercício da função pública poderá
condenação definitiva em seu desfavor.
ser aplicada como cautelar alternativa diante de
justo receio de sua utilização na prática de crimes,
Considerando as informações narradas, a prisão em
mas não da atividade de natureza econômica, sob
flagrante a ser analisada em audiência de custódia é:
pena de violação da livre concorrência;
A. legal, cabendo conversão da prisão em flagrante em
B. a internação provisória poderá ser aplicada se cons-
preventiva para garantia das medidas protetivas de
tatado o risco de reiteração e a inimputabilidade do
urgência aplicadas, mesmo diante da pena em abs-
agente, mas somente nos crimes praticados com
trato inferior a 4 (quatro) anos e da primariedade do
violência ou grave ameaça à pessoa;
custodiado;
C. a monitoração eletrônica poderá ser aplicada como
B. legal, mas considerando a pena em abstrato previs-
condição para concessão de prisão albergue domi-
ta e a primariedade técnica do indiciado, não será
ciliar na execução penal, mas não como medida
possível a conversão da prisão em flagrante em
cautelar alternativa;
preventiva por ausência dos pressupostos legais;
D. o descumprimento das medidas cautelares alterna-
C. legal, mas diante da pena em abstrato prevista, po-
tivas e medidas protetivas de urgência não é fun-
deria a autoridade policial ter arbitrado fiança;
damento para justificar a necessidade da prisão
D. ilegal, porque a pena máxima é inferior a 4 (quatro)
preventiva;
anos e Bernardo é primário, devendo a prisão ser re-
E. a proibição de se ausentar da comarca sem infor-
laxada;
mar ao juízo poderá ser aplicada pelo magistrado,
E. ilegal, porque a pena máxima é inferior a 4 (quatro)
mas não poderá haver retenção do passaporte do
anos e Bernardo é primário, devendo a prisão ser re-
denunciado.
vogada.

