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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS


FACULDADE DE DIREITO DO RECIFE
PROPESQ – PRÓ-REITÓRIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO

BRUNO BEZERRA FLORÊNCIO

STF COMO GARANTIDOR DA APLICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO?

Projeto Preliminar de Pesquisa apresentado ao


Programa de Pós-Graduação em Direito da
Faculdade de Direito do Recife/ Centro de Ciências
Jurídicas da Universidade Federal de Pernambuco
como requisito parcial para ingresso no curso de
Mestrado em Direito.

RECIFE
2020
PERTINÊNCIA AO GRUPO DE PESQUISA

Grupo de Pesquisa: 1.1. Jurisdição e processos constitucionais.

O presente tema tem bem pertinência a linha Jurisdição e Processos Constitucionais

1. OBJETO

O objeto e a essência da pesquisa é observar o seguinte questionamento: O STF como


garantidor da aplicação da Constituição? Além disso, possui por temas de estudo a atuação
ativista do STF perante as lacunas normativas e a ação do poder legislativo através do efeito
“Backlash”. Esse tema é de grande importância, tendo em vista, que o Supremo Tribunal
Federal deve ter limites em sua atuação para não invadir e assim usurpar a Competência
Constitucional dos outros poderes.

Busca-se analisar se o Supremo Tribunal Federal ao aplicar a Constituição Federal


estaria adentrando na esfera de atuação dos Poderes, o Legislativo e o Executivo e
demonstrar como se dá a reação a esse ativismo.

Busca-se fazer uma análise da História Constitucional Comparada ou Nacional,


analisando a Separação dos Poderes que teve sua origem proposta por Montesquieu, a atuação
do Poder Judiciário a partir da Constituição Federal de 1988 e seu papel perante as lacunas
normativas em decorrência da omissão do Poder Legislativo.

Com a Constituição Federal de 1988 foi atribuído ao STF o “papel” de guardião do


texto constitucional. Essa esponsabilidade, que não se restringe apenas em julgar matérias de
cunho constitucional, mas também pela via difusa e através de recurso extraordinário
processos que por muitas das vezes não seria de conteúdo da Suprema Corte. Dessa forma, a
mais alta corte de justiça brasileira se diferencia de outros tribunais da mais alta cúpula de
outros países.

Para MENDES, Gilmar Ferreira1:

A jurisdição constitucional exercida na Corte Suprema é de importância vital para


um país e para o seu povo, e no Brasil não é diferente. O Supremo Tribunal Federal
não apenas está localizado no ápice da estrutura do Poder Judiciário como também
por ele convergem as questões mais sensíveis da sociedade brasileira. Por estas
razões, é natural que a “vontade de constituição”, na feliz assertiva de Konrad
Hesse, busque expressão nas decisões do órgão de cúpula do Judiciário. (Grifos
1
MENDES, Gilmar Ferreira. Estado de Direito e Jurisdição Constitucional:2002 – 2010. 2011 p. 21.
Nossos).
Nessa perspectiva, a mais alta Corte Brasileira atua para garantir que a Constituição seja
cumprida. Essa atuação visa garantir o cumprimento de suas normas, as quais representam a
vontade dos cidadãos que através de uma participação indireta, escolhendo seus
representantes no Congresso Nacional, fazem valer seus interesses e o da Sociedade como um
todo.

Para Mendes2:

Também fazem parte deste catálogo decisões de minha lavra concernentes à


elaboração lei arbitrária – especialmente no sentido de ausência de razões formais ou
materiais que sustentassem a decisão legislativa, tal como assentado na
jurisprudência espanhola -, e ainda construções acerca da antijuridicidade do
manifesto abuso do poder de legislar, a exemplo de norma que estabelece regra
restritiva da liberdade de associação em favor da garantia de interesse meramente
privado de uma classe – e que não deve, segundo entendo, manter-se no
ordenamento jurídico, em face de grave lesão que provoca na ordem constitucional.
Neste ponto, cabe lembrar o papel do Supremo Tribunal Federal: interpretar e
dar plena aplicabilidade à Carta de 1988, zelando sempre pela total harmonia
entre os Poderes da República, no caminho da unidade e do desenvolvimento social,
a partir da realização do direito. (Grifos Nossos)