04.Lucas, oficial do Ministério Público, enquanto cumpria


02.Agentes da área de segurança pública ingressaram na
sua função em via pública, por volta de 15h, depara-se
casa de João, sem autorização judicial, durante a ma-
com Antônio conduzindo uma motocicleta com simu-
drugada e contra a sua expressa manifestação de von-
lacro de arma de fogo na cintura e se surpreende com
tade. No local, apreenderam um tablete com 1 kg (um
aquela situação, tendo em vista que identificou, pela
quilograma) de cocaína.
placa, que aquela moto era de propriedade de seu co-
lega de trabalho.
Diante disso, Lucas entra em contato com seu colega, 06.Mariana, tecnicamente primária e com endereço fixo,
que confirma que fora vítima de um crime de roubo foi identificada, a partir de câmeras de segurança, co-
que teria sido praticado 30 minutos antes, descreven- mo autora de um crime de furto simples (Pena: 01 a 04
do as características do autor do fato, que coincidiam anos de reclusão e multa) em um estabelecimento
com as de Antônio. comercial. O inquérito policial com relatório conclusi-
vo, acompanhado da Folha de Antecedentes Criminais
Considerando as informações expostas, em sendo com apenas uma outra anotação referente à ação pe-
confirmada a autoria, é correto afirmar que Lucas: nal em curso, sem decisão definitiva, foi encaminhado
A. não poderá realizar a prisão captura de Antônio, ao Poder Judiciário e, posteriormente, ao Ministério
tendo em vista que, apesar da situação de flagrante, Público.
o ato somente pode ser realizado por agentes de
segurança pública; Entendendo que existe risco de reiteração delitiva, já
B. não poderá realizar a prisão captura de Antônio, que testemunhas indicavam que Mariana, que se en-
uma vez que inexiste situação de flagrante prevista contrava solta, já teria praticado delitos semelhantes,
em lei, apesar da identificação da autoria; no mesmo local, em outras ocasiões, poderá o Promo-
C. poderá realizar a prisão captura de Antônio, pois tor de Justiça com atribuição requerer que seja:
constatada a situação de flagrante próprio prevista A. fixada cautelar alternativa de comparecimento
em lei; mensal em juízo, proibição de contato com as tes-
D. poderá realizar a prisão captura de Antônio, uma temunhas, mas não o recolhimento domiciliar no
vez constatada a situação de flagrante presumido; período noturno por ausência de previsão legal;
E. poderá realizar a prisão captura de Antônio, já que B. fixada cautelar alternativa de proibição de frequen-
há situação de flagrante esperado. tar, por determinado período, o estabelecimento le-
sado, mas não a decretação da prisão preventiva ou
05.Com base em ofício recebido no cartório da Vara Cri- temporária;
minal onde exercia suas funções, Luiz deveria separar C. fixada a cautelar alternativa de internação provisó-
todos os processos de pessoas presas que possivel- ria, que gera detração da pena, mas não a prisão
mente teriam direito à substituição da prisão preventi- preventiva ou temporária;
va pela prisão domiciliar. Diante disso, separou quatro D. decretada a prisão temporária da indiciada;
procedimentos para análise de prisões preventivas: no E. decretada a prisão preventiva da indiciada.
primeiro, Clara encontrava-se presa pelo crime de rou-
bo com emprego de arma de fogo e violência real, pos- 07.Alan, funcionário público de determinado Tribunal de
suindo filho de 12 anos de idade; no segundo, o preso Justiça, estava sendo investigado, em inquérito polici-
era Antônio, senhor de 81 anos de idade respondendo al, pela suposta prática dos crimes de associação cri-
à ação penal em que se imputava a prática de três cri- minosa e corrupção passiva. Decorrido o prazo das in-
mes de estelionato; no terceiro, João estava preso pe- vestigações, a autoridade policial encaminhou os au-
lo crime de corrupção, sendo o único responsável pe- tos ao Poder Judiciário solicitando novo prazo para
los cuidados de seu filho de 11 anos; no quarto, Laris- prosseguimento dos atos investigatórios. O Ministério
sa estava presa como acusada dos crimes de uso de Público apenas concordou com o requerimento de
documento falso e moeda falsa, possuindo filha de 5 prorrogação do prazo, não apresentando qualquer ou-
anos, mas não era a única responsável pela criança, tro requerimento. O magistrado, por sua vez, ao rece-
que também morava com o pai. ber os autos, concedeu mais 15 (quinze) dias para in-
vestigações e, na mesma decisão, decretou a prisão
Com base nas previsões do Código de Processo Penal, temporária de Alan pelo prazo de 05 (cinco) dias, ar-
em especial dos artigos 318 e 318-A, Luiz deveria se- gumentando que a cautelar seria imprescindível para
parar, pela possibilidade, em tese, de ser admitida pri- as investigações do inquérito policial.
são domiciliar, os processos em que figuram como
acusados(as): Alan foi preso temporariamente e mantido separado
A. Clara, Antônio, João e Larissa; dos demais detentos da unidade penitenciária. Ao final
B. Antônio, João e Larissa, apenas; do 4º dia de prisão, a autoridade judicial prorrogou por
C. Clara e Larissa, apenas; mais 05 (cinco) dias a prisão temporária, esclarecendo
D. Antônio e Larissa, apenas; que os motivos que justificaram a decisão permaneci-
E. Antônio, apenas. am inalterados, ainda sendo necessária a medida drás-
tica para as investigações.

Procurado pela família do preso, o advogado de Alan


deverá esclarecer que:
A. a prisão temporária foi decretada e prorrogada de B. legal e necessária, tendo em vista que a lei admite
maneira válida, mas houve ilegalidade na sua exe- que a prisão preventiva seja decretada de ofício pe-
cução, tendo em vista que os presos temporários la autoridade judicial e o risco de reiteração pode
não podem ser mantidos separados dos demais de- ser constatado pelas condenações anteriores;
tentos; C. ilegal, pois não cabe prisão preventiva durante as
B. a prisão temporária não poderia ter sido prorrogada investigações, mas tão só prisão temporária, mes-
pelo prazo de 05 (cinco) dias, já que essa cautelar mo com requerimento do Ministério Público, caben-
somente tem prazo máximo total de 05 (cinco) dias, do revogação da prisão;
que foi o período inicialmente fixado; D. ilegal, tendo em vista que não poderia ter sido de-
C. a prisão temporária, mesmo que presentes os re- cretada de ofício na hipótese, cabendo relaxamento
quisitos legais, não poderia ter sido decretada de da prisão;
ofício pela autoridade judicial; E. ilegal, tendo em vista que não poderia ter sido de-
D. a prisão temporária foi decretada e prorrogada de cretada de ofício na hipótese, cabendo revogação
maneira válida, não havendo também qualquer ile- da prisão.
galidade em sua execução;
E. o crime de associação criminosa não admite a de- 10.A Lei nº 12.403/11 disciplinou, no Código de Processo
cretação da prisão temporária por não estar previs- Penal, o instituto da prisão domiciliar, que será aplica-
to no rol da Lei nº 7.960/89. da em substituição à prisão preventiva, diferente do
que ocorre com a prisão albergue domiciliar prevista
08.Enquanto Pedro estava praticando um crime de furto na Lei de Execução Penal.
em um carro localizado na rua, Antônio, que morava na
casa da frente, contatou o seu advogado e perguntou A prisão domiciliar prevista no art. 318 do Código de
quem poderia prendê-lo. Processo Penal será admitida quando:
A. a ré tiver filho de até 12 anos de idade incompletos,
À luz da sistemática afeta aos direitos e garantias ainda que não seja a única responsável pelo susten-
constitucionais, o advogado respondeu corretamente to da criança;
que, naquele instante, Pedro B. a ré estiver grávida, desde que seja de risco a gravi-
A. apenas poderia ser preso por ordem do Delegado de dez ou a gestação ultrapasse 07 meses;
Polícia. C. o réu, ainda que não genitor, for imprescindível aos
B. apenas poderia ser preso pelo proprietário do veícu- cuidados de criança de até 12 anos de idade;
lo. D. a ré tiver filho de até 18 anos incompletos, desde
C. apenas poderia ser preso se houvesse ordem judi- que seja a única responsável pelo sustento da cri-
cial. ança/adolescente;
D. poderia ser preso por qualquer do povo. E. o réu for pai de filho de até 14 anos de idade incom-
E. apenas poderia ser preso pela polícia. pletos, desde que seja o único responsável pela cri-
ança/adolescente.
09.Durante investigação da prática de crime grave, antes
do oferecimento da denúncia, ao receber o inquérito 11.Durante investigação pela prática de crime hediondo,
policial ainda não relatado apenas com solicitação de após receber os autos, o Ministério Público requer ao
novo prazo para diligências, o Promotor de Justiça en- Poder Judiciário devolução do inquérito à Delegacia
caminha, ao Poder Judiciário, promoção com requeri- pelo prazo de 30 dias para prosseguir nas investiga-
mento apenas de busca e apreensão residencial em ções, atendendo à única solicitação apresentada pela
desfavor de João, indiciado. Considerando que João autoridade policial. O juiz, contudo, decide decretar a