Por vezes, os cidadãos esperam que seus direitos sejam garantidos através do legislador
pátrio, mas devido a inércia dos membros do Poder Legislativo, o Supremo Tribunal Federal
toma decisões para preencher as lacunas normativas, garantindo dessa forma, o exercicío do
direito da população. Contudo ao fazer isso, esse Tribunal

Nessa sua atuação de proteção, por vezes, o Tribunal acaba por ir além de suas
atribuições e acaba decidindo casos que cabia originalmente a outro poder. Esse ativismo, por
vezes, acaba por desligitimar o outro poder, a quem caberia legislar sobre a matéria. Contudo
há casos que o STF como corrente contramajoritária atua para fazer valer o direito das
minorias, sendo essa atuação em dissonâncina com os outros poderes, contudo, refletindo os
anseios de todos os cidadãos e não apenas daquela maioria que elegeu determinado Governo.

Entretanto, por muitas vezes, a mais alta corte de justiça emite decisões sobre matérias
que não dizem respeito aos direitos fundamentais, mas sim, assuntos que podem aguardar o
legislador federal, cuja atribuição a Constituição lhe garantiu, de criar as normas para garantir
o cumprimento dos direitos dos cidadãos.

2
MENDES, Gilmar Ferreira. Estado de Direito e Jurisdição Constitucional:2002 – 2010. 2011, p.22.
2. PROBLEMATIZAÇÃO

2.1 BREVE INTRODUÇÃO

Diferentemente em Países onde existem a figura do primeiro-ministro que é o chefe de


governo e o Monarca que é o Chefe de Estado. O sistema adotado pelo Brasil é o
Presidencialismo, que faz com que o Presidente seja ao mesmo tempo chefe de governo e
estado, ou seja, tem atribuições de Chefiar a Administração Pública Federal, sendo o chefe do
Poder Executivo, como também tem a atribuição de representar o país perante as nações
estrangeiras, exercendo assim a função de chefe de Estado.

 Com a Constituição Federal de 1988 o Poder Judiciário teve mais representividade e


mais responsabilidade se comparando ao longo das Constituições passadas. Essa ascendência
se deu em virtude da mudança da Sociedade, que pleiteava por ter seus direitos assegurados,
se não fosse através dos governantes, seria pleiteando o Poder Judiciário para garantir o seu
exercício.

Devido as novas competências para os Juízes e Tribunais, tem-se questionado se teriam


eles legitimidade para exercer tais funções. Essas atribuições são exercidas por membros que
diferentemente dos outros dois Poderes o Legislativo e o Executivo, não tem seus
representantes eleitos pelo povo, dessa forma estaria o Judiciário atuando dentro de sua
competência ou estaria invadindo a área de atuação e se sobrepondo perante os outros
Poderes? Teria os outros Poderes algum meio de se contrapor ao Judiciário?

Atualmente o Supremo Tribunal Federal tem-se destacado por ser a Instituição a falar
por último, ou seja, decidir sobre diversas questões que tem grande repercussão. Essa função é
chamada de Jurisdição Constitucional, que significa a interpretação e aplicação da
Constituição por Juízes e Tribunais.

Para Montesquieu, cada uma das funções típicas tem de ser efetivadas por poderes
diferentes. Esse exercício não pode ser concentrado por apenas um deles. Assim, tais
atribuições de cada Poder devem ter na Constituição seu âmbito de competência delineados,
próprios. Pois se apenas um poder concentrar todas as funções típicas, tenderia a abusar dessa
autoridade.
Para LIMA, Flávia Danielle Santiago3:

O que interessa é impedir a concentração de poderes em uma única pessoa. Para


isso, o princípio também abriga a premência do controle recíproco entre os titulares
destas funções estatais. Para tal fim, Montesquieu previu as faculdades de impedir e
estatuir, o que mais tarde, após a contribuição de Bolingbroke, passou a ser
denominado de sistema de freios e contrapesos (checks and balances), de
importância vital para o equilíbrio entre os poderes.

O Supremo Tribunal Federal exerce a Jurisdição Constitucional, para resguardar a


Supremacia da Constituição Federal, à qual estabelece balizas para a atuação do Estado. Essa
atuação ocorre através das decisões em controle concentrado emitindo acórdãos com força
vinculante e também quando edita súmulas vinculantes, ou seja, todos que fazem parte da
Administração Pública devem cumprir tal decisão. Contudo, são exceções a obrigatoriedade
de observar essas decisões o próprio STF e o Poder Legislativo, que não estão sujeitos a essa
imposição, podendo o próprio Supremo decidir de maneira diferente, mudando seu
posicionamento e o os parlamentares federais legislarem diferente do veredito da Corte
Constitucional.