era reincidente na prática de crimes, o juiz entendeu prisão preventiva de José e a prisão temporária de Ma-
por deferir a busca e apreensão, mas também por de- ria, dois dos indiciados no procedimento. Os dois pre-
cretar a prisão preventiva do indiciado, sem manifes- sos procuram seus advogados, esclarecendo que am-
tação do Ministério Público sobre o tema. bos têm 30 anos, são primários, Maria não tem filhos e
José tem um filho de 9 anos, dividindo o sustento do
Com base apenas nas informações narradas, de acor- menino com a mãe da criança.
do com as previsões do Código de Processo Penal, é
correto afirmar que a prisão preventiva é: O advogado de Maria e José deverá esclarecer que:
A. legal e desnecessária, tendo em vista que as diver- A. a prisão de Maria é ilegal e a de José é legal, haven-
sas condenações anteriores não podem fundamen- do previsão de substituição da prisão preventiva por
tar risco de reiteração delitiva, cabendo revogação domiciliar no caso de José em razão da idade de
da prisão; seu filho;
B. a prisão de Maria é ilegal e a de José é legal, não C. A prisão temporária é instrumento utilizado nas in-
havendo previsão de substituição da prisão preven- vestigações criminais, podendo ser aplicada inde-
tiva por domiciliar no caso de José em razão da pendentemente do crime que esteja sendo investi-
idade de seu filho; gado, desde que indispensável à investigação.
C. a prisão de ambos os indiciados é legal, havendo D. A prisão em flagrante deverá ser comunicada, no
previsão de substituição da prisão preventiva por prazo de 24h, ao Poder Judiciário e ao Ministério
domiciliar no caso de José em razão da idade de Público, não havendo, indispensabilidade, porém, na
seu filho; comunicação da defesa técnica do preso.
D. a prisão de Maria é legal e a de José ilegal; E. A prisão preventiva poderá ser substituída por do-
E. a prisão de ambos os indiciados é ilegal. miciliar quando o preso tiver filho de até 12 anos in-
completos, desde que seja o único responsável pe-
12.Durante investigação de prática de crime de extorsão los cuidados da criança.
simples, considerando que a prisão do indiciado José
era indispensável para as investigações, após repre- 14.Reinaldo é levado à 15ª Delegacia Policial, ao argu-
sentação da autoridade policial, mas sem requerimen- mento de que fora flagrado quando da prática do tráfi-
to expresso do Ministério Público, o juiz competente co de entorpecentes (art. 33 da Lei nº 11.343/06), ten-
decretou a prisão temporária de José pelo prazo inicial do a autoridade policial, após a lavratura do auto de
de 10 dias. prisão em flagrante, promovido o seu recolhimento à
prisão, dando ciência ao juiz competente a respeito
Quando o oficial de justiça, acompanhado de força po- das formalidades que observara quando da prisão de
licial, foi cumprir o mandado de prisão, José entrou Reinaldo. Não obstante todas as cautelas observadas
imediatamente em contato com seu advogado, para pela autoridade policial, quando da chegada dos autos
esclarecimentos. do inquérito ao Ministério Público, o Promotor de Jus-
tiça constata que a autoridade policial não teria expe-
O advogado de José deverá esclarecer que a prisão dido a respectiva nota de culpa, conforme determina o
temporária: artigo 306, parágrafo 2º, do Código de Processo Penal.
A. não é válida, porque não cabe prisão temporária an-
tes do oferecimento da denúncia; Diante de tal quadro, o Promotor de Justiça deverá:
B. não é válida, apesar de cabível no delito menciona- A. reconhecer a validade do auto de prisão em flagran-
do, em razão do prazo fixado pelo magistrado; te e oferecer denúncia em desfavor de Reinaldo,
C. é válida e, ao final do prazo, deverá o preso ser co- opinando pela decretação de sua prisão preventiva;
locado em liberdade independentemente de nova B. arquivar o inquérito policial, ao argumento de que
ordem judicial; não fora expedida nota de culpa em desfavor do in-
D. é valida, apesar de decretada de ofício em razão da diciado Reinaldo;
ausência de requerimento do Ministério Público; C. oficiar à autoridade policial para que promova a ex-
E. não é válida, porque o crime investigado não está pedição da nota de culpa, analisando, posteriormen-
no rol daqueles que admitem essa modalidade de te, a possibilidade de arquivamento do inquérito po-
prisão. licial;
D. oferecer denúncia, opinando pelo relaxamento da
13.Um dos temas relevantes no Processo Penal é “Prisões prisão do indiciado, considerando que a não expedi-
e Medidas Cautelares Alternativas”, já que está relacio- ção da nota de culpa configura manifesta ilegalida-
nado ao fundamental direito à liberdade. de;
E. opinar pela decretação da prisão temporária do in-
Sobre o tema em questão, de acordo com as previsões diciado Reinaldo, cabendo à autoridade policial de-
do Código de Processo Penal, assinale a afirmativa cidir sobre a conveniência da medida constritiva de
correta. liberdade.
A. A medida cautelar de internação provisória exige
laudo, indicando a inimputabilidade do agente e ris- 15.A Lei nº 7.960/89 traz uma medida cautelar pessoal de
co de reiteração, mas não que os crimes sejam pra- natureza constritiva conhecida como prisão temporá-
ticados com violência ou grave ameaça à pessoa. ria. Sobre tal medida, é correto afirmar que:
B. A prisão preventiva poderá ser decretada a requeri- A. poderá ser decretada de ofício pelo magistrado;
mento do Ministério Público, após representação da B. ainda que decorrido o prazo da prisão fixado pelo
autoridade policial ou de ofício, seja durante as in- magistrado, a soltura do preso depende da expedi-
vestigações seja no curso da ação penal. ção de alvará neste sentido;
C. sendo o crime investigado hediondo, poderá ter seu
prazo inicial fixado em até 30 dias;
D. em regra, terá prazo de 05 dias, improrrogável; 19.Quando o agente é perseguido logo após a infração,
E. poderá ser decretada caso esteja sendo investigada em situação que faça presumir ser o autor do fato,
a prática de homicídio doloso qualificado, mas não configura hipótese de flagrante
de homicídio doloso simples. A. próprio.
B. impróprio ou quase flagrante.
16.A prisão em flagrante de qualquer pessoa deverá ser C. presumido.
comunicada imediatamente ao juiz competente. Rece- D. esperado.
bida a comunicação, o juiz poderá adotar a seguinte E. prorrogado
medida:
A. relaxar a prisão em flagrante por entender que não 20.As alternativas a seguir apresentam medidas cautela-
estão presentes os fundamentos e requisitos da res diversas da prisão, à exceção de uma. Assinale-a.
prisão preventiva; A. Monitoramento eletrônico.
B. converter a prisão em flagrante em preventiva, ain- B. Limitação de final de semana, devendo o acusado
da que suficiente a aplicação de medida cautelar di- permanecer, aos sábados e domingos, por cinco ho-
versa; ras diárias, em casa de albergado ou outro estabe-
C. conceder liberdade provisória, com ou sem fiança; lecimento adequado.
D. revogar a prisão em flagrante que seja ilegal; C. Fiança nos crimes que a admitem.
E. determinar a manutenção da prisão em flagrante D. Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas
pelo prazo de 30 dias. condições fixadas pelo juiz, para informar e justifi-
car atividades.
17.Em relação às prisões cautelares, é correto afirmar E. Proibição de acesso ou frequência a determinados
que: lugares.
A. a gravidade da imputação, presente o princípio da
não culpabilidade, é capaz, por si só, de levar à pri- 21.O princípio da duração razoável do processo está pre-