3. O PAPEL DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA CONSTITUIÇÃO


FEDERAL DE 1988

A Constituição Federal de 1988 é chamada de “Constituição Cidadã” por ter grandes


avanços sociais e disciplinar muitas matérias. Apesar dessa expansão de conteúdo, mesmo
disciplinando vários temas, há artigos que precisam de complementação pelo legislador e há
outro temas não abarcados pela Carta Magna que precisam ser inseridos através das
propostas de Emenda à Constituição, temas esses que surgem de acordo com o avanço da
Sociedade. Dessa forma, normas que não foram inseridos pelo Poder Constituinte Originário
devem ser introduzidas pelo Poder Legislativo, a quem tipicamente cabe a função de criar a
lei.

Contudo, com a inércia dos Parlamentares, cidadãos ingressam no Poder Judiciário para
pleitear o exercício de direitos que não estão disciplinados. Esse acionamento dos Juízes se dá

3
LIMA, Flávia Danielle Santiago. A Separação de Poderes e a Constituição do Estado Moderno: o papel do
Poder Judiciário na obra de Montesquieu, p. 4. Disponível em: http://www.academia.edu/31387968/A_Separa
%C3%A7%C3%A3o_de_Poderes_e_a_Constitui
%C3%A7%C3%A3o_do_Estado_Moderno_o_papel_do_Poder_Judici%C3%A1rio_na_obra_de_Montesquieu.
Acesso em: 20 de dezembro de 2020.
através do mandado de injunção se for um cidadão ou se for uma autoridade prevista na
Constituição ingressa com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão (ADIn).
Essa solicitação, visa assegurar o seu direito, que por ora não está redigido na Lei Maior ou
não há se quer qualquer tipo de norma que regulamente o seu exercício.

O Poder Judiciário na sua atribuição de dirimir conflitos deve-se atentar para não
adentrar na competência do Congresso Nacional. Sua atuação deve observar o regramento
constitucional delineado pelo Constituinte Originário. Dessa forma é possível preservar a Lei
Maior, que é bastante influenciada pelo Filósofo francês Montesquieu, que apresentou a teoria
da Separação de Poderes.

Devido ao Princípio da Separação dos Poderes, proposta por Montesquieu, os Poderes


são independentes e harmônicos entre si. Essa divisão resguarda que cada Poder atue dentro
de sua área delimitada pela Constituição Federal.

Com a adoção da Teoria da Separação de Poderes criada por Montesquieu os Poderes


Judiciário, Executivo e Legislativo desempenham funções típicas, que são as suas principais.
Tais poderes também exercem funções atípicas, ou seja, tem atribuições que são as mais
importantes de outros poderes, justifica-se para os membros de cada poder fiscalizar a atuação
dos outros.

O exercício dessa atribuição principal cabe aos três poderes, cada um exercendo um tipo
de função. Dessa maneira, cabe ao Executivo exercer a função administrativa, função essa que
pode ser dividida em atribuições de Chefe de Governo e Chefe de Estado, cabendo ao Chefe
de Governo administrar o País, chefiar a União. Já o Chefe de Estado representa a nação
perante os outros Países. No Brasil, por ser adotado o sistema de governo Presidencialista,
essas duas funções são exercidas pelo Presidente da República, que chefia um dos Poderes da
República, o Poder Executivo.

O Poder Judiciário tipicamente tem a função de julgar. Essa atribuição foi fortalecida
com o advento da Constituição Federal de 1988. Essa atribuição é exercida em maior grau
pelo STF, a que cabe proteger a Constituição, emitindo decisões através do controle difuso ou
concentrado.
As atribuições típicas de criar as leis são resguardadas ao Poder Legislativo. Essa
importante função é desempenhada através da votação de projetos de lei que podem ser de
dois tipos, ordinária e complementar, observando sempre um quórum maior para a aprovação
dessa última.

Além disso, cabe exclusivamente aos Legisladores realizarem a mudança no Texto


Constitucional através das Propostas de Emendas à Constituição, a qual requer um quórum
mais qualificado para a mudança do seu texto, essa imposição justifica-se por duas
características, a supralegalidade e a mutabilidade relativa. Essa característica consiste na
modificação da Constituição, ou seja, a Constituição Brasileira pode ser alterada, mas para
isso ela exige um quórum de aprovação bastante qualificado, a mutabilidade é relativa pois há
normas que não podem ser alteradas na Carta Magna, as Cláusulas Pétreas, que não admitem
modificação. A outra singularidade, a supralegalidade, significa que as normas constitucionais
estão em um patamar hierárquico acima das outras normas, pode-se afirmar que as normas
constitucionais tem um grau de importância maior, sendo consideradas inconstitucionais
normas que conflitam com elas.

A Constituição Federal de 1988 foi elabora pela Assembleia Nacional Constituinte por
representantes eleitos pelos cidadãos para legislarem de acordo com o seu pensamento. Dessa
maneira, os Constituintes elaboraram uma nova Carta Política de acordo com os anseios da
Sociedade da época, esse fenômeno é denominado de ideologia constitucional, na qual estão
consagrados os valores da sociedade em seu texto.

É preciso informar que os poderes também exercem funções atípicas, ou seja,


atribuições que não são as principais. O Poder Judiciário exerce a função típica do Poder
Executivo, nas funções de administrar quando os Presidentes de cada Tribunal gerenciam as
respectivas receitas, quando nomeiam novos Juízes, novos servidores, quando é construído
um novo prédio para o Tribunal, ou seja, cuidam da parte administrativa e também
atipicamente legislam, quando por exemplo, o Presidente do Supremo Tribunal Federal, com
base no art.93 da Constituição Federal de 1988, é o competente para propor a lei
complementar que tratará da sobre o Estatuto da Magistratura, que regulará como será a
atuação dos Juízes e Tribunais de uma maneira geral. –

Os Poderes Legislativo e Executivo também exercem funções atípicas. Essa atuação


ocorre quando o Chefe do Poder Executivo, por exemplo, envia a iniciativa de determinado
projeto de lei; já ao legislativo atipicamente exerce função administrativa, quando os
Presidentes da Câmara dos Deputados e o do Senado Federal gerenciam suas respectivas
Casas, também cabe atipicamente a esse Poder exercer a função julgar, sendo atribuição do
Senado o julgamento das autoridades que cometam crime de responsabilidade, e tanto a
Câmara e o Senado também exercem esse atípico poder de julgar quando um de seus
membros comete crime de responsabilidade, são julgados perante as respectivas casas.

Dessa forma, pode-se afirmar que por serem independentes e harmônicos entre si, cada
poder exercer sua função e observa a atuação dos outros, interferindo nas decisões que
extrapolem a lei. Essa fiscalização de um poder sobre o outro é chamado de “Checks and
Balances”, que é o sistema de freios e contrapesos, que delimita que cabe a cada poder atue
dentro dos seus limites, observando sempre a sua competência estabelecida na lei maior.

4. AS LACUNAS NORMATIVAS E A EFETIVAÇÃO DE DIREITOS


FUNDAMENTAIS

O Supremo Tribunal Federal como Tribunal de cúpula do Poder Judiciário tem a


incumbência de julgar toda matéria constitucional. Essa atribuição, enseja o julgamento
através do controle concentrado quando julga as ADIN’s, ADC, ADPF e também através do
controle difuso emitindo decisões quando é provocado através de recurso extraordinário,
exercendo o papel de última instância do Judiciário brasileiro.

Para Fux4:

Deveras, na sua função precípua, a Suprema Corte, na qualidade de guardiã da


Constituição Federal, tutela a ordem maior utilizando-se do processo de
cognição por intermédio das ações de controle de constitucionalidade em todas
as suas espécies (controle concentrado, incluindo a Ação de Descumprimento de
Preceito Fundamental – ADPF, e, no âmbito do controle difuso, notadamente o
Recurso Extraordinário, o processo de execução de julgados nacionais, Mandados de
Injunção e Mandado de Segurança), mercê da utilização singularíssima da ação
cautelar não só para conferir efeito suspensivo ao recurso extraordinário, mas
também nas ações de controle da constitucionalidade, bem como na tutela
antecipada satisfativa em ações mandamentais, ações civis originárias e nos demais
instrumentos que compõem o processo constitucional, como meio de realização
dos direitos e valores encartados na Constituição. (Grifos Nossos)

A judicialização é fenômeno derivado do lugar central que o texto constitucional

4
FUX, Luiz. Jurisdição Constitucional: democracia e direitos fundamentais. Belo Horizonte. Fórum, 2012.
P.27.
ocupa no ordenamento jurídico, como importante garantidor de direitos e garantias
fundamentais. Está associada a um valoroso papel contramajoritário dos tribunais, situação
em que estes invalidam leis e atos normativos em desacordo com os direitos fundamentais e
as regras do jogo democrático. Diz respeito também ao importante papel representativo do
Poder Judiciário, em especial do STF, no atendimento a demandas sociais, em caso de
omissão ou morosidade do Poder Legislativo.