são provisória; visto na carta magna, devendo o Juiz zelar no sentido
B. a alegação de excesso de prazo da prisão preventi- de que a pretensão punitiva seja decidida dentro de um
va não fica superada pela superveniência da sen- prazo razoável. Nesta linha, segundo a jurisprudência
tença condenatória; majoritária dos Tribunais Superiores, assinale a afir-
C. o modus operandi da prática delitiva, a revelar a peri- mativa incorreta.
culosidade in concreto do réu, constitui justificativa A. O eventual excesso de prazo da prisão cautelar de-
idônea da prisão preventiva para garantia da ordem ve ser analisado de acordo com a razoabilidade,
pública; sendo permitido ao juízo, em hipóteses excepcio-
D. é válida a utilização de fundamento para manuten- nais, diante das peculiariedades da causa, a extra-
ção da prisão cautelar referente a elementos da polação dos prazos previstos na lei processual pe-
execução da pena; nal, não podendo o excesso decorrer de mero cálcu-
E. a possibilidade de reiteração criminosa e a partici- lo aritmético
pação em organização criminosa não são motivos B. O Superior Tribunal de Justiça tem entendimento
idôneos para a manutenção da custódia cautelar. firmado no sentido de que eventual excesso de pra-
zo no julgamento do recurso de apelação deve ser
18.Com relação à Lei n. 7.960/89, que dispõe sobre prisão aferido em face da quantidade da pena imposta na
temporária, assinale a afirmativa correta. sentença condenatória
A. O prazo limite, seja qual for o crime em apuração, é C. Encerrada a instrução criminal, fica superada a ale-
de 30 dias. gação de constrangimento ilegal por excesso de
B. O prazo, em se tratando de crime hediondo ou as- prazo da prisão cautelar.
semelhado, é de trinta dias, enquanto nos demais é D. Não constitui constrangimento ilegal o excesso de
de cinco dias, não sendo possível a prorrogação. prazo na instrução provocado pela defesa.
C. O juiz, atendendo representação da autoridade poli- E. Não é possível o reconhecimento do excesso de
cial ou a requerimento do Ministério Público, poderá prazo e o constrangimento ilegal após o acusado
decretá-la de ofício. ter sido pronunciado
D. O preso, decorrido o prazo da prisão, deverá ser
posto imediatamente em liberdade, independente- 22.A Lei n. 12.403/11 promoveu alterações no tratamento
mente de alvará de soltura, salvo se já tiver sido de- da prisão e demais medidas cautelares.
cretada sua prisão preventiva.
E. Os presos temporários, dentro do possível, devem A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
ficar separados dos demais detentos. A. O Juiz, de ofício, poderá decretar a prisão preventiva
a qualquer momento.
B. É possível a internação provisória do acusado nas C. Considera-se em flagrante delito quem é encontra-
hipóteses de crimes praticados com violência ou do, a qualquer momento, com instrumentos, armas,
grave ameaça, quando os peritos concluírem ser o objetos ou papéis que façam presumir ser ele o au-
acusado inimputável ou semi-imputável e houver tor da infração.
risco de reiteração. D. Inexistindo testemunhas do fato criminoso, a auto-
C. A pronúncia é causa automática de decretação da ridade policial não poderá lavrar o auto de prisão em
prisão preventiva, assim como a sentença condena- flagrante.
tória E. É ilícita a prisão efetuada em razão de flagrante es-
D. A prisão temporária nunca poderá exceder o prazo perado, ou seja, aquele no qual a autoridade policial
de cinco dias, prorrogável por mais cinco. tem ciência de que a infração possivelmente irá
E. A suspensão do processo por força da revelia auto- ocorrer e, então, aguarda a sua consumação para
riza, por si só, a decretação da prisão preventiva. prender o autor do fato.