Uma das principais causas da judicialização da política, no Brasil, é o sistema brasileiro


de controle de constitucionalidade, considerado misto, ele abrange características de
diferentes sistemas: o americano e o europeu. O primeiro, se refere ao sistema difuso, no qual
qualquer juiz, no julgamento de um caso concreto, pode declarar a inconstitucionalidade da
norma naquele determinado caso, sem que isso gere jurisprudência para casos posteriores. O
segundo, conhecido como concentrado, possui um órgão, um supremo tribunal, a quem será
dada a competência de julgar ou não inconstitucional as normas, tendo sua decisão força de
lei.

Para Fux5:

O Estado, como garantido da paz social, avocou para si a solução monopolizada dos
conflitos intersubjetivos pela transgressão à ordem jurídica, limitando o âmbito da
autotutela. Em consequência, dotou um de seus poderes, o Judiciário, da atribuição
de solucionar os referidos conflitos mediante a aplicação do direito objetivo,
abstratamente concebido, ao caso concreto. A supremacia dessa solução revelou-
se pelo fato incontestável de a mesma provir da autoridade estatal, cuja
palavra, além de coativa, torna-se a última manifestação do Estado soberano
acerca da contenda, de tal sorte que os jurisdicionados devem-na respeito
absoluto, porque haurida de um trabalho de reconstituição dos antecedentes do
litígio, com a participação dos interessados, cercados, isonomicamente, das
mais comezinhas garantias. Essa função denomina-se jurisdicional e tem o
caráter tutelar da ordem e da pessoa, distinguindo-se das demais soluções do
Estado pela sua imodificabilidade por qualquer outro poder, em face de
adquirir o que se denomina em sede anglo-saxônica de final enforcing power,
consubstanciando na “coisa julgada”. (Grifos Nossos)

Todavia, é inegável a existência de objeções à crescente atuação do Poder Judiciário


pois oferece riscos para a legitimidade democrática, além de uma possível politização da
justiça. O Poder Judiciário é um órgão não eletivo, ou seja, os seus agentes não foram
escolhidos através do voto popular e, ainda assim, possui o poder de invalidar atos dos outros

5
FUX, Luiz. Jurisdição Constitucional: democracia e direitos fundamentais. Belo Horizonte. Fórum, 2012.
P.10
dois poderes, utiliza-se como justificativa para capacidade que um órgão não eletivo como
STF tem de se sobrepor a uma decisão do Presidente da República no ideal do Estado
constitucional democrático.

É necessário assim observar uma forma de ativismo judicial necessário, pois o Poder
Judiciário é instituído a decidir nos casos em que a lei for omissa. Dessa maneira, ratificando
a tese de que essa atuação não é necessariamente prejudicial, pois auxilia na efetivação dos
preceitos constitucionais, que apesar de adotar o modelo introduzido por Montesquieu, atribui
ao Judiciário a função de decidir caso ocorra algum conflito entre os poderes.

O ativismo judicial, por sua vez, consiste em um posicionamento do titular da decisão


judicial ao interpretar a Constituição de modo proativo e expansivo, extrapolando o sentido
original da norma, indo além do que foi posto pelo legislador. Tais fenômenos oferecem
determinados riscos para a legitimidade democrática do país, além de uma possível
politização da justiça, fatos que são, inegavelmente, prejudiciais para o âmbito social, político
e jurídico.

É inegável, portanto, que o Poder Judiciário vem expandindo seu campo de atuação,
gerando certos fenômenos, a judicialização e o ativismo judicial, que, embora parecidos, são
originalmente distintos. A judicialização decorre modelo constitucional brasileiro, isto é,
deriva-se da combinação do sistema de controle de constitucionalidade com a Constituição
extensa e abrangente adotados pelo Brasil, fazendo com que o judiciário amplie o seu âmbito
de interferência.