23.Em 2011, a Lei n. 12.403 trouxe uma série de inova- 25.Preso em flagrante regular pela prática do crime de
ções no tratamento conferido pelo Código de Processo rufianismo, previsto no artigo 230 do Código Penal, Tí-
Penal às prisões cautelares. Ademais, uma grande no- cio é encaminhado à Delegacia de Polícia Civil no dia 7
vidade foi a previsão detalhada de medidas cautelares de fevereiro de 2012. O delegado, ao lavrar o auto de
típicas diversas da prisão que poderão ser aplicadas prisão em flagrante, representa formalmente pela de-
pelo magistrado. cretação da prisão preventiva, alegando, para tanto,
que Tício havia sido previamente condenado pelo deli-
Sobre o tema prisão e medidas cautelares, assinale a to de homicídio doloso qualificado por motivo fútil,
afirmativa correta. previsto no artigo 121, §2°, inciso I, do Código Penal,
A. A prisão preventiva pode ser decretada em qualquer de maneira que o término da execução de sua pena se
fase do processo penal ou investigação policial, deu no dia 2 de fevereiro de 2007.
sempre de ofício ou a requerimento do Ministério
Público, do assistente de acusação ou do querelan- Com base no caso acima apresentado, assinale a afir-
te, ou por representação da autoridade policial. mativa INCORRETA.
B. De acordo com a jurisprudência amplamente majo- A. Em até vinte e quatro horas após a realização da
ritária do Superior Tribunal de Justiça, tanto o fla- prisão, deverá o auto de prisão em flagrante ser en-
grante esperado quanto o flagrante preparado são caminhado ao juízo competente e, na hipótese de o
ilegais. autuado não informar o nome de seu advogado, de-
C. A medida cautelar de internação provisória poderá verão ser encaminhadas cópias integrais para a De-
ser decretada nos crimes praticados com violência fensoria Pública.
ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser B. Caso entendesse pertinente, poderia o próprio dele-
inimputável ou semi-imputável o acusado, desde gado, após a lavratura do auto de prisão em flagran-
que haja risco de reiteração. te, conceder fiança a Tício, nos termos do artigo 322
D. O juiz poderá substituir a prisão preventiva pela do Código de Processo Penal, haja vista o crime em
domiciliar, de acordo com o Código de Processo questão não ter prevista pena máxima superior a
Penal, sempre que o agente for maior de 65 anos. quatro anos.
E. A prisão temporária será decretada pelo juiz pelo C. Ao receber o auto de prisão em flagrante, poderá o
prazo máximo de 10 dias, prorrogável por igual perí- juiz, em razão das características do caso concreto,
odo no caso de extrema e comprovada necessida- e com o fito de garantir a investigação criminal,
de. conceder liberdade provisória e impor, fundamenta-
damente, a necessidade do comparecimento men-
24.A respeito da prisão em flagrante, assinale a alternati- sal de Tício ao juízo para informar e justificar suas
va correta. atividades, sob pena de decretação de prisão pre-
A. Não havendo autoridade policial no local em que se ventiva.
consumou a infração penal, o acusado será imedia- D. Ao receber o auto de prisão em flagrante, poderá o
tamente apresentado ao juízo competente. juiz conceder liberdade provisória a Tício, haja vista
B. É ilícita a prisão efetuada em razão do cometimento se tratar de flagrante em razão de crime para o qual
de crime no qual a autoridade, por meio de um ele- a lei comina pena máxima de quatro anos de reclu-
mento provocador, dá ensejo à prática criminosa de são e pelo fato de não vislumbrar a presença os re-
terceiros que, ausente tal circunstância, não come- quisitos previstos no artigo 312 do Código de Pro-
teriam o delito. cesso Penal.
E. Ao receber o auto-de-prisão em flagrante, poderá o
juiz relaxá-la ao argumento de que não vislumbra a
presença dos requisitos previstos no artigo 312 do 1. Durma bem, com regularidade e mais rápido – organização
Código de Processo Penal, e de que Tício não osten- depende de tempo.
ta a característica de reincidente, haja vista o trans- Procure dormir bem. Um estudante com o sono em dia terá
curso de mais de cinco anos entre a data da prisão mais disposição para estudar melhor, além de concentra-
e o término da execução da pena privativa de liber- ção quando estiver lendo as matérias mais difíceis e cha-
dade. tas.
A grande dica é dormir mais rápido. Para isso, as dicas são:
Livre-se de computadores, celulares, televisões ou qualquer
aparelho eletrônico que forneça informações uma hora an-
tes de dormir.
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 Fique exausto: exaustão não é cansaço. Quando você está
apenas cansado, você diz à sua mente que desistiu. Exaus-
A D B D B B C D D A tão é chegar a um ponto em que você realmente não con-
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 segue seguir em frente. E a exaustão não é atingida apenas
com os livros – não! Não estude cansado! Você consegue
E B E D C C C D B B atingir exaustão com exercícios físicos. Ficando exausto,
você dorme quase que imediatamente.
21 22 23 24 25 — — — — — Beba muita água: ok, ok, essa é clássica – mas acontece
E B C B E — — — — — que, dentre outras coisas, a água também ajuda no sono.
Acostume-se a beber água! Coloque como hábito em seu
dia-a-dia de estudos.
Provérbios de Salomão:
O filho sábio alegra a seu pai, 2. Determine suas prioridades de estudo – organização de-
mas o filho insensato é a tristeza de sua mãe. pende de estratégia.
Os tesouros da impiedade de nada aproveitam;
mas a justiça livra da morte. 3. Atenção ao lugar de estudo – organização depende de
planejamento
O Senhor não deixa o justo passar fome,
O lugar não importa, desde que ele seja tranquilo, silencio-
mas rechaça a aspiração dos perversos.
so, livre de distrações e bem iluminado.
O que trabalha com mão displicente empobrece,
mas a mão dos diligentes enriquece. 4. Desligue-se das distrações – organização depende de
O que ajunta no verão é filho ajuizado, atenção.
mas o que dorme na sega é filho que envergonha. Esqueça Facebook, Twitter, Instagram, SMS de amigos,
PROVÉRBIOS 10:1-5 salvo se usar para conteúdos de aulas. No caso do insta-
gram deixe de seguir todos os amigos, salvo se de profes-
sores ou cursinho.