Portanto, o STF, investido de poderes pela Constituição Federal de 1988, diante da crise
de representatividade entre o povo e seus mandatários e da omissão destes na deliberação
sobre assuntos sensíveis à sociedade, vem assumindo crescente protagonismo na cena política
nacional, por meio de decisões com repercussão geral. Vale ressaltar que não se trata
unicamente de prerrogativa, mas também de papel irrenunciável do STF, o de guardar e
defender a Constituição, assegurando que os princípios, valores e ideais que norteiam a Carta
Magna sejam cumpridos e concretizados na vida do cidadão e no convívio da sociedade.
5. REAÇÃO LEGISLATIVA PERANTE A ATIVIDADE JURISDICIONAL
(EFEITO BACKLASH)

A Constituição Federal de 1988 atribuiu ao Poder Legislativo a função típica de legislar.


Essa incumbência é de extrema importância, tendo em vista que os parlamentares estão
representando os cidadãos e depositam neles seus anseios em criar leis que melhorem a
Administração do País e também consequentemente os seus direitos.

Em muitos temas o Poder Legislativo é moroso, principalmente temas mais sensíveis.


Essa demora por parte dos parlamentares resulta no tremor de legislar sobre matérias que a
sociedade tem uma posição muito dividida. Esses temas são de difícil negociação no
Congresso Nacional e podem custar ao Deputado Federal ou Senador sua eleição no próximo
pleito.

Diante da inércia do poder que tem a atribuição de ditar como será as leis no país e
diante da alta procura de pessoas que ingressam na justiça para pleitear um direito, o STF tem
julgado processos e decidido sobre temas, que não estão atribuídos a esse Tribunal. Essa
atuação do órgão julgador é realizada nos casos em que o titular do poder de criar normas
falhou na sua missão em legislar para atender os contentamentos dos seus representados.

O STF julgou matérias de grande repercussão no meio social. Temas esses de grande
ressentimento em ser abordado pelos parlamentares, pois ao votar de determinada forma,
podem desagradar seu eleitor, ao expressarem seu voto em posicionamento contrário do
discurso que se elegeu.

O Poder Legislativo tem delineada por competência Constitucional a incumbência de


criar as leis da nação. Essa responsabilidade é sua pois tais membros foram eleitos pelos
cidadãos, para representar os anseios da população. Esse desempenho representa a
participação indireta, na qual as pessoas votam nos candidatos aos cargos políticos esperando
que se forem eleitos representem suas ideias no parlamento, atuando e criando leis que sejam
em consonância com a sua concepção de mundo.

Os membros do Congresso Nacional, diante desse cenário veem seu poder se esvaziar,
perdendo apoio da população. Por conta dessa interferência, os parlamentares legislam leis
com conteúdo semelhante àquele decidido pela Suprema Corte. Essa reação legislativa é
chamada de “Backlash” que significa à atuação em resposta a intromissão do Poder Judiciário
em matéria de sua competência.

As decisões perpetradas pelo STF que adentram na competência do Poder Legislativo


são em sua maioria para assegurar o exercício de direitos fundamentais. Dessa forma, o órgão
julgador, por vezes, adentra em competência de outro poder para assegurar que aquelas
pessoas possam exercer seu direito. Contudo, há casos que não demonstram apreciação
imediata, conteúdo dessa forma que não justificaria a atuação dos julgadores. O Supremo
Tribunal Federal declarou uma lei estadual inconstitucional por declarar a vaquejada como
“expressão cultural”, no entendimento da Suprema Corte os animais sofrem tratamento cruel e
o fato de ser considerado uma atividade que ocorre a milhares de anos na região, tal execução
não deveria mais ocorrer com base na própria do texto Constitucional.

Assim, deve exercer o Judiciário o poder de autocontenção, no sentido de julgar-se ou


não competente para decidir questões que entenda da exclusiva esfera de competência de
outros Poderes.

 Para Barroso6:

A judicialização e o ativismo judicial são primos. Vêm, portanto, da mesma família,


frequentam os mesmos lugares, mas não têm as mesmas origens. Não são gerados,
a rigor, pelas mesmas causas imediatas. (Grifos Nossos)

O ativismo judicial é pela à tentativa do judiciário, em especial da Suprema Corte, de


participar de maneira mais ampla na efetivação de questões constitucionais. Existem
diferentes abordagens acerca do ativismo judicial, uma parcela afirma que tal atitude é
indispensável para o desenvolvimento dos direitos fundamentais, já que esse poder é
responsável por resguardar esses direitos. Entretanto, há quem afirme que o ativismo judicial
é incompatível com o princípio da divisão dos poderes.

Portanto, a Constituição brasileira vigente segue a formulação tripartite, proposta por


Montesquieu, na qual os três poderes devem ser harmônicos e independentes entre si e

6
BARROSO, Luis Roberto. Judicialização, ativismo judicial e legitimidade democrática. Disponível em:
https://www.direitofranca.br/direitonovo/FKCEimagens/file/ArtigoBarroso_ para_Selecao.pdf. Acesso em: 10
dezembro 2020.
possuem suas funções escritas e delineadas pela Constituição. Assim, deve-se observar os
limites de separação entre os poderes pode ser ultrapassada pela crescente atuação do poder
Judiciário, que passa a intervir em atribuições que não lhe são atribuídas constitucionalmente.

Entretanto, tal poder atua desta forma, muitas vezes, porque possui a função de guardião
da Constituição, assim, o Poder Judiciário intervém para fazer valer os direitos fundamentais e
a democracia, ainda que em contraponto aos demais poderes. Além disso, o artigo 5º, XXXV,
da Constituição prevê a inafastabilidade do controle jurisdicional, isto é, que o juiz não pode
deixar de julgar uma causa que lhe foi submetida, proibindo a alegação do non liquet e
afirmando que, caso a lei seja omissa, o juiz deverá decidir o caso de acordo com analogias,
costumes e princípios gerais do direito, pois há lacunas somente na lei e não no Direito.

6.OBJETIVOS

6.1 Objetivo Geral

O objetivo da pesquisa é analisar a atuação do STF como guardião da Constituição,


verificando se ele está sendo ativista e nesse caso estaria violando a separação de Poderes para
suprir lacunas que por omissão legislativa estão sendo perquiridas pelos cidadãos. Por
seguinte, analisar os motivos dos parlamentares não criarem as leis sobre temas que tratam de
assuntos que a sociedade não tem a mesma concepção. Será analisado em que matérias o STF
emite decisões que adentram na competência do Poder Legislativo e como esse Poder contesta
essa atuação do Judiciário. A pesquisa busca colaborar como o Supremo Tribunal Federal
pode decidir em temas pleiteados pelo cidadãos sem exorbitar da sua competência sempre
aspirando a proteção da Carta Maior.

6.2 Objetivos Específicos


1. Estudar a atuação do STF a partir da Constituição Federal de 1988 ;

2. Estudar a atuação do Poder Legislativo no exercício da sua função típica;

3. Estudar as decisões do Supremo Tribunal Federal que tratam sobre matérias que ;

4. Tentar buscar limites para o Ativismo Judicial, devendo o STF interpretar a


Constituição para fazer cumprir fielmente os valores contidos em seu texto.

5. Analisar a Jurisprudência do STF em relação ao tema;

6. Analisar os motivos da inércia do Poder Legislativo perante temas sensíveis;

7. MARCO TEÓRICO

7.1 A atuação do Supremo Tribunal Federal na proteção da Constituição Federal de


1988.

A pesquisa adota como marco teórico o entendimento de que o Supremo Tribunal


Federal tem o dever institucional de zelar pela guarda da Constituição. Dessa maneira, o STF
ao exercer sua função de proteger o texto constitucional julga demandas de diferentes
matérias, mas que sejam normas constitucionais, tendo que decidir em alguns em situações
em que não há uma legislação aplicável para o exercício do direito daquele cidadão, devendo
o STF tomar uma providência para aquele direito que a Constituição previu em seu texto seja
exercido por quem o necessita.