5. Divida seu tempo de estudo entre leituras, exercícios e


revisões – organização depende de prática

6. Pratique atividades físicas – organização depende de exa-


ustão.
Procure praticar atividades físicas ao menos duas vezes
por semana, como corridas e caminhadas ou algum outro
esporte que te agrade.
Seu corpo vai resistir melhor às horas sentado em frente
aos livros, além de melhorar a qualidade de sua concentra-
ção.

7. Estabeleça metas para estudar melhor – organização de-


pende de objetivos

8. Marque as datas mais importantes em um calendário –


organização depende de… bem… organização!

Ao definir uma meta, você não pergunta “o quê”, mas sim


“quando”. Ao contrário dos sonhos, as metas são palpá-
veis, “atingíveis”, por assim dizer.
Por isso, que tal marcar todas as datas importantes que
antecedem a prova em que você foca em um calendário?
Além de te ajudar a lembrar as datas dos momentos mais
importantes antes da prova, ter essas marcações à vista é
também uma boa forma de estudar melhor, já que toda vez
que você pensar em se distrair ou se desligar dos estudos
vai lembrar que a data da prova está cada vez mais próxi-
ma!

9. Não se esqueça do tempo de lazer – organização depende


de uma mente saudável
A estratégia de estudar direto sem parar pode até parecer
boa, mas é péssima para o rendimento de seus estudos a
longo prazo.
Guarde sempre algumas horas nos finais de semana para
descansar, ir ao cinema, sair com amigos e passar tempo
com sua família, mas EVITE lazer com badalação (tipo fes-
ta em clubes, etc.).

10. Cuidado com a alimentação, alguns alimentos ajudam na


memória.

11. Procure bons professores, pois eles fazem toda a diferen-


ça.

Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo,


à sombra do Onipotente descansará.
Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio,
a minha fortaleza, e nele confiarei.
Porque ele te livrará do laço do passarinheiro,
e da peste perniciosa.
Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas
te confiarás; a sua verdade será o teu escudo e broquel.
Não terás medo do terror de noite nem da seta que voa de dia,.
Nem da peste que anda na escuridão, nem da mortandade
que assola ao meio-dia.
Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita,
mas não chegará 1 a ti.
Somente com os teus olhos contemplarás,
e verás a recompensa dos ímpios.
Porque tu, ó Senhor, és o meu refúgio.
No Altíssimo fizeste a tua habitação.
Nenhum mal te sucederá,
nem praga alguma chegará à tua tenda.
Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito,
para te guardarem em todos os teus caminhos.
Eles te sustentarão nas suas mãos,
para que não tropeces com o teu pé em pedra.
Pisarás o leão e a cobra;
calcarás aos pés o filho do leão e a serpente.
Porquanto tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei;
pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o meu nome.
Ele me invocará, e eu lhe responderei;
estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e o glorificarei.
Fartá-lo-ei com longura de dias,
e lhe mostrarei a minha salvação.
Salmos 91:1-16 – O SENHOR AINDA ESPERA VOCÊ.

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