De acordo com Ivo Dantas (2019):

Apesar disto, e da variedade de tipologias constitucionais apresentadas pela


Doutrina (Hans Kelsen, García Pelayo, Carl Schmitt, Hermann Heller, Pinto Ferreira
e outros), entendemos que o estudo-análise da Constituição estará plenamente
satisfeito se o fizermos sob os ângulos dos conceitos material e formal, isto porque o
primeiro deles esclarece os conteúdos ideológico e sociológico e, em consequência,
filosófico-histórico do documento, enquanto o segundo destaca as características que
são próprias à Lex Magna. Desta perspectiva, decorrem a supremacia de seu
conteúdo sobre as demais normas e atos e a imutabilidade relativa deste mesmo
conteúdo, significando, em última análise, que consequência da primeira será o
controle de constitucionalidade, enquanto que da segunda temos a conclusão de
que seu conteúdo só poderá ser modificado através de procedimentos especiais,
dentre os quais há de destacar-se o respeito às cláusulas pétreas, também
denominadas de núcleo imutável ou limites materiais ao Poder de Reforma
(constituído e, em decorrência, condicionado juridicamente). (Grifos Nossos)

Diante disso, a pesquisa tenta observar a atuação do Supremo Tribunal Federal nos
casos em que a uma omissão legislativa de coneúdo da Constituição Federal de 1988,
analisando se o STF está cumprindo seu papel de Corte Constitucional. Para isso, é
imprescindível interpretar a Ideologia da Constituição de 1988 para responder a essa pergunta,
haja vista que no tocante as Lacunas Normativas, se o STF não sanar, correrá o risco de não
ater-se a Ideologia da Constituição, ocorrendo um Hiato Constitucional.

Segundo Ivo Dantas (2012):

Dizendo de outro modo: nesta perspectiva do relacionamento Constituição Política


e Constituição Social observa-se que nos instantes em que não ocorre a adaptação e
harmonia das normas constitucionais às novas realidades, ocorre o que temos
denominado de Hiato Constitucional, ou fenômeno a que, impropriamente, se tem
chamado de Desconstitucionalização, termo tão a gosto de Bidart Campos e Hugo
Palacios Mejia e equivalente ao divórcio entre a realidade social e a norma
constitucional jurídico positiva (DANTAS, 2012, p. 42).

É necessário aprofundar-se nesse tema, para elucidar a atuação constitucional de um


poder dentro de seus limites, comparar as atribuições desse Poderes, com o Valor da
Constituição de 1988, através da sua Ideologia Constitucional.

Para Ivo Dantas (2012):

[...] é que se fala em Ideologia Constitucional significando opções frente a vários


modelos políticos, econômicos e sociais disponíveis para reger os destinos da
sociedade [...] Inegável é o fato- e já o dissemos de que o Direito Constitucional é,
nada mais, nada menos que a consagração jurídico-positiva de uma determinada
ideologia, aquela socialmente aceita. (DANTAS, 2019, p. 47)

Busca-se como marco teórico o doutrinador Ivo Dantas, para tentar verificar se o STF
atua dentro dos seus limites constitucionais, para assegurar a aplicação da Constituição e
garantir assim a sua Supremacia perante as demais normas.

Além de Ivo Dantas como marco teórico e o Valor e a Ideologia Constitucional, busca-
se utilizar para a presente pesquisa o autor Konrad Hesse e o seu livro A força Normativa da
Constituição. Outros autores também serão utilizados, a exemplo de Samuel Sales Fonteles
com seu livro com o Título “Direito e Backlash”.

8. METODOLOGIA
Como presente estudo tem como objetivo o assentamento teórico de realidades
jurídicas, a pesquisa, a ser realizada, será amplamente a bibliográfica com uso de livros sobre
a temática Controle de Constitucionalidade, Força Normativa das Normas Constitucionais,
Ativismo Judicial, precedentes judiciais, interpretação constitucional e diálogos institucionais.

Para a construção desses temas, serão utilizadas as obras desses autores: Samuel Sales
Fonteles, Flávia Santiago Lima, Marcelo Labanca, José Afonso da Silva, Ferdinand Lassalle,
Konrad Hesse, Francisco Mário da Cunha, Alexandre de Moraes, Paulo Bonavides , Luis
Roberto Barroso, Gilmar Ferreira Mendes. .

A pesquisa deverá realizar, inicialmente, o levantamento bibliográfico das normas


pertinentes ao estudo, bem como as referências doutrinárias dos principais juristas estudiosos
do Direito Constitucional, inclusive, nas publicações e procedimentos científicos. Será feito
um levantamento de vários autores que já publicaram livros, revistas e artigos sobre a
temática. Contudo, tomar-se-á cuidado com a qualidade dos demais textos e obras publicadas
sobre o assunto, para evitar textos baseados em Taylorismos acadêmicos e produção em
massa, sem qualidade.
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